CASAMENTO FORÇADO - FAMÍLIA...

By bigudinharainha

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Christian Winsor, homem controlador, possessivo, dominador, nada gentil, vai atrás do que quer sem se importa... More

CHRISTIAN CHARLES WINSOR
1 - CAPÍTULO
2 - CAPÍTULO
3 - CAPÍTULO
4 - CAPÍTULO
5 - CAPÍTULO
FOTOS DOS PERSONAGENS
SAGA FAMÍLIA WINSOR
6 - CAPÍTULO
AVISO
7 - CAPÍTULO
8 - CAPÍTULO
9 - CAPÍTULO
10 - CAPÍTULO
11 - CAPÍTULO
12 - CAPÍTULO
13 - CAPÍTULO
NOTA
14 - CAPÍTULO
15 - CAPÍTULO
16 - CAPÍTULO
17 - CAPÍTULO
18 - CAPÍTULO
19 - CAPÍTULO
20 - CAPÍTULO
21- CAPÍTULO
NOTA DA AUTORA
22 - CAPÍTULO
23 - CAPÍTULO
25 - CAPÍTULO
26 - CAPÍTULO
27 - CAPÍTULO
28 - CAPÍTULO
NOTA
PERGUNTE A AUTORA
29 - CAPÍTULO
30 - CAPÍTULO
FOTOS Das CRIANÇAS
31 - CAPÍTULO
32 - CAPÍTULO
33 - CAPÍTULO
34 - CAPÍTULO
35 - CAPÍTULO
36 - CAPÍTULO
37 - CAPÍTULO
NOTA
38 - CAPÍTULO
39 - CAPÍTULO
40 - CAPÍTULO
NOTA DA AUTORA
41 - CAPÍTULO
SAGA - FAMÍLIA WINSOR
42 - CAPÍTULO
NOTA
CAPÍTULO FINAL
NOTA
EPÍLOGO
SAGA DA FAMÍLIA WINSOR

24 - CAPÍTULO

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By bigudinharainha

💙💪CHRISTIAN WINSOR

      Chegamos à Itália. Juan é doido. Veio parar nesse lugar onde têm máfias espalhadas para todo o canto, a não ser que ele faça parte de uma. Brendan veio junto. Cheguei e já queria voltar. Tô morto de saudades da minha mulher. Não acredito que isso esteja acontecendo, tô dependente dela.

       — Qual é o lance com aquela mulher, Brendan?
       — A gente deu uns pegas, ela me garantiu que tomava remédio e do nada apareceu grávida.
       — E você não se protege?
       — Depende, às vezes o clima esquenta demais e acabo vacilando.
       — E você tá de boa com esse casamento?
       — Não porque ela disse que vai sumir com a criança no mundo se eu não me casar com ela.
       — Você vai?
       — Óbvio. Lídia é uma boa pessoa, talvez carente demais.
       — Você não sabe conviver por muito tempo com alguém, vai acabar fazendo a mulher e seu filho sofrerem.
       — Mas eu preciso tentar.
       — Você é quem sabe.
       — Só não quero mais coisas ruins na minha consciência.
      Entramos no carro alugado e seguimos para o endereço informado.
       — Você e a sua mulher têm relações com ela grávida? - Brendan indagou — Com aquele barrigão?
       — Ela continua gostosa e insaciável — Acho que dei informação demais — Por que? Qual seu interesse?
       — Calma, é que fiquei curioso. Eu não tenho fetiche.
      Gargalhei e Jon me acompanhou.
       — Nem eu, mas ela é minha mulher e sinto tesão o tempo todo porque a amo. Pergunte ao Jon.
       — Isso mesmo. Se você amasse sua futura esposa, entenderia.
       — Nunca amei ninguém.
      Fiquei sério e o encarei.
      — Por que olha tanto pra minha mulher?
      — Porque ela é linda. Aquela inocência toda atraí os homens.
      — Ela não é mais tão inocente assim.
      — Eu te respeito, irmão, não se preocupe.
      — Eu acredito. Você é diferente do Jean — Algo passou pela minha cabeça — Se ele ousar chegar perto dela se aproveitando que estou longe, não sobrará nada dele e ninguém vai me impedir de destroçá-lo.
       — Ele é seu irmão.
       — Pena que ele não sabe disso.

      Já era noite quando chegamos ao local indicado por Juan.
       — Cara, isso aqui é um clube de sexo? — Brendan se espantou — Ele mora aí?
      — E também trabalha — Respondi.
      — Vamos logo com isso que preciso voltar para a minha mulher, minha família — Jonathan disse. Sei que ele não queria estar aqui, mas ele tem uma dívida eterna com nosso amigo.
       Entramos facilmente. Isso aqui era tudo errado. Não tem segurança, monitoramento. Enfim, seria fácil entrar e matar qualquer um. Tinha algo errado no ar. Se queriam matá-lo, por que diabos descuidaria da sua própria segurança?
     Olhei em volta e não o vi em parte alguma. Nos sentamos em uma mesa que rapidamente uma mulher com pouca roupa nos serviu bebidas. Brendan a secou quando ela se afastava desfilando e piscando pra ele.
       — Gostei daqui — Ele disse e ri.
       — Aí vem o Juan — Jon disse.
       — Espera, temos que ver se é ele mesmo.
       — Como assim? — Brendan perguntou.
       — Ele tem um irmão gêmeo que tem um gênio horrível. Julian. 
       O suposto Juan se sentou e nos avaliou. Seu olhar caiu em Brendan.
      — Quem é esse?
      — Nosso irmão Brendan.
      — Vocês trouxeram um estranho, um policial?
      — Não sou esse tipo de policial.
      — Diga logo, Juan.
      — Como você sabe que é ele? — Jon perguntou preocupado porque ninguém suporta o gêmeo mau.
       — Passamos muito tempo juntos, consigo reconhecê-lo facilmente.
       — Ele é um menino. Quantos anos têm 15? - Brendan perguntou e Juan o fuzilou com o olhar.
       — Tenho 18 — Ele respondeu me encarando e ri com a sua mentira deslavada. Ainda faltam alguns anos para isso. Digamos que Brendan acertou se subtrairmos um número. 
       — Quem você matou? — Jon perguntou e Juan riu com sarcasmo.
       — O marido da minha mãe, chefe da máfia. Agora querem minha cabeça.
       — E o que exatamente você quer que façamos por você? — Jon continuou sem paciência alguma.
       — A máfia toda quer minha cabeça. O que você acha que eu quero?  — Bebeu sua cerveja na garrafa, rude como sempre — Quero a cabeça de todos antes que peguem a minha.
       — Você tem um plano? — Brendan perguntou.
       — Sim. Irei mandar minhas prostitutas e elas farão um belo trabalho naqueles merdas, filhos de uma puta e depois entramos e matamos todos sem dar chance de defesa. Logo após limpamos nossa bagunça.
       — Bom plano — Brendan disse e Juan não deu importância.
       Não gostei do plano. Não gosto de nada disso, de estar aqui, de estar tão longe da minha mulher. Que isso acabe logo para irmos embora.

    Ledo engano. Uma semana que Juan está enrolando com o tal plano. Jonathan estava na mesma agonia que eu para ir embora. Ele não parecia querer que deixássemos o lugar. Entrei no quarto dele que se assustou. Eram 10 horas da manhã e ele já estava transando com 5 mulheres. Nem se deu ao trabalho de parar pra falar comigo.
       Nada nele me surpreende. As mulheres estavam amarradas, amordaçadas para que ele fizesse o que tanto gostava. Nos conhecemos quando ele ainda era muito pequeno e inocente na sua forma de criança, porém esperto, perspicaz e extremamente maldoso em relação ao sexo oposto. Ele cresceu rápido e fazia coisas que eu nem sonhava. Isso porque seu irmão e ele sofreram abuso infantil autorizado pela própria mãe que ele odiava e que seu gêmeo amava. Se pudesse, ele a matava. Isso foi repetido ao longo dos anos e não duvido que um dia ele o faça. Mãe é sagrado, mas ele não entende isso porque nunca teve uma para amá-lo e protegê-lo.
      — Junte-se a nós.
      — Sou casado.
     Ele riu e seu gêmeo saiu do banheiro nu voltando para a orgia.
      — Juan, precisamos voltar pra casa, quando saíremos pra dar início ao plano?
      — Esqueci que você e seu irmão colocaram coleiras. Vocês estão chatos. Não são mais como antes. Seu outro irmão está aproveitando a estadia e não reclamou.
       — Ele não ama sua namorada como Jon e eu amamos as nossas esposas. Você não acha muito novo para ficar com essas mulheres tão mais velhas?
        — Tenho 18 — Falou entre dentes.
        — Tá certo, se você diz. Vou fingir que não te conheci quando tinha quase 4 anos e sabia manejar uma arma como ninguém.
         — Já disse que tenho 18 anos. Se isso aí fosse verdade, significaria que você é 17 anos mais velho do que eu e o Julian. Eu tenho 18, Christian.
       Dei de ombros para as mentiras dele.
       Ele parou o que fazia, empurrou a mulher para o lado e se enrolou no roupão. Se aproximou e fechou a porta me levando pra fora.
       — Esse sentimento é bom? — Fiz uma expressão confusa e ele continuou — Amor. Você disse que ama, logo você.
      Eu ri balançando a cabeça. Somos parecidos. Nossa infância e adolescência foram de merda. Talvez o Martin tenha me amado um pouco, mas no caso do meu amigo era mais complicado. Até hoje ele procura o pai e a cada dia só se envolve com mais coisas erradas. Ele não aceita ajuda. Ele é livre e não gosta que ninguém o prenda.
       — É muito gostoso.
       — Ela te ama também?
       Ele parecia uma criança curiosa. Até hoje ninguém disse que amava os gêmeos. A mãe deles era uma vadia de marca maior, mas só o gêmeo mau ficava ao seu lado. Ele parecia a sombra do irmão. Seu ciúme era doentio que assustava.
       — Ela me ensinou a amar.
       — Ela parece legal — Ficou triste — Eu queria saber amar como você e o seu irmão. Minha mãe me estragou. Esse novo marido dela a espancava e a ameaçava. Eu não sabia. Um dia cheguei e ele a estuprava e a espancava,  não tive escolha e o matei. Saímos essa noite. Cansei de me esconder. Estejam prontos.
       Amo esse garoto, amo mesmo. Ele é meu irmãozinho, mas nada do que diz consigo acreditar, porém ficarei caso precise protegê-lo. Algo me diz que ele está metido em algo maior. Desde quando Juan se preocupa com a mãe? Ele não moveria uma mão para ajudá-la a não cair do precipício. Juan odeia aquela mulher. Acho que Jon pensava o mesmo que eu, por isso nos entreolhamos.

     Voltamos ao clube, tomei banho para tirar o sangue das mãos e do corpo. Matamos muitas pessoas e a convicção de que tudo que Juan disse é mentira, veio com fervor total. Eu o conheço bem demais. Precisamos sair desse lugar antes que ele nos envolva em mais um de seus problemas. Meu irmão Jonathan estava mal pelo que teve que fazer. Ele não é assim, não tem cabeça para tirar a vida dos outros facilmente. Eu preciso da minha Kimberly e ele da sua mulher.
     Deitei na cama pensando na merda que fiz em ter trazido o Jonathan. Ele está profundamente abalado. A dívida por Juan ter salvo sua vida anos atrás, foi paga porque hoje, ele quem salvou a dele. Brendan não se abalou em nenhum momento assim como eu. Estamos acostumados.
       — Oi.
       — Oi, lindo.
       — Como você e nossa bebezinha estão?
       — Muito bem. Morrendo de saudades do papai.
       — Tô louco pra pegar o primeiro avião e meter o pé.  
       — Tá difícil?
       — Muito. Juan arrumou problemas com a máfia. Juntou alguns homens e ...
       — Christian - Gritou — Não faz isso.
       — Droga, não devia ter te contado. Escuta, fique calma. Já fiz muito isso, tiro de letra.
        — Você já tomou um tiro alguma vez?
       Fiquei em silêncio. Ela não precisava saber.
        — Ai, meu Deus.
        — Se acalme. Converse com a Susan. Se acalme, por favor. Vou ficar até que durma.
       — Nossa filha está agitada.
       — É porque a mãe dela está — Pensei porque não sei como dizer por telefone. É estranho — Eu te amo e sinto sua falta. É horrível dormir sem você. Meus pesadelos voltaram. Você é a guardiã deles.
       Ela deu uma risada gostosa.
       — Foi difícil dizer?
       — Foi. Muito — Ri também — E a Susan?
       — Está no telefone com o marido. Christian, o que aconteceu? Ouvi o choro dele e o desabafo em meio a lágrimas, mas não entendi.
        — Matamos pessoas que queriam matar o meu amigo e meu irmão meio que surtou.
        — Meu Deus! E como você está?
        — Tô bem. Tô acostumado. Brendan também.
        — Nossa, é fácil tirar a vida de alguém desse jeito?
        — Não me julgue.
        — Eu não estou...
        — Está — A interrompi irritado — Você não pode julgar sem saber.
        — Eu estou preocupada com você. Sua vida antes podia ter sido assim, mas agora não é mais. Não quero que lhe façam mal. Tenho medo de te perder. Por favor, prometa que não fará mais essas coisas?
        — Você tem?
        — O que?
        —Você disse que tem medo de me perder. Você tem?
        — Tenho. Muito medo. Eu amo você demais.
        — Vou me cuidar. Também não quero perder você. Já reservei nosso vôo, amanhã estarei com você a tempo de ver nossa bebê nascendo.
        — Eu te amo e sonhe comigo.
        — Boa noite, anjo.

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       — Brendan, me dê cobertura.
       — Não, Christian, você tem que ir pra lá, o objetivo é proteger o Juan.
       — Eu preciso proteger o meu irmão Jonathan antes, ele não tá bem. Ele nem deveria estar aqui. Não posso fazer isso com ele. Ele precisa de mim. Não devo nada ao Juan e muito menos ao Julian. 

       — Ele é bem grandinho pra saber onde deve estar. 

        — Ele sempre cuidou de mim, agora é a minha vez de cuidar dele. 

      Ignorei quando ele me chamou e fui para o lado de Jon que estava totalmente abalado. Juan passou por nós nos olhando feio. Sua cópia quis arrumar briga e ele o puxou bruscamente se protegendo em outro perímetro.
       — Acho que você não deveria estar aqui — Jon disse trêmulo.
       — Não morra, ok? Ainda preciso do meu irmão mais velho — Foi tudo que eu disse e ele assentiu.
        Esperamos o sinal e invadimos a casa velha. Juan é meu amigo, como irmão, mas antes ele do que o Jonathan que jamais abandonarei. Fiquei na sua frente lhe dando cobertura. Fiz sinal de silêncio e mais outro para as prostitutas saírem. Sei que tem algo errado. Juan mentiu. Ele entrou metralhando todo mundo ao lado do seu gêmeo. Não vi um cara atrás dele apontando a arma, mas Jon viu e atirou na cabeça do bandido. Olhei pra ele imediatamente que soltou a arma e saiu da casa desesperado. Pensei em ir atrás, mas estávamos cercados. Tive que atirar pra matar dando cobertura ao meu amigo que me empurrou para o lado raivoso e seu irmão tentou me dá um soco, mas revidei e o atingi que se levantou mais furioso. Juan ficou entre nós.
      — Que porra é essa? Você ia deixar que matassem meu irmão para proteger o maricas do seu?
       — Não chame ele assim. Ele não faz parte desse mundo. Deixe ele em paz — Apontei para os dois — Estamos indo embora, nunca mais nos envolva em seu plano de vingança, Juan.
      — Eu te disse a verdade.
      — Você mentiu sobre tudo. Não tem padrasto, não teve estupro. Te conheço bem o suficiente pra saber que nos quis aqui para te ajudar nesse plano de querer tomar a máfia pra você. Você salvou a vida do meu irmão anos atrás, agora foi a vez dele. Estamos quites. Não te devemos mais nada.
        — Pelo menos me ajude a limpar essa bagunça.
        — Ok. É só o que faremos antes de partimos.

      Não consigo dormir. Fui até o quarto de Jonathan e ouvi seu choro. Entrei e pus a mão em seu ombro.
       — Eu sinto muito. Juan é um filho da puta egoísta. Ele não fazia ideia do que isso faria com você.
       — Eu vou melhorar. Ouvir a voz da minha mulher, dos meus filhos e agora a sua presença me fez ver o quanto sou sortudo. Não fique com raiva dele. Ele só tem aquela sombra que venera a mãe que nunca fez nada de bom a eles a não ser alugá-los para algum pedófilo por um prato de comida toda semana.
       Ele tem razão. Por isso os dois são como são.
       — Acho que minha filha nasce essa semana.
       Ele sorriu.
       — Está feliz?
       — Acho que sim. Me conta de novo sobre o nascimento das suas filhas.
      Conversamos e rimos a noite toda até que Brendan se juntou a nós.

     Antes de irmos embora, Juan me abraçou rapidamente e depois a Jonathan.
      — Você tinha razão. Eu quero ser o dono disso tudo — Sorria satisfeito — Matar o chefão foi apenas o aperitivo. Ainda tem mais 3 no meu caminho. Vou ser o dono desse lugar e ninguém vai me impedir e logo não precisarei mais achar o meu pai. Terei dinheiro suficiente pra colocar aquela puta que diz que é nossa mãe em um sanatório pelo resto de sua miserável vida.
      — Juan?
      — Boa viagem e desculpem pelo jeito que os trouxe aqui  — Fitou meu irmão mais velho — Você não me deve mais nada, Jonathan. Estamos quites.
        Jon me encarou e nos falamos pelo olhar e depois assentiu para Juan. Ignorei Julian que parecia querer me matar. Não duvido que tente da próxima vez que nos virmos. Ele sabe que não facilitarei pra ele.

💗🌼KIMBERLY WINSOR

     Tô com tantas saudades do meu marido. É tão gostoso quando ele me liga à noite e passamos horas conversando e depois pela manhã pra me dar bom dia. Susan disse que Jonathan também faz isso. Faz uma semana que se foram e hoje eles finalmente voltarão.
      A porta se abriu e estranhei porque Susan foi ao mercado com as meninas e disse que demoraria. Me levantei para ajudá-la quando me dei conta que era Luísa em pé na sala olhando tudo com desdém ou inveja.
      — O que faz aqui? O que quer? Como entrou?
      — Homens são facilmente manipulados quando são chupados — Ria — E esses seguranças não são diferentes. 
      Ela olhou com raiva para a minha barriga e pus minhas mãos sobre ela no intuito de proteger minha cria.
        — Quero meu homem de volta e você irá me devolvê-lo.
       — Está louca?
       — Eu o quero de volta — Se aproximou e começou a me puxar com violência e no processo me esbofeteou duas vezes — Nem que pra isso precise te matar, nem que pra isso precise sujar minhas mãos. Christian não é seu, é meu. Ele foi a única boa coisa boa na minha vida e você me tirou isso. Ele me ama, eu sei. São só mágoas, irá passar.
       — Vai embora, por favor — Consegui me soltar e me afastar.
       Meu Deus, nunca tive tanto medo na vida como agora. Luísa está completamente louca.
        — Ouça o que tem que fazer — Dava passos rápidos e tive que correr dela com dificuldades temendo que me alcançasse de novo — Ouça. Você tem que deixá-lo, arrume suas coisas e parta. Eu te ajudo.
        Senti uma dor aguda na barriga. Quero passar tranquilidade pra minha filha, mas não consigo. Tô assustada demais com o que essa louca possa fazer. Não posso ficar dentro da casa, preciso sair quando tiver uma chance. A dor só aumentava. Eu preciso do Christian, preciso do meu marido.
        Susan entrou correndo na casa com Jean que pegou Luísa nos braços que gritava e se debatia e se afastaram, mas antes ele me disse:
       — Se cuida e vê se tem mais cuidado da próxima vez.
       Da próxima vez? O que ele quer dizer com isso? Haverão próximas?
        — Você a ama? - Luísa perguntou enquanto batia nele irritada.
        — Tô apaixonado por você, Luísa, será que não vê que eu te quero?
         — E ela?
         — Eu quero você. Pare com isso — A beijou a levando embora.
        Susan me ajudou a deitar no sofá e pegou o celular.
         — Christian, vou ter que levar sua esposa para o hospital urgente. Luísa esteve aqui, falou e fez coisas e agora Kimberly entrou em trabalho de parto por conta de tanto nervosismo (...) — Vocês já chegaram ao aeroporto? Ok. Nos encontramos no hospital principal.

💙💪CHRISTIAN WINSOR

       — Eu vou matar essa piranha.
       — Christian, pára.
       — Me solta, Jonathan.
      — Se acalma. Vá ver sua mulher. Ela precisa de você.
       — Eu vou e não sairei de perto dela, mas antes vou acabar com essa vadia e nem tentem me impedir.
       Brendan me segurou.
       — Eu vou com você. Olha seu estado. Você vai acabar cometendo uma loucura.
        — Eu não preciso de babá. Eu irei voltar para os amores da minha vida. Cuidem delas enquanto tô fora.
       — Não o deixei sozinho, Brendan.
       — Eu já disse.
       — Sou seu irmão mais velho, isso é uma ordem.
       — Se ponha no meu lugar, Jonathan. E se o Luke fizesse mal a Susan novamente, hoje? O que você faria? Ou se fosse a Lisy?
        Ele me encarou e assentiu.
         — Volte logo, ok? Não se meta em problemas. Sua mulher e filha precisam do pai.
     
      Peguei um táxi e entrei no apartamento de Luísa. Eu tenho a chave e mesmo assim nunca vim aqui atrás dela porque não sentia sua falta. Sei que deveria ir ao hospital ficar com a minha mulher, mas não posso deixar o que aconteceu passar em branco, pois ela pode fazer pior futuramente. Avisei tanto para Luísa não se aproximar da minha mulher e ela não me ouviu, agora não posso deixá-la impune. Depois serei somente da minha esposa e filha.
     Mal abri a porta e ela veio somente de calcinha me receber. O porteiro deve ter avisado. Tentou me beijar e a esbofeteei várias vezes e depois pus minhas mãos em seu pescoço a sufocando e fazendo-a voar até a parede ainda o apertando. Eu não estava pensando em mais nada, só a via machucando minha família e isso definitivamente pirava a minha cabeça. Meu sangue ferveu, bombeou somente na parte do cérebro e fiquei cego.
      Assim que Susan me disse que Kimberly havia passado mal por causa da visita não desejada de Luísa, senti meu mundo cair, ruir. O medo se apossou de mim. O meu maior receio é entrar naquele hospital e descobri que ela morreu junto com nossa filha. Não posso pensar nisso, não conseguirei viver sem ela.
       — Christian, por favor, não faz isso — Tentava se soltar.
       — Nunca mais se aproxime da minha mulher ou irei te matar — Vociferei com sangue nos olhos — Você me conhece e sabe do que sou capaz.
       — Eu te amo e vou lutar por você. Ela não sabe te satisfazer como eu.
       - Cala essa maldita boca. Nem tudo é sexo, Luísa. Têm outras coisas envolvidas, mais importantes.
        — Você a ama?
       Fiquei em silêncio por alguns instantes.
        — E se for?
        — Não vou deixar que me troque por ela.
        — Não te troquei por ninguém. Você nunca me teve do jeito que a Kimberly me tem — Ela gritou — Sinto muito por você, mas ja aconteceu há muito tempo, tentei me livrar desse sentimento, mas não quero mais. Eu a amo e ela me ama. Nunca imaginei que esse sentimento fosse tão bom. Eu a quero pra sempre. Ela é a mulher da minha vida. Aceite isso que é melhor.
       — Nunca. Você é meu — Lágrimas caíam — Não irei deixar que outra fique no meu lugar.
        A soltei que caiu no chão tossindo sem parar e peguei uma caixa que ela guardava na gaveta do rack da sala. A caixa do nosso pecado. Faz tempo que não uso nada daquilo e milagrosamente não sinto falta, mas ela merecia. Peguei as algemas e prendi suas mãos nas costas e ela se assustou. Ótimo. Quero que sinta exatamente o que a minha mulher sentiu.
       — Christian, por favor? Não me machuque.
       — Eu te avisei, Luísa. Te avisei pra não se aproximar da minha mulher. Se ela perder essa criança ou.... — Não gosto de pensar nisso - Se acontecer algo com a Kimberly, eu volto aqui e te mato lentamente. Você sabe muito bem do que sou capaz e vou acabar com você, vadia miserável.
        — Me solta, Christian — Gritou mais assustada — Não te dei permissão para fazer isso.
       — Não preciso da sua maldita permissão. Quando você fere aqueles que amo, te machuco em dobro.
       — Foram apenas uns tapinhas, só isso. Eu só queria assustá-la para que te deixasse — Travei meu maxilar com a cara de pau dela — Ok. Talvez eu quisesse que ela perdesse essa criança e que como bônus, ela morresse também, mas infelizmente não aconteceu, certo?
       — Repete o que você disse.
        Ela arregalou os olhos e engoliu saliva mais do que devia, talvez pelo meu semblante complementando com meu tom de voz
       — Não vou mais procurá-la, eu juro.
       — Eu acredito — Dei um tapa mais forte do que pretendia em seu bumbum e uma coisa aconteceu; não sinto nada além de ânsia. Pensei que jamais viveria pra sentir tanto nojo com a mesma intensidade que a desejei.
        — Por favor, me perdoa? Não faço mais, eu juro.
        — Você vai fazer pior porque te conheço bem.
       Peguei o chicote e ela gritou em pânico.
       — Não estamos no clube.
       — Ótimo, porque aqui eu faço as regras e adivinha... — Dei uma chicotada bem forte e ela gritou chorando — Eu não tenho e nem sigo nenhuma.
       Virei o chicote para o cabo e ela arregalou os olhos em pânico.
       — Não, Christian, por favor, não faz  isso. Eu juro... eu juro que não faço mais.
       — Você não vai parar, Luísa, a não ser que eu te mate antes.
       — Por favor?
       — Grita, sua cadela, grita bastante. Isso não é nada perto do que minha mulher passou nas suas mãos.
        Alguém arrancou o chicote da minha mão e imediatamente me virei para a pessoa. Jean.
        — O que está acontecendo aqui?
        — Arrumou outro amante? — O encarei raivoso.
        — Ele é meu amigo.
         — Amigo? — Gargalhei — Uma cobra como você não tem amigos e, sim amantes de todas as espécies.
        — Qual é a sua, cara? Iria estuprá-la com esse chicote? — Ele a examinou e me olhou horrorizado — Ficou maluco? Olha o que você fez com ela.
        — Eu queria ter feito pior. Se mete na droga da sua vida — O empurrei que se desequilibrou caindo no chão como um frangote que era — Eu ia fazer muito mais do que violentá-la com esse chicote.
        Ele se levantou e tentou me dar um soco, mas me desvencilhei o acertando no nariz como sempre e ele logo baixou a crista, se afastando e diminuindo o tom de voz. Ele sabe que posso me descontrolar a qualquer momento e que não terá ninguém para lhe salvar. Ele é esperto.
         — Iria fazer mais o que? Estuprá-la feito um animal?
        — Não preciso disso, ela mesma abre as pernas sempre que eu peço. 
        — É óbvio que ela não quer agora.
        — Claro que quer, pergunte a ela.
        Olhamos para Luísa que mantinha seu olhos obcecados em mim.
        — Luísa, você iria deixá-lo te usar de novo?
        — Eu o amo, Jean.
        — Ela é louca — O empurrei e apontei o dedo para os dois — Mantenha sua amante longe da minha mulher, aliás quero os dois longe. Se acontecer algo com ela e o bebê, vocês me pagarão muito caro. Lembrem-se de que não sou nem um pouco bonzinho.

      Antes de eu ir para a estrada, Jean me virou revoltado.
      — O que você fez com ela não foi certo, cara. Ela é mulher.
      — Não me interessa o que ela é — O empurrei mais irritado e ele recuava — Ela machucou a minha mulher, então a machuco de volta.
       — Se escute falando. Não posso permitir que a machuque novamente.
       — E por que não?
       — Meu padrasto me ensinou que nós homens somos mais fortes e não devemos machucar o sexo oposto independente do que elas façam. Devemos protegê-las.
       Ninguém me ensinou isso, muito pelo contrário, meu pai me ensinava a sempre fazer olho por olho, dente por dente. Sophia me ensinava quando eu era pequeno a não machucar os mais fracos, mas o exemplo que eu tinha dentro de casa, dizia totalmente o oposto.
      Tenho plena consciência de que não posso machucar quem é mais fraco do que eu, mas algo me domina como agora há pouco, não sei explicar. Agora tô mal por ter feito o que fiz. Deveria ter resolvido de outra maneira.
       — Seu padrasto parece ser legal.
       — Ele é um pai de verdade.
      Era só o que me faltava, meu irmão e eu conversando como dois velhos amigos. Confesso que até que é...  interessante. Realmente interessante. Já tivemos isso muitos anos atrás quando éramos crianças assim que nos conhecemos, mas ele mudou. Eu tentei e depois não pude mais.
        — Tem mais coisa aí, Jean? Entre você e a Luísa?
        — Tô apaixonado. Quero ela pra mim.
      Fiquei surpreso. Ele não era apaixonado pela Kimberly? Acho que não preciso mais me preocupar com ele novamente dando em cima dela.
        — Então a mantenha longe de mim e da minha esposa.
        — Tô tentando. Liguei pra Susan e avisei que Luísa estava indo para a casa dela aprontar com a Kimberly. Só quero que isso pare. Quero ter uma vida com ela, mas esssa obsessão está passando de todos os limites. Só quero minha mulher sã.
      Minha mulher?
       — Ela não te ama e jamais amará, Jean, então isso não vai parar. Essa obsessão dela por mim está passando de todos os limites. Preciso fazer o que for preciso para proteger a minha família e não me importo de qual gênero ela é. Eu a odeio cada vez que interfere na minha vida com minha família. Eu preciso ir. Por causa da gracinha da sua amada, minha esposa sofreu um parto antecipado. Tenho que estar ao lado dela.
       — Eu te levo. Já soltei a Luísa. Ela está no sofá chorando, sentindo pena de si mesma, sentindo mais amor por você. Você tem razão, ela é louca e definitivamente não quero me envolver mais nisso.
       — E aquele papo de paixão?
       — Luísa é uma leoa na cama e faz coisas que até o diabo duvida e meio que me viciei nisso. Acho que isso é paixão.
        O encarei nada amigável. Sei exatamente como ela é. Ensinei tudo que ela faz com qualquer um porque acha que me terá de alguma forma. Luísa não me interessa de nenhuma maneira. Só quero que suma da minha vida e da minha família ou a farei sumir na próxima gracinha.
       — Vamos então. Só quero saber da minha mulher.
   
