Projeto Haema Hippocampus [Tr...

By 29Lunas_Brasil

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Kyungsoo tem muitos planos, por exemplo, assassinar um homem ou dois, ou três... Kyungsoo tem um só sonho e e... More

Prólogo - G-6
Capítulo 1 - Jongin
Capítulo 2 - Luhan
Capítulo 3 - Sehun
Capítulo 4 - Kyungsoo
Capítulo 5 - Jongin
Capítulo 6 - Baekhyun
Capítulo 7 - Baekhyun
Capítulo 8 - Kyungsoo
Capítulo 9 - Baekhyun
Capítulo 10 - Luhan
Capítulo 11 - Yixing
Capítulo 12 - Yixing
Capítulo 13 - Sehun
Capítulo 14 - Jongin
Capítulo 15 - Kyungsoo
Capítulo 16 - Chanyeol
Capítulo 17 - Chanyeol
Capítulo 18 - Jongin
Capítulo 19 - Kyungsoo
Capítulo 20 - Sehun
Capítulo 21 - Jongin
Capítulo 22 - Xiumin
Capítulo 23 - Kyungsoo
Capítulo 24 - Baekhyun
Capítulo 25 - Kyungsoo
Capítulo 26 - Chanyeol
Capítulo 27 - Kyungsoo
Capítulo 28 - Sehun
Capítulo 29 - Jongin
Capítulo 30 - Baekhyun
Capítulo 31 - Jongin
Capítulo 32 - Kyungsoo
Capítulo 33 - Baekhyun
Capítulo 34 - Jongin
Capítulo 35 - Sehun
Capítulo 36 - Luhan
Capítulo 37 - Jongin
Capítulo 38 - Chanyeol
Capítulo 39 - Kyungsoo
Capítulo 40 - Baekhyun
Capítulo 41 - Luhan
Capítulo 42 - Chanyeol
Capítulo 43 - Jongin
Capítulo 44 - Baekhyun
Capítulo 45 - Kyungsoo
Capítulo 46 - Kyungsoo
Capítulo 47 - Chanyeol
Capítulo 48 - Luhan
Capítulo 49 - Sehun
Capítulo 50 - Kyungsoo
Capítulo 51 - Kyungsoo
Capítulo 52 - Kris
Capítulo 53 - Xiumin
Capítulo 54 - Yixing
Capítulo 55 - KaiSoo
Capítulo 56 - Chanyeol
Capítulo 57 - Baekhyun
Capítulo 58 - Kyungsoo
Capítulo 59 - Jongin
Capítulo 60 - Jongdae
Capítulo 61 - Chanyeol
Capítulo 62 - Sehun
Capítulo 63 - Joonmyeon
Capítulo 64 - Joonmyeon
Capítulo 65 - Xiumin
Capítulo 66 - Jongdae
Capítulo 67 - Joonmyeon
Capítulo 68 - Jongin
Capítulo 69 - Kyungsoo
Capítulo 70 - Luhan
Capítulo 71 - Xiumin
Capítulo 72 - Baekhyun
Capítulo 73 - Yixing
Capítulo 74 - Joy
Capítulo 75 - Joy
Capítulo 76 - Chanyeol
Capítulo 77 - Joonmyeon
Capítulo 78 - Joonmyeon
Capítulo 79 - Jongin
Capítulo 80 - Baekhyun
Capítulo 81 - ChanBaek
Capítulo 82 - Kyungsoo
Coisas de Hippocampus
Capítulo 83 - Baekhyun
Capítulo 84 - Kris
Capítulo 85 - Luhan
Capítulo 86 - Jongdae
Capítulo 87 - Luhan
Capítulo 88 - Chanyeol
Capítulo 89 - Chanyeol
Capítulo 90 - Chanyeol
Capítulo 91 - Kyungsoo
Capítulo 92 - Chanyeol
Capítulo 93 - Baekhyun
Capítulo 94 - Jongin
Capítulo 95 - Kyungsoo
Capítulo 96 - Kyungsoo
Capítulo 97 - Xiumin
Capítulo 98 - Kyungsoo
Capítulo 99 - Chanyeol
Especial: Curiosidades e dados de Projeto Haema
Capítulo 100 - Kyungsoo
Capítulo 101 - HunHan
Capítulo 102 - Baekhyun
Capítulo 103 - Chanyeol
Capítulo 104 - Kyungsoo
Capítulo 105 - Jongin
Capítulo 106 - Jongin
Capítulo 107 - Baekhyun
Capítulo 108 - Kyungsoo
Capítulo 109 - Jongin
Capítulo 110 - Kyungsoo
Capítulo 111 - Luhan
Capítulo 112 - Sehun
Capítulo 113 - Kyungsoo
Capítulo 114 - Baekhyun
Capítulo 115 - Sehun
Capítulo 116 - Tao
Capítulo 117 - Kyungsoo
Capítulo 118 - Taemin
Capítulo 119 - Kris
Capítulo 120 - Jongin
Capítulo 121 - Kyungsoo
Capítulo 122 - HunHan
Capítulo 123 - Chanyeol
Capítulo 124 - Kyungsoo
Capítulo 125 - Sehun
Capítulo 126 - Kyungsoo
Capítulo 127 - Jongdae
Capítulo 128 - Tao
Capítulo 129 - Kyungsoo
Capítulo Especial
Capítulo 130 - Kris
Capítulo 132 - Jongin
Capítulo 133 - Kyungsoo
Epílogo: Asher/Taeoh
1o Especial: BaekSoo
2o Especial: OT12
3o Especial: A Adolescência de um Hippocampus
4o Especial: Um Natal Especial

Capítulo 131 - Jongin

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By 29Lunas_Brasil

"Quando você acaricia minha mão,

meu coração gelado, se aquece

Eu quero ficar mais perto de você e descansar,

mas a distância entre nós dois, não vai embora.

Está tudo bem mesmo se eu não puder te tocar.

Está tudo bem mesmo se eu não puder te abraçar.

Amor solitário. Sim, eu te amo, eu posso te sentir como o meu destino".

Touch Love, Yoon MiRae.

Fonte: alexdoolittle.




Depois que Chen me explicou como Jeong Hyuk matou a minha própria mãe, eu pude arrancá-lo do meu coração para sempre, então, abracei com toda a minha alma a dor de Kyungsoo como eu nunca tinha feito antes. Eu continuava achando que os atos de Kyungsoo foram errados, mas agora eu conseguia entender o seu sofrimento. Decidi que eu nunca contaria a verdade para a minha irmã, ela ainda lembrava de seu pai com afeto e não valia a pena partir o seu coração agora.

Chen me ajudou a descobrir quem era o meu pai biológico. Certa tarde, peguei Taeoh e saí em busca do desconhecido; tratava-se de um artista não muito famoso, dedicado à escultura.

Quando eu disse à ele quem eu era, ele ficou pálido, mas aceitou tomar um café com meu filho e eu.

— Lamento não ter te assumido — disse —, eu não poderia te dar um bom futuro e não tinha certeza de estar apaixonado... Eu era um jovem irresponsável. Fico feliz por você não ser. — Apontou para o meu filho que mordiscava um sanduíche.

— Tudo bem, a única coisa que eu queria era conhecer você, saber de onde venho — expliquei.

No fim do dia, concluí que ele era um homem muito tranquilo, talvez tenha sido daí que herdei parte do meu caráter e meu amor pela arte. O que eu tinha herdado dele, sem sombra de dúvidas, era a aparência: naquela cafeteria, Asher, ele e eu éramos três gotas de água com diferentes idades. As pessoas nos sorriam, e a mulher que nos atendeu, disse que formávamos uma linda família.

Me despedi com um abraço, era a primeira e possivelmente a última vez que eu veria esse homem.

Os dias passavam num ritmo tranquilo com um Taeoh melhorando ao ritmo em que Taemin adoecia. Não havia rastro de Kyungsoo e depois que Tao entendeu como eram as coisas referentes ao G-6, acabou desistindo de sua vingança. Foi um golpe duro para ele, na verdade, para todos, especialmente para Soo.

Taeoh perguntava muito por seu pai, porém, houve uma tarde em que ele não perguntou mais, o esqueceu, não disse nada. Então, na tarde seguinte, o levei para dormir na casa de seu avô. Ficamos no quarto que ele dividia com Soo, li os livros que o seu outro pai lia para ele. Eu não queria que ele esquecesse o seu pai, não me parecia certo deixar, e é por isso que muito tempo depois, Tae continuava esperando que "o papai do desenhos" terminasse de trabalhar e voltasse para ele.

Até que isso aconteceu. Kyungsoo estava começando a superar a sua estranha depressão, e considerou que já podia voltar para ficar com o seu filho.

Além do mais, o detalhe que reuniu todos para o funeral de Taemin será algo pelo o que sempre vou agradecer. Os familiares de Tae ficaram impressionados de um jeito muito bom. Mais tarde, todos nos reunimos na casa de Chanyeol para tomar um café. A essa altura, Taemin já havia se mudado definitivamente para o coração de cada um de nós, e o luto era compartilhado.

— Você me surpreende, Boneco — disse Kris. — O que você tem feito? Vejo você compartilhando uma motocicleta com o Tao? De qualquer forma, vocês já compartilham uma tatuagem.

Tanto Tao quanto Soo deram um soco em suas costelas.

Tao havia começado a morar com Kris há pouco tempo. Eles nos visitavam às vezes porque Tao gostava muito de Tae, e me surpreendia ver que uma pessoa com certas atitudes similares às de Kyungsoo pudesse ser ao mesmo tempo tão doce.

Quando me despedi, Tae não quis voltar para casa comigo, então o deixei ficar na casa de Baek sob o cuidado de seus tios e de seu pai.

Depois dessa noite, Kyungsoo manteve um restrito horário de visitas às quartas-feiras e domingos. Às vezes, se eu tivesse alguma viajem a trabalho, ele ficava com o menino. Nesse momento, eu estava muito concentrado em alguns projetos da empresa. Soo estava trabalhando na oficina de Xiumin e Sehun, portanto, os seus horários não eram tão restritos. Lay também o contratou como aprendiz e começou a ensiná-lo profissionalmente como fazer tatuagens e perfurações.

Os meses passaram-se numa calma tão tangível que parecia surreal. Todos pareciam tão felizes: Sehun e Luhan, Chan e Baek, Joy e Sungjae, Lay e Min, Chen e Suho, Key e Jjong, até mesmo Tao e Kris... Todos pareciam contentes.

Eu também, mas...

Eu me sentia tão sozinho. Não porque precisava de um namorado, mas porque o queria para mim. Às vezes, quando eu chegava do trabalho e encontrava Soo com Tae dormindo sobre si no sofá. Quando eu carregava o menino para levá-lo para cama, Soo acordava e no momento em que eu terminava com o meu filho, ele já estava pronto para ir embora.

— Tchau, Moreno — depois de um tempo, ele havia voltado a me chamar assim.

— Tchau, Soo — respondia eu escondendo um suspiro.

Nos domingos, ele chegava tão cedo que, geralmente, eu ainda não tinha tomado banho.

— Continue dormindo, Moreno, eu me encarrego do Asher...

Se eu continuasse dormindo ou não, ele se encarregava de banhá-lo, preparar o café da manhã até mesmo para mim, e em seguida, o levava para passear. Voltavam no meio da tarde. Um adulto sorridente com um menino completamente sujo dos pés à cabeça, que depois de tomar banho e comer algo leve, adormecia esgotado até o dia seguinte.

— Você quer jantar alguma coisa? — eu perguntava.

— Não, Moreno, não se preocupe. Nos vemos na quarta — se despedia.

E na quarta-feira à tarde, ele chegava sem falta para ajudar Tae com as tarefas ou simplesmente para brincar com ele no jardim ou sair rapidinho e tomar um sorvete. Kyungsoo estava comportando-se como um pai exemplar. Éramos um casal divorciado e eu era a parte que não conseguia superar.

Eu não podia continuar assim. Eu tinha que parar de alimentar a ilusão de que nós voltaríamos a ficar juntos, e por isso, comecei a tentar a ter encontros novamente.

— Você poderia cuidar do Tae no próximo sábado? — perguntei no domingo quando estávamos nos despedindo.

— No sábado?

— Só se você puder, não é importante. É que... me convidaram para um encontro e então... eu posso deixá-lo com o Lu ou com o Baek...

— Um encontro?

— Sim... — esperei uma reação possessiva, como antes, mas nada aconteceu.

— Tudo bem, estarei aqui — Kyungsoo estava morando no antigo apartamento de Chen, mas ele mal passava tempo lá. Ele não gostava que Tae fosse ali porque não era um lugar muito limpo.

No sábado, Kyungsoo estava em casa desde às quatro da tarde, de modo que ele presenciou o tempo que demorei escolhendo uma camisa. Suho tinha marcado um encontro para mim com um cantor, um cara chamado Jackson; era um homem muito bonito, eu tinha visto alguns de seus vídeos, e me sentia nervoso.

— A branca fica melhor em você — Kyungsoo me surpreendeu. — Use o jeans azul e os sapatos pretos, e não os tênis.

No final, eu estava pronto e me inclinei para beijar Tae antes de ir embora.

— Se comporte, e não deixe que Lilo suba na minha cama, você sabe que eu odeio os pêlos dele.

— Traz algo bem gostoso para mim — pediu.

— Nossa, vou ver o que consigo trazer — suspirei antes de sair.

— Jongin! — Soo me chamou antes de eu entrar no carro. — Você está ótimo, ele vai gostar de você. Não fique nervoso, todo mundo acaba gostando de você...

Sim, ele gostou de mim. Nos beijamos no fim do encontro, mas não liguei mais. Jackson falava demais e me entediava, eu preferia um homem mais tranquilo. Então, Sehun me apresentou Kim Jae Joong... um advogado sexy como o demônio. Eu não apenas o beijei como também passei a noite com ele, mas também parei de ligar. Ele era extremamente entediante, exceto quando estávamos na cama.

Com o passar do tempo, saí com muitos homens: Jeonghan, Woohyun, Yesung, um estrangeiro chamado Ezra Miller... Todos eram muito bons até o momento do primeiro beijo... então eles não eram bons porque não eram ele.

Eu estava mal.

Comecei a ir em uma psicóloga chamada Lee Chae Rin, que me disse que eu não tinha superado o meu antigo amor, mas isso eu já sabia, então, passamos para a segunda parte da terapia, a de cortar as amarras, mas senti medo de conseguir arrancar esse amor do meu peito, então parei de vê-la. Entendi que eu não queria esquecê-lo, mesmo que ele já tivesse me esquecido.

Certa tarde, antes de ir embora, Kyungsoo me olhou hesitante...

— Sabe de uma coisa? Tao obrigou Kris a se internar em uma clínica de reabilitação. Ele vai dar entrada na próxima segunda, na mesma clínica em que Chanyeol ficou.

— Uau! — fiquei surpreso. — Isso é incrível. Acho que Kris se apaixonou de verdade.

— Eu também acho, apesar de ele insistir que não. A coisa é que — coçou a cabeça —, eles, Sehun, Lay e Xiumin vão dar um passeio no domingo, você sabe, uma excursão de motociclistas para dar ao Kris uma despedida. Eles deixarão Fei com os avós dela.

— Ah — entendi o ponto. — Você vai com eles?

— Pois é, o Kris quer, mas... os domingos são os dias de Asher, então acho que... acho que não vou.

— Você não pode faltar! Quem sabe quando aquele homem vai ficar reabilitado com todo o álcool que corre no sangue dele. Vá com eles e venha visitar o Chocolatinho na segunda-feira ou quando puder.

— Não tem mesmo problema romper o horário?

— Acho que o Asher vai entender, não se preocupe.

— Posso vim antes da partida para me despedir dele?

— É claro que sim...

Pare de ser tão fofo, Kyungsoo, porque dói.

— Obrigado, Moreno.

Em seguida, comentei com Luhan para ver se ele sabia da tal viagem.

— É claro que eu sei, e não estou nada contente com isso — resmungou antes de fechar a porta do meu escritório. — Eles não vão sozinhos, os outros amigos do Kris: Taeyang, U-Kwon e Ryeowook... Eu não confio nesses caras: eles bebem, usam drogas e transam com tudo o que se move.

— É mesmo? Espera... Ryeowook... me parece familiar.

— É o ex namorado do Kyungsoo. Bom, Sehun disse que eles só ficavam... mas ficaram assim por muito tempo... só para sexo.

— Sim, sim, já sei quem é — resmunguei muito arrependido.

E não fiquei tranquilo.

Eu gostaria de não tê-lo ouvido. Era uma viagem de curtição obviamente, Kyungsoo ia ficar com Ryeowook. Por que não ficaria? Ele estava solteiro.

Na tarde em que eles partiram, Tae e eu fomos dormir na enorme casa de Luhan.

No começo da noite, Lu recebeu uma ligação de Sehun, avisando que eles estavam bem e que já tinham montado suas barracas para acampar.

— Você vai dormir com quem? — perguntou.

— Com o Taeyang e ele é heterossexual — ouvi a sua resposta.

Me perguntei com quem Soo dormiria. Apesar de Tae e eu termos aproveitado a noite com Lu, eu não fiz nada além de rolar pela cama quando chegou a hora de dormir, então decidi dar uma volta ao redor da piscina.

O que ele estaria fazendo nesse momento? — comecei a pensar. — Estaria beijando alguém? Estaria bebendo? Kyungsoo disse que estava parando de fumar por Taeoh. Ele teria tido uma recaída?

Aguentando a vontade de ligar para ele chorando como um adolescente bêbado, voltei para a cama.

Na segunda, Tae ficou na creche enquanto Luhan e eu tínhamos uma boa rotina de trabalho. Era o dia de retorno dos motociclistas. Eu esperava que Soo ligasse para o nosso filho, ou melhor ainda, que passasse para vê-lo.

Pela tarde, Luhan foi até o meu escritório.

— Jong — me chamou com pavor contido em sua voz —, acho que temos problemas.

— Aconteceu alguma coisa com a cliente?

— Não esse tipo de problema... É que o Kyungsoo está no primeiro andar gritando porque não deixam ele subir para te ver...

— Kyungsoo? — franzi o cenho. — Bom, pois que o deixem subir.

— Não, Jong. Os seguranças o impediram porque ele... bom, a aparência dele...

— Do que você está falando, Luhan? — me levantei de repente e pegamos o elevador.

Assim que as portas se abriram, entendi por quais motivos os seguranças ficaram em alerta: Kyungsoo estava usando um paletó elegante sobre a calça de couro e camiseta preta, mesmo que tanto a camiseta quando a calça estivessem cheias de sangue. Seu rosto estava ralado e cheio de sangue seco; parecia muito dolorido. Em suas mãos estava um enorme ramo de flores vermelhas.

— Jongin! — exclamou quando me viu aproximar. Eu estava atônito.

— O que está acontecendo, Kyungsoo? Por que você está assim?

— Jongin — ele se debateu do agarre dos seguranças, mas os caras eram enormes e foi impossível se soltar. Acho que seu braço estava machucado, porque ele fez uma careta de dor. — Jongin...

— Estou ouvindo...

— Sei que eu não te mereço, eu sei. É óbvio. Não só não mereço ficar com você como também não mereço o meu filho, esse menino que você está criando tão bem. No domingo, ele me repreendeu porque eu joguei um papel fora do cesto de lixo e quase fui embora sem recolhê-lo. Ele disse que você o ensinou a reciclar...

— É, bom, sim... — respondi sem entender nada. Pouco a pouco, meus colegas de trabalho se aproximaram para ver o espetáculo.

— Eu sei, ele é maravilhoso assim como você. Uma vez, Hye Sung teve medo de ele se tornar alguém como eu, mas isso nunca vai acontecer enquanto ele estiver com você, Moreno, porque você é o melhor pai do mundo. Eu adoraria dizer que você se tornou mais amoroso com ele desde que você soube do seu vínculo biológico, mas eu estaria mentindo para o mundo porque a verdade é que você sempre o amou como se fosse óbvio que ele estava destinado a ser seu. Você o amou antes de mim e o amou mais do que eu... é por isso que ele está com você, porque você sim o merece e eu não.

— Já conversamos sobre isso — respondi desconfortável. — Aquele menino te adora, você dá à ele coisas que eu não posso... você expulsa os monstros de debaixo da cama dele de um jeito que eu não poderia porque para ele, você é um herói. Você o encontrou e o tirou daquela casa, deu um gato pra ele e tem um Hippocampus no seu peito. Você é um super humano para ele.

— E para você? Pra você, eu sou só um psicopata. Tudo bem, eu admito, em parte eu sou. Não sinto culpa por tudo o que fiz no passado e não sinto vergonha de admitir, sabe? Eu fiz essa coisa horrível com o meu pai, você sabe, mas por mais que eu procure em meu peito, não sinto a dor que eu deveria sentir, só há uma... escuridão incômoda. Poucas vezes sinto dor pelo o que acontece com alguém. Acho que só há três pessoas no mundo pelas quais eu daria a minha própria vida sem duvidar um segundo: Baekhyun, Asher e você...

— Eu?!

— É claro que sim! Você, Jongin, você. Espera — ficou em silêncio um momento enquanto olhava para os seu pés. Luhan e eu trocamos um olhar sem entender bem todo esse escândalo. — Jongin, sei que eu não sou bom para você, e apesar de ter tentado me manter distante pelo seu bem estar, eu não posso mais. Eu tenho te visto sair com um monte de homens que são muito melhores do que eu e tenho estado tremendo e esperando o momento em que você vai me contar que se apaixonou por algum deles, eu mas sou um bastardo de sorte e parece que isso ainda não aconteceu. Você sempre quis me ouvir dizer como eu me sentia. Sabe de uma coisa? Eu morri de ciúmes uma e outra vez. Parecia que eu tinha tomado uma cerveja de bile, vomitado e bebido de novo: é nojento, doloroso e patético, sim, patético. Eu sei que você gosta de romance e de pessoas carinhosas e pacientes. É algo que, bom — hesitou —, não sei se eu posso ser, mas eu daria a minha vida tentando. É por isso que hoje quando voltei para a cidade, fui pegar o terno elegante do Baekhyun e comprei flores para você e também — tentou mover seu braço, mas o segurança o mantinha preso. — Querem me soltar de uma puta vez?! Caralho!

— Por favor, soltem-no — pedi.

— Ele parece ser perigoso — disse um deles.

— Não. Está tudo bem — insisti até que acreditaram em mim, mas mantiveram-se muito perto. Kyungsoo tirou uma caixa de veludo preto do bolso do terno. Segurei a mão de Luhan com muita força.

— Comprei flores e com todas as minhas economias comprei um anel para você, porque na minha cabeça — bagunçou o cabelo com uma mão —, só tinha essa voz louca que insistia que eu devia pelo menos tentar e pedir que você se case comigo e que formemos uma família junto a Asher, porque, Moreno, eu te amo. Sim, eu te amo, porra, eu nunca tinha dito antes, mas mesmo que esses caras não atirem na minha bunda, eu posso morrer qualquer dia e eu não quero desistir sem nunca ter tentado. Não quero cair sem que você saiba que desde sempre eu sempre fui só seu. É verdade que eu transei com o Kris, mas foi só por raiva, igual você — apontou para Luhan que deu um pulo e ficou corado. — Mas fora isso, eu não consegui ficar com mais ninguém, nem sequer quando eu sei que você ficou, porque, vamos, Moreno, eu sou só seu. — Acresceu com olhos lacrimejantes. — E sei que você vai me mandar à merda, mas — cobriu a boca tentando não chorar —, eu queria dizer como me sinto antes, porque... sei que você gosta dessa coisa de se expressar, mesmo que para mim seja a coisa mais difícil de se fazer. Eu preferia que Tao me desse uma surra. Me escuta, Moreno, eu vou dizer como me sinto quando estou com você. — Fez uma pausa para enxugar uma lágrima. — Me sinto seguro, me sinto... amado, sinto que mudo por dentro, e sinto que o mundo não é completamente uma merda. Eu acredito que eu posso sobreviver a qualquer coisa se você estiver comigo, porque você me transforma sem pedir permissão, me faz melhor. Sim, quando eu te vejo, sinto a necessidade de ser uma versão melhor de mim mesmo. Você é como uma luz cálida que se expande por minhas veias e às vezes dói. Às vezes dói demais, Moreno, mas você nunca se apaga. Moreno, você está aqui — tocou o seu peito. — Sinto a sua falta... Eu... sinto muita falta de você me chamando de "Hippocampus". — Sua voz falhou, e ele pigarreou. — Uma vez você disse que... eu era como um cavalo marinho e sem perceber, me transformei no que você disse. E quero que você saiba que a metade dos mitos sobre esses animais é falso, porque estamos separados há muito tempo, mas só uma parte de mim parece ter morrido. Agora pega isso aqui. — Colocou as flores e a caixa aberta com o anel em minhas mãos e deu um passo atrás. — Acho que eu já te disse tudo porque eu me sinto um pouco... vazio. Então — fungou —, me desculpe por ter interrompido o seu trabalho. Tchau.

O vi aproximar-se da saída enquanto eu continuava em choque até que Luhan me deu uma cotovelada.

— Espera, Kyungsoo! — ele virou-se para me olhar. — Não vá embora assim.

— É que acho que... os gigantes da segurança não foram com a minha cara — apontou.

— Por quê você está cheio de sangue?

— Ah, isso... Aconteceu uma coisa muito ruim. Quando estávamos voltando, Lay sofreu um acidente. Um trailer o atropelou na moto e ele voou em cima de mim; foi muito... espalhafatoso. A ambulância demorou muito em chegar e quando chegamos ao hospital, Chanyeol o declarou morto. — Mordeu seu lábio inferior. — Pensei em Fei. — Disse ele. — Xiumin se desfez em pratos em frente a maca. Poderia ter sido eu porque nós estávamos bem perto um do outro. Pensei... "Não quero morrer sem que Jongin saiba...". Me desculpe.

Olhei para Luhan que imediatamente ligou para Sehun.

Meu chefe me disse para tirar o tempo preciso e andei até segurar a mão de Kyungsoo e empurrá-lo até o elevador para levá-lo até banheiro mais próximo do meu escritório.

Uma vez ali, tirei o terno e vi que ele tinha uma enorme ferida no braço, a que o tinha sujado de sangue.

— Meu Deus! Eu não posso fazer curativo nisso. Você não deveria ter saído do hospital. Por acaso você está em choque? Eu já estive em acidentes com você e sei que quando isso acontece, você tende a fazer coisas sem sentido por causa da adrenalina.

— Sim, eu quis transar quando caí, mas você não estava lá, então vim te pedir em casamento — brincou sem conseguir me fazer achar graça da situação. Então, Luhan entrou no banheiro.

— Lay está bem — informou. — Sehun disse que o declararam morto, mas ao ver que Xiumin não parava de chorar, Chanyeol continuou tentando e contra todo o prognóstico, Lay reagiu. Ele vai se recuperar. Os demais estão bem. Também disse que o Kyungsoo levou uma pancada feia e que deveria ter ficado, mas por algum motivo, saiu correndo como um louco para fora do hospital e roubou a moto do Kris...

— Kyungsoo! — o repreendi.

— Lay está bem! — me respondeu com olhos brilhantes. Luhan saiu para acalmar a desordem nos escritórios. — Graças aos deuses. Fei vai continuar crescendo com os seus dois papais. — Suspirou.

— Sim — sussurrei. — E Taeoh também. — Eu disse antes de beijá-lo.

Seis meses depois, eu estava com o meu peito nu e quase tremendo de pavor, recostado em uma maca preta.

— Faça doer — pediu Kris, recém saído de sua terapia e completamente reabilitado. Tao estava sentado em seu colo.

— Tatue o nome do D.O. — brincou Sehun antes de receber um tapinha de Luhan.

— O que ele vai fazer é quase a mesma coisa! — disse Suho que estava passando alguns dias de visita na casa de seus pais.

— Meu Deus — resmunguei segurando a mão de Baekhyun enquanto onze idiotas riam de mim.

— Não se preocupe — Lay surgiu em meu campo de visão. — Não vai doer muito. — Sorriu exibindo as suas covinhas.

— Dê um beijo de ânimo no papai — Soo aproximou Tae da minha testa. Meu filho me beijou, então Lay começou com a sua arte e entre milhares de queixas e súplicas da minha parte, ele conseguiu terminar e deixar em mim a tatuagem de um hippocampus idêntico ao de Kyungsoo.

— Eu te amo, Kim Jongin — disse o meu namorado depois de ver o resultado final.

— Eu também te amo, Hippocampus.




Fonte: ZeprimaDonuts.

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