FUGITIVOS DO INFERNO 01 - Cic...

By _BrendaGuedes

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☠DESTAQUE dos embaixadores paranormais na categoria "Paixão de Arrepiar" ☠ Pensa ser algo louvável uma pessoa... More

Bem-vindo ao inferno
Personagens condenados
Dedicatória após sua morte
Epígrafe infernal
Prólogo dos fugitivos
I. Um Radar de Demônios
II. Somos Uma Dupla
III. Você Pode Sobreviver a Isso
IV. Mil Faces do Inferno
V. O Gosto de Sangue na Boca
VI. Verifique se está viva
VII. Calouros
VIII. Uma Dupla Dinâmica
IX. Ela não acreditava em Deus
X. Vácuo no Espaço
XI. Veteranos
XII. Eram Como Sombras
XIII. Não Tão Resistente Assim
XIV. Obrigado, Mel
XV. O INFERNO
XVI. Outro Sintoma da Solidão
XVIII. Algumas Coisas Nunca Mudam
XIX. Che cazzo!
XX. A Maior Farsa do Universo
XXI. Abra o inferno
XXII. Velhos inimigos
XXIII. Você Pode Gritar
XXIV. A Morte
XXV. Pânico & Demônios
XXVI. Realidade Deturpada
XXVII. Como Lúcifer?
XXVIII. UM ANJO - NÃO TÃO - DA GUARDA
XXIX. Não vai me mandar pro inferno no seu lugar.
XXX. "Anjo", "Acidente", "Lorenzo" e "Demônios"
XXXI. Eu Prometo
XXXII. As outras terras
XXXIII. NÃO PERCA O CONTROLE
XXXIV. ELAS
XXXV. VOCÊ VOLTARIA PARA O INFERNO POR ELA
XXXVI. VERDADES SOBRE O UNIVERSO
XXXVII. LUPITA
XXXVIII. O SACRIFÍCIO
XXXIX. O CICLO DA ERA
XL. VAMOS PARA CASA
EPÍLOGO
Agradecimentos e aviso!

XVII. Você Fugiu do Maldito Inferno?

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By _BrendaGuedes

Os dois não voltaram para a lanchonete. Eloísa ficou preocupada com Mel, dela ficar chateada por ter sido deixada sozinha ou algo do tipo, e mandou uma mensagem com uma desculpa qualquer. No momento, existia algo mais importante para resolver. Só precisou olhar por um instante os olhos dele para saber que o homem falava a verdade, para reconhecê-lo. Era mesmo aquele dos seus pesadelos e as dúvidas sobre esse fato eram as únicas que a mantinham firme. Naquele estante, toda a sua estrutura foi chacoalhada por coisas que não tinha controle ou ao menos conhecia. Suas pernas quase cederam, e ela teve vontade de correr mais uma vez. Ainda sentia o cheiro do líquido que estranhamente deixou seu nariz. Passou a mão no bolso de seu moletom cinza, buscando sua bombinha, e depois sugando-a em busca de ar para que pudesse continuar aquela conversa. O objeto azul escuro grudou em sua mão graças ao sangue entre seus dedos e a parte entre seus lábios e nariz permaneceu manchada sem que nada pudesse fazer além de passar a manga do moletom com mais força na região, mas de nada adiantar.

O que está acontecendo comigo?

Ele tocou-a pela terceira vez e ela se afastou com rapidez. Sua pele queimava como se brasa quente tivesse encostado onde ele colocava sua mão. Eles se encararam por poucos minutos enquanto Eloísa se recuperava e focava em obter oxigênio. Olhar para os olhos dele, estranhamente, a acalmava, mas lá enxergava mais do que a beleza deles, existia medo. Um pavor que nunca tinha visto daquela forma nem quando um de seus irmãos sofreu um acidente com a babá e sua mãe desmaiou ao saber. Era um terror genuíno e muito mais profundo do que já havia presenciado na vida.

— Vai me falar o que está acontecendo? — exigiu saber.

Ela estava mais calma. Seu corpo tremia menos e Eloísa respirava com mais facilidade depois de duas puxadas em sua bombinha. Sentou-se em um dos bancos de pedra na pracinha atrás da lanchonete e ele estava bem ao seu lado, em pé.

— Você acredita em Deus? — Quis saber Lorenzo, sentando-se.

— Não — respondeu, séria. — Você é do tipo que rodeia por horas até responder algo?

— Você provavelmente não vai acreditar no que vou te contar se não tem fé... — parecia desesperançado — ou pode simplesmente ignorar, mas preciso que me escute antes de falar, está bem? — suplicou.

— Nem lembro seu nome — disse, olhando para o lado, desconfortável.

Por mais que tentasse não transparecer, tinha medo do quão perto ele estava

— Enzo — respirou fundo — eu me chamo Lorenzo. Escuta...

Eloísa sentiu seu celular vibrar, mas não olhou. Esperava que ele começasse a explicar.

— Quando morremos... — começou. — Não acaba. Na verdade, é apenas o começo — suspirou. — Nós vamos para o inferno.

Enzo falava aquilo com calma e seriedade. Ela fechou os olhos, entendendo que aquilo iria muito longe. E, para Eloísa, parecia que ele tinha começado pelo meio da história. Suas mãos suavam e a garota as apertava na calça jeans azul. Aquelas palavras lhe causavam arrepios.

— Inferno? — interrompeu — Tipo... igual na bíblia?

— Pensei que não acreditasse em Deus — respondeu ele.

Ela respirou fundo e engoliu em seco. Sentia seu corpo mole como se estivesse de ressaca e um enjoo causado pelo medo.

— Eu não acredito — sussurro. — Mas, estudei alguns anos em uma escola católica no fundamental, era a melhor da cidade — justificou e passou as mãos com mais força na calça. Ainda encarava Lorenzo, mas ele se manteve calado. — Como na bíblia? — Insistiu, mas não queria saber de verdade.

Eloísa não pretendia acreditar em nada do que ele dissesse. Pensava que qualquer coisa que acontecesse teria uma explicação cética e lógica, assim como uma solução com remédios talvez. Não isso. Não um homem lhe dizendo que o inferno existe.

— Não exatamente igual ao da bíblia, mas com certeza inspirou muito tudo que tem nela. Lá embaixo... é pior — suspirou alto.

Quanto mais ele falava, maior era o medo que crescia dentro dela e exalava dele. Um nó se formou em sua garganta e ela se afastou ainda mais.

— Como você...

— Eu já estive lá — interrompeu aquele que já sabia a pergunta, com firmeza. As mãos dela tremiam e Eloísa se levantou. Ele esticou o braço tentando tocá-la, mas hesitou ao lembrar o resultado. — Eloísa...

Ela se afastou de costas. Estava passando mal de novo, sentia que ia desmaiar. Seu estômago queimava e estava suando quando tirou sua blusa de frio, mesmo com o vento gelado daquela cidade. O coração dela estava acelerado. Ela sentia tanto medo que seus olhos se encheram de lágrimas.

— Eles eram reais? — perguntou. — Os pesadelos, são reais?

Eloísa se perguntava por que ainda o ouvia. Julgava-se mais inteligente do que alguém que cai em piadas de mal gosto como aquela. É isso, uma pegadinha, pensou.

— Não são pesadelos — corrigiu. — Eu não sei explicar por que você os tem, juro. Na verdade, esperava que você me explicasse isso também. Mas é real, tudo aquilo... é verdade.

Ele falava com tanta convicção que Eloísa estava começando a cogitar ser verdade, mas era sempre tão racional. Não. Isso não tem a menor chance de ser real. Achava bem mais provável que tivesse dado voz a um louco que acreditava na teoria de conspiração.

— Por que está me contando isso? — perguntou quando se recompôs e encaixou sua mente com a realidade, ignorando que o que ele falava pudesse ter alguma verdade. Eloísa não era capaz de aceitar uma verdade como essa.

— Eu já fui julgado... — sussurrou. — Mas voltei.

Ela riu. Alto, de maneira exagerada. Balançou a cabeça negativamente e teve certeza de que era burra em ter o escutado desde o princípio. Quando notou que Lorenzo permanecia sério, seu rosto aos poucos se desmanchou e o ar saiu com mais força por suas narinas. Eloísa tomou um longo suspiro.

— Está me dizendo, que você está morto? — Quis saber. — É nisso que quer que eu acredite?

— Tecnicamente, sim. — Deu dois passos em direção à loira, que recuou ainda mais. — Precisa acreditar em mim — insistiu em se aproximar, mas ela não parou nem mesmo quando desceu a calçada de maneira inesperada e quase caiu. — Eu fugi de lá há muitos anos e venho fugindo desde então.

— Eu não acredito! — disse, mais para si mesma que para ele. — E quero que fique longe de mim! — Apontou-lhe o indicador, mas logo conteve-se ao notar que algumas pessoas ao redor deles os encaravam de maneira desconfiada. — Fugiu? — Riu mais uma vez, naquele instante de desespero — Você fugiu do maldito inferno? — ironizou.

Lorenzo parou. Ele cruzou os braços cobertos pela jaqueta de couro marrom escuro e fechou os olhos. Estava acabado, tanto quanto Eloísa esperava pelo ocorrido ontem, mas dessa vez o rapaz pareceu diferente daquele que estava falando há um minuto. O nariz estava inchado demais, e roxo, o deixando com um rosto mais destorcido e, quando Lorenzo deu-lhe as costas, seus olhos se arregalaram. Eloísa o observou começar a se afastar e um desespero desconhecido cresceu dentro de si.

— Fugindo de quem? — Gritou. Ele parou de andar e seus ombros se moveram em uma respiração pesada. Julgava-se mais louca ainda por querer dar ouvidos a ele. — Ou... do que?

— Demônios... — virou-se, mas não andou até ela. — Eles me caçam onde quer que eu vá — respondeu. Seus cílios batiam com calma, o medo anterior não mais era visível, como se ele estivesse desacreditado da ameaça que o perturbava anteriormente. Eloísa subiu na calçada.

— Ah! Demônios agora — choramingou e suas testas franziram.

Olhou para os lados, quis que alguma coisa a ameaçasse para acordar desse novo pesadelo. Colocando novamente seu moletom cinza, ergueu as sobrancelhas para engolir mais essa.

— Por que quer a minha ajuda? — Perguntou, em uma voz muito mais dócil.

Ela definitivamente não sabia o que fazer. Queria que ele fosse embora. Na verdade, queria que nunca tivesse aparecido. Mas ela precisava dormir em paz. O cabelo loiro escuro preso em um rabo de cavalo dançou no ar quando Eloísa balançou a cabeça negativamente, esperando a resposta dele, mas não foi o que escutou a seguir.

— Ei! O que aconteceu? — Mel corria em sua direção. — Eu estava te procurando e preocupada. — Colocou a mão sobre o ombro da amiga, que se virou. — Nossa, o que aconteceu com seu nariz?

Ela olhou pelo canto dos olhos para Lorenzo, que permanecia na mesma posição e praguejou o universo por seus planos de vida medíocre estarem bem perto de ir por água abaixo.

— Eu mandei mensagem... — sussurrou Eloísa, olhando a amiga. Sabia muito bem fingir que tudo estava normal, fazia isso há meses, talvez anos. Mel olhou o celular.

— Estou sem bateria...— declarou. — E... você? — olhando Enzo e depois Eloísa. — É o cara que a gente ajudou? — El concordou com a cabeça. Mel sorriu e pressionou os olhos por trás dos óculos. — Arrumou um date no meio do nosso almoço? Eu sabia que você...

— Não é um encontro — interrompeu Lorenzo. — E... obrigada por ontem. Eu lembro de você — disse, envergonhado.

— Não foi nada — ainda sorria. — Ah, se não é um encontro, então vamos voltar para a lanchonete? — Melissa olhou a amiga para tentar confirmar o que dizia, mas a outra estava atordoada demais para responder — El? — chamou sua atenção.

Enzo olhou para Eloísa, que o encarava com medo. Ela queria terminar aquela conversa.

— Você pode vir com a gente — convidou Melissa, olhando Lorenzo e dando o sorriso mais falso que era capaz.

— Vai me ajudar? — sussurrou ele, ignorando a fala da morena.

Ela nem sabia do que ele precisava de fato. Mas, de algum modo, por algum motivo nada racional e que faria Annie xingá-la até a morte, Eloísa acreditava nas palavras dele. Mais do que isso, ela quase confiava em um desconhecido. Mel os olhava confusa.

— Acho que sim — sussurrou de volta, não tendo certezas das próprias palavras.


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