CASAMENTO FORÇADO - FAMÍLIA...

By bigudinharainha

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Christian Winsor, homem controlador, possessivo, dominador, nada gentil, vai atrás do que quer sem se importa... More

CHRISTIAN CHARLES WINSOR
1 - CAPÍTULO
2 - CAPÍTULO
3 - CAPÍTULO
4 - CAPÍTULO
5 - CAPÍTULO
FOTOS DOS PERSONAGENS
SAGA FAMÍLIA WINSOR
6 - CAPÍTULO
AVISO
8 - CAPÍTULO
9 - CAPÍTULO
10 - CAPÍTULO
11 - CAPÍTULO
12 - CAPÍTULO
13 - CAPÍTULO
NOTA
14 - CAPÍTULO
15 - CAPÍTULO
16 - CAPÍTULO
17 - CAPÍTULO
18 - CAPÍTULO
19 - CAPÍTULO
20 - CAPÍTULO
21- CAPÍTULO
NOTA DA AUTORA
22 - CAPÍTULO
23 - CAPÍTULO
24 - CAPÍTULO
25 - CAPÍTULO
26 - CAPÍTULO
27 - CAPÍTULO
28 - CAPÍTULO
NOTA
PERGUNTE A AUTORA
29 - CAPÍTULO
30 - CAPÍTULO
FOTOS Das CRIANÇAS
31 - CAPÍTULO
32 - CAPÍTULO
33 - CAPÍTULO
34 - CAPÍTULO
35 - CAPÍTULO
36 - CAPÍTULO
37 - CAPÍTULO
NOTA
38 - CAPÍTULO
39 - CAPÍTULO
40 - CAPÍTULO
NOTA DA AUTORA
41 - CAPÍTULO
SAGA - FAMÍLIA WINSOR
42 - CAPÍTULO
NOTA
CAPÍTULO FINAL
NOTA
EPÍLOGO
SAGA DA FAMÍLIA WINSOR

7 - CAPÍTULO

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By bigudinharainha

   💓🌼KIMBERLY WINSOR

    Estávamos no aeroporto onde embarcaremos rumo a Paris. Nunca havia andado em um. Na verdade mal andava de ônibus. A passagem era cara demais para se obter esses luxos. Admirei meu marido fazer tudo no aeroporto para que embarcássemos. Antes de casarmos, ele resolveu todas as questões da minha documentação com meu pai. Christian é lindo, articula muito bem, se move com maestria e elegância. Percebi que estava incomodado com o cabelo que batia na nuca. Gostaria de vê-lo ao natural. Ele pôs os óculos em cima da cabeça. Notei um grupo de mulheres perto dele também fazendo check-in o comendo com os olhos descaradamente acompanhando todos seus movimentos que diga-se de passagem, era bom demais de se olhar. Levantei as sobrancelhas quando algumas delas olhavam a comissão de trás. É verdade, agora que percebi que o bumbum dele é bonito, firme, forte. Verdadeira bunda de homem.

       Desviei o olhar quando ele me pegou no flagra. Ruborizei abaixando a cabeça e logo senti seus dedos no meu braço distribuindo descarga elétrica por todos os poros.
        — Estão todos nos olhando, tenho certeza de que não quer chamar mais a atenção — Me fitava sorrindo e que sorriso lindo — Consegui um banheiro dos funcionários para nos trocarmos —Pegou minha mão — Venha.
         Era verdade. Éramos os centros das atenções. Também, ainda trajávamos as roupas do casamento. Entramos em um banheiro muito bonito e limpo. Ele trancou a porta e começou a tirar o smoking, gravata borboleta como se tivesse o sufocando, assim que a camisa caiu no chão, engoli em seco quase me engasgando. Sua calça também foi removida e o ar me faltou. Ele é perfeito. Músculos nos lugares certos. Que pernas, que braços e um era tomado de tatuagens até o pulso. Ele se abaixou para pegar uma roupa na mala e devorei cada pedaço do seu corpo com os olhos. Nem sabia que tinha essa capacidade. Logo ele já estava vestido com uma camisa pólo preta e uma calça jeans.
        — Quer ajuda?
        Passei tanto tempo o admirando, que nem percebi que ainda estava com o vestido de noiva.
        — Pode sair?
        — Não. Precisa ser rápida. Paguei um bom dinheiro pra nos deixarem usar esse banheiro.
        Antes de conseguir argumentar, ele foi para trás de mim e abriu os botões de trás do vestido roçando seus dedos em minha pele que se arrepiava.
        — Você é bem sensível, não é?
        Seu hálito quente bateu em meu pescoço e estremeci e ele deixou um beijo singelo no local.
         — É normal seu corpo reagir assim. Você é inexperiente, mas logo estará relaxada e acostumada com meus toques.
        Meu vestido caiu e ele imediatamente veio para minha frente examinando meu corpo minuciosamente com os olhos azuis piscina escurecidos. Tentei me concentrar e peguei uma roupa, mas não consegui colocar, pois logo senti o corpo masculino junto ao meu beijando meu pescoço e se apertando contra o meu. Suas mãos foram parar na minha nuca e sua boca já devorava a minha.
       — Não temos tempo pra isso e sua primeira vez não pode ser uma rapidinha em um banheiro —Me deu um selinho — Talvez da próxima.
        O vestido estampado deslizou pelo meu corpo pelas mãos masculinas hábeis e seu olhar varria cada centímetro da minha pele enviando calor por entre minhas pernas. Seu olhar se concentrou em meus seios envoltos pelo sutiã.
        — Preciso fazer uma coisa, vai ser rápido.
        Não entendi até que ele abaixou as alças do meu vestido, pôs as mãos dentro do meu sutiã e segurou meus seios entre seus dedos e o que fez em seguida quase me fez desmaiar porque eu já era uma gelatina escandalosa. Eu tremia mais do que... Ai, meu Deus, não consigo pensar com sua boca sugando e mordiscando meu mamilo enquanto mantinha o outro em sua mão habilidosa.
        — Seu gosto é bom. Quero te provar inteira.
        Ele endireitou a parte superior da minha roupa e se ajoelhou subindo meu vestido. Apertou meu bumbum e quando ia puxar minha calcinha, bateram na porta somente duas vezes como se tivessem combinado. Ainda não raciocinei o que acabou de acontecer.
         — Droga — Praguejou passando a mão pelos cabelos — Precisamos ir.

        Peguei um copo de suco oferecido pela aeromoça. O que aconteceu naquele banheiro do aeroporto ainda não foi muito bem assimilado por mim. Nunca pensei em sexo e tô aqui sedenta de desejo pelo meu noivo. Sei muitas coisas que acontecem com o nosso corpo quando estamos excitados, também sei sobre orgasmos. Não sou uma ignorante total, mas a prática é totalmente diferente da teoria. Só de pensar que em poucas horas serei completamente dele, me sobe um medo misturado com vontades. A prova de que quero que continue me tocando foi no toalete. Eu não sabia que sentir desejo, prazer era algo tão intenso e gostoso. Pensei que fosse algo simples, banal até e, as minhas teorias foram jogadas pelo ralo. Muitas convidadas do casamento gostariam de trocar de lugar comigo e saberiam seduzí-lo muito bem, enquanto eu só sei tremer e aspirar o cheiro delicioso dele.
      Há algo me incomodando; a culpa do Jean ter se ferido era minha. Ele quis ir embora e o chamei de volta. Como...
       — Não faça isso.
       — O que? — O encarei sobressaltada que deslizou um dedo pelo meu rosto carinhosamente alternando o olhar entre minha boca, olhos e seios.
       — Conheço essa expressão. Não se culpe, ele teve apenas o que merecia e até que o deixei inteiro dessa vez. Não sei o que há com ele que gosta de me provocar.
        — Você o odeia?
        Ele não respondeu, apenas parou com o carinho e bebeu um copo de whisky. Estávamos na primeira classe. Meu marido é tão rico que poderia comprar todo o aeroporto e seus aviões, palavras dele nos emails que diziam que eu jamais precisaria me preocupar com assuntos financeiros. Não vou mentir, é reconfortante ter alguém cuidando da gente e das nossas necessidades. Não preciso mais acordar de madrugada para estudar, fazer o café da manhã quando tinha algo pra comer, correr para a escola e depois trabalhar em dois lugares diferentes todos os dias, inclusive finais de semana. Sempre fui consciente de que algo ruim poderia me acontecer quando eu saía para ganhar dinheiro, porém evitava ficar até tarde na rua, afinal eu me guardava para meu futuro marido e não queria que ninguém me fizesse mal, em primeiro lugar.
        - Ele é alguém que eu não deveria odiar, mas odeio - Seu olhar se mantinha vazio concentrado em algum ponto na cadeira da frente.
         - Fiquei decepcionada quando o vi sendo preconceituoso.
         - Você não pensa o mesmo?
         - Claro que não. Que horror. Isso é uma das piores coisas que o ser humano pode ser.
         Depois de um silêncio excruciante e dele me olhando por tempo demais, voltei a falar.
        - Então, você gostou do casamento?
        Ele gargalhou e fiquei sem graça.
         - É sério?
         - Desculpe - Abaixei a cabeça.
          Ele segurou em meu queixo delicadamente me obrigando a encará-lo. Mordi meu lábio inferior e ele o separou com os dedos.
           - Você é malditamente doce, pura, um anjo. Onde esteve durante toda minha vida odiosa? Não sei se serei capaz de te deixar um dia.
          Sorri. Essa foi uma declaração? Foi linda. Acho que ele não é nada daquilo que Jean falou.
         - Queria te perguntar uma coisa.
        - Diga.
        - É verdade que armou para o meu pai perder no jogo? Que premeditou esse absurdo de me comprar?
         - Foi o Jean quem lhe disse isso?

         - Sim.

       Ele respirou fundo antes de responder.

        - Seu pai perdeu porque estava bêbado demais para se concentrar. Foi fácil vencê-lo - Tirou o cinto e se virou pra mim - Olha, seu pai falou de você durante todo o jogo e acabei ficado curioso em te conhecer, mas ele disse que você namorava o Jean e que sabia que ele queria te levar pra cama como todos os outros homens porque você era linda e inocente. Ele me atiçou, então acabei propondo uma proposta milionária.
         — O que você disse?
         — Propus passar algumas noites com você para deflorá-la e daria a ele um milhão de dólares em agradecimento.
         — Oh, meu Deus! - Pus a mão na boca horrorizada — Eu seria como uma mulher da vida.
          — Tanto faz — Deus de ombros com desdém — Ele recusou porque disse que precisaria garantir seu futuro e que não podia passar por cima de seus sonhos que era casar virgem. Concordei porque eu preciso de uma esposa. Ele perdeu e te vendeu. Garanti que quando nos divorciássemos, lhe daria um bom dinheiro para que seguisse em frente.
         — Não sabia que você e o Jean se conheciam.
         — Ele é meu irmão igual ao Jon, irmãos por parte de pai.
         — Irmão? — Não pude evitar o espanto.

         —  Sim — Me olhou estranho. Será que ele pensava que também sou preconceituosa? — O assunto encerrou. Ele é um babaca que faz tudo pra agradar nosso pai que o despreza. Sei que deveria, mas não consigo me controlar quando ele diz aquelas coisas. É um estopim do meu passado e ele sabe usa a seu favor.

          — Sim, ele é um babaca master — Sorri quando ele sorriu de volta — Acho essa diversidade da sua família muito legal, tem até uma ruiva. 

        Christian se endireitou e a aeromoça nos serviu alguns petiscos chiques que eu não conhecia. Fiquei olhando decidindo qual comeria primeiro e ele pegou um parecendo bolinho salgado e pôs na minha boca. Não sabia que ele estava prestando atenção em mim.
        — É um bolinho de truta. É muito gostoso. Pode me perguntar antes de comer algo que nunca tenha visto. 
         Assenti agradecida. Isso foi tão gentil da parte dele. Ele pegou um que conheço; scargort. Não escolho comida, mas lesma definitivamente não me atrai. Escolhi os bolinhos de truta que estavam saborosos.
        — Quer escolher a sobremesa? Aqui servem um um tiramisu maravilhoso.

        — Acho que eu quero sim. É um doce italiano, certo? — Continuei quando ele assentiu — Eu amo a comida desse país. 

        — Você já viajou para a Europa? 

        — Nunca saí da América do Norte. Toronto é meu lar desde que me entendo por gente. 

       Ele fez sinal para a aeromoça que sorri demais para ele antiprofissional. Nenhuma vez ela perguntou se eu queria algo, me ignorava por completo toda vez que perguntava se estávamos bem ou se precisávamos de algo. Esse algo era dirigido ao meu noivo com má intenção. Estava mais do que nítido. Sei que ele é lindo, mas está acompanhado. Não é difícil de entender. Prestei atenção as reações dele que parecia não dar importância às investidas abusadas.
      — Queria continuar com meu sobrenome como eu te disse nos emails, por que autorizou a mudarem?
       — Você é uma Winsor agora, seu sobrenome tem peso e também não quero nada que tenha a ver com o seu pai. Será que ainda não entendeu o que ele fez?
        — Eu sei o que ele fez, só não posso odiá-lo.
        — Por que? É tão simples. Ele não agiu como pai, te decepcionou, te reduziu a nada.
         — Você não entende que o amo, que jamais o odiarei? Ele é meu pai, cometeu erros, sim, não nego. Tô magoada, machucada agora, mas um dia pretendo perdoá-lo. Se ele precisar, não hesitarei em ajudar.

          Ele me olhou incrédulo com minhas palavras. Talvez não consiga entender essa minha linha de raciocínio. Ele acha que devo odiar o meu pai. Não posso fazer isso, eu o amo e sempre o amarei. 

         — Meu pai é minha família. 

         — Não mais — Estalou o pescoço — Se quiser falar com ele, não me importo, porém nunca o leve na nossa casa. Ele não faz mais parte da sua vida de casada.
          Assenti com o olhar triste. Acho que ele não se importa porque rapidamente desviou o olhar.
       — Quanto tempo ficaremos?
       — Uma semana. Tempo suficiente para nos conhecermos bem.
       Seus olhos voltaram para os meus, ele sorriu e se inclinou para me beijar, mas virei a cabeça que em consequência foi virada nada gentil segurando meu queixo.
      —  Você não pode me negar nada. Sempre que eu ficar com vontade, irei te beijar. 
        Ele sente vontade de me beijar? Meu coração parou quando ele escovou seus lábios lentamente nos meus. Fechei os olhos involuntariamente dando passagem para sua língua habilidosa. Os beijos dele me tiram o fôlego. É intenso, envolvente e me deixa literalmente sem ar. Não sei se um dia me acostumarei. Confesso que tenho medo de ficar sozinha com ele entre quatro paredes. Pensar nisso só me faz tremer de nervoso e antecipação porque quero muito ser dele. Nunca tive contato mais íntimo com ninguém, meu ex só me dava beijos inocentes, sem nada que me deixasse querendo mais. Jean foi meu primeiro namorado, até algumas horas atrás eu era apaixonada por ele até Christian me beijar de uma forma nada casual levando tudo de mim, roubando meu coração. Não posso negar que essa paixão me arrebatou de um jeito insano. Eu o quero e fico satisfeita quando me toca, me beija. Em um impulso o abracei no fim do beijo. Abri os olhos devagar e seu olhar estava conectado ao meu. Nenhum de nós se atrevia a desviar. É bom, muito bom esse contato.
       — Bom, por você ser virgem, não se preocupe que não vou machucá-la, mas também não vou parar.
       — Você é  tão grosso, estúpido.
      O encanto acabou. O nó estava preso na garganta. Eu estava nervosa, com receio, será que ele não pode compreender e tentar me acalmar?
      — Cuidado  com o quê fala. Dessa vez vou deixar passar.
      — Vai me bater como fez com o seu irmão?
      — Não bato em mulher, a não ser que mereça —Riu quando o olhei assustada. Será que devo me preocupar? 
      —  Por que anda armado já que é advogado?
      — Prevenção.
      — Como assim?
      — Fiz muitas coisas erradas, me envolvi com as piores pessoas, drogas e por pouco não fui morto com uma arma apontada pra minha cabeça. Não tenha medo, pois praticamente não a uso, porém tenho sempre que ficar alerta, porque vez ou outra tentam me matar. 
      O fitei que não correspondia aos meus olhares, se virou para a janela com o olhar perdido, depois encostou no assento e dormiu.
     A única coisa que queria era que ele me acalmasse, mas talvez fosse pedir demais. Uma lágrima caiu. Eu não o conheço e estou sendo jogada na toca do lobo pra ser devorada sem direito a fuga.

     Christian fez check-in no hotel Prada, um dos melhores de Paris, tinha até cinco estrelas, ele me informou indiferente. Sei o quanto é rico e que esses valores gastos não pesam em nada no seu bolso, mas pra mim faz porque nunca sonhei em estar em um lugar maravilhoso como esse. Ainda preciso me adaptar a essa nova realidade com o pensamento de pobre e economista. Perguntei se já tinha vindo à cidade do amor e ele respondeu que também era sua primeira vez e que sabia que era um dos meus sonhos, pois meu pai o relatara. Isso me agradou. Saber que ele está realizando os meus sonhos é sinal de que sou importante pra ele de alguma forma. Significo mais do que ele diz. 

    Pegou na minha mão e fomos para o elevador. Estaríamos hospedados no 8°andar durante nossa lua de mel. Deu a gorjeta para os carregadores e me pegou no colo nos levando para o quarto. Sorri e ele fechou a cortina, depois se sentou na cama ao meu lado e me deu um selinho abaixando a alça do meu vestido.

       — A gente  podia conversar antes, o que acha — Tudo que eu fazia era falar com os lábios fremendo.
     Ele se levantou parecendo impaciente e tirou uma roupa da mala.
      — Vou tomar banho, quer vim?
      Fiz que não várias vezes  com a cabeça, nervosa.
       — Então peça algo para comermos.
       — Tô sem fome - Gaguejei.
       — Pedimos depois, então. Não demoro.
        Me dei conta de que o fato do casamento ter sido realizado à noite foi a meu favor, pois no escuro ele não poderia me ver nua porque imploraria para que deixasse a luz apagada. Nunca estive nua na frente de um homem, nem mesmo do meu pai ou médico, sempre fui nas médicas. Nem sei se meu corpo é bonito, acho desproporcional a minha altura. Meus bustos são grandes, queria muito diminuí-los e meu bumbum também não era nada modesto. Não entendo se sempre comia o básico, eram pra serem bem menores. Bom, não estou contente com eles, me fazem parecer maior do que sou, por esse motivo não uso nada apertado para que não chamem mais atenção. Do nada me lembrei dele no banheiro do aeroporto chupando meus seios, os tocando como se não tivesse nada de melhor nesse mundo, mas depois me senti envergonhada pelos meus gemidos e por saber que em sua vida deveria ter passado mulheres lindas, melhores de corpos e experientes. Nem sabia que tinha capacidade de gemer daquele jeito. Foi estranho e bizarro. 
      Todas aquelas mulheres que o cercaram no casamento eram muito bonitas, principalmente a tal de Luísa que era lindíssima e sabia seduzi-lo perfeitamente. Aposto como saberia como agir nessa hora. Sou muito insegura, talvez ter tido uma mãe que me abandonou no começo da adolescência onde muitas dúvidas surgiram, onde meu corpo começava a desabrochar e ter tido um pai relapso contribuíram para minha insegurança. Agora tenho um marido lindo e me sinto bonitinha perto dele, nada que o faça sentir que sou diferente de todas com quem já ficou, nem ao menos sei ser sensual. Não sei até quando irá querer ficar comigo. Logo serei dele e de uma coisa tenho absoluta certeza; jamais o esquecerei. Essa paixão veio de um jeito que achei que não existia, me pegou de uma maneira insana. Me sinto completamente abalada por sua presença marcante, sua pele perto da minha. São mistos de sensações e desejos. Quero que me beije e me tome em seus braços e faça tudo que quiser, do jeito que quiser, não me importo, só quero seu corpo e sua boca nos meus. Mordi o lábio imaginando o que ele faria comigo. Só tenho as lembranças da sua boca nos meios seios grandes. Em nenhum momento ele reclamou, pelo contrário, chupou com vontade que me fez querer mais e mais.
       Me endireitei na cama nervosa quando ele voltou do banheiro me observando. Minha garganta ficou seca com seu olhar sobre meu corpo. Seus olhos e os meus pareciam imãs; se atraindo o tempo todo. Ele estava mais lindo com seus cabelos molhados ondulados, sua barba feita e com uma calça de moletom cinza e uma regata branca definindo os seus músculos fortes e perfeitos. A visão era simplesmente esplendorosa. Queria tanto ver seus cachos naturais e agora estou hipnotizada. Eles batiam na nuca e caíam sobre os olhos, não eram como franjas, eram despojados, estilo bad boy. Era tão lindo! Não era difícil entender porque as mulheres corriam atrás dele, babavam por onde passava. A recepcionista faltou limpar a baba se jogando pra ele ignorando minha presença. Acho que irei ver muito isso.
    Em um movimento brusco, ele se virou e abriu a mala, se aproximou da cama e me deu uma camisola rosa escuro com um conjunto de peças íntimas brancas.
        — Se troca — Ordenou com sua voz deliciosa e rouca que permearam meus ouvidos e saí do transe.
        — Não está muito curta e transparente? —Examinei a pequena peça de roupa. Nunca usei nada parecido. 
        — Está perfeita. Preferia que estivesse nua, mas tenho uma tara por rasgar as roupas das mulheres. Então como vai ser?
         Um nó se formou na minha garganta me impedindo de falar coerentemente. Rasgar as roupas, como assim? 

          — Mellhor eu tomar banho também. 

          — Por que? Você está deliciosa e seu cheiro é  muito gostoso. 

         Entrei no banheiro às pressas tentando normalizar minha respiração entrecortada e meus batimentos cardíacos acelerados parando em frente ao espelho quando o vi ao meu lado me observando. Na verdade, ele parecia me estudar com curiosidade. Com muita dificuldade, desviei o olhar.

         — Você vai ficar aqui? — Indaguei trêmula.
         — Sim, algum problema?
         — Preciso de privacidade.
        Ele riu.
         — Somos casados, não existe isso, não mais — Deslizou o dedo pelo meu braço e lambi os lábios ansiosa pelo que veria a seguir
        — Por favor — Balbuciei quase gemendo.
         Seu dedo foi para minha nuca. Ele sabia exatamente o que se passava comigo e continuava com sua tortura.
       — Então faça suas coisas de mulher, mas não demore, quero te ter logo debaixo de mim, mas antes preciso de provar pra saber se seu gosto é mesmo tão doce como seus seios — Sussurrava mordiscando minha orelha me deixando de pernas bambas — Usou o spa no seu dia de beleza?
         — Sim, você mandou um carro me levar e buscar, então.
         — Pediu que te depilasse inteira?
         Não tenho pêlos, apenas um pouco na área pubiana, porém ele não precisava saber. No dia só fui entender a finalidade daquele mimo quando me depilaram. Ouvi as conversas das mulheres dizendo que os maridos gostavam que estivem lisas para o sexo. Tudo que elas falavam meu rosto queimava de vergonha. Foi até que me dei conta do porquê da depilação. 
      Assenti ficando vermelha como um tomate, o espelho comprovou e ele riu saindo do cômodo. Soltei o ar devagar e meu coração batia cada vez mais rápido.
          Tirei o vestido toda atrapalhada pelo nervosismo e liguei o chuveiro que tinha 6 temperaturas. Interessante. Nada ali me interessava, mas precisava de algo para atrair minha atenção. Precisava focar em alguma coisa que não fossem as mãos do meu marido me pegando, sua boca me lambendo e chupando. Abri os olhos assustada, nem percebi que me tocava e que havia fechado o mesmo. Acho que tô louca. Testei todas as temperaturas como se fosse terapêutico. Me sinto um peixe fora d'água. 

       Soltei meus cabelos loiros levemente cacheados e os prendi novamente com um prendendor no alto da cabeça. Passei sabonete, escolhi a temperatura 5 da água e depois me enrolei na toalha, tudo mecanicamente prestando atenção em tudo para não sucumbir a ansiedade quando o vi parado no batente da porta me observando e depois saiu. Ai, meu Deus, ele me viu naquela patética cena em que me toquei. Acho que agora já posso morrer. 

     Tentei relaxar ao máximo obrigando minha mente a esquecer do que acontecerá há pouco.  Pus a camisola mais fina e curta que já vi na vida.  Acho que era de seda. Vi uma vez na escola quando uma das meninas se exibia dizendo que usaria na noite que perdesse sua virgindade com seu atual namorado por quem era apaixonada. Na hora senti inveja, pois eu também queria amar e ser amada e achei que seria com Jean, mas sua pressão de dormirmos juntos quando ele nem queria saber sobre minha vida, meu dia a dia me passava insegurança. Por vezes achei que perdia meu tempo e ele dizia que iríamos nos casar e que me daria um casamento digno de rainha. Eu gostava de ouvi-lo dizer coisas do tipo como se eu mesma a dissesse, porém meu coração não dava saltos, não falhava uma batida como acontece com Christian. Só de saber que está perto faz algo engraçado ao meu estômago e, quando me toca, paro de respirar.

        Soltei os cabelos e me examinei no espelho várias vezes, percebi que meu bumbum estava quase de fora de tão curta que a camisola era e meus seios presos em um sutiã meia taça no decote do vestido. Sorri pensando que ele escolheu a dedo porque me considera importante. Será que ele poderia se apaixonar por mim um dia? Acho que sou boba demais. Passei a mão na roupa e tomei coragem em abrir a porta. O único produto de beleza que uso, se é que se pode chamar assim é meu desodorante 24 horas. Queria ter mais coisas para ficar cheirosa pra ele. A maquiagem leve consegui tirar, então espero que goste e não se decepcione.

💙💪 CHRISTIAN WINSOR 

    Uma hora mais tarde Kimberly finalmente voltara ao quarto usando a camisola que lhe dei. Estou sem fala pela primeira vez na vida. Ela está absurdamente belíssima. É a mulher mais linda desse mundo, a mais bela que já vi. Não faço a mínima ideia do que deu em mim para vigiar seu banho. Ela estava meio que se tocando e ao mesmo tempo parecia assustada. Pensei em fazer aquilo por ela e explicar que era natural, que ela estava se autoconhecendo para que depois eu a conhecesse, mas aí me dei conta de que jamais pensei em uma mulher desse jeito protetor. Sei tudo sobre sua vida e sei também que ela não tem amigas verdadeiras a quem recorrer para que explicasse detalhes sobre sexo. 
    Fiz minha inspeção minuciosamente em silêncio; suas coxas estavam expostas e eram fartas, seus seios pareciam grudados uns nos outros porque os braços dela estavam na frente com as mãos entrelaçadas. Imagino seu nervosismo. Não pude evitar que minha atenção fosse somente deles que subiam e desciam e quanto mais eu focava neles, mais balançavam por conta da respiração acelerada dela. Nunca fiquei com uma mulher nervosa desse jeito mesmo sendo virgem. Ela é... diferente e eu gosto e muito. Gosto de saber que serei seu primeiro homem, que nenhum outro a tocou antes. O pai dela foi negligente desde que a esposa os abandonou. Sua filha poderia ter sofrido todo tipo de abuso por todos os lugares que andava para ajudar a sustentar a casa.
       Subi meu olhar. Seus cabelos loiros claros encaracolados que lhe caíam sobre a cintura estavam soltos e brihantes. Conectamos nossos olhares e ela sorriu timidamente. Vaguei meus olhos por seu pescoço, braços e não pude mais me conter. Fui até ela como se capturasse uma presa e contornei seu lindo rosto com meus dedos delicadamente. Ela é delicada, não posso agir com minha brutalidade costumeira. Acariciei seu pescoço sentindo todas suas palpitações, desci para seus braços, mergulhei um dentro do seu decote e ela arfou.
       — Está nervosa?

       Ela apenas assentiu esfregando os lábios. Passei meus dedos sobre eles e ela abriu a boca um pouco fechando os olhos. Suguei de leve seu lábio inferior e depois o superior. Finalizei com um selinho demorado. Funguei em seu pescoço sentindo seu cheiro natural e delicioso mesclado ao sabonete. Se ela houvesse passado algum outro produto de beleza, a mandaria tirar, pois o odor de sua pele é viciante, não há nada melhor nesse mundo.  O chupei dando pequenas mordidas. Deslizei minhas mãos pelas suas costas subindo um pouco a camisola e ela estremecia mais do que o normal.

      — Você  é linda! — Sussurei ao seu ouvido — Não vou machucá-la, pare de tremer.
      — Não sei se quero.
      — Claro que quer, só está assustada. Vou te acalmar, cuidar de você com carinho, cuidado.
       A guiei até a cama a debruçando sobre a mesma e passeei a mão carinhosamente pelo seu corpo sem apertar ou fazer algumas de minhas perversões.
      — Estou com muito medo, por favor? — Algumas lágrimas caíram.
      — Pare de chorar. Já disse que não vou machucá-la. Feche os olhos e relaxe. Antes que pisque, já acabou. 
     — Eu não quero. Não tô pronta.
     — Claro que está. Abra as pernas.
      Ela cruzou as pernas com força e aquilo me tirou do sério. Quem ela pensa que é? A comprei e vou usar como bem entender.
     — Kimberly — Disse irritado entre dentes — Abra essas malditas pernas.
     — Não quero e você não vai me obrigar. 
     Acabei dando um soco na cama a assustando.

     — Sabe que se não fosse por mim, estaria sendo prostituída nesse exato momento...

      — Existe diferença? 

       Abri os olhos mais irritado com a ousadia dela. Por que é tão difícil ser grata? Qualquer outra ficaria feliz com tudo que eu pudesse proporcionar e em troca, me daria o que eu quisesse sexualmente falando. Isso que é casamento. Uma vez me disseram que é uma troca, aí está. 

       — É assim que me agradece depois de tudo que fiz por você, pelo filho da puta do seu pai? Te comprei por um único propósito, então não me faça repetir.

     Ela fechou os olhos e fez o que mandei com as lágrimas escorrendo. Não é assim que quero que aconteça, mas tô muito aceso para voltar atrás. Eu nunca volto.
      — Boa menina. Não vou demorar, pelo menos não hoje.
     — Christian, por favor — O choro intensificava e algo dentro de mim foi se quebrando.
     — Kimberly, chega de drama — Murmurei.
     — Eu não quero e você não vai me obrigar, não vai me estuprar.
     — Cale a boca, não diga bobagens — Esravejei — Posso ter a mulher que eu quiser. 
       — Eu vou gritar se tentar algo.
       Me levantei passando a mão pelos meus cabelos, nervoso. Meu gesto habitual que eu achava que em um passe de mágica me acalmaria.
       — Tô me segurando pra não dar uns tapas nesse belo rostinho. Então vou te dar meia hora para se recompor, depois eu volto e a gente continua com ou sem choro, por bem ou por mal. Só pra te avisar, não beijo antes, nem durante e muito menos depois. Não durmo abraçado, jamais me apaixono e espero que faça o mesmo, quando eu me cansar de você a gente se divorcia e lhe dou uma quantia generosa para viver bem, mais do que dei ao seu pai para que morra de tanto beber.
     — Vai me pagar pra sair da sua vida como se eu fosse uma prostituta, uma coisa a ser usada e descartada? — Se sentou e desviei do seu olhar. Algo nele me perturbava.
      — Dois milhões nunca gastei com prostitutas. As mulheres caem aos meus pés, não preciso pagar. Como você ficará a minha inteira disposição porque paguei bem caro, acho justo lhe indenizar pelas nossas transas.
     Mais lágrimas inundaram o rosto dela.
      — Por que você é assim? Por que sente prazer em ferir as pessoas? 
      Gargalhei para esconder o que acontecia dentro de mim. Era estranho. 
      — Assim como? Vai querer me analisar agora? Ponha-se no seu lugar. Volto daqui a meia hora, esteja pronta ou não serei nada gentil.

      Passei a mão pelos cabelos sentado no sofá da recepção do hotel. Estou sendo paquerado por todos os lados. Sorri piscando para cada uma que se derretia. Desde que me conheço por gente, as meninas davam em cima e ajo da mesma maneira; as incentivando. Quando criança corria atrás de Susan e ela me via como irmão, mas as outras não. Aquilo não me sugava, pois ainda tinha minha mãe que era tudo pra mim, meu alicerce e quando ela me deixou, precisei fazer algo para suprir essa necessidade e me vi viciado em sexo, em mulheres mais velhas no começo, depois da mesma idade e, por fim, um pouco mais nova. Todavia, todas eram diferentes de Kimberly. Nunca fiquei com uma tão mais nova assim. Isso me assusta, não dessa forma, mas de outra porque algo acontece quando a olho e a toco. Nunca senti esse tipo de coisa por alguém, nem por Luísa. Não sei o que é, talvez eu saiba, mas também não quero que piore.
    Peguei meu celular que estava fora de área e fui ao balcão da recepcionista que não fazia outra coisa a não ser me comer com os olhos desde que pus os pés nesse hotel.
     — Posso usar o telefone um segundo?
     — Claro — Tirou do gancho e sorriu maliciosamente tentando me seduzir. É até engraçado como as mulheres ficam tentando chamar minha atenção  — O sinal daqui é péssimo mesmo. Fique à vontade, faça tudo que quiser.
    Se eu não estivesse casado e doido pra ser o primeiro homem da minha mulher, transaria com essa oferecida atrás do balcão como já fiz inúmeras vezes. 
      — Alô, mãe? — Olhei para a expressão de surpresa da mulher a minha frente que talvez pensasse que eu estivesse ligando para uma amante — Como estão as coisas por aí?

      Ela não é minha mãe, mas de vez em quando a chamo assim para tentar me vingar da biológica. Gosto dela, mas não a amo como tal. Ela é fraca, nunca soube enfrentar o Martin. Apenas a respeito e faço o que posso por ela. Sei que tentou várias vezes impedir que o meu pai me ferisse psicologicamente e fisicamente e a agradeço por isso eternamente. Sei o quanto ama a mim e ao meu irmão como se fôsssemos seus filhos e por isso tenho um carinho todo especial por ela ou tinha até fazer o que fez conosco, comigo principalmente.

    Jonathan é indiferente porque amava minha mãe como se fosse sua e não aceitou uma substituta. Então Mary traiu sua confiança e ele nunca amais a perdoou. Não é que eu a aceite, só fiquei com dó dela por ter se casado com um homem feito meu pai. A agressão dele pára com ela era verbal e psicológica e mesmo assim ela o ama e não sabe viver sem ele mesmo que ele não a ame. Ele ainda é louco pela minha mãe e ninguém sabe porque não correu mais atrás dela, apenas nós dois. Tivemos uma conversinha anos atrás; ele, eu e minha 38. Ele sossegou rapidinho. Ela pode ter me abandonado, pode amar mais sua outra família, entretanto, jamais deixarei que algo de ruim lhe aconteça, ela é minha mãe, afinal. Tô magoado, mas ela ainda é minha mãe.

      — Oi, meu menino, quando você vai vim vê-lo?
      — Como ele está, Mary?
      —  Muito mal. Os médicos disseram que talvez dessa semana ele não passe — Chorava — Queria que estivesse aqui.
      — Perdão, Mary, você sabe que não posso, que não quero.
      — Eu sei. Eu entendo. 
      — Não, você não sabe e muito menos entende — Suspirei alto — Me ligue quando for o enterro.
     Apertei os olhos me recriminando pelo que dissera. Ela chorava mais. Eu sei que deveria ter me afastado dela assim que pude, mas ela me dava carinho, da sua forma torta, mas dava. Eu era necessitado de contato físico e Mary me oferecia o dobro e jamais pude negar. O pior de tudo é que meu pai sabia e nunca se preocupou com meu psicológico. Ele só queria que eu fosse um homem. Parabéns, papai. 

     — Sinto muito. Sei que o ama. 

     — Amo mais você. 

       Disso eu sei muito bem. 

       — Sinto sua falta, Christian. Você sabe que não posso ficar tanto tempo longe de você. 

       — Nos vimos no mês passado.

       — Quero te ver de novo — Ela falou algo com alguém e logo mudou a postura — Te amo, meu menino, me perdoe por não poder estar ao seu lado no dia mais importante da sua vida.

       — Não te culpo.
       "Culpe ele, por tudo". Pensei, mas não posso dizer. Sei o quanto o ama. Não sei o que será dela quando ele morrer. Me preocupo com ela. Casey é uma ótima filha e ficará sempre ao seu lado. Mary não é minha obrigação, não preciso aguentar essa merda de novo. Demorei para me impor e provar a ele que se me tocasse de novo, lutaríamos de igual para igual, ainda era novo, porém com um ódio vivo e latente dentro de mim. Com apenas 15 anos, eu o enfrentei para defender meu irmão que havia vindo nos visitar. A raiva por aquele que eu deveria amar, foi mais forte do que tudo. Ele expulsou meu irmão de casa aos 16 anos dizendo absurdos e eu não pude fazer nada, não tive coragem de enfrentá-lo. Tive medo e acima disso, eu o amava e acreditava veementemente que ele mudaria, que no fundo nos amava e que traria Jonathan de volta, mas ele não o fez e a solidão em ficar sem meu irmão me dominou por completo. Ninguém sabia, mas muitas vezes matava aula procurando por ele ou até mesmo depois que saía do colégio, andava por lugares perigosos e desconhecidos. Fiz alguns amigos que pareciam piores do que eu em relação a família. Ao menos tive uma mãe que me amou, mas eles estavam em uma encruzilhada procurando pelo pai que nem sequer sabia de suas existências. A progenitora dos meninos os alugavam para sexo e recebia uma boa quantia pra passar o mês. Juan é meu amigo até hoje. Nunca perdemos contato, mesmo depois que foi morar com o pai e lutou para trazer seu irmão junto que dizia que jamais abandonaria a mãe. Julian se viciou nas drogas, diferente de Juan que vendia e não consumia. Eu também fazia o mesmo, mas quando experimentei; quis mais porque aquilo me dava paz, me fazia esquecer de tudo que me fazia mal. Fiquei cada vez mais viciado e ferrado. Meu irmão vendia com a gente no começo porque não tinha muita escolha pra sobreviver sem nosso papai rico, porém se afastou depois que viu muitas coisas erradas; homens, mulheres e crianças sendo violentados, torturados e queimados vivos, foi o estopim pra ele. Só que a gente estava em um local e com gente barra pesada, não era tão simples sair. Jonathan gritou, disse que chamaria a polícia, os chamou de tantos nomes que assim que parou de falar, já tinha uma arma apontada para sua cabeça. Ali me vi perdendo meu irmão e me desesperei. Juan entrou no cartel naquela hora e piscou pra mim. Na mesma hora puxei Jonathan pelos pés que caiu e o joguei pra trás de mim. Saquei minha arma que Juan conseguiu pra nós roubando dos chefões e mandamos bala e quase fomos atingidos várias vezes. Demos muita sorte. Também estava cansado daquilo; daquela sujeira, daquelas covardias, só não sabia o que fazer sem me arriscar como meu irmão fez. Devia a vida do meu irmão a Juan que sempre foi o mais corajoso de nós três.
       Juan e eu já tínhamos tudo planejado para que aqueles filhos da puta não fizessem mais mal a ninguém. O plano era perfeito, porém tivemos que mudar de tática ao ver Jonathan naquela situação de perigo. Eram muitos bandidos e Juan e eu matamos todos. Ele era bem pior do que eu em relação a vida e as mulheres, mesmo assim nos dávamos super bem. Juan Garcia faz coisas com as mulheres com quem fica que são inacreditáveis, ele é adepto ao sadomasoquismo e toda semana está no clube matando seus desejos. Já experimentei essa vida e confesso que não é pra mim. Algumas coisas aprendi e gostei, as mais leves que pratico com Luísa. É a única que conheço que aceita e sente prazer.
     Juan era mais um irmão que eu me importava e que morava em meu coração. Ele faz parte da minha família. Como sendo mais novo, considero seu irmão mais velho. Julian não gosta de mim, na verdade, ele não gosta de ninguém que se aproxime de sua alma gêmea, já que são gêmeos idênticos. Chega a dar medo a obsessão que ele tem pelo irmão. Juan o defende, diz que não é bem assim, que Julian é apenas carente, tudo bem, mas ele tem que dizer isso para os garotos que queriam fazer amizade com ele e seu irmão os ameaçavam. Julian até hoje não admite que Juan tenha amigos, mas agora são adultos e, também não sei bem o que aconteceu que Julian voltou a morar com a mãe que não é a biológica. Juan me confessou que axhou a verdadeira, mas era segredo que nem o irmão sabia. 
         — Como foi o seu casamento? Me conte tudo. Como ela é? — Voltei a realidade pensando na minha esposa troféu perfeita, doce e ingênua.
         — Linda. Ela é linda, doce e inocente e... tão delicada... Ela... 
         — Você está apaixonado? — Me interrompeu com aspereza — Nunca o vi falar assim de uma mulher.
       Congelei. Apaixonado? Ela não é a primeira pessoa que me disse isso. Óbvio que não estou. Nunca. Amor é para os fracos. Isso não existe.

