Capítulo 25

1.6K 79 0
                                    

Não sei porque eu disse alto, porque eu falando normal ela ouviu, mas beleza. Olhei as fotos tudinho, por cima. Mais de cem foto, velho. Vi tudinho em menos de 10min — risos. No fim da caixa, tinha uma folha de papel dobrada. Abri, sentei no chão e comecei a ler.

— Bruno: Você era uma criança adorável. Criei você como se tivesse saído do meu útero... e você hoje, nem liga para mim mais. Seus filhos são lindos, Fernanda Albuquerque. Beijos, sua mãe, a verdadeira agora — Li na mente

A parte dos "beijos", era com outra letra. A letra do começo do bilhete era letra de forma, e dos beijos era cursiva. Que caralho é esse? Por que tá elogiando meus pivete se tá mandando a carta pra Fernanda? Isso num me cheira coisa boa. Cocei tanto a nuca que quase sai o couro. A mãe verdadeira da Fernanda num tinha morrido no parto? E a Matilde num sumiu? Num adianta esquentar a cabeça com isso. Um dia, aparece quem mandou essa porra. Guardei o papel no bolso da calça e abri a porta do apartamento. A Fernanda entrou que nem um furacão.

— Fernanda: Que isso? — Disse sentando no chão, olhando as fotos

— Bruno: Fotos, obviamente.

— Fernanda: Foi uma pergunta retórica — Disse me encarando

— Bruno: Quê? — Disse sem entender

— Fernanda: Que não precisa de resposta.

Ela voltou a olhar pras fotos, e não parava de rir. Me mostrou uma, que era com um cara.

— Bruno: Quem é?

— Fernanda: Meu pai, sem barba e careca. Eu tinha uns quatro anos aqui — Disse e voltou a olhar a caixa

— Bruno: Tua mãe morreu de que? — Disse como ninguém quer nad

— Fernanda: No meu parto. Por que?

— Bruno: Nada não.

— Fernanda: Fala!

— Bruno: Não, pô... É que teu pai morreu na minha mão, queria saber ela também — Disse tentando disfarçar

— Fernanda: Aham — Disse com cara de "sei, me engane mais"

No alto do morro...3º TemporadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora