The Daughter Of The Reverend...

By 50Tonsdeari

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As lutas estavam sendo vencidas e os objetivos sendo alcançados, Lauren estava em Nova York com suas amigas... More

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Lauren Jauregui’s Point Of View

Eu estava sentada olhando para o nada enquanto Veronica cantava uma música aleatória, mesmo sabendo que não tinha a voz mais linda do mundo, ela insistia em cantar e aquilo era de certa forma engraçado, pelo menos quando não me irritava.

- Vero, para de cantar e me ajuda a encontrar uma solução. – Pedi calmamente.

- Eu penso em soluções enquanto canto, Lauren. – Respondeu a morena.

Eu nunca pensei que a indiferença de Camila fosse me doer, mas foi exatamente isso o que aconteceu e nós não tivemos sequer uma conversa de verdade. Foi bem ali, no “Olá, Lauren” que eu percebi que a indiferença não era apenas um sentimento neutro onde não se sente nada e não se sofre nada, esse maldito sentimento fazia feridas profundas e bastante dolorosas.

Se em algum momento eu achei que a indiferença era apenas um mecanismo de defesa, céus! Eu estava tão enganada, nos agarramos ali temporariamente para não sentir nada, mas em determinado momento nós éramos empurrados dali sem nada para nos apoiar, a indiferença trazia dor tanto para quem a estava praticando, quanto para quem a estava recebendo, não existia mecanismo de defesa ali.

Eu simplesmente preferia que a latina me odiasse porque com o ódio eu sabia lidar perfeitamente, eu podia aguentar vê-la me odiar, mas a indiferença me mataria aos poucos.

Todas as minhas expectativas haviam simplesmente sumido.

Levantei do banquinho e comecei a andar, em passos calmos e silenciosos, não conseguia deixá-los mais rápidos do que aquilo.

Veronica se colocou ao meu lado.

- Você chegou a alguma coisa solução? – Indaguei.

- Você tem duas opções, lutar arduamente para tê-la de volta ou simplesmente se manter longe dela. – Fez uma pausa. – As duas opções irão doer, porque lutar dói e desistir também. – Continuou Veronica.

- Eu... Eu realmente não sei o que fazer, eu estou cansada de me machucar e ela também deve estar. – Falei cabisbaixa.

Camila e eu havíamos nos machucado demais com tudo aquilo, o que vivemos se baseou em dor e não em sofrimento.

Existe uma enorme diferença entre dor e sofrimento, a dor é inevitável, ela vai acontecer se você quiser ou não porque não se tem controle sobre a dor, mas do sofrimento sim, você escolhe se vai sofrer ou se vai continuar sofrendo. O controle diferencia a dor do sofrimento.

Nós duas nunca tivemos controle sobre isso e nunca teríamos.

- Você precisa decidir, não se tem muito tempo, ela está namorando. – Falou Veronica.

Luna Sánchez, a mulher que havia ido a lanchonete dias atrás, eu sabia que reconhecia aquele rosto de algum lugar só não havia assemelhado o rosto ao nome da mulher de capas de revistas.

- É tão irônico saber que a mulher que foi ao Carter’s a procura de donutus é a mesma mulher que está com a pessoa que eu não sabia se amava. – Falei distraída.

- Espera! Depois de tudo o que vocês viveram você não tinha certeza se a amava?! Céus, Lauren! Isso fica cada vez pior! – Exclamou Veronica.

- Eu nunca tinha amado alguém de verdade, Veronica! Não fazia a mínima ideia que amar traria dor, então não, eu não sei se o que eu senti por Camila foi amor! – Falei exasperada.

- Mas você ao menos sabe o que sente agora? – Indagou a morena.

- Agora eu sei que eu a amo porque amar nunca se tratou de quem vai se machucar mais ou de quem vai ter mais intensidade. – Fiz uma pausa. – Eu entendi que amar também significa dor inevitável, mas foi assim que eu entendi que a amava, entendi da pior maneira possível, com a dor. – Continuei.

Eu poderia não ter amado Camila em minha adolescência, mas todo esse tempo longe dela me fez entender o que era amor, mas agora eu sabia.

Amava Camila, mesmo com todas as minhas imperfeições.

- Meu Deus! Isso tudo é uma verdadeira confusão, sabe? Eu nunca duvidei do meu amor por Lucy e  sei que ela também nunca duvidou do dela por mim, mas olhe só para a sua relação com Camila, aquela mulher nunca duvidou do que sentia por você, Lauren. Camila te amou, te amou de verdade, ela se entregou para você de peito aberto e você ainda não sabia se a amava. – A mulher me encarou. – Você deveria ter sido sincera com ela desde o começo. – Continuou a mulher.

- Quando tudo estava às mil maravilhas eu  realmente pensei que a amava, Vero, mas quando as coisas começaram a desmoronar eu me vi completamente perdia nesse sentimento. Eu nunca havia tido uma definição de amor até saber que Camila me amava. – Falei em um tom baixo.

Eu realmente me odiava por não tê-la amado quando ela me amava, mas agora tudo era diferente.

A dor que me cegou foi a mesma que me trouxe maturidade para lidar com todo esse sentimento.
Amor é algo simples quando se tem uma definição, mas e quando não se sabe o que é amor? Como devemos lidar com esse sentimento tão avassalador? Nós devemos fugir ou continuar mergulhando nessas águas desconhecidas? A resposta é simples para quem sempre ouviu a razão. Quando algo desconhecido vem à tona a gente corre para o mais longe possível, corre sem olhar para trás. É assim que a vida funciona para quem nunca sentiu amor. Somos paradoxos, almejamos por todas as sensações do amor, mas na primeira oportunidade de sentir nós fugimos porque não queremos ser machucados e é exatamente por nós não querermos isso que machucamos a quem nos ama.

Amar é mágico, mas também é sempre estar em um misto de dor e sofrimento e há anos atrás eu não estava preparada para sentir algo que não fosse bom e amar naquele momento não era bom.

- Você realmente a ama, Lauren? – A voz de Veronica tirou-me de meus devaneios.

- Sim. Eu estava confusa com tudo isso, mas vê-la ali cantando aquela música me fez perceber que eu a amo e o tempo longe dela só fez esse sentimento crescer. – Respondi com sinceridade.

- Sendo assim, eu estou disposta a ajudar você. – Falou a mulher.

Sorri involuntária e a abracei.

- Obrigada! – Falei ainda abraçada a Vero.

- Não faça que eu me arrependa por isso, Jauregui. – Veronica se pronunciou.

Joguei meu braço esquerdo nos ombros da mulher e ela enlaçou minha cintura com o braço direito.

Eu realmente adorava minha amizade com Veronica, aquela mulher havia se tornado uma irmã para mim, desde que nós chegamos em NY ela estava sempre comigo, não apenas por morar no mesmo lugar que eu e sim por presenciar meus piores momentos e me ajudar a supera-los.

Nós andamos por longos minutos até pararmos em frente ao nosso prédio.

- Por que nós viemos andando? Eu estou morta. – Falou Veronica ao sentar na calçada.

- Por que você sentou se nós já estamos aqui? – Questionei ao encara-la.

- Estou esperando você descansar para me levar nas costas até o elevador. – Falou com seriedade.

Ela podia estar brincando, mas Veronica era uma pessoa imprevisível.

- Vamos logo, Iglesias. – Puxei a mulher para cima.

Veronica se jogou em minhas costas e eu levei minhas mãos até as coxas grossas no intuito de suspende-la mais um pouco.

- Boa noite, Carlos! – A morena em minhas costas falou animada.

O senhor já acostumado com minhas cenas com Veronica apenas sorriu e nos desejou uma boa noite.

Segui com a mulher até o elevador e ela me fez ficar com ela mas costas até chegarmos no nosso andar, quase caímos umas três vezes antes das portas de aço se abrirem.
- Muito obrigada, meu amor! – Exclamou Veronica ao descer das minhas costas.

- O que eu não faço por você, meu bem? – Abri a porta do apartamento.

A mulher entrou e correu para o quarto, provavelmente para tomar banho, segui para o meu e fiz o mesmo.

Precisava relaxar e esquecer tudo o que acontecera aquela noite.

OoO

O dia havia começado calmo, mas eu estava sem disposição para ir à NYU, resolvi que aquele dia ficaria apenas em casa.

Ainda era cedo, mas Sarah já havia me ligado quase quatro vezes pelo simples fato de eu não estar na Universidade.

Keana estava certa, aquela mulher poderia ser um problema, mas eu não podia negar que era um problema bastante sedutor.

Resolvi passar um café para então pintar algo, os minutos estavam passando rapidamente, de repente eram quase dez horas.

Segui para a sacada com uma xícara ser café, calmamente sentei no banquinho que havia ali, a tela estava posicionada corretamente no cavalete e a maleta de tinta a óleo estava logo ali ao lado e aquela diversidade de cores me fez pensar em algo.

Comecei a fazer o rabisco em uma cor escura, a definição começou a aparecer depois de quase uma hora, o olhar marcante tão conhecido por mim se fez presente.

Aquilo me fez lembrar de todas as vezes que a latina elogiava os meus olhos, foram diversas as vezes que a ouvi dizer que haviam galáxias em meus olhos, mas mal sabia Camila que eu pude ver o momento e que aqueles olhos nebulosos tornaram chamas de fogo, eu presenciei o momento em que aquele olhar me queimou por inteira.

Foi desenhando aquele maldito olhar que me tirava de órbita que eu percebi que minha exposição não teria apenas os traços de Camila, seria sobre ela.

Os tons entre azul, verde e amarelo representaria a imensidão que aquele olhar teria, eu me sentia despida em frente aquele olhar e mesmo depois de todos os anos aquilo não mudou.

Os tons entre azul, verde e amarelo representaria a imensidão que aquele olhar teria, eu me sentia despida em frente aquele olhar e mesmo depois de todos os anos aquilo não mudou.

Eram 2:20PM quando eu terminei de pintar, deixei a pintura ali para que secasse e corri para o banheiro, precisava tomar banho ou iria me atrasar para o trabalho.

A água morna caía sobre o meu corpo relaxando meus músculos, coloquei um pouco de xampu em meu cabelo e com a ponta dos dedos massageei o couro cabeludo, fiz o mesmo processo com o condicionador antes de ensaboar meu corpo.

Saí do banheiro e rapidamente troquei de roupa, peguei as chaves do apartamento e segui em passos apressados até o elevador. O fato da Carter’s ser perto me ajudava a chegar ao local rapidamente.

Enquanto eu andava cumprimentei algumas pessoas na rua que acabei conhecendo graças a Dinah e Veronica, aquelas duas realmente tinham facilidade em fazer amizade.

- Boa tarde, Henrico! Como você está? – Cumprimentei meu chefe.

- Boa tarde, menina! Eu estou bem e você? – Perguntou o homem de meia idade e eu assenti.

- Aquela menina que você sempre fala veio aqui duas vezes esse final de semana. – Falou Henrico me deixando perdida.

- Que eu sempre falo? – Indaguei.

- Sim, Camila Cabello. Ela disse que seria um prazer conversar com você. – Meu coração acelerou ao ouvir a fala do homem.

- Comigo? Tem certeza? Você ao menos falou o meu nome a ela? – O enchi de perguntas.

- Não me recordo de ter citado o seu nome, mas ela pareceu feliz em saber que alguém a admira. – Continuou Henrico.

- No momento atual ela me odeio, meu velho. Então eu não posso conversar com ela. – Falei cabisbaixa.

Segui em direção ao balcão e logo passei pelo mesmo esperando o senhor de idade fazer o mesmo.

- Por que? De onde vocês se conhecem? – Indagou o velho.

- Bom, ela é minha ex namorada, a qual eu deixei em Miami quando vim para cá. Nós duas passamos por momentos difíceis, eu afirmava que ela havia me abandonado quando na verdade quem fez isso foi eu. – Respondi.

- Me conte direito essa história. – Pediu o velho.

- Camila passou alguns meses em minha casa graças ao intercâmbio, nesse meio tempo nós acabamos nos envolvendo. Quando ela ainda estava no México, fazia parte de uma gangue e o chefe da mesma foi atrás dela para se vingar quando a gangue caiu, ele sequestrou Camila, a torturou e ela ainda foi baleada, tudo isso um dia depois dela dizer que me amava e eu não acreditar, mas quando eu a vi ali no chão, eu realmente achei que a amava. Então ela teve que voltar para o México, precisava se tratar ser viciada. – Continuei.

- E você não a amava? – Indagou Henrico.

- Depois da morte da minha família tudo ficou complicado, Camila passou meses na clínica de reabilitação, todos os meus amigos recebiam cartas dela, menos eu, por um momento eu acabei pensando que ela havia me abandonado. –  Fiz uma pausa. – Até que ela apareceu em Miami, mas eu estava com tanta dor e cega pela raiva que a mandei voltar. O que eu não sabia era que ela havia sido molestada. - Falei cabisbaixa.

- Agora eu entendi o motivo dela te odiar. Eu faria o mesmo. – O homem falou e eu acabei rindo.

A sinceridade do velho ranzinza as vezes era engraçada.

- Me dê um apoio moral, Henrico. – Pedi e o homem negou.

- A única coisa que você merece agora é essa vassoura. – Fez uma pausa. – Camila é minha nova amiga e virá sempre aqui. – Continuou Henrico.

- Mas eu... – Ele me interrompeu.

- Sem mais, menina. Ao trabalho. – Ordenou em seu tom sério, que não deixava de ser brincalhão.

- Ao trabalho! – Rick apareceu sorrindo.

Aquela criança sempre estava animada.

- Menina Lauren, eu esqueci de perguntar se você sabia que ela tinha uma amiga modelo. – O homem falou ao apoiar no balcão.

- Aquela é a namorada dela, meu velho. – Falei e é o homem pareceu desapontado.

- Eu pensei que eu tinha uma chance com ela. – Falou Henrico.

Gargalhei ao ouvir aquilo, ele era tão convencido.

- Ouviu isso, Antonella? Ele está muito saidinho. – Falei e a senhora de cabelos grisalhos saiu da cozinha.

- Não me teste, Henrico, ou eu coloco você para dormir no sofá! – Afirmou Antonella.

- Estou brincando, querida. Ti amo! – Henrico abraçou sua esposa.

Acabei sorrindo com a cena, eles eram um casal muito bonito e inspirador. A história deles me fascinava, Antonella não iria casar com Henrico, os pais da mulher a haviam proibido daquilo pelo homem ter origem pobre. Se amavam loucamente quando vieram para Nova York, Henrico conseguiu um trabalho em um restaurante e sua mulher em uma rede de hotéis, como camareira. Os anos se passaram e eles se tornaram independentes, casaram-se na igreja e abriram a lanchonete Carter’s.

- Vamos, Jauregui! Pare de pensar na vida e volte ao trabalho, os clientes estão chegando. – Exclamou Henrico ao se direcionar para o caixa.

Continuei a fazer o meu trabalho, o local foi lotando gradativamente, algumas pessoas iam ao Carter’s todas as noites e eu sempre acabava conversando com eles.

Eram exatamente 9:00PM quando eu terminei o expediente, as ruas nova-iorquinas estavam sempre agitadas e eu resolvi ir para casa pelo caminho mais longo, queria andar um pouco. A Time Square era o local onde eu me sentia livre, todas aquelas luzes iluminando a enorme avenida me faziam sentir como eu fosse uma estrela de sucesso. As pessoas andavam animadas, sorrindo estar ali era único.

Continuei andando, perdida em meus próprios pensamentos e em toda aquela multidão de pessoas, observei algumas crianças andarem animadas com seus pais, eles apontavam os enormes telões no intuito de mostrar aos mais velhos quão mágico era tudo aquilo, queria poder fazer o mesmo.

Olhei para o enorme relógio e o mesmo marcava 10:15PM. Estava na hora de voltar para casa, mas não sem antes comprar algumas pizzas para mim é minhas amigas.

Esperei alguns minutos até que a embalagem me fosse entregue, então segui rapidamente para o prédio, Carlos me cumprimentou alegrenente falando que Veronica havia entrado no prédio sem fazer algazarra por não estar comigo, acabei rindo pois sabia que aquilo era verdade. Me direcionei até o elevador esperando que ele viesse logo e quando o mesmo abriu pude notar que a música clássica que tocava era bastante animada e me fez querer dançar, se ali não tivessem câmeras eu dançaria. Com certeza.

As portas de aço se abriram e eu andei rapidamente até o meu apartamento, coloquei a chave no trinco tronco e ao abrir a porta falei:

- Querida, cheguei! – Veronica levantou do sofá ao ouvir minha voz.

