Olha, isso também não tá me cheirando nada bem. 10h30, ele foi buscar os pivetes no colégio e eu fiquei fixada nas últimas palavras da carta. Sério, aquela letra não é de ninguém que eu conheça. 11h20, o Bruno voltou.
— Bianca: Olha o que eu fiz na aula de artes, mamãe! — Disse me mostrando uma rosa de plástico branca
— P. Lucas: Eu fiz essa! — Disse também em mostrando uma rosa de plástico, só que vermelha
— Fernanda: Que lindas! Foi vocês que fizeram? — Disse agachada na frente deles, sorrindo
— Bianca: Foi! As tias foi dizendo o que era pra fazer... e a gente fez!
— Fernanda: Vocês compraram — Disse com os olhos semicerrados, zoando
— P. Lucas: Não compramos não!
Aí ele e a Bianca começaram a contar a história das flores de plástico. Contaram sobre antes da existência, durante a existência e após a existência. Passaram mais de 20min falando, um atropelando o outro, e eu fiquei sentada no sofá, olhando pra eles se esforçando pra eu acreditar. Teve uma hora que eu não aguentei mais zoar da cara deles e comecei a rir.
— Fernanda: Eu sei que foi vocês que fizeram as flores — A Bianca me interrompeu
— Bianca: E por que você ficou tirando onda da nossa cara? — Disse com os braços cruzados, me olhando feio
— Fernanda: Porque eu gosto de zoar com vocês!
— P. Lucas: Isso é muito feio! — Disse com um bico enorme
— Fernanda: Coisas lindas da mamãe — Disse abraçando eles com força
— Bianca: Não quero papo — Disse tentando sair dos meus braços
— Fernanda: Mas eu quero — Disse olhando pra ela, prendendo o riso
— Bianca: Mas eu não!
O bico dela tava daqui até à China e eu a soltei. Ela pegou a mochila dela e subiu as escadas, bolada. Dei uma mordida de leve na bochecha do Luquinhas e soltei ele.