Me apaixonar por Peter foi uma das melhores coisas que me aconteceram, ok, somos só amigos, amigos? Talvez seja um título forte, estamos mais para colegas de classe, que conversam só em determinados momentos, e ele não sabe dos meus sentimentos e sim, eu sei que ele é meio afim da Liz, mas para mim isso realmente não é coisa grande. Peter é um cara de 16 anos, e eu o acho forte e inteligente demais para a idade que tem, mas ele é tão imensamente lento, acho que até Liz fica surpresa com isso, porquê ele é o único cara que não chega perto dela, mesmo sendo afim e o colégio todo sabendo.
── Por que ele simplesmente não chama ela pro baile? ── questionei vendo ele encarar ela, que estava arrumando algumas coisas.
── Porque ele é um bobão! ── Mj me respondeu, sem tirar os olhos do livro.
── É, o mundo já percebeu, mas encarar não vai resolver. ── mexi na comida enquanto falava.
── É melhor parar de olhar antes que fique estranho, né?. ── Peter, que estava na mesa do lado junto com o Ned, comentou.
── Já é, seus bobões. ── olhei rindo para Mj, por que tão sincera?
── Então por que não senta com a gente? ── Ned perguntou confuso.
── Eu não tenho amigos. ── ela retrucou e eu a encarei.
── Que? ── ela me olhou rindo sem graça.
── Quer dizer, não, nós não temos amigos. ── os dois continuaram confusos, o sinal tocou e nos levantamos.
── Ela tá enchendo vocês. Não liguem.
Durante o resto das aulas, eu fiz as duas coisas, que sei fazer de melhor, observar Peter e procrastinar. Até o professor me tirar dos pensamentos, chamando meu nome:
── Sn? ── encarei o velho, o que eu iria responder? Eu não havia ouvido nem uma palavra que ele tinha dito.
── Ahn, oi? ── ele negou com a cabeça e algumas pessoas riram me olhando, Peter só olhou.
── Seria ótimo se voltasse para a terra, você e Peter são uma dupla. Ele ouviu tudo, ele te fala o que é. ── respirei fundo deixando minha cabeça cair em cima da mesa, em algum momento vou me ferrar. Então o sinal tocou e peguei minhas coisas indo até o Peter.
── Então, o que era? ── ele sorriu negando com a cabeça.
── Você vive em qual mundo? ── eu ri, curiosidade sobre mim: eu tenho déficit de atenção, além de tudo tem o Peter, que atrapalha muito a minha pequena capacidade de prestar atenção.
── Não que seja interessante e da sua conta, mas tenho déficit de atenção, então o que pra você é muito fácil, para mim não é.
── Desculpa, eu não tinha idéia, mas você não precisaria de alguém pra ajudar? ── ergueu uma sobrancelha em confusão.
── Só se quiserem que eu me suicide por causa do bullying. ── falei dando de ombro e começando andar.
── Tem razão, é um trabalho de física, a gente pode fazer amanhã na minha casa ou na sua, como preferir. ── sorri, Peter estava de cabeça baixa, mas se tivesse visto teria flagrado bochechas extremamente vermelhas.
── Na sua, meus pais são meio grudentos. ── ele riu me olhando.
── Minha tia iria adorar eles então. ── sorri concordando.
Cheguei em casa sorrindo feito boba, a paixão na adolescência acaba com você e quando não é correspondida é pior, mas como eu disse, não importa, e a vida é só uma. Não dá pra morrer chorando, enquanto Peter e Liz tem um romance tipo Netflix, eu me basto, mas realmente é difícil e um tanto doído, as vezes.
No dia seguinte depois da aula, estávamos na casa dele, May definitivamente é a tia mais legal que já conheci, ela é enfermeira, o que é muito legal. Na verdade, tudo é, ela é uma boa pessoa.
── Então seus pais morreram e ela te cria desde então. ── comentei tirando minhas coisas da bolsa e sentando na cama dele.
── Engraçado. ── me encarou.
── O que? ── o olhei.
── Você falou com tanta naturalidade, foi melhor do que perceber a pena na voz. ── sorri dando de ombro.
── Você é um cara grande e forte, consolos são bons, mas não fazem ninguém crescer. ── apoiei as mãos na cama e o olhei.
