Teenage Kicks

By userjiminie95

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Harry era o nerd, Louis era o punk. Os dois juntos eram bagunça. Sim, é a típica fanfic clichê que todo mund... More

Teenage Kicks
Capítulo I - Holmes Chapel, Cheshire
Capítulo II - Pânico
Capítulo III - Professor Nicholas Grimshaw
Capítulo IV - O começo do começo
Capítulo V - British Tea
Capítulo VI - Insegurança
Capítulo VII - Apreensão - Zoa - Fail
Capítulo VIII - Gota Dágua
Capítulo - IX Verdade ou Desafio
Capítulo X - Gemma
Capítulo XI - Preparativos
Capítulo - XII CAOS
Capítulo XIII - Fundo do poço
Capítulo - XIV Ímpeto
Capítulo XV - Merry xmas
Capítulo - XVI Confissão
Capítulo - XVII Na hora certa
Capítulo - XVIII Retorno
Capítulo - XIX 1000 words
Capítulo - XX Preconceito
Capítulo - XXI Babycakes
Capítulo - XXII Artifício
Capítulo - XXIII
Capítulo - XXIV O irlandês
Capítulo - XXV Desabafo
Capítulo - XXVI sex xxx
Capítulo - XXVIII Surprise!
Capítulo - XXIX
Capítulo - XXX Apreensão
Capítulo - XXXI O nerd e o punk

Capítulo - XXVII Paixão

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By userjiminie95

Quando Harry saltou da cama, descobriu que andar doía.

Isso é, andar daquela forma desesperada em direção ao banheiro, claro.

Ainda deitado na cama, Louis ria. Ria sem parar da reação explosiva do outro e também da forma com que ele tentava caminhar. Riu ainda mais ao ouvir o berro de Harry que se seguiu após o som do jato forte do chuveiro recém-ligado.

- Tá se afogando ai, Hazz? – questionou jocoso, deixando a cama preguiçosamente.

Louis apanhou o relógio, conferindo o horário, antes de se levantar e caminhar em direção ao banheiro.

- Tá tudo bem? – questionou novamente, indo até o box de vidro.

- Vai ficar depois que eu tiver tomado banho e arrumado o quarto. – declarou agitado, enquanto se ensaboava rapidamente.

- Quer ajuda? – perguntou ao observar a pressa do mais novo, achando cômico.

- Quero que você entre aqui e tome banho também! – pediu Harry, puxando Louis pelo braço.

Louis soltou uma gargalhada, antes de se enfiar debaixo do chuveiro, deixando que o forte jato d’água molhasse seu corpo.

- Droga, a mamãe não pode desconfiar de nada, ok? Por favor, nem por brincadeira! Não mencione nada Lou, nada! – pedia o nerd, ainda agitado em seus atos. Serviu uma grande quantia de xampu na destra, levando-a aos cabelos úmidos. Os esfregava rapidamente, temendo que a mãe chegasse a qualquer instante.

Louis também passou xampu nos cabelos, lavando-os em seguida. O tempo todo pegava-se observando o mais novo e suas ações desesperadas. Via-se obrigado a rir baixo. Ele estava com tanto medo que chegava a olhar de dois em dois segundos para a porta do banheiro, temendo o pior.

Após o banho, Harry enrolou uma toalha na cintura, evitando perder tempo na troca de roupa, e saiu andando pelo quarto, arrancando o lençol da cama e escondendo-o dentro do armário de jogos. Louis surgiu logo depois na porta do quarto, também enrolado em uma toalha. Riu ao ver o jeito que Harry jogava as roupas de ambos no cesto, como se as mesmas pudessem ataca-lo a qualquer instante.

- Veste isso! – avisou, jogando o que parecia ser uma calça de pijama em direção ao punk.
- Isso vai servir em mim? – questionou, enquanto deixava a toalha e vestia a peça de roupa.

- Claro que vai! Você tem mania de usar roupas coladas e eu roupas largas. Óbvio que vai te servir! Sou só um pouco menor que você. – afirmou o mais novo, enquanto tratava de se vestir apressado.

Louis agora secava seus cabelos, deixando-os bagunçados. Largou a toalha em um canto qualquer, antes de se dirigir até Harry, abraçando-o pela cintura.

- Chega de correria, ainda é cedo... – disse através de um sussurro, beijando-o demoradamente nos lábios.

Harry respirou fundo, sentindo o coração bater acelerado, dada a afobação que havia imposto a si mesmo. Olhou ao redor, vendo a roupa de cama trocada, a janela aberta e nenhum vestígio de roupas no chão. Tudo estava aparentemente ok. Mais aliviado, tratou de se deixar encaixar entre os braços do mais velho, sentindo uma necessidade absurda de ficar perto dele.

- Lou, vou descer pegar um copo d’água. Quer alguma coisa? – informou, erguendo o rosto de levinho a fim de enxergar os olhos azuis do punk.

- Não, obrigado. Eu vou ficar aqui lendo mangá, ok? – informou, indo até o criado mudo, verificando os mangás separados.

- Tudo bem, eu já volto. – avisou o mais novo, deixando Louis sozinho no quarto.

Harry percorreu o corredor com certa dificuldade. Lembrou-se que andar realmente doía, e que precisava espaçar ligeiramente as pernas se quisesse aliviar aquela sensação incômoda.

- Droga! – praguejou baixinho, enquanto descia as escadas, encontrando a casa toda escura. Dirigiu-se até a cozinha, e quando acendeu a luz, acreditou piamente que fosse ser vítima de um infarto.

- NIALL!? – berrou, cambaleando para trás.

- Hazza?! Mals aê, deu fome e eu... bom eu fiz um sanduba pra mim! Sabe como é, vocês dois estavam demorando muito... – se justificava o loiro, sentado na bancada com um generoso lanche em mãos. – Eai, se acertaram?

Harry assentiu, ainda com a mão no peito, sentindo o coração frear pouco a pouco.

- Você quase me matou do coração. – disse ofegante, respirando fundo.

- Nossa, sou tão feio assim?! – questionou o irlandês, enquanto mastigava um novo pedaço abocanhado. Soltou sua típica gargalhada, inclinando o corpo para trás.

- Não, não é feio. Mas me assustou. – respondeu o mais novo, meneando o rosto. Riu ao perceber o quão idiota havia sido o susto, deixando-se contagiar pelo riso de Niall.

- Têm certeza que se acertaram? Achei que o Louis estava saindo no tapa com você. Seus berros me assustaram, sério mesmo. Eu só não subi porque o Louis disse que se eu subisse, quebraria minhas pernas.

Harry sentiu o rosto corar no mesmo instante, a medida em que arregalava os olhos esverdeados.

- Na verdade foi quase uma briga. Mas no final deu tudo certo... – afirmou, dirigindo-se até o filtro d’água.

- Então por que você tá andando todo engraçado? – questionou o loiro, uma vez mais.

Harry quase derrubou o copo que havia pego, voltando-se imediatamente a Niall.

- Como assim, engraçado?

- Assim ó, feito um cowboy montado em um cavalo imaginário!

Óbvio que Niall fez questão de sair da bancada e demonstrar como Harry estava andando.

Assim como fora óbvio o tom escarlate que cobriu o rosto do nerd no mesmo instante.

Após cerca de quinze minutos de diálogo, Niall sentiu sono e despediu-se de Harry. Disse que iria embora antes de Louis e que provavelmente já estaria dormindo quando ele chegasse. O nerd concordou de informar ao punk sobre o irlandês, assim que voltasse ao quarto.