- Minha princesa! – Exclamou a morena e se jogou em meus braços.

Equilibrei as pizzas na palma de minha mão direita ou elas iriam para o chão.

- Começou. – Keana e Lucy disseram em uníssono.

Vero e eu gargalhamos e enfim nos afastamos.

- Deixem de ser tão mau humoradas. Eu trouxe pizza! – Falei e as mulheres levantaram correndo.

- Eu estou noiva da pessoa errada. Lucy, estou terminando com você para ficar com Lauren. – Falou Veronica e todas acabaram rindo.

- Se você tivesse falado com um pouquinho mais de seriedade eu entraria na brincadeira. – Respondeu Lucy.

- Então vamos de novo! Eu est... – Veronica foi interrompida.

- Eu vou deixar você com fome, Iglesias! – Exclamou Keana.

- Ela está tão revoltada hoje, Lauren. Dá comida a essa menina. – Falou Veronica e eu ri.

Veronica era o tipo de pessoa que achava que comida resolveria tudo.

Peguei as taças e a garrafa de vinho que estava na geladeira, abri a mesma e acompanhei as três mulheres até o sofá, Lucy mandou uma mensagem para Normani e dois minutos foram o suficiente para os quatro do apartamento ao lado invadirem o nosso. Às vezes eu achava que era um erro tê-las dado uma cópia da chave, em diversos momentos o apartamento era invadido por Ally, Troy, Dinah e Normani.

- Vocês têm que aprender a serem menos barulhentos. – Salientou a francesa antes de morder um pedaço de sua pizza.

As mulheres e Troy sentaram no chão e assim começamos uma conversa animada.

Às vezes eu me perguntava se Troy não se sentia constrangido de estar no meio de tantas mulheres que não tinham um pingo de vergonha na cara e falavam abertamente sobre todos os assuntos.

- Eu tenho uma novidade para ti, Jauregui. Eu fui para o apartamento da Cabello hoje. – Veronica se pronunciou. – Ela vai para a festa a de Dinah na boate que o Harry trabalha. – Continuou.

Senti meu corpo gelar, saber que Camila estaria no mesmo lugar que eu e a noite toda me deixava nervosa.

- Você sempre estraga as surpresas, Vero! – Exclamou Dinah e Lucy deu uma tapa da cabeça de sua esposa.

- Ei! Deixem ela! – Empurrei as mulheres e abracei minha amiga carinhosamente.

- Isso! Me deixem, eu só estou preparando ela para o tombo! Que pode ser grande. – Falou Veronica e todos gargalharam.

- Eu não sei qual de vocês duas é a pior! É um perigo deixar vocês juntas. – Troy falou se referindo a mim e a Veronica.

Às vezes era engraçado como Ally e Troy se tornavam os nossos pais, os sermões vindo deles eram frequentes, algumas vezes eu esperava que eles nos deixassem de castigo por algo que fizemos.

- Como está meu afilhado, Ally? – Indagou Lucy.

- Eu não estou grávida, Vives, você sonha mais alto do que eu e Troy. – Respondeu Allyson.

- Esse lugar precisa de um bebê, Ana já está grande. – Falou Normani.

- Olha eu aqui. – Falou Vero naturalmente.

Ela não tinha jeito mesmo.

Por um momento eu acabei me distraindo da conversa e observei o céu pela enorme porta de vidro, o céu estava limpo e enquanto meus amigos mantinham aquele diálogo animado ali eu resolvi ir para a sacada.

Abri a porta a minha frente e fechei a mesma ao passar, as estrelas brilhavam intensamente no céu assim como a lua, em alguns momentos uma nuvem ou outra tentava impedir a aparição do satélite natural, mas rapidamente passavam.

Foi ali, olhando para a lua, que a música de Camila veio em minha mente, especificamente o refrão que dizia a seguinte frase “Eu só disse à lua, esta noite no telhado, eu disse a ela que eu estou com medo de que todos os meus pensamentos se pareçam com você” e com aquilo acabei lembrando de uma parte da última carta que ela me mandou “meus pensamentos não são mais sobre você”, foi bem ali que ela encerrou tudo o que nós tínhamos vivido. Eu sabia que ela tinha escrito aquela canção quando eu a mandei voltar para o México, sabia que ela ansiava que eu aparecesse ali para salvá-la dela mesma em todo seu momento de dor, mas eu simplesmente não conseguia pensar em outra coisa que não fosse esquecer tudo o que tinha acontecido e em como eu iria fazer aquela dor parar, eu precisava que parasse o mais rápido possível. Então, eu a deixei, sozinha naquela clínica de reabilitação, enquanto ela sofria sozinha.

Naquela música Camila se expôs e era notável, mesmo em todo o seu momento de dor ela queria que eu estivesse bem, ela desejou não ter se apaixonado por mim e eu não a culpo, ninguém merecia estar apaixonado pelo caos que eu era, ou melhor, que eu sou. A única diferença entre o passado e eu presente era que eu finalmente sabia lidar com o meus caos.

O vento forte fez com que meus cabelos voassem e o colar com o pingente de lua balançasse de um lado para o outro, segurei a pequena e detalhada lua entre meus dedos.

Eu daria tudo para saber se ela ainda diz coisas sobre mim à lua.

- Hey. – A voz de Dinah me tirou do transe.

- Hey. – Respondi quase em um sussurro.

- Não sabia que você tinha voltado a pintar. – A mulher falou ao encarar a tela que eu havia feito.

- Eu precisava voltar ou a exposição irá por água abaixo. – Falei ao me apoiar na ferragem da sacada.

- O que esse olho significa? – Indagou Dinah.

- Me diga você. O que significa? – Encarei a loira.

- É difícil demais definir a imensidão de um olhar, Lauren, ainda mais de um olhar que só você conhece. – Respondeu Dinah.

- É exatamente isso, DJ, a imensidão que um simples olhar carrega, nós precisamos ir além para entender o que um olhar diz. – Falei enquanto arrastava os dedos pela superfície fria.

- Quando você pretende contar a Camila sobre essa exposição? – Questionou a mulher ao meu lado.

- Eu não pretendo, Dinah. Camila não quer olhar para minha cara, ela me odeia. – Observei as pessoas andando na rua.

- Ela não te odeia, Lauren. Eu sei que não. – A mulher falou.

- Não é o que parece. – Respondi Dinah.

- Bom, nada é o que parece. Se você estiver disposta a insistir perceberá isso. – Continuou a loira.

- Eu estou disposta, mas eu não quero me machucar ou machuca-la. – Falei distraída.

- Se você está disposta, deixe essa relação que você tem com Sarah de lado. – Falou a mulher.

- Eu não posso fazer isso, Dinah, não quando Camila tem uma namorada. – Falei sincera.

Mesmo que eu não tivesse nada sério com Sarah, eu realmente gostava de estar com ela, a mulher sempre fora uma boa companhia para mim, sendo para conversar ou simplesmente transar a noite toda.

- Isso irá complicar ainda mais as coisas, mas você sempre busca o mais complicado. É impressionante. – Foi tudo o que Dinah disse antes de voltar para a sala.

Permaneci ali por mais alguns minutos antes de colocar minha tela para dentro e seguir em direção cozinha, as mulheres e Troy começaram a fazer questionamentos sobre aquela pintura e eu fingi ignorar enquanto fazia um chocolate quente para mim.

Eles conseguiam ser irritantes quando queriam, as dúvidas insistiam em ser sobre Camila até Veronica dizer que aquele olho era dela, aquilo era um dos motivos para eu amar aquela mulher, ela sempre conseguia reverter a situação quando sabia que estava me incomodando.

- Qual será  seu próximo quadro, Laur? – Questionou Ally.

- Eu ainda não sei, perdi completamente a criatividade depois de fazer esse. – Concluiu antes de terminar de beber o chocolate quente.

Antes que mais perguntas fossem feitas eu avisei que iria tomar banho para dormir, eles apenas se despediram e segui o caminho até o meu quarto, estava realmente cansada.

Tomei um banho rápido, escovei os dentes, coloquei um pijama qualquer e rapidamente me deitei. Poucos minutos foram o suficiente para que eu adormecesse.

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Eu literalmente acabei de escrever esse capítulo, perdoem os erros. O único problema é que no decorrer do mesmo minha criatividade foi se esvaindo. Preciso de inspiração, então o próximo capítulo pode demorar um pouco, ou não.

Até a próxima att.

Bjú.

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