"Não quero precisar do seu amor
Só quero me afundar nele
Isso me mata quando está longe
Oh, amor
Porque não ligo mesmo para onde você está
Eu só quero estar com você
E tirar uma casquinha
Do seu doce, por favor
Não vai vir pô-lo em mim?
Estou bem aqui, porque eu preciso
De um pouco de amor, uma simpatia"
Sugar, Maroon 5.
Fonte: Desconhecida.
E quando chegamos ao salão da festa, em um grande hotel, encontramos um inconveniente: havia pouquíssimas coisas preparadas. Os pais de Lay estavam tão acostumados a não chegar a este ponto que precisaram correr para mandar pedir comida e bebida para todos os convidados. Também não tinha mestre de cerimônia e nem música. Tudo ameaçava ser um desastre e estávamos tristes porque não era a festa que os noivos mereciam.
De jeito nenhum íamos nos conformar com isso, então Suho chamou alguns amigos da escola de arte e mandou trazer um toca-discos mixado, mas chegaria apenas dentro de vinte minutos e enquanto isso, ele se ofereceu para amenizar e deu um breve, improvisado, mas bonito discurso e fez um brinde e em seguida se encarregou de que os pais de Lay também dissessem algumas palavras para ganharmos algum tempo.
As coisas começaram a dar certo para mim quando Sehun decidiu ajudar.
— Eu estou com a minha guitarra. — exclamou. — Posso cantar para eles enquanto o aparelho não chega. Será o presente de casamento perfeito. — E sem mais, correu para pegar o instrumento.
— Mas que grande bastardo! — reclamou D.O. — Com todo o dinheiro que tem ele continua achando que o presente que os noivos vão gostar é ouvi-lo cantar! Esse tipo de gente merece mijo na cerveja...
— Irmão, cale a boca — Baekhyun o repreendeu.
— Se Sehun pegar esse microfone, isso vai se tornar um pesadelo — insistiu Kyungsoo sem receio algum. — Há mulheres adultas aqui, não é o Hard Rock Beer, e eu acho que ele vai estourar os ouvidos de todos. E meu bebê está aqui também... Esse cara não tem respeito pela vida.
— Odeio dizer isso — cedeu Baekhyun —, mas o meu irmão tem razão. Digamos que... o mundo não está preparado para tanto talento.
Olhamos para Xiumin e Lay sentados nas mesas principais, de mãos dadas e olhando Suho com um grande sorriso. Todos nós lamentos muito por eles.
— Você tem razão — concordou Key. — Admito que a nossa banda seja peculiar e que o casal de pombinhos não merece isto no dia de seu casamento. Temos que impedir que Sehun cante.
— Mas, como? — perguntou Jongin enquanto carregava o seu bebê. — Eu não gostaria que D.O. dissesse algo odioso que machuque os sentimentos dele.
— Posso nocauteá-lo — respondeu o seu namorado gesticulando o golpe de uma chave.
— Não faça isso! — o repreendeu Baekhyun. — É perigoso.
— Só para ele, mas se ele pegar o microfone, todos nós correremos perigo. — Retrucou.
Então, Sehun chegou sorrindo, carregando sua guitarra.
— Já estou aqui. Só eu tenho uma guitarra, então eu subo sozinho — disse a Key.
— Oh, sim, claro — respondeu o seu companheiro de banda. — Você já a afinou?
— Ela sempre está afinada, como a minha voz.
— É o casamento dos nossos melhores amigos, não queremos que nada dê errado, então verifique se está bem afinada e faça xixi, não sabemos quanto tempo você terá que ficar no palco.
— Eu acho que você tem razão.
— Vá aqui nesse escritório — apontou um espaço do salão onde havia um pequeno escritório com banheiro que pertencia ao administrador do hotel onde estávamos. — Prepare-se lá.
E quando entrou, dirigiu-se ao banheiro. Todos nós o encarávamos enquanto desejávamos que ele quebrasse o trinco da porta.
— Agora, vai você — disse Key a mim antes de me empurrar para dentro do escritório e trancar a porta.
— Hey, hey! O que você acha que está fazendo? — sussurrei batendo baixinho na porta. Havia uma grande brecha na porta e por ali eu podia ver todos os traidores que me jogaram na jaula com o leão.
— Ninguém pode distraí-lo mais do que você, Luhan — disse Key.
— O quê? Nããão! Keeeey!
— Todos nós estamos cooperando, irmão. Faça a sua parte.