── É, já faz tempo, e já sei os consolos de cor. ── sorrimos juntos.
Começamos a fazer o trabalho, e por que a física é tão monstruosa? Isso definitivamente é coisa do capiroto.
── Eu desisto, por que não deixamos pra outra hora? ── falei esfregando o rosto.
── Porque deixar pra depois se pode ser feito agora? ── ele continuou escrevendo e eu revirei os olhos.
── Se chama procrastinação, é muito fácil de fazer. ── ele riu e, merda, ele tem a melhor risada.
── Você é uma garota bonita e legal, não dá pra estragar com procrastinação. ── eu o encarei, e de repente ele também parou e arregalou os olhos. ── E-eu não quis di-dizer isso--
── Ah, então sou uma garota feia e chata? ── interrompi rindo e quando vi ele ficando mais nervoso, ri ainda mais.
── Não, que? Você é ótima, quer dizer linda, ah, você entendeu. ── escondeu o rosto vermelho com as mãos.
── Oh, você é muito fofo, Peter, também te acho ótimo. E amo o quão fofo você fica com o rosto e as orelhas vermelhas. ── sorri o vendo me encarar.
── Isso é alguma brincadeira? Porque o Ned vem me dizendo a dias que você me encara muito, você pode ser uma psicopata. ── eu o encarei e comecei a rir muito.
── E você é o homem aranha, mas eu não te questiono isso. ── pisquei pra ele, que no mesmo momento começou a tossir.
── Dá onde tirou isso? E-eu não sou ele. ── tentou disfarçar.
── E eu não sou psicopata. ── então ele suspirou aliviado e eu ri.
── Você tem que aprender a disfarçar melhor, eu joguei o verde e colhi o maduro, né, homem aranha?! ── ele arregalou os olhos de um jeito, podiam pular fora? Talvez.
── Como? Como descobriu?
── Eu tinha minhas dúvidas, agora tenho as minhas certezas. ── cruzei os braços e o encarei.
── Você vai contar pra eles? ── ele estava nervoso demais. Então me levantei e fui até ele, que estava na cadeira, tirei os livros de suas mãos e sentei em seu colo, rindo e vendo ele ficar mais nervoso ainda. ── O que está fazendo?
── Você é lento, Peter Parker, te falta confiança. ── sorri. ── De nenhuma forma eu contaria seu segredo, você sabe que tenho déficit lembra. Não é grande coisa como ser o homem aranha, mas me prejudicariam se soubessem. ── ele balançou a cabeça concordando.
── Vo-você gosta de mim? ── era nítido pra mim que ele teve que reunir toda a coragem dele pra perguntar aquilo.
── É provável que até o homem de ferro já saiba disso, menos você. ── sorri e deixei um beijo na ponta do nariz dele, ri quando ele se arrepiou.
── Porque nunca disse? ── me encarou e com receio colocou as mãos na minha cintura.
── Por que você gosta da Liz e eu não sou a Liz perfeitinha, o que adiantaria? ── questionei.
── Eu já fui apaixonado por você. ── confessou. ── E talvez ainda seja, e isso explicaria o motivo de estar quase tendo um ataque cardíaco. ── eu sorri, agora eu estava vermelha e o com o coração acelerado, só vi o momento em que ele me beijou e eu, logicamente, não perdi a oportunidade.
── Então, homem aranha, Liz perfeitinha ou eu com defeitinho? ── ele riu me apertando.
── Você é perfeita, e quem é Liz mesmo? ── ri e o beijei.
── Isso foi melhor do que eu esperava.
── Quer ir ao baile comigo? Posso aprender a dançar. ── sorri abertamente, se aquilo não era uma declaração então o que era?
── Eu com certeza quero, e eu também posso aprender. ── ele fez uma careta e eu ri.
── Não sabe dançar?
── Nem. ── neguei com a cabeça e ele sorriu.
── Aprendemos juntos. ── concordei e sorrimos.
Aquilo definitivamente podia ser o início de algo bom, as vezes falar é o maior ato de coragem que podemos ter. Eu realmente o amo, mas isso ele só vai descobrir depois, afinal? Eu continuo me bastando.
Tati 🕸️
Isso seria meu sonho? Simmm kkkkkkkk desculpa, mas eu sou muito cadelinha do Peter e do Tom 😂😂
Espero que gostem ❤️
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