Harry passou a chave na porta após despedir-se de Niall. Retornou ao quarto, praguejando baixinho o fato de estar sentindo aquela maldita ardência, todavia, assim que passou pela porta, a cena que vislumbrou o fez calar a boca e esquecer-se de qualquer incômodo, imediatamente.

Deitado de bruços em sua cama, Louis dormia profundamente.

Ainda com os cabelos úmidos, o punk ressonava preguiçoso, abraçado a um dos travesseiros de Harry. O mais novo engoliu a seco ao observar o bíceps ligeiramente avantajado e todo o conjunto de ombros, costas e braços, expostos, graças ao fato de Louis estar sem camisa. O nerd se aproximou em silêncio, acendendo o abajur ao lado da cabeceira da cama. Apagou a luz forte do cômodo, deixando apenas o fraco brilho da luminária recém-acesa ligada.

Discretamente, Harry sentou na beirada da cama, observando melhor todo o contorno do corpo de Louis. Suas curvas pareciam ainda mais acentuadas pela luz amarelada que clareava o ambiente. Atreveu-se a tocá-lo, deslizando as pontas dos dedos pelos ombros de tez bronzeada, passeando por toda a extensão das costas rijas e bem definidas. Só então notou os glúteos firmes e avantajados que ele tinha, surpreendendo-se com a visão. Queria tocá-lo ali, sentir se eram tão macios quanto aparentavam ser, mas achou que se Louis despertasse, iria no mínimo meter-lhe um soco e começar uma nova guerra.

E tudo o que Harry menos queria naquele momento era arriscar.

Conformado em apenas admirá-lo, o nerd apanhou uma toalha de rosto, trazendo-a até Louis. E, enquanto o assistia dormir, passava a toalha de leve pelos cabelos dele, buscando recolher ao menos o excesso de água.

Aos poucos foi sentindo o sono novamente dominá-lo. O evidente cansaço físico foi se aflorando à medida que Harry secava agora os próprios cabelos.

Cansado, o garoto estendeu as toalhas no banheiro e voltou até a cama. Estendeu o edredom e o cobertor por cima do corpo de Louis, e antes de poder juntar-se a ele, tratou de passar a chave na porta.

Já debaixo dos cobertores, Harry apoiou o rosto nas costas de Louis. Estava sonolento, prestes a se entregar ao sono a qualquer momento.

Foi quando num estalo apanhou o celular no criado mudo, trazendo-o para junto de si. Um sorriso iluminado moldou seus lábios a medida em que os dedos ligeiros digitavam uma mensagem.

Harry Styles: Nick, está acordado?!


Nick Grimshaw: Não, você acaba de me tirar do mais perfeito dos sonhos! Espero que tenha uma boa justificativa pra isso!.......
brincadeira, estava acordado sim! Por que? ;)


Harry Styles: Hahaha! Bem... aconteceu! Quero dizer, eu e o Lou... :O

Nick Grimshaw: SÉRIO?! HAHAHAHA ME CONTE TUDO AGORA, HAROLD STYLES! Lololol :@@@@@

-x-

Como o esperado, no dia seguinte Harry acordou tarde.

Abriu os olhos ao sentir o travesseiro no rosto, e ergueu o corpo assim que percebeu que estava sozinho na cama. Precisou tomar uma longa lufada de ar antes de deixar o conforto das cobertas que o envolviam e sair arrastando os pés rumo ao banheiro.

Andar já não era um sacrifício tão grande, apesar de ainda sentir certo incômodo. Quando finalmente deixou o banheiro, calçou as pantufas e saiu andando em direção ao corredor. Passou pelo quarto da mãe e de Gemma, até chegar às escadas. E assim que as desceu, pôde ouvir o burburinho que indicava o som de conversas no piso inferior.

Curioso, caminhou em direção ao barulho de vozes, até que se tornassem nítidas. Tamanho foi o susto que levou ao deparar-se com o sorridente Robin conversando com um animado Louis, na mesa do que parecia ser um “café da manhã fora de hora”.

- Ahh, bom dia Campeão! Junte-se a nós, eu e o Louis estávamos falando justamente de você! – convidou o alegre homem, apontando a cadeira ao lado da de Louis.

Harry levou cerca de vinte ou trinta segundos para se recompor e sentar-se na cadeira indicada. Manteve o rosto baixo por alguns instantes, tempo suficiente para entender o que era aquele clima familiar que havia tomado conta do ambiente.

- Dormiu bem, Hazz? – questionou Louis, usando uma voz aveludada que não combinava nada com ele.

Harry assentiu, voltando a encarar Robin, que retribuiu o gesto com um sorriso animado.

- Louis estava nos contando do show de ontem. Parece que vocês se divertiram bastante! Pensamos que vocês fossem chegar depois de nós, mas parece que eu e a mamãe acabamos nos atrasando na festa. – dizia o homem, servindo-se de ovos mexidos e algumas fatias de bacon. – Demoraram muito pra cortar o bolo, e como sua mãe queria um pedaço a todo custo, precisamos esperar! – justificou bem-humorado, abrindo um largo sorriso.

Ao surgir na área, Anne tratou de beijar o topo da cabeça do filho antes de sentar-se ao lado de Robin. Trouxe consigo algumas torradas recém-feitas, e as colocou ao centro da mesa.

- Está tudo bem H? Está tão calado. Aconteceu alguma coisa? – questionou a mãe, notando o filho um tanto avoado.

- Ele está bem sim tia, não se assuste! Só está avoado porque acabou de acordar, é normal, não? – justificou Louis, dando de ombros antes de moldar um sorriso nos lábios.

- Deve ser mesmo, não é? – respondeu Anne, sorrindo para Louis antes de voltar os olhos ao filho.

- Estou bem, só um pouco...sonolento. – respondeu finalmente, apanhando um generoso copo de suco de laranja.

Por baixo do tampo da mesa, Louis laçou a mão de Harry que descansava em sua perna, entrelaçando os dedos aos dele de maneira discreta.

O garoto sobressaltou ao sentir o toque da mão alheia, e disfarçou o sorriso bobo que se instalou em seus lábios no mesmo instante.

Louis serviu-se de uma torrada, assim como fez Robin.

- Ficam ótimas com essa geleia, filho. Prove um pouco, eu garanto que vai gostar! – sugeriu Robin, entregando o pote de geleia recém-aberto ao garoto. – Eu mesmo quem faço, sabe? Por isso recomendo! Sou um excelente cozinheiro!

- Sério?! – questionou Louis, passando a geleia no pão após soltar a mão de Harry. – Vejamos se é tão bom quanto está dizendo ser!

- Ahh, você vai gostar, eu tenho certeza! Você tem bom gosto, já que é amigo do nosso pequeno Campeão! Bom gosto não te falta! – brincou o homem.

Harry revirou os olhos e soltou um suspiro, o que despertou certo receio na observadora Anne. Mas nada muito grave sucedeu após o leve muxoxo que o garoto emitiu.

- Caramba, você realmente mandou bem nessa geleia, tio! – afirmou Louis, fazendo com que Robin risse alto, parecendo bastante satisfeito com a resposta do garoto.

- Obrigado Louis! Eu disse que tínhamos bom gosto, não?! – tornou a fazer aquela brincadeira imbecil, voltando a rir.

- Tio?! Como assim, “tio”? – questionou Harry, voltando o rosto ao de Louis. O tintilar dos talheres do nerd chamaram a atenção do casal e também do punk, fazendo com que todos o olhassem confusos.

- Sim, tio. O Robin pediu pra eu chamar ele de tio, e como eu já chamo a tia Anne de tia, nada mais correto, não? – respondeu Louis, aproximando o rosto do de Harry, pressionando um beijo carinhoso na bochecha dele.

Um tanto desestruturado após receber o beijo repentino, Harry olhou para os lados, antes de franzir o cenho.

- Ok, entendi. – respondeu, voltando a comer - Tio... – murmurou Harry, fazendo com que Louis risse.

- Relaxa, ou eu te chamo de Babycake na frente deles. O que acha disso? – sussurrou Louis, com os lábios rentes ao ouvido do nerd.

- Não faça isso! – pediu agitado, arqueando uma das sobrancelhas.

- Então pare de agir dessa forma com o Robin. O cara tá se esforçando pra te agradar. Ok que ele é meio babacão, mas dê uma chance pro cara! – pediu o mais velho, aproveitando o momento, já que Anne parecia distraída com Robin.

O mais novo massageou as têmporas, apanhando uma torrada.

- Harry acaba de me falar que está curioso para saber se a sua geleia é gostosa, tio! – informou Louis, para o espanto de Harry.

- O que?! – questionou o mais novo, sem nada entender.

- Sério?! Que boa notícia! Eu mesmo faço questão de passar geleia na torrada pra você, Campeão! – declarou o bom homem, apanhando a geleia e uma torrada. Serviu uma generosa quantia do doce no pão, antes de entrega-lo ao mais novo. – Pegue aqui! Eu faço questão que você dê uma grande mordida com confiança!

Harry pensou em abrir a boca e resmungar alguma coisa, mas ao ver o olhar esperançoso da mãe, achou melhor engolir qualquer rezingo e aceitar a torrada que Robin estendia em sua direção.

E assim o fez, dando a tal grande mordida como o homem havia pedido.

Após mastigar o pão, sob os olhares ansiosos de Robin, Anne e Louis, deu seu veredicto.

- Está gostoso, bastante gostoso. Adoro morangos. – respondeu educado, lambendo os dedos melecados pelo doce.

Os três sorriram após ouvirem a resposta do garoto, concordando com ele.

- Que bom que gostou! Fico feliz em saber que, ao menos alguma coisa feita por mim pode te agradar! – disse Robin, um tanto acanhado. Não era fácil conquistar aquele garoto.

- Relaxa Robin, eu prometo pegar mais leve, ok? Vou até te convidar pro meu aniversário que vai ser daqui alguns poucos dias. – dizia o garoto, enquanto comia a torrada.

Louis sorriu amplamente, passando a mão pelos ombros dele, abraçando-o de lado.

- Mas que boa notícia! Eu posso fazer o bolo! – sugeriu animado, olhando para Louis e para Anne, antes de voltar os olhos agradecidos ao enteado.

- Tudo bem, eu aceito o bolo. – respondeu Harry, terminando a torrada. Tomou um gole do suco, lambendo os lábios em seguida.

- Qual o seu sabor favorito de bolo? – questionou Robin, ainda com os olhos nele.

- Me surpreenda. Tenho certeza que você vai optar por uma boa escolha. – replicou o garoto, endereçando um sorriso ao padrasto pela primeira vez desde que haviam se conhecido. – E por favor, me chama de H, e não de Campeão, ok?

- Certo, sem Campeão! H, a partir de hoje você será “H” pra mim, ok? – respondeu imediatamente, assentindo feito um louco, levando o trio à mesa cair no riso.

-x-

De noite Niall precisou fazer as malas, porque no dia seguinte teria que pegar o primeiro trem direto pra Londres. Era engraçado perceber o quanto Harry pensou que o irlandês faria falta, afinal, haviam se conhecido há pouco tempo, sem falar o fato de que o loiro estava convivendo consigo há pouco mais de uma semana. O nerd chegou à conclusão que Niall era daquele tipo de gente que marca, que conquista e se torna especial, mesmo que com um período relativamente curto de convívio.

- Você não pode mesmo ficar até sábado? Queria tanto que você participasse do meu aniversário. – Harry insistia pela terceira vez.

