Capítulo 123

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O Luíz começou a rir, e eu fiquei de costas pra eles, rindo baixo do próprio fora que eu dei no menininho. Uns 15min depois, o celular da mamãe tocou. Já peguei-o tremendo na base. Era o papai. Bem que eu sabia.

XXX Início de chamada XXX

— Bruno: Tá aonde?

— M. Karolinna: Tô aqui no morro. Não me perdi, nem me sequestraram.

— Bruno: Que parte, caralho?

— M. Karolinna: Ai, meu Deus. Já tô indo pra casa.

XXX Fim de chamada XXX

Ele mesmo desligou. Tava tão calmo pra quem acordou e não viu a filha em casa... Enfim, coloquei o celular de volta no bolso do short e sentei em cima da caixa d'água. Fiquei olhando os meninos soltarem pipa — a pipa no ar significa que tá limpo, e sem pipa significa sujeira (PM ou rival invadindo). Cada conversa de menino, cada gíria... Eca. Logo fui surpreendida com alguém puxando meu cabelo. Nem gritei, porque ia piorar pra mim, e nem precisei olhar pra trás pra saber quem era.

— Bruno: Acha que eu sou besta, né? — Disse me encarando

— M. Karolinna: Eu não acho nada — Disse meio que gemendo, com as mãos no pulso dele

— Bruno: Vai pra casa — Disse soltando meu cabelo e meio que me empurrando

Desci as escadas da laje. Ainda deu pra ouvir um estralo, e o papai gritando pro Luíz "na terceira tu tá fudido" e desceu. Ele foi pra casa me puxando pelo braço, e assim que fechou o portão da mansão, foi me conduzindo na frente dele. Logo após senti dois tapas na minha coxa, atrás. Comecei a chorar, baixo.

— Bruno: Um por não perder a mania de tá falando coisa pessoal no meio da galera e outro por tá tentando me fazer de besta. Vai pro teu quarto e não sai até eu mandar — Disse seco

Obedeci, né. Eu amo short, odeio calça e sou obrigada a usar calça pra ir pro colégio. Não quero mais hematomas nas minhas lindas coxas. Fui pro meu quarto, fechei a porta, deitei na cama e me cobri até a cabeça. Só soltei duas lágrimas, mais nenhuma.

No alto do morro...3º Temporadaजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें