CASAMENTO FORÇADO - FAMÍLIA WINSOR - LIVRO 2 (CHRISTIAN)

14 - CAPÍTULO

💙💪 CHRISTIAN WINSOR 

      — Sinto muito — Sophia disse se aproximando de mim. Não entendi — Tive razões muito forte para ter te deixado.
     Nathan, meu irmão, entrou na casa me encarando tristemente. Ainda não estou entendendo o que ele está fazendo aqui.
      — Nathan Charles Winsor é filho de Martin e Sophia — O advogado revelou.
     — O que? — Olhei de Sophia para Nathan — Mas como?
       Nathan e eu nos dávamos bem como a Kourtney que era nosso xodó. Há pouco tempo revelei a eles que era seu irmão e agora descubro que ele sempre soube? Ele me enganou como todos fizeram? 
      — Fui embora grávida.
      Encarei Sophia que continuava falando.
      — Você o protegeu do Martin, não é mesmo? E eu?
      — Seu pai me violentou depois que descobriu que eu tomava anticoncepcional. Quando descobri que estava grávida do Nathan, tive que fugir.
      — E me deixou pra trás, por que?
      — Eu quis te levar, mas seu pai ameaçou a sua vida e tive medo. Ele andava armado. Eu não me importaria se ele tivesse me batido, tentado me matar como fez várias vezes, mas com você era diferente. Eu te amava, te amo pra permitir que te façam mal. 
        — Isso é piada, não é? — Me levantei rindo com escárnio — Você nunca se preocupou comigo, somente com seu filho loiro como o pai. Era tudo que ele queria.
        — Ele só soube do Nathan no leito de morte e alterou o testamento e registrou seu irmão para que tivesse seus direitos. Eu não sabia dos maus tratos que você sofreu. Ele me prometeu que cuidaria de você porque te amava e por isso não quis te perder também. Sinto muito que você tenha passado por tantas coisas horríveis — Me acariciou e uma lágrima traidora escorreu pela minha bochecha porque aquilo doía demais — Se eu soubesse, teria te tirado dele independente das ameaças. Fugiríamos, você, eu e o Jon. Me perdoa?
      — Eu não sei, Sophia. Tô confuso, preciso pensar.

       — Eu sei. Eu pretendia te levar comigo quando seu pai nos flagrou arrumando as malas. Para protegê-lo, te deixei com ele e tentei fazer de tudo para te ter de volta dentro da lei, mas Martin comprava ou ameaçava os juízes, advogados e até matava quem o contrariava. Me vi sozinha sem saber o que fazer. Uma vez o vi te buscando na escola e parecia amoroso, então desisti achando que estivesse feliz sem mim. Sinto muito. 

       Ela também foi enganada? Ela me ama? Pensei tantas coisas erradas. Passei anos equivocado ao invés de a ter procurado e esclarecido tantas dúvidas. Deixei meu orgulho falar mais alto e perdi anos que poderíamos ter passado juntos. Permiti que o Martin vencesse de novo. 

       — Mãe, me dá um tempo pra pensar.

       Ela sorriu amplamente. 

       — Claro, meu amor. Como esperei ouvir essa palavra novamente. Senti tanta sua falta. Todos os dias e todas as horas. 
        Nathan se aproximou de mim.
       — Não quis te enganar, Christian, só não sabia como começar a explicar e também o segredo não era só meu.
       — Por que aceitou mudar seu nome?
       — Tivemos que fazer um teste de paternidade para que o juiz autorizasse a mudança nos meus documentos.
      — Você é maior de idade, Nathan e estuda pra ser piloto, tem uma namorada que te adora. Por que foi cair nessa burrada de ser um Winsor? — Parei para refletir um pouco — Foi por dinheiro? Sei que seu pai verdadeiro nunca será o Martin e, sim o Leonard. Já vi vocês dois juntos e você não iria querer um pai como o meu, nem mesmo no papel.
      — Não foi por dinheiro, Christian. Sou o filho do Martin também, nada mais justo do que ter seu sobrenome.
      — Você é louco.
      — Tracey está grávida de gêmeos  — Disse exasperado — Iremos nos casar. Vou ter muitos gastos e Martin ofereceu ajuda em forma de testamento caso levasse o sobrenome que ele tanto se orgulha. Meu trabalho mal paga o meu sustento e agora terei três bocas para sustentar. Não posso depender dos meus pais.
        — Era só pedir que eu te ajudava, mas você se vendeu para o pior tipo de ser humano que existe. 
      — É só um pedaço de papel, Christian, nada mudou. Meu pai é o Leonard e sempre será, mas agora preciso pensar na família que formarei com a Tracey. Logo farei 24 anos e ainda tô concluindo meu curso de piloto depois de ter feito a besteira de passar 20 semestres estudando direito. Meu dinheiro foi e ainda é todo investido nos estudos. Quase não me sobra pra nada.
      — Tudo bem, mas ainda não entendo porque fez isso. Se pedisse, eu te empregaria com um bom salário.
      Ele riu sem graça se balançando.
       — Eu queria ser como você.
       Não processei a informação.
       — Como?
       — Olha só as coisas que você faz por essas pessoas, Christian. Quero chegar aos seus pés um dia. Você é meu irmão mais velho que admiro muito. 
       — Não conte para ninguém sobre isso — Olhei para os lados vendo se alguém nos ouvia.
       — Por que?
      Voltei a encará-lo.
      — Por favor, Nathan? — Pus a mão em seu ombro que assentiu concordando — Então, vai casar, né?
      — Sim, será o casamento dos sonhos da Tracey. Quero fazê-la feliz. Em um mês nos casaremos.
       — Ela é a sua namoradinha de infância, não é?
        Ele riu todo bobo. Sei o quanto a ama. Ele nunca teve outra mulher além dela. Os dois se amam desde sempre. Pensei que ele se enjoaria de ter tido somente uma, mas isso nunca aconteceu, pelo contrário, continua cada vez mais apaixonado e agora formariam sua família.
        — É sim. Depois de sair daqui irei pra casa dos seus pais, ela passou mal por causa da pressão do seu padrasto sobre a gravidez. Ele é intolerante, não merece a filha que tem. Quero tirá-la logo de lá. Ele nunca ligou pra ela, porém depois que engravidou passou a implicar e sua mãe fica neutra. É ridículo. O dia que eu o flagrar falando merda, torço para estar calmo.
      — Nenhum filho de Martin Charles Winsor tem sangue de barata, alguns tentam como o Jon, mas é perda de tempo.
      Ele riu. Nathan é bem humorado, divertido. Gostaria de ter crescido com ele e com Brendan mesmo mal humorado, mas um excelente irmão e segurança.
      — Queria te fazer um convite. Quer ser o padrinho do meu casamento?
       — Sério? — Sorri alegremente — Claro que sim.
       — Perfeito. Não poderia ter pensado em alguém melhor do que o irmão que tanto amo.
        O abracei no impulso que ficou surpreso. Era a primeira vez que o abraçava.
      — Quer que eu te apresente oficialmente aos outros irmãos?
        Ele anuiu e mirei em Jonathan, Brendan, Jean e Casey. Todos os cumprimentaram e só Jean virou a cara, antipático como sempre. Casey o cutucou e ele riu. Ele só se dava bem com ela. Não tinha como não amar minha linda irmãzinha caçula. Não sei o que ela vê nele, afinal. 
        — Agora estão todos aqui - O advogado falou e me sentei ao lado da minha esposa — Iremos dar continuidade ao testamento: