Filhos da Tormenta - Aquele V...

By ThallesCavalcanti

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Uma ilha paradisíaca. Uma maratona de festas. A nata da nata ao redor do globo se reúne, durante um mês intei... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Beach Party
Capítulo 10
Festival of Colors
Capítulo 12
Fairytale
O Primeiro Ritual
Neon Party (Parte I)
Neon Party (Parte II)
Capítulo 17
Drink Party
Capítulo 19
O Segundo Ritual
Wonderland
Capítulo 22
White Party
Capítulo 24
Neverland
Pleasure Party
O Terceiro Ritual
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Firework Party
Capítulo 32
Glossário

Capítulo 4

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By ThallesCavalcanti


Eu ainda não era capaz de acreditar que tinha decidido, por mim mesmo, ir atrás do Mateus. Eu estava parado em frente à porta de seu apartamento quando me dei conta de que não fazia o menor sentido eu ter decidido ir ali. Era verdade que Mateus era muito bonito e irresistivelmente sexy, mas a maioria dos caras com quem eu transava eram assim. Talvez fosse o fator magia e a curiosidade que isso despertava em mim... Talvez fosse minha intuição gritando que ele seria importante.

Continuei absorto em meus pensamentos por mais alguns minutos antes de finalmente decidir bater na porta. Levou algum tempo até que houvesse sinal de vida no apartamento e quando finalmente ouvi a tranca se abrindo me endireitei e tentei parecer mais entediado e menos tenso do que realmente estava.

– Você! – Ele disse ao abrir a porta, claramente surpreso em me ver ali.

– Eu... – Tentei soar casual, sem saber exatamente o que deveria dizer.

– Eu não esperava ter ver aqui... – Ele continuou, parado como um dois de paus diante de mim.

– Não vai me convidar pra entrar? – Eu perguntei no meu típico mau humor.

– Claro! – Ele abriu passagem.

– Bom dia... Eu acho. – Disse entrando no apartamento enquanto a porta se fechava atrás de mim.

O lugar era no mínimo tenebroso. Não bastasse estarmos no subúrbio, o apartamento era pequeno e muito abafado. Completamente mal decorado, parecia não ter mais de dois cômodos. Se ele era um bruxo poderoso aquele era o melhor disfarce, porque nem em mil anos um bruxo precisaria se sujeitar aquela vida contra sua própria vontade.

– Eu passei na cafeteria a caminho daqui. – Eu disse enquanto analisava o ambiente. – Não sabia o que trazer, então te trouxe um cappuccino.

– Sem querer sem rude, mas... O que você está fazendo aqui!? – Ele perguntou após alguns segundos.

– Comece bebendo seu café. – Eu respondi mandão – Temos muito que conversar.

– Eu tenho que trabalhar. – Ele soava cansado.

– Você está mentindo. – Eu achei graça, notando que minha intuição estava intacta – E não tente mentir para mim de novo, eu sempre vou saber que você mentiu.

– Ótimo! – Ele respondeu irritado enquanto pegava um dos copos de café.

– Eu só quero conversar. – Eu tentei forçar alguma gentileza – O que de tão ruim tem nisso?

– O que tem nessa coisa?– Ele me perguntou com cara de nojo quando provou o café.

– Desculpa! – Eu achei graça, pegandoa o copo da mão dele e lhe entregando o outro – Esse deve ser o meu café... Gosto de por um pouco de vodka nele... Para começar bem o dia.

– O que você quer conversar? – Ele disse sério, indo direto ao assunto.

– Magia. – Eu respondi dando de ombros. – O que mais teríamos pra conversar?

– Você não veio me matar? – Ele parecia surpreso.

– Se eu tivesse vindo te matar você já estaria morto. – Eu disse sério – Eu quero saber qual sua resposta sobre ser ou não parte do nosso mundo.

– Você não acha que é muita coisa pra processar em tão pouco tempo? – Ele perguntou irritado.

– Não... – Eu dei de ombros – Eu nasci bruxo, lembra? E não acredito nisso de empatia.

Ele ficou em silêncio, me encarando pensativo e eu deixei que o desconforto se mantivesse por um tempo, mas logo me cansei de toda aquela espera.

– Tudo bem! – Eu disse tentando parecer animado. – Acho que está na hora de você provar magia e aqui é o lugar perfeito. – Eu respondi olhando a pequena quitinete com pouca mobilha e de um terrível mau gosto – E a propósito, como você pode viver num lugar assim!?

– É o meu lar e eu adoraria que você não o insultasse. – Ele me disse ranzinza.

– Ele é pequeno, mal decorado, fedido e tem três cômodos. – Eu ri – Ele pede para ser insultado.

– Vamos andar logo com isso!? – Ele pediu agitado – A cada minuto que passa tenho mais vontade de te socar.

– É um dos meus muitos dons. Se acostume... – Eu ri – Mas tuuudo bem! – Eu continuei – Lição básica sobre magia: você não precisa realmente falar ou fazer feitiços para realizar magia, existe a forma mais simples e pura, basta focalizar sua energia em algo e ordenar ao universo que se dobre a sua vontade e isso irá acontecer.

– Só isso!? – Ele debochou – Acho que estou prestes a te provar que não sou bruxo.

– E o que vossa excelência senhor expert em magia vai fazer? – Eu debochei.

– Que tal trocar a cor do sofá? – Ele deu de ombros.

– Acho que serve... – Eu respondi entediado – Agora tente.

Por alguns segundos ele olhou fixamente para o sofá bege manchado enquanto seu rosto se preenchia por uma expressão de concentração. Eu segurei o riso ao ver que uma magia idiota como aquela poderia ser um grande desafio para um iniciante. E foi quando eu estava prestes a pará-lo que o sofá mudou sua coloração para um roxo desbotado.

– Sério? – Eu gargalhei ao olhar a feição assustada dele – Roxo?

– Você fez isso, não foi!? – Ele disse partindo para cima de mim.

– Não. – Eu respondi – Eu teria incinerado o sofá e não mudado a cor dele.

– Ai meu Deus! – Ele deixou escapar enquanto parava se jogava no sofá roxo – Eu sou um bruxo!

– Sangue-puro! – Eu respondi – 100% bruxo! Como foi realizar mágica consciente pela primeira vez?

– Estranho! – Ele respondeu com ar de fascinação – Era como se toda a energia do meu corpo estivesse direcionada para a cor do sofá!

– E por que você escolheu roxo? – Eu perguntei realmente curioso – Seu sofá feio, está horroroso agora. Vou ter que te ensinar até a ter bom gosto?

– Na verdade, eu tinha escolhido preto. – Ele disse sem graça.

– Erro de principiante. – Eu dei de ombros – Nada que treino não arrume. Provavelmente você se desconcentrou, com o tempo fica mais fácil.

– A propósito – Ele começou – Não sei se bati a cabeça com muita força ou se foi a falta de ar, mas podia jurar ter visto um leão branco na sua sala ontem. Que magia era aquela?

– Esse é o Chuck... – Eu mostrei meu colar – Meu animal de estimação... Mágico.

– Seu, o quê? – Ele perguntou desnorteado.

– Eles são muito raros, Mateus. – Eu respondi a ele – São animais dotados de magia, no geral eles procuram um bruxo e o escolhem como dono. Chuck é um deles.

– Você tá me dizendo que tem um leão!? – Ele gargalhou.

– Mais ou menos isso. – Eu respondi – Ele não pode realizar feitiços como nós, mas pode me emprestar seu poder, quando está na forma de colar, pelo menos.

– Estão ele tem duas formas? – Ele perguntou.

– Quatro – Eu respondi – Se lembra do gato estranho, ontem no meu colo, na praia?

– Vagamente... – Ele respondeu.

– Eventualmente você vai ver do que ele é capaz, o importante é saber que a ligação entre nós dois é muito forte. Ele consegue entender o que eu sinto ou ler o que eu penso e o mesmo vale para mim em relação a ele.

– Como consigo um desses? – Ele perguntou.

– Simplesmente acontece... – Dei de ombros – Eu conheci Chuck na Suíça.

– E os outros? – Ele perguntou.

– Todos tem um... Foram encontrados em épocas e lugares diferentes ao redor do mundo... Magia costuma atrair magia.

– Há alguma coisa mágica ao meu redor que eu não saiba? – Ele me perguntou.

– Não que eu esteja consciente.

– Entendi... – Ele pareceu decepcionado.

– Algo mais que você queira saber? – Eu perguntei.

– Tem uma coisa que me deixou realmente curioso ontem... – Ele disse pensativo – Não ouvi nada sobre um selo de luz e um de trevas.

– Isso não é um desenho animado. – Eu respondi irritado – O mundo é mais complexo que bem e mal ou luz e trevas. Todos temos as duas coisas dentro de nós, Mateus. É uma magia complicada, com a qual eu mesmo não gosto de mexer muito. Esse tipo de feitiço é o mais perigoso e difícil de controlar. Ele pode ser imprevisível às vezes e causar catástrofes.

– Então feitiços podem sair do controle? – Ele perguntou apreensivo.

– Podem. – Eu respondi francamente – Mas isso no geral, depende do bruxo e a sabedoria é seu maior aliado. Ela não é um selo, mas é de grande auxílio no desenvolvimento dos poderes, já que quanto maior o poder mais difícil é o controlar e mais difícil é manter a sanidade. Uma mente forte e sã forma um bruxo poderoso.

– Entendi. – Ele disse pensativo.

– Você tem os sete selos rompidos. – Ele observou.

– Sim. – Eu confirmei.

– Não existe nada a mais para você alcançar? – Ele perguntou.

– Não. – Eu respondi – Meu poder aumentar cada vez mais, basta treiná-lo! Mas usar mágica cansa, é desgastante... Por isso que junto vem o treino físico e mental.

– Eu ainda sou tão fraco, tão novo. – Ele disse mais para si mesmo do que para mim – Não consigo nem trocar a cor de um sofá!

– Todo mundo começa assim. – Eu menti com um sorriso sínico. – E se te serve de consolo, existe uma história de que existe um oitavo selo, o Selo do Amor... Não que eu acredite nele. Eu sequer acredito em amor. Mas enfim...

– Pelo pouco que te conheço – Ele disse as gargalhadas – Se depender do amor, esse seu selo nunca vai se romper.

– Não posso dizer que você está errado... – Eu concordei – Então, com suas primeiras dúvidas sanadas acho que podemos ir andando. – Eu disse.

– Ir? – Ele perguntou.

– Ipanema! – Eu anunciei – Herádia precisa ser programada urgentemente, e agora que você é um de nós, está na comissão de organização da ilha.

– Você falou sério quando disse que era proprietário da ilha? – Ele perguntou boquiaberto.

– Eu não brinco quando se trata de ostentar tudo que eu tenho. – Eu respondi.

– Eu nem acredito que vou passar meu verão nessa ilha! – Ele disse em êxtase.

– Se você andar comigo, essa ilha é só o começo da mudança na sua vida. – Eu respondi.

– Posso te fazer mais duas perguntas? – Ele pediu.

– Vai em frente...

– Como você soube só de me tocar?

– Mateus, os selos têm localizações físicas no nosso corpo. – Eu expliquei – Quando toquei seu peito pude sentir a energia que fluía. Sei que você é órfão, mas você é sangue-puro. A sua energia é monstruosa.

– E porque eu, Theo? Porque me permitir entrar na vida de vocês? – Ele perguntou ligeiramente cabisbaixo.

– Eu prefiro te ter como amigo que como inimigo. – Eu dei de ombros, tentando não dar muita importância aos gritos da minha intuição sobre sermos destinados a nos conhecer.

– Isso significa que você tem inimigos? – Ele perguntou enquanto descíamos as escadas de seu prédio.

– Eu sou jovem, rico, bonito e muito poderoso... – Eu me gabei – Existem poucos bruxos no mundo e a maioria dos que existem me odeiam. Por que você acha que eu morri?

Ele se calou, num silêncio pensativo.

– Você precisa ser lapidado, mas eu posso te fazer um homem melhor. – Eu tentei ser positivo.

– Não... – Ele corrigiu – Me faça um bruxo melhor.

– Dica número 1: Pare de usar essas frases de efeito ridículas. – Eu disse irritado – Vamos logo.

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