— Ele me odeia, o que eu falo pra ele?
— Briga com ele ou qualquer coisa... Seja o que for você o fará bem — em seguida, mandou Baekhyun segurar a porta enquanto ele ia pegar a chave para se assegurar de que não íamos sair dali.
— Baek, Baek, não faça isso comigo — implorei.
— Me desculpe, Lulu, mas acho que Key tem razão. Qualquer coisa pelos noivos e porque eu preciso de um casamento feliz em minha vida.
Chen foi dizer para Suho que distraísse mais o público porque um dos amigos do noivo queria cantar e isso seria terrível, mas acho que Suho ouviu errado porque anunciou com muita alegria o presente de um grande amigo do casal e convidou o cantor para subir no palco.
— Oh, merda! — exclamou Baekhyun. — Eu não posso sair daqui, estou segurando a porta.
— E eu o bebê — desculpou-se Jongin. — Então o Kyungsoo vai — apontou.
O seu próprio namorado! Hoje, meu amigo estava traindo a todos.
— Um grande aplauso a D.O.!! — exclamou Suho, incendiando os ânimos do público.
— Mas, que demônios...! — reclamou Kyungsoo encarando o meu amigo. Jongin o empurrou.
— Vai, Kyungsoo, faça qualquer coisa. Foi você que reclamou de Sehun em primeiro lugar. — O homem emburrou, pude ver.
— Hey, irmão! — Baekhyun o chamou. — Cante algo doce, nada assim, você sabe. — Ele ergueu a mão livre em um punho e levantou seu dedo indicador e mindinho enquanto mostrava a língua como o palhaço do Kiss. Jongin fez o mesmo e Taeoh só conseguiu imitar o gesto da língua. Kyungsoo lhe mostrou o dedo do meio.
Eu o vi andar até o meio do palco e meu coração bombeava cheio de ansiedade; a cara dos noivos foi impagável ao desconcerto. Suho entregou o microfone a Kyungsoo, que levou um tempo para tirar o terno e dobrar um pouco as mangas de sua camisa branca antes de falar.
— Esta música é dedicada aos noivos — começou a dizer antes que o público o interrompesse com aplausos. O sol já havia se posto e as luzes elétricas foram acesas e o iluminaram com maestria. — Mas antes, quero esclarecer que esta é uma música que o meu irmão e meu namorado escutam o tempo todo quando eu estou por perto. Não é meu gosto musical, e sim deles.
Conhecendo Baek e Jong, eu achei que Soo começaria a cantar uma música da Adele, mas não me surpreendeu muito quando ele começou uma estrofe de um dos hits bem pegajosos de Maroon 5.
Cobri minha boca.
Santo Céu! Kyungsoo sabia cantar! Sei que eu não fui o único surpreendido nessa noite.
Jongin se transformou em um fanboy de seu namorado.
Enquanto Kyungsoo cantava o refrão, ele afrouxava sua gravata:
"Your sugar.
Yes, please.
Won't you come and put it down on me?
I'm right here, 'cause i need
Little love, a little sympathy"
Kyungsoo estava destilando um tipo de sensualidade nunca antes visto. Por um momento, esqueci o que me esperava até que Key chegou correndo para passar a chave na porta e em seguida, todos se foram dançar em frente ao palco.
— Jongin? Jongin? Você é o meu melhor amigo, me ajude — mas ele já estava bem longe dançando com Taeoh. Todas as pessoas haviam ficado de pé diante do palco dançando ao ritmo pegajoso que aquele cara tatuado cantava.
Eu comecei a esmurrar a porta.
— TRAIDORES!!!
— Luhan? — quando me virei, Sehun me olhava preocupado. — Aconteceu alguma coisa?
— O quê? Não, nada...
— O que você está fazendo aqui?
— Eu? O banheiro... — apontei como desculpa.
— Quem está cantando lá fora? — interessou-se.
— Na verdade, eu estou aqui porque precisamos conversar — me atrevi a dizer para desviar a sua atenção.
— Não tenho nada para falar com você — ele quis passar por mim, mas eu o impedi.
— Quem é Amber?
— É uma amiga — respondeu.
— É a mulher que você beijou quando nós éramos namorados?
— Sim, e sabe o quê? Eu continuo o fazendo.
— Ela é lésbica... Eu conheci Amber na outra noite. Por que você não me disse que ela não era uma amante?
Sehun bufou. — Então você já sabe? Eu teria explicado que eu não fui infiel se você tivesse perguntado antes de tatuar o seu maldito nome no meu peito, Luhan.
— Você mentiu para mim, Sehun. Eu te liguei e perguntei onde você estava, e você disse que estava em casa, mas eu estava lá, te vendo no bar.
— Eu menti pra você porque estávamos brigando muito e eu não queria que você ficasse irritado porque eu saí sem você; Amber tinha perdido uma aposta e teve que se vestir muito feminina naquela noite. Por isso eu fui lá, eu não queria perder aquilo. Eu a beijei, mas era só uma brincadeira. Nós não somos atraídos um pelo outro, e eu não queria que você se irritasse por isso.
— Oh, Santo Deus, eu fiz uma tatuagem em você por você ter beijado uma lésbica! — exclamei cobrindo minha boca. Durante muito tempo, eu quase havia odiado Sehun por ter sido infiel à mim, e recém descobria que ele era inocente. Eu me sentia muito mal. — Eu te devo desculpas por isso.
— Com certeza, porque uma desculpa fará com que a tatuagem desapareça por mágica.
— Claro que não, mas é o mínimo que eu posso fazer... Sehun, sei que não é algo que interesse a você e que a estas alturas, nada importa o que eu faço com a minha vida, mas sinto que eu devo te dizer isso. Com o passar do tempo, eu tenho aceitado muitas coisas pelas quais você se irritava e eram... muito válidas. Eu tenho tentado organizar a minha vida e esta manhã, escrevi ao pai de Jongin dizendo que eu nunca mais seria espião dele. Também visitei os meus pais e fui sincero com eles a respeito da minha orientação sexual.
— Você realmente fez isso?
— Estou sendo sincero.
— Está vendo? Não era tão difícil. Aposto que você se sente melhor agora. Não vejo porquê você demorou tanto para fazê-lo, como se você saísse perdendo alguma coisa...
— Na verdade, meu pai me bateu e depois, me expulsou de casa — admiti.
— Ele fez o quê?!
— Não importa, eu sabia que isso ia acontecer. Eu não fiz nada até ser capaz de enfrentá-lo.
Mas eu não tinha tanta certeza sobre ser capaz de enfrentar, porque em apenas falar sobre isso me fazia sentir dor, e eu não pude evitar baixar a minha cabeça para que Sehun não visse a minha tristeza.
— Luhan, os seus pais são uns completos idiotas. Nem os meus fizeram drama quando souberam que eu sou bissexual, apenas disseram: "faz o que você tiver vontade, não provoque um escândalo". Não há nada de errado em ser homossexual, você sabe disso, certo?
— Esquece. Eu só contei para você pra que você soubesse que eu estou sendo sincero a respeito das minhas desculpas sobre a tatuagem e sobre tudo o que eu te disse; inclusive às vezes em que te bati. Lamento muito que tudo entre nós dois tenha acabado assim, Sehun.
— Por que você está me dizendo isso agora?
— Porque eu não quero que a gente brigue toda vez que nos encontrarmos.
— Eu posso te perdoar por tudo, exceto por ter transado com Kris... e Lay.
— Eu não transei com o Lay! — guinchei. — Eu te falei quando você foi à minha casa, mas ao que parece você estava bêbado demais para lembrar. Sobre Kris, foi um erro, mas você e eu não estávamos mais juntos. Você não ficou com ninguém esse tempo todo?
— Fiquei. Fiquei com muitas pessoas, inclusive com outro chinês. Foi maravilhoso, eu teria pedido ele em namoro se não fosse por Xiumin ter me obrigado a voltar.
— Não vou dizer que fico feliz por você, mas vou te dizer que você pode fazer o que quiser. Eu já cumpri com a minha parte de oferecer as minhas desculpas, e você também deveria fazer o mesmo.
— Eu, por quê?
— Porque você tem me tratado péssimo, Sehun, e me acusou de querer o seu dinheiro. Eu nem sequer sabia que você era rico quando me interessei por você, e não me interessa, de fato, eu o odeio. Odeio ter descoberto que você tem dinheiro e que isso te tornou um maldito desconfiado. Eu preferiria que você fosse um morto de fome que achei que era quando gostava de mim, quando falava comigo sobre sinceridade, mas também mentia, você lembra?
— Eu queria ser sincero com você a respeito da minha família, mas toda vez que eu tentava, eu descobria mais uma mentira a seu respeito e isso me fez desconfiar. Qualquer um no meu lugar teria reagido igual, Luhan. Muitos quiseram se aproveitar de mim muitas vezes. Não é fácil.
