Por trás do gelo [Em revisão]

By juleaina

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PLÁGIO É CRIME! Independentemente da sua idade, é um ato totalmente desprezível e ilegal. Dê orgulho a si mes... More

Prólogo
Capítulo 1 - Despedidas nunca são fáceis
Capítulo 2 - Próxima parada: cama!
Capítulo 3 - Novas aventuras nem tão desejadas assim
Capítulo 4 - Iniciação oficial em uma nova cidade
Capítulo 5 - Primeira festa, primeiro erro
Capítulo 6 - Pegadinhas do Universo
Capítulo 7 - Que os jogos comecem
Capítulo 8 - Meninas também sabem trocar pneus
Capítulo 9 - A advocacia está no DNA
Capítulo 10 - Machistas não passarão
Capítulo 11 - Existe amizade entre cães e gatos
Capítulo 12 - Memórias ruins aparecem a qualquer hora
Capítulo 13 - Partidas de hóquei são ótimas para fazer novas amizades
Capítulo 14 - Nunca dê o primeiro gole
Capítulo 15 - Quando as coisas começam a fluir
Capítulo 16 - Quebre regras pela sua melhor amiga
Capítulo 17 - Barmans nem sempre são confiáveis
Capítulo 18 - Por um bem maior
Capítulo 19 - Espírito competitivo masculino
Capítulo 20 - Sequestros são menos assustadores em filmes
Capítulo 21 - Jogue como uma garota
Capítulo 22 - Passeios noturnos
Capítulo 23 - Madrugadas são ótimas para compartilhar segredos
Capítulo 24 - Mudamos de acordo com nossos hormônios
Capítulo 25 - Caixa de mentiras
Capítulo Extra, por Apolo - Autocontrole
Capítulo 26 - Piranhas na piscina
Capítulo 27 - Dando o sangue
Capítulo 28 - Família
Capítulo 30 - Surpresas de aniversário
Capítulo 31 - Nem toda surpresa é agradável
Capítulo 32 - Às vezes nem pizza melhora o dia
Capítulo 33 - Avalanche de azar
Capítulo 34 - Bolas de vôlei atraídas por cabeças avoadas
Capítulo 35 - Quando o dia começa uma merda, mas acaba maravilhoso
Capítulo 36 - Pedidos de desculpas seguidos por novas interações
Capítulo 37 - O grande dia

Capítulo 29 - Há oceanos entre nós

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By juleaina

{Vai ter uma cena que para melhor aproveitar a leitura, seria interessante que vocês reproduzissem a mídia. Eu deixei marcado para quando vocês possam ligar. É isso, boa leitura!}.

Em todos os meus dezessete anos, eu nunca havia passado por tanto calor na vida. Era outubro e se eu não usasse calças ou blusas mais finas, eu iria nadar no meu próprio suor.

Logo depois do almoço, fui com Sally e Juliette para debaixo de uma árvore atrás da quadra de basquete, onde as duas assumiram devidamente o namoro para mim. Nós estávamos conversando sobre um feriado regional que estava chegando e de como eu iria me sentir extremamente solitária, já que Sally iria passa-lo com Julie e sua família e meu avô e Art iriam à Flórida, em uma viagem romântica.

— O que me garante que Sally não vai ser esquecida propositadamente em outra cidade pelos seus pais, Julie? — impliquei.

— Você acha mesmo que eu vou deixar esse pedaço de mau caminho sozinha quando nós poderíamos fazer outras coisas?

Fiz uma careta e estava prestes a respondê-la que comentários sobre seus momentos íntimos com a minha melhor amiga eram dispensáveis, quando Apolo surgiu diante de nós, ficando na frente do pouco de sol que me enviava vitamina D.

— Vocês mal descobriram a minha árvore e já estão roubando-a de mim? — ele falou, mas quando Julie riu e Sally a acompanhou, eu percebi que era uma brincadeira.

— Senta aí e deixa de ser resmungão, Brise dois. — Sally falou, sorrindo e me ofendendo. — Compartilhe do nosso momento amoroso.

Se o Maddox percebeu o real significado das palavras da minha suposta melhor amiga, não deu a parecer, enquanto eu tive que me controlar para não meter meu tênis em sua cara.

— Ei! Eu não sou resmungona! — protestei.

Apolo olhou para mim e foi extremamente injusto da parte dele ser tão bonito mesmo sob um calor de setenta e sete Fahrenheit, enquanto eu mesma virava geleia oleosa com meus jeans e regata. Ele já era alto por si só, mas do ângulo que eu estava ele se tornava gigante e seu cabelo claro e ondulado brilhava ainda mais sob o sol, deixando-o em torno de uma aura angelical.

— O que você está fazendo aí?

Fechei os olhos e perguntei aos céus o porquê dele implicar somente comigo quando, na realidade, todas nós estávamos deitadas na grama.

— Pegando um bronze e você está me atrapalhando. — retruquei, cruzando as pernas.

— Você vai pegar no máximo uma insolação, Whitford. — arqueou as sobrancelhas. — Levanta daí, nós temos que estudar.

Grunhi. Havia uma semana que Tito tinha saído do hospital e que Apolo começou a pegar horas do meu dia apenas para me fazer sentir uma burra, de tão bom e inteligente que ele era na maldita química. Levantei-me com sua ajuda e me despedi das meninas.

— Bons estudos! — Sally gritou quando nós já estávamos um pouco afastados.

— Eles vão estudar outro tipo de química, amor. — ouvi Juliette
dizer.

Joguei meu All Star nelas.

<•>

Por mais que eu estivesse extremamente grata a Apolo e como ele estava se esforçando para me ajudar, tudo o que eu menos queria após uma sexta feira cansativa era voltar para casa com ele me fazendo perguntas sobre eletrodos e íons.

Assim que estacionei Sirius na garagem, fiz um agradecimento silencioso por me ver livre de química pelo menos pelas próximas horas. Subi as escadas até a cozinha e lá estavam Sol, meu pai e Tito, todos sentados tranquilamente tomando chá, como se no dia seguinte a casa não fosse encher de convidados.

— Que bom que chegaram, crianças! — Sol saudou-nos sorrindo. — Nós queríamos esperar vocês, mas a fome falou mais alto.

Eu ri e me abaixei para pegar Maria Antonieta no colo, já que a mesma pareceu ter um momento de luz e lembrar que eu era sua dona amável e cheia de biscoito para lhe dar. Goku logo veio até a mim, apoiando suas patas dianteiras nos meus braços e me deixando quase invisível perante a seu tamanho.

— Vou passar essa. — falei, me encaminhando para fora da cozinha. — Estou morrendo de sono, vou tomar banho para cair na cama e sair de lá só às três da tarde.

— Você vai morrer de anemia se não vier se alimentar, Whitford. —Apolo falou já sentado ao lado de Tito e comendo torradas com ricota. — Senta aí.

Eu não podia dizer não para ricota. Puxei uma cadeira ao lado de meu pai e comecei a comer, e sinceramente, parecia que fazia décadas que meu corpo não se alimentava.

— Bris, — Sol me chamou depois de um tempo. — Durante esses próximos dias a minha família irá ficar aqui conosco, portanto os quartos de hóspedes devem estar vagos.

Engoli em seco. Eles estavam me expulsando, mesmo depois de toda aquela história sobre família eu ainda não era parte dela.

— Tudo bem, Sol. — forcei um sorriso. — Eu fico na casa de vovô.

Meu pai pegou a minha mão e a colocou entre as suas, com carinho.

— Nada disso, filhota. — ele sorriu e olhou para sua noiva. — Nós temos algo para você.

Todo mundo se levantou da mesa e eu fui obrigada a fazer o mesmo. Subimos a escada com certa dificuldade, já que tínhamos que ajudar Tito a se locomover com duas costelas fraturadas e muletas. Quando chegamos ao topo, onde deveríamos dobrar a esquerda para chegar ao meu quarto e onde ficavam os quartos de hóspedes, meus pais foram pela direita. A porta no fundo do corredor dava para a suíte principal, disso eu já sabia, havia duas portas em cada lado, e eu supus ser o quarto dos gêmeos e à sala do piano branco de Apolo. Sol se posicionou em frente a uma delas e me chamou para ficar ao seu lado.

— Nós pedimos desculpas pela demora, Bris, mas tínhamos que nos certificar que iria ficar perfeito para você. — ao dizer isso, ela abriu a porta e me empurrou levemente para dentro.

Só de entrar nele, era impossível negar que fora feito exclusivamente para mim, já que a parede preta paralela à porta era cheia de porta retratos meus alguns novos e outros antigos que eu trouxe do Alasca. Aproximei-me e tive que me controlar para não chorar ao ver minhas primeiras apresentações bem ali na minha frente, mostrando uma Brise totalmente diferente e que não esperava que a sua vida profissional e pessoal mudaria drasticamente em poucos anos.

Afastei-me do mural e passei pelas enormes portas de vidro que davam para a minha própria sacada com poltronas vermelho vinho e uma caixinha de areia para minha gata. Ao lado da minha cama havia uma penteadeira cheia de vidrinhos e pincéis de maquiagem, o que não era algo muito útil para uma leiga sobre cosméticos como eu. Em cima da cabeceira da cama havia quadros de todas as minhas bandas favoritas, inclusive uma minha e meu avô num show de Guns N' Roses, o primeiro show de Red Hot Chilli Peppers que fui com meu pai aos quatorze anos, e o show de Cage the Elephant que fui com Sally em seu aniversário do ano passado. Pareciam acontecimentos de outra década.

— Uau, eu nem sei c... — calei assim que vi a visão do paraíso. — Minha Afrodite do Olimpo! Eu tenho meu próprio closet? — entrei no pequeno espaço que abrigava todas as minhas roupas, um espelho retangular e uma porta que levava até o meu próprio banheiro. — MEUS DEUSES! Olha o tamanho dessa banheira!

Saí de lá e corri até Sol e meu pai, que estavam me observando divertidos, e pulei em seus pescoços.

— Eu acho que não existe palavra no dicionário que expresse o quão feliz eu estou! — falei ainda pendurada neles. — Muito, muito obrigada.

— Não é um quarto enorme, mas ele é tão... — Sol começou a falar, mas logo foi cortada.

— A sua cara.

— A minha cara. — eu e Apolo completamos juntos.

Sol sorriu e meu pai cruzou os braços, ficando repentinamente emburrado.

— Espero que tenha gostado, filhota. — falou ainda carrancudo.

— Não sei a Bris, mas Goku pareceu amar. — Valentim pontuou e todos nós rimos ao ver o São Bernardo deitado na minha cama.

— Eu amei, pai. — fiquei na ponta dos pés e beijei sua bochecha. —Obrigada. — ele pareceu relaxar um pouco e beijou minha testa, sorrindo.

— Bris, já que você está devidamente instalada, acho que todos nós já podemos ir para a cama. — minha madrasta falou, mais parecendo ser uma ordem do que sugestão. Valentim reclamou dizendo que era muito cedo e, embora eu concordasse, não iria me manifestar, já que eu mesma estava exausta. — Tito, amanhã essa casa estará lotada e eu juro por Deus que se alguma coisa der errada, eu desconto tudo da sua mesada.

Valentim calou a boca e todos, um a um, foram para seus próprios quartos.

<•>

Estava escuro e muito frio, o que era estranho, já que o dia inteiro tinha feito um calor sobrenatural e a noite era de Lua cheia.

Alguma coisa metálica estava me perfurando as costas e havia um cheiro pútrido de comida em decomposição e esgoto no ar. Eu não estava em casa, estava em um beco escuro e deserto, se não fosse por ele me imprensando na parede de tijolos e canos de metal.

— Você não quer me escutar, docinho, mas grave as minhas palavras. — Edgar se aproximou ainda mais de mim, o que fez com que eu sentisse seu membro na minha barriga. Eu queria vomitar de tanto nojo. — Não importa quanto tempo demore, não importa a distância, eu sempre irei achá-la. Você é minha, Brise, você é minha e eu irei te provar isso agora.

Edgar me apertou ainda mais contra a parede e começou a me sacudir.

— Brise, acorde! — essa não era sua voz, mas mesmo assim ainda parecia distante. — Por favor, Whitford, você precisa acordar!

Reconheci a voz e logo após abrir meus olhos, dei de cara com Apolo me segurando firmemente pelos ombros, parecendo atordoado e preocupado. Soltei-me dele e corri imediatamente até o banheiro, onde me abaixei até o vaso sanitário e comecei a vomitar.

Mesmo após eu ter terminado, continuei abaixada e sem saber o que fazer, até que Maddox se sentou no chão também e me ofereceu papel higiênico. Limpei a boca e tentei não me desesperar quando ele me deixou sozinha.

Segundos depois, ele apareceu novamente com uma garrafa de água e, ao ver que eu não fazia menção de me levantar, ele se sentou ao meu lado e me puxou para dentro de seus braços. Foi demais para mim e eu comecei a chorar freneticamente contra seu peito. Soluçando e possivelmente deixando manchas de catarro sobre o seu moletom inteiro.

— Ele não está aqui, Whitford, você está conosco e nós nunca o deixaremos chegar perto de você novamente. — sussurrou, me apertando contra si.

Podem ter se passado minutos ou horas, mas eu ainda assim não queria me ver livre de seu abraço protetor e quente, mas Apolo se levantou e me puxou junto com ele.

— Você está usando alguma coisa debaixo do moletom? — perguntou e instantemente eu me toquei que estava usando o seu moletom.

Engoli em seco e assenti. Apolo começou a tirar seu casaco de mim, me deixando apenas com meu short de malha e blusão, e eu pude notar o quão encharcado ele estava, se de choro ou suor eu não sabia dizer.

Ele segurou a minha mão e começou a me levar para a sacada, onde estendeu minha coberta e colocou travesseiros para que pudéssemos deitar. Quando já estávamos deitados, Maddox me ofereceu seu fone de ouvido e eu aceitei de bom grado. Deitei de lado para encará-lo e me surpreendi com ele na mesma posição, com o cabelo grande batendo em sua cara conforme a direção do vento ia.

[Podem dar play]

— Você quer conversar sobre isso? — Apolo perguntou e eu neguei com a cabeça. — Você quer conversar sobre alguma coisa?

— Os nossos momentos são melhores quando estamos calados, Maddox. — tentei sorrir.

I want you
Yeah, I want you
And nothing comes close
To the way that I need you
I wish I can feel your skin
And I want you
From somewhere within

— Eu não acho. — Apolo sussurrou.

Estremeci com o som da sua voz e com a letra se Oceans, que acabara de começar no modo aleatório.

It feels like there's oceans
Between me and you once again

Virei-me para Apolo novamente e ele estava com o deitado próximo a mim, tanto que se eu quisesse, eu poderia tocá-lo. E droga! Eu queria!

We hide our emotions
Under the surface and tryin' to pretend
But it feels like there's oceans
Between you and me

Eu queria sentir sua pele, seu hálito quente batendo no meu couro cabeludo, seu coração batendo freneticamente contra o meu e nós.

I want you
And I always will
I wish I was worth
But I know you deserve
You know I'd rather drown
Than to go on without you
But you're pulling me down

Eu queria que nós estivesse acontecendo, porque por mais que Apolo fosse extremamente irritante e meu cérebro não podia argumentar logicamente para isso, eu estava apaixonada por ele.

It feels like there's oceans
Between you and me once again
We hide our emotions
Under the surface and try to pretend
But it feels like there's oceans
Between you and me

I want you

Apolo tocou minha mão sutilmente e antes que ele pudesse retirar a sua, segurei a firme e nossas mãos permaneceram entrelaçadas sob o céu de Lua cheia.

I want you
And always will

— Faça um pedido,Withford. — murmurou.

Olhei para seus olhos e para nossas mãos unidas como uma só.

— Eu acho que ele já se realizou, Maddox. — murmurei de volta.

It feels like there's oceans
Between you and me

<•>

Se há uma coisa que eu descobri durante o sábado, era que jantares de noivado davam trabalho à beça. Desde manhã cedo, o pessoal do Buffet organizava a casa para receber os convidados mais íntimos dos meus pais, o que significava que nas próximas horas mais ou menos cem pessoas estariam no nosso quintal.

A área da piscina estava ficando cheia de mesas com velas e flores alaranjadas, as entradas e o jantar seriam servidos na área da churrasqueira e a banda que Sol contratara ficaria próxima dos convidados.

Minha madrasta também pediu para que vovô tocasse durante a recepção, bem como Art foi nomeado o chef de cozinha da noite. Fiquei preocupada que ambos não pudessem aproveitar, mas meu avô havia dito que Sol deixou claro que embora eles estivessem trabalhando, eles eram convidados e deveriam aproveitar a festa.

Às cinco e meia três pessoas contratadas pela melhor madrasta do mundo haviam me capturado para começarmos a me arrumar. Apesar de ser uma tarefa árdua, Elizabeth havia deixado meu cabelo sedoso e ondulado, Noah tinha transformado meu rosto em uma tela artística e graças a Stacy minhas unhas estavam alongadas e bem feitas. Com a ajuda das meninas, consegui me enfiar no vestido justo e decotado que Sol havia comprado para mim há um tempo. E, embora eu estivesse coberta de pedras pratas e rosadas, não havia ficado tão mal assim.

Pontualmente às sete horas, algumas pessoas começaram a chegar e minha família os cumprimentava educados e felizes. Só que depois de quarenta minutos eu já estava farta de sorrir e conhecer pessoas novas, o que, devo ressaltar, não foram poucas, já que a família de Sol era uma incógnita para mim e eu não me lembrava de quase nenhum parente do meu pai. Quando fomos liberados por ele para circularmos por aí, praticamente corri a mesa de Sally, só que eu não contava com os pais de Julie ali, e pelo modo como estavam conversando levemente, não quis interromper. Busquei por Greg, mas ele estava se agarrando com Sam atrás do banheiro, Amélia estava conversando com seu pai e alguns colegas e Oliver não estava em nenhum lugar visível. Em uma tentativa frustrada de me juntar com meus amigos, fui me socializar com meu avô, aproveitando para admirá-lo enquanto tocava. Sentei-me ao seu lado e permaneci calada, eu o conhecia bem o suficiente para saber que ele detestava ser interrompido.

— Seus amigos estão ocupados, querida? — perguntou próximo ao fim da canção. Assenti com a cabeça apoiada em seu ombro. — Você pode me substituir enquanto vou ao banheiro?

— Claro. — endireitei minha coluna e comecei a organizar as partituras da próxima música.

Logo quando vovô me deixou sozinha, dei inicio a Comptine d'Un Autre Été, que fazia parte da trilha sonora de um filme francês que eu amava. Arthur sempre me dizia que assim que eu começava a tocar, meu consciente se desligava do mundo exterior e só havia lugar para mim e meus dedos sobre as teclas de um piano. Eu adorava quando ele dizia isso e sentia a mesma coisa, principalmente quando eu tocava algo especial para mim, como no momento.

Descarreguei o peso do meu pesadelo da noite anterior e aproveitei para me desligar do rosto de Apolo, que parecia não sumir toda vez que eu fechava os olhos. Assim que cheguei ao fim, uma salva de palmas começou e quando olhei para cima, grande parte dos convidados estavam de pé e sorrindo para mim. Visualizei não só os gêmeos como também todos os nossos amigos, além de vovô e Art que me encaravam com orgulho.

Levantei e fiz uma reverência, dando passagem para que meu avô voltasse ao seu lugar.

— Você estava linda, Bris! — tio Oceano me abraçou, seguido por Matilde.

— Sim, querida, foi uma coisa maravilhosa de ver e sentir. — ela sorriu. — Meus parabéns!

Agradeci e já estava sentindo o gosto da liberdade quando fui interceptada por Sol, já que ela e meu pai iriam dar inicio ao discurso. Se eu já achava meu pai um romântico incurável depois do pedido de casamento em um Tribunal lotado, depois de suas palavras melosas eu só podia concluir que ele era o próprio Cupido, Sol foi tão piegas quanto, mas mesmo assim não deixei de me emocionar.

Depois de comer como uma condenada, fui até o bar e peguei água, que logo foi parar no chão após alguém se esbarrar comigo.

Eu estava começando a achar que meu corpo era composto por ímãs e sempre que algum desavisado passava por mim, suas bebidas tinham fins lamentáveis.

— Sinto muito, eu n...

— A culpa foi minha, eu não estava prestando atenção. — estreitei os olhos para o garoto loiro a minha frente, eu tinha certeza que havia o cumprimentado mais cedo, mas não fazia ideia de qual era seu nome. — Tyler, eu sou primo de Sol e você é a Brise, certo? A filha de Alexander. — assenti meio desconfortável e retribui seu aperto de mãos. — Você toca muito bem, Bris. — Tyler sorriu. — Estou surpreso que eu nunca te vi antes, digo, eu me lembraria caso tivéssemos nos esbarrado antes.

— Obrigada. Hum, eu me mudei para cá não faz muito tempo, na verdade.

— Isso explica porque essa seja a primeira vez que eu tenha derrubado sua água.

— Sim, isso explica muita coisa. — principalmente o porquê do meu pai ainda não ter tido uma conversinha com ele. Ri.

— Posso me juntar a voc... — Tyler foi interrompido quando Apolo surgiu repentinamente.

— Whitford! — ele quase gritou o meu nome. — Estava te procurando. Olá, Tyler.

Eles trocaram um aperto de mãos e eu fiquei me perguntando onde estava a calça social e blazer que Apolo estava usando mais cedo, pois agora ele estava vestindo calças jeans, uma blusa de uma banda que eu não conhecia e tênis.

— Tenho que ir, — Tyler se manifestou. — espero que eu ainda derrube seu copo algum outro dia. — então ele pegou a minha mão, a beijou e saiu.

E me deixou um Apolo confuso a tiracolo.

— O que foi isso?

— Eu não sei. — dei de ombros. — Uma piada interna talvez?

Maddox bufou e cruzou os braços.

— Que seja. Você sabe que horas são, Whitford? — dei de ombros novamente. — É quase meia noite.

Franzi o cenho e inclinei o pescoço para ele.

— E...?

— E aí que estamos quase no seu aniversário. — murmurou.

Olhei para ele, surpresa.

— Ok, mas... E dai? ­— Apolo suspirou e parecia estar suando.

— E dai que nós vamos comemorá-lo.

— Eu não comemoro meu aniversário. — dei alguns passos para trás.

— Eu sei, mas... droga, Whitford. — Apolo mordeu os lábios e fechou os olhos. — Por favor? Só dessa vez, e se você não gostar, eu te trago de volta na hora.

Voltar? Voltar da onde? Se nós voltaríamos, significava que teríamos que sair do jantar e que provavelmente nossos amigos não iriam, já que eles estavam sentados em uma mesa e ainda usavam suas roupas de festa, ao contrário de Apolo. Sustentei seu olhar e Oceans começou a tocar na minha cabeça de novo, como havia acontecido nas ultimas dezessete horas.

— Ok, eu vou. — ele sorriu de lado. — Mas se eu não gostar você vai ter que fazer minhas lições de francês até o final do ano.

Apolo sorriu e colocou uma mecha de seu cabelo comprido atrás da orelha.

— Não vou, não. Você não vai se arrepender, Whitford.

Epor Vênus, eu sentia que não iria mesmo. 

~*~

No dia 26 desse mês uma pessoa muito importante para mim fez dezesseis aninhos e eu só queria deixar registrado aqui o quanto eu amo essa garota, mesmo que more em outro extremo e que tenha obrigado a mim e as nossas amigas para baixar Telegram.  Te amo, bb Tory_rl <3 

Agora vamos lá: EU QUERIA TER POSTADO SÁBADO, MAS QUANDO EU FUI PASSAR A LIMPO ACHEI QUE EU PODERIA DEIXAR ESSE CAPÍTULO MUITO MELHOR DO QUE ESTAVA E eu acho que consegui.  Eu estava suuuuuuuuuper ansiosa para postá-lo e não me matem por ele estar tão grande, mas a culpa foi de alguns de vocês que pediram por um big cap. Agora são seis horas da manha e eu estou escutando Arctic Monkeys e pensando como eu estou fodida, eu deveria ter dormido há seis horas atrás. 

Que seja, eu amo vocês também, folks! Tenham um bom dia e um ultimo dia de carnaval maravilhoso. <3

With love, Juls.

28/02/2017 05:56.


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