Filhos da Tormenta - Aquele V...

By ThallesCavalcanti

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Uma ilha paradisíaca. Uma maratona de festas. A nata da nata ao redor do globo se reúne, durante um mês intei... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Beach Party
Capítulo 10
Festival of Colors
Capítulo 12
Fairytale
O Primeiro Ritual
Neon Party (Parte I)
Neon Party (Parte II)
Capítulo 17
Drink Party
Capítulo 19
O Segundo Ritual
Wonderland
Capítulo 22
White Party
Capítulo 24
Neverland
Pleasure Party
O Terceiro Ritual
Capítulo 28
Capítulo 30
Firework Party
Capítulo 32
Glossário

Capítulo 29

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By ThallesCavalcanti

CLAREIRA – 13 horas e 16 minutos.

Eu finalmente podia encarar o inimigo de frente. Eu estava explodindo de ódio e embora ódio cego pudesse ser prejudicial em uma luta, naquele momento só me tornava ainda mais nocivo.

Eu vi Klaus e Mateus correrem até Pietro e assim que eles o tocaram, os três sumiram. Atrás de mim, Carlos e Alice também se foram. Eu comecei usando o meu melhor. Cerquei todo o lugar com fogo, fazendo com que as chamas atingissem cerca de dois metros de altura. Sem mágica, ninguém entrava e ninguém saia.

– Tentando nos transformar em churrasco? – Geovana perguntou em uma risada psicopata.

– Só te dando um gostinho do que te espera. – Eu respondi.

Eram dois contra um. Embora Polidoro não parecesse querer interferir, eu deveria estar preparado para tudo. Desde o aviso de Katharine, carregava comigo a adaga que anos atrás derrotou Polidoro. Ela estava presa em um suporte, na parte de dentro da minha coxa. Não me abaixei para pegá-la, usei magia para trazê-la a uma das minhas mãos e na outra conjurei uma espada de luz.

Polidoro permaneceu impassível, como se nada estivesse acontecendo. Geovana, por outro lado, sorria diabolicamente. Seu exército de monstros correu em direção a mim e aos outros que ficaram. Eu corri entre eles, derrubando todos os que entravam em meu caminho. O objetivo era chegar aos "generais".

– Os desviem. – Eu ouvi Andrew gritar para os outros. – Precisamos abrir espaço para o Theo.

Dez segundos depois eu a alcancei.

– Vadia! – Eu disse enquanto tentava desferir um golpe com a espada.

– Muito lento. – Ela respondeu desviando e se colocando em minhas costas.

Eu usei o cotovelo para acertá-la e consegui com sucesso acertar a boca do seu estomago.

– Magia não é tudo! – Eu disse me virando para encará-la.

– Magia é poder! – Ela respondeu segundos antes de raízes, ou caules, não sei ao certo, agarrarem meus pés. Eles cresceram através do meu corpo em uma velocidade assustadora, e começaram a me apertar.

– Isso é o seu melhor? – Eu incinerei todo o meu corpo, queimando a planta no processo.

– Belo abdômen! – Ela disse irônica, quando uma grande parte do meu corpo ficou exposta depois de minhas roupas queimarem.

Voltei a tentar acertar golpes nela, as ela tinha uma velocidade tão absurdamente assustadora quanto a minha. Consegui acertar alguns socos, nenhum golpe de espada e a cada soco que eu dava, ela conseguia me acertar pelo menos um de volta.

– Já cansou? – Ela me perguntou quando tomei distancia.

Corri em sua direção. Ela não se moveu até que eu estivesse muito perto.

– Errou. – Ela gargalhou.

– Olha para baixo, querida. – Eu respondi, enquanto mãos a puxavam para dentro da terra. Uma vez que apenas pescoço e cabeça ficaram fora da terra, com toda a minha força eu acertei um chute direto no rosto dela.

– MEU NARIZ! – Ela gritou, enquanto uma cascata de sangue jorrava dele.

– Dava para notar a plástica. – Eu dei de ombros.

Em segundos ela estava atrás de mim. Eu havia me distraído e paguei com uma queimadura enorme nas costas, causado por um ataque de fogo muito próximo.

– Vadia! – Eu gritei com a dor, caindo de joelhos e precisando largar a espada de modo que pudesse usar o auxilio de uma das mãos para me apoiar e recebendo em seguida um chute no rosto.

– Tem algo escorrendo do seu nariz. – Ela disse sínica.

PRAIA – 13 horas e 22 minutos.

A luta estava equilibrada. De uma forma estranha os estilos de lutas tão distintos entre os dois, parecia dar certo.

– Esse cara não cansa? – Mateus perguntou já começando a ficar ofegante.

– Nã.. – Klaus tentou responder antes de ser acertado.

Mateus conseguiu revidar, acertando um soco com a mesma força que ele usara para transformar as árvores em migalhas, lançando para longe o demônio.

– Obrigado. – Klaus agradeceu, pegando na mão de Mateus para se levantar – Precisamos tornar o corpo do Pietro inabitável.

Basileu voltou em alta velocidade, e por muito pouco os dois foram capazes de desviar. Klaus lutava com uma espada em uma mão e uma bola de energia pura na outra. Enquanto Mateus destruía o corpo, Klaus enfraquecia o parasita que estava possuindo meu irmão.

Mateus conseguia acertar muitos golpes, sua velocidade e força era assustadores. Klaus, entretanto era quem conseguia causar maior dano, uma vez que seus ataques eficazes eram poucos, mas precisos, diferente dos do Mateus que podiam ser muitos, porém brutos e desajeitados.

Basileu se recuperava rápido, provavelmente era mais forte que Polidoro. Eles eram maiores em número, mas muito menor em força... Se quisessem vencer, precisariam usar a cabeça. O demônio aumentou sua velocidade, de forma que conseguiu acertar cinco golpes seguidos em Mateus, tão fortes em intensidade, quanto o que ele havia recebido.

HOTEL – 13 horas e 35 minutos.

– Você verificou as piscinas? – Alice perguntou ao Carlos.

– Chequei as piscinas, as saunas e todos os banheiros. – Ele respondeu – Já estão todos em seus quartos.

– E os empregados? – Ela perguntou.

– Fora de perigo. – Ele respondeu – Mantive a maioria onde estavam, mas precisei desligar os fogões na cozinha... Estão todos seguros.

– Segura as minhas mãos. – Ela disse.

– O quê? – Ele pareceu surpreso.

– É mais fácil para construir a barreira. – Ela respondeu irritada – Segura logo!

Ele fez o que ela mandou, Alice sabia ser tão mandona quanto eu quando queria. Ela logo fechou os olhos, ele levou dois segundo a mais a encarando. Uma vez que os dois se concentraram o feitiço foi simples de ser feito. Eles criaram uma barreira invisível, com dupla proteção. Ninguém podia entrar ou sair e qualquer um que tentasse era automaticamente incinerado.

– Seguro o suficiente? – Carlos perguntou ofegante.

– Acho que sim! – Ela respondeu também cansada. – Temos muito mais energia que antes, e usamos uma parcela assustadora dela...

– Vamos... – Ele disse passando seu braço na cintura dela, e o braço dela em seus ombros de modo que ela pudesse se apoiar – Eu levo a gente para mansão, Lady e Beethoven já devem ter chegado lá.

CLAREIRA – 13 horas e 42 minutos.

Emma e Cassidy tinham perfeita sincronia de luta, diferente de Javier e Andrew. Eles ainda contavam coma ajuda de sete dos nove animais que sempre nos acompanharam, mas o seu número de inimigos era enorme, de modo que mesmo eles sendo muitos, quase eram insuficientes.

Eles conseguiam aniquilar muito deles com facilidade. Não eram necessários feitiços poderosos demais, principalmente partindo do principio de que sua força estava assustadoramente maior.

– Eles não param de aparecer! – Cassidy gritou – São piores que baratas!

– MORRAM DESGRAÇADOS! – Andrew gritava em completo frenesi, como quem se divertia com aquilo. – MORRAM!

– Esse menino é um psicopata! – Javier gargalhou.

– Falem menos e matem mais! – Emma aconselhou – Precisamos achar logo os originais, eles estão se multiplicando rápido demais.

Cassidy ia retrucá-la quando algo pulou em suas costas. Chuck, que estava mais perto, pulou sobre a criatura e rasgou o que era seu provável pescoço.

– Obrigado, gatinho. – Ela agradeceu se levantando.

Chuck rugiu para algumas das criaturas e uma boa parcela delas voou para a barreira de fogo e se desfez.

MANSÃO – 13 horas e 58 minutos.

– Onde esse velho se enfiou? – Alice perguntou.

– Ele não está no andar de cima. – Carlos avisou.

– Nem no térreo. – Ela disse – Os empregados estão todos apagados e nem sinal dele.

– Você olhou lá fora? – Ele perguntou.

– Com todas aquelas criaturas cercando a casa? – Ela respondeu. – Lady e Beethoven quase não estão dando conta, não dá para sair agora e precisamos ser rápidos, eles vão precisar de ajuda.

– Talvez ele esteja lá em baixo! – Ele disse – Não custa nada olhar.

Eles precisavam poupar tempo e se teletransportar para o local aonde outrora havia sido a uma das festas, era a forma mais rápida de chegar lá.

– Luz! – Carlos ordenou em meio ao breu e pequenas faíscas de luz começaram surgir no lugar.

Na penumbra o lugar não aprecia o mesmo. Com as luzes apagadas, os espelhos cobertos e sem um bar funcionando, o lugar era horripilando, grande, silencioso e vazio demais.

– Ali! – Alice apontou – Tem algo se mexendo no chão.

– É ele... – Carlos disse.

Eles foram em direção ao homem, que agonizava no chão.

– Quem fez isso? – Alice perguntou para si mesma.

– Provavelmente o novo demônio da trupe. – Carlos observou.

– Mas Peter é imortal! – Ela insistiu.

– Se ninguém matá-lo, ele vive para sempre. – Carlos explicou – E para alguém tão forte pode ser derrotado, Basileu vai dar a Mateus e Klaus muitos problemas.

– Eu vou te curar, Peter. – Ela anunciou, tentando não pensar nas possibilidades.

Ele tinha o corpo todo arranhado por de baixo das vestes rasgadas. Seu olhas era vago, seus lábios sangravam e por todo o corpo havia hematomas roxo. Alice colocou suas mãos sobre o seu corpo, mas teve que ir mais devagar que o habitual, para não usar energia demais e acabar estragando as coisas.

Carlos ficou ao seu lado, observando-a concentrada. Suor escorria de sua testa, enquanto mechas do seu cabelo lhe caiam sobre o rosto.

– Eu te amo. – Ele disse sem pensar, hipnotizado demais pela beleza dela.

– O quê? – Ela perguntou, enquanto olhava para ele pela primeira vez naquele dia.

– Eu te amo, Alice. – Ele repetiu – Eu sei que não é o melhor momento...

– Exato, é o pior! – Ela respondeu voltando a se concentrar.

– Eu só queria que você soubesse. – Ele sorriu.

– Agora eu sei. – Ela respondeu irritada – Agora você pode calar a boca?

– Eu calo. – Ele respondeu – Mas só se você me der uma chance.

– Você é meu amigo! – Ela respondeu parando o feitiço.

– Não para... – Carlos a avisou – E eu quero ser mais que seu amigo, eu quero ser o príncipe que você merece... E química a gente já sabe que tem... O que nos impede?

– Sei lá... – Ela deu de ombros – Você é diferente dos babacas com que estou acostumada.

– Me da uma chance. – Ele insistiu.

– Se você calar a boca e sobrevivermos a tudo isso... – Ela respondeu – Eu prometo te dar uma chance.

– Agora vai logo com isso. – Ele sorriu – Precisamos voltar para os outros.

– Eu odeio mandões. – Ela respondeu com um sorriso.

– Que irônico você ser a melhor amiga do Theo. – Ele disse sorrindo

PRAIA – 14 horas e 13 minutos.

Eles estavam perdendo. Basileu era sem dúvida alguma mais forte que Polidoro, sendo que em um corpo extremamente limitado ele era capaz de virar a luta.

Klaus já estava coberto de sangue, arranhões e hematomas e Mateus não estava melhor que ele. Eles não conseguiam mais acertar qualquer golpe e até desviar estava começando a ficar difícil. Eles tentaram de tudo, mas depois de tanto tempo lutando, o corpo de ambos comaçava a se esgotar.

– Morre! – Foi o que Basilei gritou segundos antes da cotovelada que ele acertou na nuca de Klaus, que caiu no chão sem qualquer sinal de consciência.

– É uma pena eliminar a concorrência quando o interesse em comum de vocês dois vai desaparecer em algumas horas. – Basileu gargalhou.

– Eu vou te destruir! – Mateus disse irritado.

Tirando força, sei lá de onde, ele conseguiu mais uma vez igualar sua velocidade a do inimigo. Ele começou a ser capaz de se defender, mas seus ataques agora eram ainda mais inúteis.

– Você não pode me destruir! – Basileu gritou antes de conseguir começar uma série de golpes. Ele socou seu estomago e cada um dos lados de seu rosto, agarrou-lhe em seus braços e se teleportou para cinco metros acima, virando de cabeça para baixo e caindo junto com Mateus. O estrago no corpo de Pierre era muito menor que em Mateus, que aquela altura funcionava semiconsciente. Basileu sentou-se em seu colo e começou a disparar uma quantidade extrema de poderosos socos. A intenção dele era matá-lo a socos e pontapés.

CLAREIRA – 14 horas e 20 minutos.

Mesmo focado na luta eu pude notar que os outros estavam cercados pelo exercito de criaturas. Na praia, Mateus estava apanhando, enquanto Klaus estava inconsciente e Alice estava levando mais tempo que o habitual para curar Peter, mesmo que a metade de sua energia atual fosse ainda maior que a sua total antes da união do circulo.

A situação era no mínimo caótica, mas eu ainda tinha esperanças de que assim que Peter tivesse curado, conseguiríamos a vantagem de volta. O problema todo foi a explosão. Houve um estrondo ensurdecedor que fez toda a ilha tremer, segundos depois, uma densa fumaça negra preenchia o céu no norte da ilha.

– Isso foi uma explosão? – Eu perguntei desacreditado.

– Quando você morrer vou construir algo que seja mais a minha cara. – Geovana anunciou.

Minha conexão com Carlos e Alice havia sido cortada. Eu não conseguia alcançar suas mentes. Apaguei a barreira de fogo que nos cercava e corri em direção a mansão. Estavam todos correndo risco de vida e pelo que eu entendi, acabava de perder dois dos meus amigos. Perder a razão e o juízo foi muito fácil e foi usando da minha fraqueza que Geovana virou o jogo. Eu me soquei, em alta velocidade com alguma espécie de parede invisível, que me jogou em cheio na direção oposta.

– Eu não já te disse para olhar por onde anda? – Ela debochou.

– Eu vou te destruir! – Eu gritei em desespero.

– Não vai, não! – Ela respondeu enquanto eu sentia meu corpo paralisar – Eu tenho magia negra do meu lado, já matei tantas pessoas que nem posso contar. Eu tenho demônios também – Ela continuou enquanto se aproximava – E eu vou te matar! – Ela anunciou, conjurando uma adaga em sua mão.

Foi quando algo a jogou longe. Em um segundo eu estava paralisado e com ela sobre mim e no segundo seguinte eu estava livre e ela havia sido jogada para longe.

– Desculpe, meu doce... – Polidoro anunciou – Não posso deixar que você mate ele.

– O que você quer, cachorro? – Eu perguntei irritado.

– Te ajudar. – Ele deu de ombros.

Geovana fazia sinal de se levantar.

– Fica paradinha aí! – Polidoro ordenou, imobilizando-a.

– E como você pretende fazer isso? – Eu perguntei transbordando ódio – Tudo que vem de você tem um preço.

– Você me conhece bem... – Ele gargalhou – Me dê seu corpo e eu me vingo de todos eles por você!

– E como eu me vingaria de você? – Eu perguntei irritado – Você nunca vai ter meu corpo, Polidoro.

– Você é só um moleque! – Ele gritou com sua voz original, demoníaca demais para ser explicada. – Seu corpo vai ser meu!!! – Ele terminou, colocando ambas as mãos ao redor do meu pescoço.

– Não ouse! – Eu gritei tarde demais.

Polidoro entrou na minha cabeça. Era difícil expulsá-lo, uma vez que a raiva me consumia. Ele ficava passando um filme sobre os piores momentos da minha vida. A dor era lacerante e meus olhos não conseguiam conter as lágrimas.

– SAÍ DAÍ! – Eu gritei.

Ele mudou para as situações em que eu não tive escrúpulos. Todas as vezes em que fui um completo idiota com qualquer pessoa que me amasse, finalizando com a imagem do coração de Klaus em minha mão.

– Você é como eu, Theo! – Ele gritou. – Você é feito de trevas.

– Eu não sou igual você, cachorrinho! – Eu gritei de volta, enquanto sentia minha cabeça latejar. – Eu não sou servo de ninguém!

Ele estava me convencendo. Eu queria vingança e eu sabia que não conseguiria sozinho. Vendo tudo que Geovana havia feito comigo e com a minha família, era difícil não querer que Polidoro a transformasse em pó.

– SAI DA MINHA CABEÇA. – Eu gritei uma última vez, usando a adaga em minhas mãos para cortá-lo.

– Maldito! – Ele gritou – Olha o que você fez!

Uma sombra nos cobriu e de imediato olhei para cima. Contra a luz havia um par de asas negras, que sustentavam a criatura mais linda que eu já havia visto.

– O passarinho desceu da gaiola? – Polidoro perguntou irônico.

– Deixe ele em paz, cachorro! – Ela ordenou. – Sua luta é comigo agora.

– Opções para o jantar: Passarinho frito ou assado? – Ele disse debochado.

– Segura, Kath! – Eu gritei lhe jogando a adaga.

A luta entre os dois era diferente das outras. Eu não conseguia enxergar absolutamente nada, além de constantes clarões. Eles estavam aparentemente dez metros acima de nós e era possível ouvir um barulho ensurdecedor de duas coisas se chocando.

– Livre de novo. – Geovana anunciou enquanto levantava e batia a poeira da roupa.

CLAREIRA – 14 horas e 24 minutos.

– Chegaram os reforços! – Alice anúncio quando apareceu no meio da multidão de monstros.

– Vocês estão vivos! – Cassidy gritou e pulou no pescoço dela, sem se importar com toda a luta ao seu redor.

– Ficamos completamente sem energia depois que nos defendemos da explosão. – Carlos explicou – Os escombros nos soterraram, Alice precisou manter a barreira sozinha até eu e Peter juntássemos energia para nos tirar de lá. Precisamos cortar a ligação. A boa noticia é que os monstros de lá se foram...

– E quase levaram Lady e Beethoven no processo – Alice disse – Forçamos eles a voltarem para os nossos pescoços.

Eu fiz questão de enviar uma bola de fogo até Alice, da qual, sem o menor problema, ela se livrou dela.

Nunca mais me faça pensar que você morreu! – Eu avisei dentro da cabeça dela.

Promessa de dedinho. – Ela respondeu.

A luta virou. Estranhamente, quanto mais pertos uns dos outros, maior era o nosso poder e conseguíamos nos recuperar mais rápido. Provavelmente outro efeito do círculo.

Os feitiços ficaram muito mais interessantes. Com proporções enormes, eles conseguiram atacar mais de dez monstros por vez, não dando tempo que eles se multiplicassem ainda mais. Peter apesar da idade também conseguia fazer um estrago bizarro. Em um seus ataques, apenas com um soco que não atingiu a criatura bestial, ele abriu uma cratera no chão. Carlos foi o que conjurou a espada. Uma vez que as copias foram destruídas, ele matou os originais.

– Você está ficando sem exército. – Eu provoquei.

– E você sem namorados. – Ela respondeu irritada.

Ela assumiu posição de ataque, mas algo caiu do céu, fazendo um novo estrondo e levantando uma nuvem de poeira. Mais uma vez naquele dia o vento soprou forte e eu sabia que isso era coisa da Cassidy. Conforme a poeira abaixou, eu conseguia enxergar, a real forma de Polidoro, que com a adaga enfiada no peito jazia no chão.

Katharine desceu e se colocou a minha frente. Ela respirava calmamente, tinha o olhar terno e não mostrava qualquer sinal de cansaço.

– Você consegue. – Ela me disse sorrindo.

– Obrigado, Kath. – Eu respondi antes que ela levantasse voo novamente.

PRAIA – 14 horas e 41 minutos.

– Chega de te bater. – Basileu disse ofegante a um Mateus com rosto deformado. – Vou quebrar o pescoço daquele ali e já volto.

Basileu caminhou em direção ao Klaus. Ele foi devagar, como quem não tinha pressa de nada.

– Para. – Mateus disse em um som inaudível.

Quando finalmente alcançou Klaus, Basileu colocou um de seus pés sobre o pescoço dele.

– Para. – Mateus disse mais alto.

– O quê? – Basileu gargalhou – Não consigo te ouvir.

Ele nunca chegou a pisar no pescoço de Klaus. De alguma forma, Mateus obteve energia. Ele se levantou e correu até ele. Seus olhos estavam brancos e ele não tinha mais consciência. Deu uma cambalhota nas costas do demônio e no momento em que suas mãos tocaram a camisa no corpo de Pietro, ele segurou e, com uma força ainda mais descomunal que antes, lançou o demônio longe ao firmar seus pés no chão.

– Acorda! – Ele ordenou em uma voz estranha a Klaus. Este recebeu algum tipo de "recarga" do Mateus e conseguiu, com muita dificuldade se levantar. – Eu vou destruir aquele corpo, esteja preparado para tirá-lo de lá.

Em sua insanidade, Mateus cumpriu a promessa. Ele quebrou ossos da perna, braço e algumas costelas. Klaus conseguiu realizar o feitiço de exorcismo muito parecido com o que usei em Polidoro, apenas um pouco mais forte.

– NÃÃÃO! – O demônio gritou – VOCÊS VÃO ME PAGAR! VOCÊS VÃO ME PAGAR! – E então ele desapareceu.

– Preciso curar Pietro. – Klaus disse em uma voz fraca.

Poupe sua energia. – Eu disse em sua mente – Ele está morto.

Eu tenho que tentar! – Ele me respondeu.

Ele estava possuído há muito tempo, Klaus. – Eu o tentei fazer entender – Ele nunca teria sobrevivido... Foi dele que Katharine falou. Em todas as linhas do tempo, eu perderia alguém. Eu considerei Alice depois da explosão, mas era dele que Katharine estava falando.

Eu... Eu... – Ele tentou dizer em meio ao desespero.

Você nos salvou. – Eu expliquei – Use sua energia para trazer o corpo e Mateus de volta... Vocês dois precisam de cuidado e meu irmão merece um enterro.

Klaus permaneceu sentado, chorando sobre o corpo de meu irmão. Eu queria ir até lá, mas primeiro tinha que derrotar Geovana.

CLAREIRA– 15 horas.

De longe eu notei que Klaus finalmente se juntou aos outros. Eles rapidamente receberam os cuidados necessários e eu pude me focar apenas na luta.

– Você está oficialmente sozinha. – Eu anunciei.

– Eu ainda posso te vencer. – Ela disse sem confiança.

– Pode mesmo? – Eu perguntei, antes de me teleportar para trás dela e acertar sua nuca.

– Pivete. – Ela gritou em um ataque furioso demais para conseguir em acertar.

– Piranha. – Eu respondi lançando–lhe laminas de ar.

Ela gritou de dor, mas sem ter tempo para pensar, começou a afundar na terra uma segunda vez.

– Você é velha. – Eu disse, usando todo meu poder para imobilizá–la. – E não pode me vencer! Eu sou um Salvattori, o último que restou.

– Você vai engolir cada palavra da sua soberba, seu merda! – Ela me respondeu.

Eu liberei por todo o meu corpo uma explosão de energia. Comecei a formar no céu a tempestade mais negra que meu poder foi capaz de criar. O vento era assustadoramente forte e a chuva pesada demais. O chão parecia tremer e voltei a colocar fogo em ambos os meus braços.

Então eu fechei a garganta da mulher e caminhei devagar até ela. Me agachei e olhei para aqueles olhos que costumavam ser frios, mas só demonstravam medo.

– Morrer não é um bom castigo. – Eu sorri pegando a adaga e apagando o fogo que queimava em meu braço direito. Ela notou a minha intenção.

Cortei meu pulso e coloquei a boca dela no rasgo. Eu conseguia sentir uma quantidade enorme de sangue jorrando por ali. Eu segurei sua cabeça e sem conseguir se mover ou respirar, ela não teve escolha a não ser engolir. Eu comecei a ficar tonto com a perda de sangue, mas só quando eu me dei por satisfeito, fechei o rasgo e me levantei. Foram questão de segundos até ela gritar em agonia.

– Obrigado por me ensinar sobre a maldição do meu sangue. – Eu disse a ela – Agora que eu tirei todos os seus poderes, você é inútil e completamente irrelevante, humana.

– Me tira daqui! – Ela gritava em desespero – Eu vou te matar! Você não tinha esse direito! Não tinha!

Eu puxei-a pelo cabelo e a tirei do buraco. Ela parecia em estado de choque ou algo do tipo. Seu corpo tremia, seu olhar ficou vago.

– Não podia... Não podia... – Ela repetia em frenesi.

Tudo que me lembro é de sua cabeça voar para o extremo lado oposto, transformando seu pescoço em um chafariz de sangue.

– A vadia merecia pagar com a vida. – Basileu deu de ombros.

– O que você quer? – Eu perguntei irritado.

– Fazer vocês pagarem! – Ele disse em um sorriso – O Polidoro não é nada comparado a mim e de hoje em diante, você é meu inimigo NÚMERO UM. – Ele gritou as últimas palavras em fúria.

– Eu não tenho medo de você. – Eu respondi.

– Pois deveria! – Ele rosnou – Espero que vocês saibam nadar.

Então ele socou o chão, sem qualquer aparente efeito.

– Conheçam o verdadeiro poder de um demônio. – Ele respondeu se desfazendo no ar. – Até, espero eu, nunca mais. – Sua voz disse, depois que ele se foi.

– Patrão? – Peter me chamou.

– O que houve, agora? – Eu perguntei esgotado e irritado.

– Nas quatro direções... – Ele começou – Existem ondas de vinte metros vindo em direção a ilha.

– Quanto tempo nós temos? – Eu perguntei apavorado.

– Quatro minutos. – Ele respondeu.

– Quatro minutos? – Alice berrou.

– Na verdade, três... – Ele se corrigiu.

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