— Entendo, mas isso não significa que eu fosse fazer o mesmo. Ouça bem, Sehun: eu nunca me interessei pelo seu dinheiro e tampouco me interessa agora. Para ser mais exato, você pode enfiar todo esse dinheiro no seu orifício anal que para mim dá no mesmo.
— Todo o meu dinheiro não caberia ali — respondeu com sinceridade. — Seria preciso muitos orifícios anais porque sou milionário.
— Agora você está exagerando — revirei os meus olhos e Sehun riu.
— Tudo bem, tudo bem, me desculpe. Já que estamos sendo sinceros, lamento todos os momentos ruins que eu fiz você passar. Prometo não te incomodar mais, está bem? — me ofereceu a sua mão.
— Tudo bem. — concordei. Quando apertamos nossas mãos olhando-nos nos olhos, juro que senti meu estômago se revirar. Sehun continuava me provocando coisas muito fortes, principalmente, quando eu o tinha tão perto assim, vestido de smoking e cheirando a perfume caro.
— Alguma vez você me amou, Luhan?
— O quê? Eu... bom, sim, Sehun. Eu estava apaixonado por você e foi muito duro te superar. — confessei. — Mas eu já o fiz. Te superei. — Me apressei em acrescentar. Minha sinceridade tinha um limite e não acho que era necessário inflar ainda mais o ego desse bobo.
— Você não vai me perguntar se eu te amei de verdade?
— Não. Não quero saber isso...
— Por quê?
— Porque se você disser que não, eu vou me sentir um idiota, então não fale.
— Mas eu te amei de verdade e senti a sua falta.
Gelei, desejando que todos esses sentimentos pudessem retornar, mas eu duvidava disso, porque já havia se passado muito tempo.
Agora, ele pensava nesse outro chinês...
— Vamos ser amigos sexuais, Luhan. Você quer? Eu gosto muito de você na cama.
— Não, não, não. Esquece! Vamos ser apenas conhecidos que se cumprimentam amigavelmente.
— Tudo bem — aceitou sem parar de me encarar.
Eu assenti uma ou duas vezes, não sei. Minha boca secou e pela primeira vez, decidi me arriscar de verdade, como Jongin, e me joguei em cima de Sehun e o beijei apesar de que eu havia dito não querer ficar com ele desse jeito.
Sehun me recebeu com vontade e me apertou contra si mesmo sem afastar a sua boca da minha. Demos alguns passos e eu acabei pressionado contra a parede. Arquejei quando a sua língua deslizou por meu pescoço e eu me agarrei às suas costas.
— A verdade, é que não existe ninguém mais bonito do que você — disse Sehun. — Estando ou não apaixonados, eu sempre vou querer transar com você.
Oh, céus, esse era o Sehun por quem eu havia me apaixonado: o bruto que em nosso primeiro encontro, me propôs ir para a sua casa para não fodermos sobre uma moto; o cara rude e sensual que me olhava como se eu fosse uma pequena presa e me incitava a ser um garoto mal.
Gemi o seu nome sem conseguir me conter e quando eu começava a sentir a minha ereção contra a sua, a parede se moveu às minhas costas.
— Ops! Me desculpe — Key se desculpou quando abriu a porta.
Eu não tinha percebido que Kyungsoo tinha parado de cantar. O bobo do Key me deu as chaves e desapareceu; e eu vi a minha oportunidade de fugir antes de ser tomado e cegado pelos meus hormônios.
O fato de eu ter me desculpado com Sehun não significava que íamos voltar, nem sequer porque ainda flutuávamos em tensão sexual toda vez que nos roçávamos. Eu teria que ser muito forte se eu não quisesse começar uma relação tormentosa como a que Baekhyun e Chanyeol tiveram.
Eu não podia mentir para mim mesmo. Apesar do tempo, eu continuava sentindo coisas por Sehun. Se eu me envolvesse em uma relação puramente sexual, eu sairia ferido quando visse-o com outra pessoa, ou quando depois do sexo ele não me desse um abraço, ou quando me dissesse que ia ser namorado desse outro chinês.
Não. Eu não podia me expor a esse tipo de relacionamento porque eu sabia que era demais para suportar. No entanto, eu ficava feliz por ter esclarecido a situação com Sehun e que nós não guardávamos mais rancor um do outro.
As coisas resultaram muito melhor do que eu tinha imaginado quando Key me trancou ali dentro.
Fonte: Google.