       — Claro que não, eu não sinto esse tipo de coisa por ninguém e você sabe bem.  

       — Espero realmente que não.  

     Respirei fundo. Não devo satisfação a ela. Ela fez o que queria comigo e ainda se acha minha dona. 
       — Falou com o Jonathan?

       — Ele não me atende, ignora a chamada. 

       Seria preocupante se ele a atendesse. Só existem duas pessoas nesse mundo que meu irmão tanto odeia; Mary e Elisabeth. 

      — Vou falar com ele outra vez. 

      — Me diz mais da sua esposa que você trará para que eu a conheça, não é?

         Esse assunto não acaba. Sei exatamente para que ela quer conhecer a minha esposa e não deixarei que faça o costuma fazer. 

      — Não sei muito. O pai dela me vendeu para pagar dívidas de jogo e, eu preciso de uma mulher que cuide das minhas coisas e que me dê um filho homem  — As palavras saíram amargas. Pareço meu pai falando; o homem que mais abomino nessa vida.
     — Christian — me repreendeu — Não seja como o Martin.
     — Não me compare —Gritei sabendo que ela tinha razão — Não  sou como ele e nunca serei, nunca.
       Respirei fundo. Sou como ele, a quem quero enganar? Sei tudo sobre sua vida antes da Sophia. Fiz com Kimberly o mesmo que ele fez com minha mãe, com a mãe do Jonathan, do Jean, do Brendan e agora com Mary. Não compartilhei essa informação com ninguém e nem sei dizer se um dia irei. O passado dele é feio e poderia dizer que o entendo, mas na verdade não porque o julgo por não ter sido um pai melhor. Certamente eu seria.
      — Sei disso, meu amor, se acalme.
      —  Preciso desligar. Tô em lua de mel, amanhã se conseguir sinal, ligo novamente. Até mais, mãe.
      — Te amo, meu menino.
    Desliguei balançando a cabeça e depois olhei para a recepcionista. 
      — Obrigado.
      — Disponha, se quiser mais alguma coisa, estarei aqui — Colocou um cartão com o número do telefone no bolso da minha camisa.
      Subi novamente para a suíte, apesar de estar acostumado, ainda fico incrédulo com a facilidade que tenho para conseguir mulheres sem ao menos abrir minha boca. Não são só os meus olhos azuis que as atraíam, sou perfeitamente lindo, sei disso. Beleza que puxei do homem que mais odeio na face da terra, sou sua cópia viva. Pelo menos para alguma coisa servia essa semelhança toda. Entrei no quarto e Kimberly estava deitada ainda com a camisola e de bruços balançando as pernas despreocupada assistindo uns clipes musicais na te vê como uma adolescente tiete. A visão era perfeita. Não vejo a hora de apertar esse bumbum arrebitado intocável, irei fazer maravilhas dentro dele e ela terá que aceitar e aguentar. Me aproximei e ela se assustou se virando rapidamente e ajeitando a camisola como se desse para esconder algo. Nos entreolhamos durante um bom tempo.
      — Está pronta? — Indaguei.
      —  Eu...
      —Só se deita. Sinto muito se não for gentil, nunca fui.

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Capa feita por @falaserionati Victória Marie Bessa, uma jovem médica que ama sua liberdade, vive intensamente cada momento e não pensa em se apaixona...