- Hazza, você sabe que por mim eu passaria mais um mês aqui com vocês, até o Tommo me botar pra fora da casa dele, mas a questão é que minhas aulas vão começar nessa próxima segunda e eu preciso correr atrás de material, e decidir qual colégio vou optar, além de quê, nem arrumar o meu quarto eu arrumei ainda, desde que nos mudamos. Eu vim praticamente pra cá, mal conheço a minha nova casa. – justificou o loiro, enquanto apertava de leve o ombro do mais novo.

- Mas você pode voltar nas férias de verão nos visitar, não pode? – questionou Louis, enquanto dedilhava o violão, encostado na parede.

- Claro que sim Tommo, e aí vamos curtir bem mais. Com esse frio mal dá pra fazer alguma coisa, né? – comentou o loiro, voltando os olhos azuis de Louis a Harry.

- Tudo bem então, nós nos falamos pelo ‘face’ até lá. – respondeu Harry, enquanto via Niall praticamente socar seus pertences na mala. – Não é mais fácil dobrar as roupas? – sugeriu.

- Claro que não, dobrar tudo isso daria um trabalho muito grande! Ah, aliás Hazza... – o loiro apanhou uma camiseta branca, aparentemente a única peça sem amasso da mala, e a entregou nas mãos de Harry. – Não é lá o melhor presente do mundo, mas enfim, é pra você.

Harry arqueou as sobrancelhas assim que desdobrou a camiseta, deparando-se com o vibrante logo do Queen.

- Sério?! Mas Niall...

- Nada de mas, é seu presente ok? Se você não aceitar eu vou me sentir ofendido, então nem tente. – adiantou-se o loiro, gargalhando daquele jeito que só ele parecia capaz de conseguir.

- Tudo bem então, obrigado! – agradeceu, antes de abrir os braços e puxar Niall para um abraço apertado.

Louis ergueu o rosto, sorrindo satisfeito com o que via. Ao que tudo indicava, aqueles dois haviam se gostado pra valer.

-x-

No dia seguinte, Mark deixou Louis, Harry e Niall na estação logo pela manhã. O trem chegaria em breve, sendo assim, só restou aos garotos trocarem um longo abraço seguido do desejo de boa viagem.

Ao retornarem pra casa, Harry e Louis subiram direto ao quarto do punk.

- Eu não imaginava que você pudesse ter amigos tão legais Lou. – comentou o mais novo, assim que se jogou contra a cama desarrumada do outro.

- Você gostou mesmo do Niall né? Qualquer dia eu convido o Stan pra vir aqui. Acho que você também vai gostar dele. – comentou Louis, se acomodando ao lado de Harry, encaixando o corpo ao dele em uma espécie de abraço lateral.

O nerd levou a destra de encontro à canhota de Louis, entrelaçando os dedos nos dele. Guiou ambas as mãos pra perto de seu rosto, passando a observá-las com uma expressão que Louis julgou ser no mínimo idiota.

- O que foi?

- Daqui alguns poucos dias eu vou ter 17 anos.

- E o que você acha disso?

- Não sei direito, mas é meio assustador.

- Como assim assustador? – Louis se posicionou melhor ao lado de Harry, de forma em que agora pudesse ficar cara-a-cara com ele.

- Porque muita coisa mudou em um período relativamente curto de tempo. Quando eu estou prestes a fazer aniversário, nada muito relevante parece ter mudado de um ano pro outro, sabe?

Louis franziu o cenho, demonstrando que não havia entendido muito bem aonde Harry queria chegar.

O mais novo sorriu, levando os dedos ao rosto dele, deslizando o indicador pela linha do maxilar alheio.

- O que eu quero dizer é que desta vez tudo foi diferente das vezes passadas. A minha vida mudou muito desde que a gente se conheceu e se tornou amigo. Antes eu ficava o tempo todo preso dentro de casa, jogando RPG e conversando com alguns raros amigos virtuais que eu nem sei quais são os nomes verdadeiros. Via meus dvd’s, jogava videogame e lia meus mangás... sozinho, sem ninguém pra trocar ideia ou combinar de ir ver um filme. Ai, de repente surgiu você. A gente se estranhou a princípio mas logo você virou meu amigo e minha rotina passou a ser outra. Mais tarde eu passei a gostar de você, e quem diria que o nerd, o geek gamer “virjão” ia se apaixonar pelo punk descolado?- Harry riu, sendo acompanhado por Louis.

Um ligeiro selinho foi roubado pelo mais velho, antes que o próprio assumisse a palavra.

- Eu não sou um punk, Hazz, só sou... meio diferente na minha atitude, na minha ‘vibe’ e aparência, mas não me considero punk. Eu tenho meu estilo próprio, por assim dizer.– ele riu, afrouxando os braços para que Harry pudesse se acomodar melhor entre eles, e quando o fez, Louis voltou a estreitá-los ao redor dele– E eu me apaixonei por você sem saber. Fiquei completamente obcecado inicialmente. Era bizarro, sabe? Digo, eu nunca senti isso por ninguém, essa possessão. Eu me sentia o seu dono, por mais que não quisesse admitir, me apeguei em você bem mais do que eu previa e acabei me apaixonando aos poucos pelo seu sorriso, seus cachos, sua risada, e paro por aqui antes que comece a desmunhecar feito uma bichona. – encerrou, exibindo os dentes em um amplo sorriso.

- Na minha mente você vai ser sempre o punk esquisitão que se perdeu em Cheshire por um truque do destino. – o mais novo afirmou risonho, meneando o rosto. - Lou, antes de mim, você já se apaixonou por outra pessoa? – A questão saíra repentinamente, surpreendendo o próprio Harry.

O punk girou os olhos, pensativo. Levou dez ou quinze segundos para formular sua resposta, que veio por meio de um balançar sutil de cabeça.

- Não acho que tenha me apaixonado. Foi mais coisa de tesão passageiro por uma garota e também por um garoto. Me descobri bissexual quando comecei a sentir vontade de pegar esse moleque. Mas isso já faz muito tempo, e eu devo dizer que tenho pena de como tratei essa garota e esse cara, porque eu realmente nunca fui de me amarrar em ninguém. Essa coisa de sentir o coração acelerar pra mim é novidade. Já beijei bocas diferentes e fiz sexo com outras pessoas, mas nunca senti esse balanço no coração que você me faz sentir.

Louis deu de ombros, pousou a cabeça no ombro de Harry e aspirou o perfume que se desprendia da jaqueta de moletom vermelho. Harry ficava muito bem de vermelho, aliás.

- Meu primeiro beijo de verdade foi com você, meu primeiro amor, minha primeira vez. Soa tão “garotinha” esse tipo de coisa né? – brincou o nerd, satirizando a si mesmo diante daquelas afirmações.

Louis riu, ergueu o rosto e roubou um beijo estalado dos lábios rosados.

- Parecemos dois velhos recordando a adolescência. Quem diria que eu chegaria a esse ponto? – questionou o punk, mais para si mesmo do que para o garoto ao lado.

Harry riu, assentindo. Assim que Louis deitou a cabeça em seu ombro, mais uma vez, apoiou a bochecha nos cabelos dele, acomodando-se no mais velho.

- Me dá sua mão?

- Por que quer minha mão?

- Só estende ela pra eu poder por a minha por cima. Quero medi-las.

- Hm, está bem.

Harry levou a mão de encontro à de Louis, colando palma com palma.

- Sua mão é um pouco maior do que a minha, e meus dedos são mais gordinhos que os seus. – avaliou o nerd, soltando uma gargalhada baixa. – Por enquanto...

- Por enquanto? Está mesmo levando a sério aquela história de ficar maior do que eu, Styles?

- Tudo pode acontecer, Tomlinson, tudo.

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