      No caminho, percebi que Jean me olhava de vez em quando querendo falar algo. Minutos de silêncio e ele finalmente criou coragem.
      — Me desculpe por aqueles xingamentos. Sempre tive tanta raiva por vocês sempre serem os preferidos do nosso pai que só queria que ele me amasse se eu fosse como ele.
      — Martin só amava a si mesmo. Um dia sua ficha irá cair.
       — Obrigado por não ter tirado minha herança.
       Assenti e olhei para a paisagem esfregando uma mão na outra nervoso. O carro estava em alta velocidade e mesmo assim demorava a chegar.
       — Ela irá ficar bem, aliás as duas ficarão. Kimberly fala muito na Sophie que já a imagino igual a mãe.
       O encarei intrigado.
        — Vocês se falam muito na faculdade?
        — Bastante. Estamos sempre conversando em grupo.
       Kimberly mentiu pra mim.
        — Chegamos — Ele disse.
        — Obrigado pela carona.
        — Boa sorte, irmão.
      Sorri pela primeira vez pra ele e apertei sua mão em agradecimento por ter salvado a minha mulher e por ter me trazido. Quem sabe um dia possamos ser amigos. O mal do Jean era o Martin e agora é a Luísa. Ele vive pra agradar alguém. Enquanto estiver com ela, não podemos subir nesse patamar.
     Entrei no hospital correndo e avistei Susan nervosa na cadeira e Jon mexendo no celular e praguejando baixo. Me aproximei e eles vieram até mim.
       — Tô te ligando, por que não atendeu o telefone?
       — Como ela está?
       — O médico está a preparando para o parto - Susan disse — Ela só fala em você. Mentimos que estava no banheiro.
       — A culpa é minha — Abaixei a cabeça — Eu deixei Luísa continuar na minha vida quando Kimberly entrou. Se acontecer alguma coisa, jamais me perdoarei.
        — Ela está bem, mano, se acalme.
        — Preciso vê-la.
       Jon me levou até o obstetra que conversou comigo e precisei me trocar, colocar roupas esterilizadas e horrorosas de hospital, máscara, touca e sapato do mesmo modelo. Lavei as mãos como me indicaram, ansioso e finalmente adentrei o centro cirúrgico.
      A vi imediatamente que chorava, mas tentava se acalmar. Fui rapidamente até ela e a beijei levemente nos lábios.
      — Eu tô aqui, não se preocupe.
      — Você veio.
      — Jamais te deixaria sozinha.
      — Acho que irão fazer cesárea.
      — Sim. Está um pouco complicado, mas dará tudo certo — Segurei suas mãos — Se acalme.
       — Assim que nossa filha nascer, quero ir pra nossa casa. Tenho medo da Luísa fazer mal a Sophie.
       — Ela não irá fazer nada. Por favor, Kimberly, fique calma.
       Acariciei seus cabelos e o obstetra explicou que já tinha dado a anestesia local. Eu olhava para a minha mulher e a acariciava que em troca me dava seu lindo e meigo sorriso.
       — Eu te amo — Encostei de leve nossos lábios.
      Sophie finalmente nasceu berrando. O médico nos mostrou nossa pequena e fitei minha mulher sorrindo com os olhos lacrimejando.
      — Ela é linda e perfeita como a mãe. 
      O obstetra a pôs em meus braços e senti o mesmo quando segurei Manu pela primeira vez. Bendito amor incondicional. Mais uma pra amar e proteger. Tenho 3 na minha conta. Dei um beijo singelo em sua testa e ela sorriu ou pareceu assim. Nada a fazia abrir os olhos. A segurei perto de Kimberly que a beijou e estava igual manteiga derretida.
      — Temos que levá-la — A enfermeira disse.
      — Mas eu não quero ficar sem ela.
      O médico riu.
       — Logo ela irá para o quarto com a mãe.
      Assenti e a entreguei relutante.
      — Ele irá nos devolvê-la — Falei para minha mulher, mas sem tirar os olhos sobre o que eles faziam - Acho que irei lá só vê se ela está bem.
       — Christian, fica aqui. Ela já vai para o quarto comigo.
       Assenti várias vezes desconfiado.
       — Pronto, papai babão,  aqui está sua princesa — A enfermeira disse a colocando de volta nos meus braços — Vamos levá-las para o quarto?
       Assenti sem tirar os olhos da minha princesa.
      — Ela é linda! — Beijei sua cabecinha careca —Oi, princesa, é o papai. Logo você verá a mamãe também.

     Já no quarto que nem sei como vim parar aqui, pois só tenho olhos pra minha pequena, me sentei na cadeira ao lado ignorando os pedidos da minha esposa de querer segurá-la.
     Jonathan entrou com Susan que veio direto pegar minha princesa.
      —  Não — Eu disse quando ela estendeu o braço — Quero dizer, já lavou as mãos?
       — Já.
       — Eu não sei, Susan, ela é tão pequena e frágil.
       — Eu tive 3 filhos, Christian, pelo amor de Deus.
       — Deixa ele, Susan —Jon disse — Agora ele vai ficar babando.
       — Ele a está monopolizando — Kimberly reclamou — Nem me deixou segurar.
       — Christian? — Susan me repreendeu.
      Eu sei que eu devia, mas eu não posso deixá-la.
      — Ela dormiu.
      — Mentiroso — Susan disse e Jon riu.
      — Eu confesso que não quero que ninguém além de mim a pegue. Agora me deixem em paz.
      Jon gargalhou com a mão na boca e os outros o acompanharam.
      — O que é tão engraçado?
      — Você tão grande com um bebezinho tão pequeno — Susan disse querendo ser engraçada.
       — Muito engraçadinha.
      Jean entrou no quarto com minha mãe que sorria pra mim.
      — Que linda!
      — Acho que não pode ficar muita gente assim não, vai fazer mal a minha filha — Me levantei —Quem os deixou entrar?
      Susan e Jonathan saíram e ela estava fula da vida.
       — Christian, seja mais educado — Kim disse.
       — Sophie é pequena, não pode ficar em volta de muita gente.
      Minha mãe me deu um beijo na testa, fez um carinho na minha bebê e saiu com Jean todo sorridente. Brendan sumiu como sempre. Ele não gosta de confraternização.
      Me sentei ao lado da minha mulher e entreguei nossa filha a ajudando a se ajeitar para dar de mamar. Sophie pegou imediatamente cheia de fome. Fiquei ali abraçado a elas. Não tem coisa melhor na vida. Kimberly fez uma careta.
        — O que foi?
        — Dói.
        Observei o modo que ela dava de mamar e a auxiliei a por a boquinha da nossa filha por toda a auréola do seio, pois ela pegava somente o bico e é claro que logo racharia e ficaria em carne viva.
       — Onde aprendeu isso?
       — Mary — Respondi sem perceber. 
        Kimberly franziu o cenho.
         — Como assim? Casey não era grande quando foi morar com vocês?
         Assenti e tive que explicar.
         — Mary teve um segundo filho, mas não era do meu pai. O menino nasceu acéfalo e morreu em alguns dias, mas ela fez questão de amamentá-lo — Me senti culpado pela expressão dela — Como sou idiota. Me perdoe.
          — O bebê era seu? — Indagou sem me olhar.
          — Por Deus, não. Ela jurava que era do meu pai, mas ele não acreditou porque eles não estavam se relacionando sexualmente há algum tempo. E ela e eu usávamos preservativo. Desculpa. Não devia ter te contado nesse momento. 
          — Não quero mais ouvir essas histórias.  Ela é uma mulher horrível.
          — Deixa eu ver nossa bebê mamando.
           Ela sorriu segurando minha mão e a levei aos lábios.
            — Nossa linda família — Eu disse e ela sorriu mais ainda. 
         
        Depois de 4 dias no hospital fazendo exames para verificar se estava tudo bem, Sophie finalmente veio pra casa. Apesar de ter nascido antes da hora, ela já pesava 2 kgs e tinha 50 cm. Vai ser alta igual ao pai. Ela ainda não havia aberto os olhos. Às vezes parecia que ia, mas nada. Acho que a claridade a incomodava.
      De madrugada ouvi um chiado na babá eletrônica e corri para o quartinho dela. Por mim, ela dormia com a gente, mas kimberly veio cheia de teorias sobre cama compartilhada que tive que acatar com muita relutância.
       — Christian — Kim me barrou quando tentei levantar da cama  — O que está fazendo?
      — Ela chorou.
      — Não chorou.
      — Eu ouvi.
      — Pela amor de Deus, homem, são duas da madrugada, ela não chorou. Vamos dormir.
      — Eu preciso ver se ela está bem. É só um segundo, depois eu volto.
      Corri para o quarto antes que ela reclamasse de algo e acendi o abajur. Ela estava acordada tentando abrir o olhos e sorria aos poucos. Fiz carinho em sua carequinha e ela piscou várias vezes de olhos ainda fechados e os abriu por alguns instantes e olhou diretamente pra mim.
       — Uau!
      Ela voltou a fechá-los. Beijei sua cabeça e ela adormeceu novamente. Voltei para a cama ao lado da minha mulher e a abracei por trás beijando seu pescoço.
      — Christian?
      — Eu sei que você ainda não pode, não tô pensando nisso.
      —Tá bom — Beijou meu braço que rodeava seu corpo.
       Ela se virou e nos beijamos com muito amor e carinho.
       — Sophie têm meus olhos — Informei estagnado — Exatamente iguais. Nunca havia reparado o quanto são impactantes.
       Kimberly sorriu e sorri de volta.

NOTA: Voltei depois de terça-feira passando não muito bem.
Amanhã posto mais.

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