Teenage Kicks

By userjiminie95

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Harry era o nerd, Louis era o punk. Os dois juntos eram bagunça. Sim, é a típica fanfic clichê que todo mund... More

Teenage Kicks
Capítulo I - Holmes Chapel, Cheshire
Capítulo II - Pânico
Capítulo III - Professor Nicholas Grimshaw
Capítulo IV - O começo do começo
Capítulo V - British Tea
Capítulo VI - Insegurança
Capítulo VII - Apreensão - Zoa - Fail
Capítulo VIII - Gota Dágua
Capítulo X - Gemma
Capítulo XI - Preparativos
Capítulo - XII CAOS
Capítulo XIII - Fundo do poço
Capítulo - XIV Ímpeto
Capítulo XV - Merry xmas
Capítulo - XVI Confissão
Capítulo - XVII Na hora certa
Capítulo - XVIII Retorno
Capítulo - XIX 1000 words
Capítulo - XX Preconceito
Capítulo - XXI Babycakes
Capítulo - XXII Artifício
Capítulo - XXIII
Capítulo - XXIV O irlandês
Capítulo - XXV Desabafo
Capítulo - XXVI sex xxx
Capítulo - XXVII Paixão
Capítulo - XXVIII Surprise!
Capítulo - XXIX
Capítulo - XXX Apreensão
Capítulo - XXXI O nerd e o punk

Capítulo - IX Verdade ou Desafio

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By userjiminie95

Hazz: Lou, tá tudo bem com você? Faltou hoje ):

 Lou: Tudo bem sim, Hazz. Só acordei meio gripado, ai deu febre e minha mãe mandou eu ficar de molho. Mas tô de boa.

 Hazz: Ah sim, entendi. Ter febre é terrível, deixa o corpo todo ruim. Ninguém merece, né?

 Lou: Pois é, é um saco mesmo ¬¬”

 Hazz: Amanhã você vai?

 Lou: Só se estiver melhor, se a febre abaixar. Em todo caso, tem aula daquele escroto, então nem faço muita questão de ir. xP

 Hazz: Vc não gosta mesmo do prof  Nick né? ):

 Lou: Nem um pouco. Quero mais é que ele se foda _|_

 Hazz: Credo! Não devia ser tão negativo com os outros, Lou!

 Lou: Se vc for ficar ai defendendo ele eu nem vou perder tempo te respondendo, blza?

 Hazz: Tá, desculpa... Quer que eu vá na sua casa te ver? (:

 Lou: Só se eu melhorar. Não quero te passar gripe, e tô tossindo feito um tuberculoso, aff.

 Hazz: Sério? Então vc não tá nada bem ):

 Lou: Eu vou sobreviver :P

 Hazz: Lógico que você vai ¬¬’

 Lou: HAUHUIAHIUAHAUI :P

Harry nunca pensou que a semana fosse passar tão lentamente. Olhar para o lado e não encontrar o punk jogado em sua carteira, com os fones colados no ouvido, causava certa tristeza em si. Já estava acostumado com os cutucões e os sorrisos, as caretas e chutes que Louis lhe endereçava diariamente. Ficar sem ele, de fato, fora difícil, por mais que se comunicassem via SMS todos os dias. Louis não tinha Skype, Facebook e raramente logava no Msn, então, acha-lo online era quase impossível. Sendo assim, o único contato viável com ele era via sms e ligação telefônica.

Quando o sinal da última aula de sexta-feira soou, Harry fora surpreendido pelo professor Nick parado em sua frente, esperando para vir conversar.

- Hey Nick, a aula foi bem legal hoje, sabia? – comentou o garoto, enquanto arrumava seus pertences na mochila.

- Achou mesmo legal? Você passou a semana todo feito um viúvo! – acusou o professor, arqueando as sobrancelhas finas. – O Louis morreu ou...?

- Não diga algo assim, Nick! Nem por brincadeira! – disparou Harry, olhando assustado para o mais velho.

- Calma, calma! Eu só estava brincando, é claro que o Louis só está com uma gripe e segunda-feira estará aqui novamente me lançando olhares mortais cada vez que eu te dirijo a palavra. Agradável, não? – questionou o professor, um tanto irônico.

- Não tem nada haver comigo, Nick. O Lou não gosta de você, mas é coisa de graça, não é nada comigo... – respondeu, balançando a cabeça.

- Você é tão inocente H! – riu Nick, batendo as mãos nos ombros de Harry.

- Por que diz isso? Eu não entendi... – perguntou confuso, esboçando uma careta.

- Depois nós conversamos mais e eu te conto, ok? Preciso ir agora H. – disse o professor, observando as horas em seu relógio – Bom H, nos vemos na segunda então. Tenho certeza que poderei desfrutar da presença do senhor Tomlinson em minha sala de aula, mais uma vez. – piscou provocativo, saindo cantarolante da sala, deixando um confuso Harry para trás.

-x-

No sábado, Jay ligou cedo para Anne, convidando ela e Harry para um chá que ela faria em sua casa. Disse que estava ansiosa para testar uma receita nova de bolo e queria que amiga a ajudasse e que poderiam comemorar o resultado do doce com chá e biscoitos. Anne adorou a ideia e logo cedo foi até o quarto do filho chama-lo. Sabia que Harry sentia falta de Louis, era nítido o quão o filho andava pensativo naqueles dias em que o amigo estava enfermo. Certamente Harry iria gostar da notícia.

Ao ser informado do convite para o chá, o nerd saltou da cama, apanhando o celular num gesto rápido. Digitou um Bom dia para Louis e perguntou se ele já estava se sentindo melhor para que passassem o dia juntos. Louis respondeu que sim e que ficaria feliz se o amigo pudesse ajuda-lo a sair do tédio.

Assim como o combinado, Anne e Harry foram para a casa dos Tomlinson, por volta das três da tarde. Anne levou alguns biscoitos caseiros e alguns pacotes de chá. Assim que chegaram, foram recebidos por Felicity, que ao encarar Harry, sorriu amplamente, puxando-o pelo braço.

- Vem cá doutor, vem ver a Sabrina! Ela está ótima! – dizia a pequena, em uma animação contagiante.

Harry a seguiu, indo parar no andar de cima da casa, mais especificamente no quarto dela. Lá conheceu Charlotte e as pequenas gêmeas Phoebe e Daisy, além de conferir a “saúde de ferro” de Sabrina. Levou alguns minutos até que pudesse sair do quarto das garotas, usando a desculpa de que precisava conversar com Louis. Não havia mentido, afinal, este era de fato o motivo que o trouxera até ali.

Andando sozinho pelo longo corredor, Harry buscava identificar a porta do quarto do amigo. Assim que ouviu os acordes de um violão soarem baixo, preenchendo o silêncio do ambiente, o nerd deixou-se guiar, encontrando então a porta do quarto que procurava. Era óbvio que aquela porta pertencia a ele. Que outra pessoa teria pendurado o símbolo do anarquismo na porta de seu quarto? Quem mais teria escrito “Bem-vindo ao inferno” em uma porta, se não o próprio Louis?

Cheio de expectativa, Harry bateu de leve na madeira. Uma, duas vezes, e então esperou que o amigo viesse recebê-lo. E assim aconteceu, Louis deixou o violão de lado e veio abrir a porta, deparando-se com um sorridente Harry.

- Que cara de retardado é essa? Tá vendendo alguma coleção tosca de livros ou cosméticos? – zombou, dando passagem para que ele entrasse.

- Na verdade eu só estou feliz em rever o meu amigo. – respondeu a altura, passando então a observar a decoração nada convencional do quarto do punk.

Louis possuía uma luminária em forma de crânio ao lado da cama, vários pôsteres de bandas cobriam suas paredes, juntamente a um quadro do Darth Vader com sua famosa frase“Venha para o lado negro da força”. Nas prateleiras havia uma bagunça de gibis, palhetas, lápis, cadernos de música, livros, toucas, revistas e cds, muitos cds. Havia também uma televisão suspensa na parede e outras tranqueiras eletrônicas que Harry não conseguia distinguir o que eram, já que a iluminação do ambiente era mínima e sabe-se lá porque, o punk mantinha a janela fechada, privando o quarto da iluminação do sol.

- Senta ae! – Louis indicou a cama soterrada por um bolo de cobertas, lençóis e edredons enrolados, além de três travesseiros atirados de qualquer jeito e a tão estimada guitarra, a qual jazia ao centro do colchão.

Harry sentou-se na beirada da cama, bem de frente para a escrivaninha, onde o computador do garoto ficava. O nerd admirou o tamanho da tela do pc, arqueando de levinho as sobrancelhas. Assim como fazia na sala de aula, Louis jogou-se na poltrona da escrivaninha de qualquer jeito, passando a encarar Harry. Era engraçado vê-lo sem o costumeiro lápis debaixo dos olhos. Ele ficava menos intimidador sem o contorno negro nas pálpebras, os piercings e os cabelos arrepiados. Na verdade, estava ali somente de pijamas e meias. Suas chances de intimidar alguém eram quase nulas naquele estado.

- O que você tá encarando? – questionou o punk, estreitando os olhos.

- Nada, só tô te achando diferente sem aquela pintura toda no rosto e os piercings. – disse sincero, dando de ombros.

- Bah, já vai ficar me tirando? – resmungou o punk, revirando os olhos claros.

- Claro que não Louis! Larga mão de ser dodói e me diz como você tá!

- Dodói é o caralho, tá? – respondeu, mostrando o dedo do meio para o amigo, antes de puxar o violão atrás da poltrona e voltar a tocá-lo.

- Já vi que está 100%. – Harry balançou o rosto, sorrindo para o mal-humorado Louis.

- Tô sim, por que? Ficou preocupado? – questionou em tom jocoso, erguendo o olhar maldoso a fim de mirá-lo, enquanto tocava alguns acordes
- Fiquei. A aula sem você não tem graça. – respondeu o nerd, sorrindo com o rosto pendido para o lado. Observava o movimento dos dedos de Louis, enquanto tentava adivinhar a qual canção pertencia aquela melodia.

- O que foi? Por que tá com essa cara? – questionou o punk, mirando-o curioso.

Don’t cry, Guns n’ Roses! – disse repentinamente, como se tivesse matado uma charada.

Louis o olhou abobado, rindo em seguida. – É, você acertou. Tirei aquela música que eu falei pra você que tinha aprendido os primeiros acordes naquele dia. É aquela Look after you do The Fray, conhece?

- Na verdade não, nunca ouvi... – respondeu sincero, apoiando as mãos nos joelhos.

- Então vou dar uma palhinha pra você, tá? – disse o punk, posicionando os dedos nas cordas do violão.  

Harry assentiu, ficando em silêncio. O que não esperava era que Louis fosse começar a cantar conforme tocava a canção.

Logo que o punk começou a entonar sua voz durante a melodia, Harry prendeu a própria respiração. Era um ato involuntário, como se o ato de respirar fosse alto demais e pudesse comprometer a canção de Louis. A voz do punk soava suave, bem afinada, articulando cada palavra com naturalidade, em ritmo com a bela melodia do violão. Quando chegou a hora do refrão, Louis ergueu o rosto, endereçando um sorriso meio bobo ao garoto que o ouvia, rindo em seguida da postura dele. Harry jazia boquiaberto, mirando-o com os olhos arregalados e o rosto tingido de rubro. E o pior: ele não fazia a menor ideia de como estava, de como o encarava. Harry sequer piscava!

Louis tornou a abaixar seu rosto, continuando a canção. Evitou encarar o vizinho até o final da música, sentindo-se um tanto quanto...constrangido. Por sorte o quarto estava escuro o bastante, ou senão a estranha quentura que cobriu sua bochechas e orelhas poderia indicar o quão acanhado estava diante da reação do nerd. Qualquer coisa, poderia usar a desculpa da febre. Seria uma boa, já que seria perfeitamente justificável. Não que Harry fosse conseguir enxergar caso seu rosto estivesse mais rosado, mas se acontecesse, já teria sua justificativa na ponta da língua.

Assim que terminou a canção, deixou o violão escorregar ao lado da poltrona e tomou uma boa lufada de ar, antes de voltar a encarar o amigo.

Harry sobressaltou, um tanto sem graça. Olhava para os lados, tateando a cama até bater a mão na guitarra atrás de si.

- Opa! Desculpa, eu... – dizia abobado, abanando-se feito um idiota, o que gerou uma crise de riso em Louis. – Sério, Lou, você canta muito bem! Você devia montar uma banda, tocar e cantar, sério! – dizia o afobado nerd, retirando seus óculos, completamente encolhido na cama.

- Hahahaha, relaxa Hazz! – tranquilizou o punk, dando um tapinha no joelho do amigo. – Vem, vamos jogar um jogo divertido, ai você toma um ar e se recupera dessa crise ai! – sugeriu, indo até a janela. Abriu as cortinas, deixando o ar e a luz do sol entrar. Em seguida, sentou-se no tapete e chamou Harry com a mão.

- Vem cá Hazz, vamos jogar Verdade ou Consequência/Desafio! – propôs, batendo uma mão na outra.

Harry aproximou-se dele, enxergando melhor o rosto do garoto sem a pesada maquiagem nos olhos. A cor azul-esverdeada da íris do amigo parecia ainda mais viva naquela tarde, e ele estava particularmente mais bonito.

Claro, bonito! Qual o problema em achar seu amigo bonito?

- Verdade ou Consequência? – questionou, sentando-se em frente ao amigo. – Nunca joguei isso, como se faz? Cadê as cartas ou o tabuleiro?

- Nada disso Hazz, esse jogo é bem diferente... – explicou Louis, meneando o rosto. – E como só temos nós dois, será ainda mais simples.

- Hm, então me explica como funciona... – pediu, um tanto confuso.

- Como disse, é bem simples... basicamente, nós dois vamos revezar perguntas, mas temos que fazer perguntas completamente invasivas e pessoais, ok? – explanava, olhando no fundo dos olhos esverdeados de Harry.

- Perguntas pessoais e invasivas? Esse jogo é demoníaco... – resmungou Harry, se encolhendo mais uma vez. Não fazia ideia do que perguntar ou ao que teria que responder.

- Vamos! Por favor, larga mão de ser um pato! Te deixo começar perguntando, tá bom? Eu prometo que pago qualquer desafio, caso eu não queira responder sua perguntar, tá legal? – dizia o punk, dando cutucões nas pernas do amigo. – Vai logo Hazz, somos amigos, o que a gente falar aqui, morre aqui, tá bom assim?

Ainda relutante, Harry concordou, assentindo timidamente. Sabia que se arrependeria daquilo mais tarde.

- Ok, então pergunta você primeiro!


Harry o mirou pensativo, tentando arrumar alguma questão para iniciar o tal jogo.

- Hm, com quantos anos você deu o seu primeiro beijo? – questionou, olhando de lado, sentindo-se um idiota por ter perguntado aquilo.

- Oito anos. Agora é a minha vez!

Harry arregalou os olhos, olhando-o confuso.

- Oito anos?!?!
- Sim, e agora é a minha vez de perguntar, então fica quieto ai. – resmungou, jogando uma bolinha de papel nele. – Você é virgem?

- EU SOU O QUE?! – berrou Harry, sentindo o rosto corar violentamente.

- Virgem, perguntei se você é virgem... – tornou a repetir, encarando-o com tranquilidade.

- Eu não vou falar sobre isso, ok? Isso é o tipo da coisa pessoal que a gente não deve sair por ai falando e[...]

- Então vai ter que pagar uma prenda depois que a brincadeira acabar! – disparou, apontando-o com o indicador.

- Prenda? Que prenda?

- A que eu decidir, mas isso faço depois. Sua vez de me perguntar algo, e dessa vez vê se capricha. – sugeriu Louis, levando o indicador e o polegar até o pequeno furo em seu l, mexendo de levinho.

- Tá legal... – Harry tomou fôlego, pondo-se a pensar mais uma vez. Deveria ser bem inconveniente, como Louis fora. Deveria devolver na mesma moeda! – Hm, quando se masturbou pela primeira vez?

- Quando tinha dez anos. Minha vez! – disparou mais uma vez, erguendo os braços.

- DEZ ANOS?!? Que espécie de monstro pervertido é você?! – rosnou o nerd, escandalizado.

Louis mostrou a língua pra ele, voltando a rir.

- Vejamos o que irei te perguntar...hm... Você é gay? – perguntou, encarando-o com uma das sobrancelhas arqueada.

- Não, não sou gay... – murmurou Harry, completamente inseguro do que dizia. Sequer sabia se era hétero, de qualquer forma.

- Certo, sua vez!

- Você é gay? – questionou, mirando-o com certa curiosidade.

- Sou bi. Já fiquei com garotos e com garotas. – respondeu o punk, sem demonstrar quaisquer sinais de timidez.

- Sério? Mas... vocês...?

- Sim, eu já transei com garotas e com caras, satisfeito? Respondi de brinde, mas não deveria. – acrescentou, cruzando os braços. – Minha vez! Vou pegar leve, ok? Como foi seu primeiro beijo?

- Foi molhado, confuso... eu tinha quinze anos e é...foi ano passado. – deu de ombros, sentindo o rosto pegar fogo. Dirigiu os olhos ao chão preferindo mil vezes encarar o tapete do que o amigo.

Louis gargalhava, parecendo satisfeito com a resposta que tivera.

- Sua vez, vamos lá, não doeu nada, larga mão de ser chorão Harreh! – ralhou, puxando o garoto pelo braço.

- Tá, enfim... me explica o significado de três tatuagens suas... – murmurou, voltando a mirá-lo nos olhos.

- Ok, de quais você quer? – Louis esticou os braços em direção a Harry, deixando-o escolher as tatuagens.

Harry observava os desenhos, sem entender muito bem alguns deles, como uma porção de riscos, no qual um deles estava tombado, enquanto os outros se mantinham em pé.

- Qual o significado dessa? – apontou os riscos, mirando-o em seguida nos olhos.

- São eu, minha mãe, Felicity, Phoebes, Daisy, Lottie e esse caído aqui é meu pai. Ele morreu pra mim, então está caído, tombado. – respondia o garoto com a voz pausada. Harry pôde perceber o quão intima fora a resposta que havia obtido. Até mesmo a feição do punk parecia ter ganho ares mais pesados.

- Ahh sim... eu também, digo, meu pai não quer mais saber de mim, então... é, eu acho que eu entendo... sabe? – dizia o garoto, tentando confortar Louis de alguma forma.

O problema era que Louis não parecia estar disposto a ser consolado.

- Olha, diz logo as outras duas tatuagens que você quer saber o significado! – disse com certa impaciência.

Harry se assustou, mas não demonstrou tal reação. Dessa vez conseguiu se conter, assentir e continuar o jogo. Apontou para duas tatuagens, uma de uma espécie de guerreiro de armadura e a outra que remetia a uma gota preenchida de negro.

- O guerreiro representa um antigo amigo imaginário que eu tinha quando era pivete. Eu acreditava que ele me protegeria de tudo e de todos. Já a gota é... é uma lágrima. – respondeu, disfarçando antes de continuar a falar – Digamos que eu já fui muito idiota e chorei bastante. Hoje eu aprendi que chorar e ser idiota é algo inútil e tosco, então, para sempre me lembrar disso, mandei tatuar essa lágrima idiota manchada com tinta negra. Satisfeito? – dizia um tanto irritadiço, mais uma vez, puxando os braços com certa força. – Agora... agora é a minha vez. – retomou a postura, voltando a encarar Harry.

O nerd permanecia em silêncio, pensando na resposta anterior de Louis. Havia sido um tanto chocante descobrir que ele era bissexual, afinal, Harry sempre achou que o amigo fosse homofóbico, já que vivia o chamando de viadinho e derivados. A questão das tatuagens havia mexido com Louis, Harry sabia, mas não invadiria a intimidade do punk e muito menos tentaria consolá-lo. Seria a pior atitude a ser tomada, e o nerd sabia que Louis era arredio por natureza. O melhor a se fazer nesse caso era ignorar a situação tensa e tentar voltar para o jogo. E assim o fez.

- Você transaria comigo se eu te pedisse? – sussurrou o punk, mirando o nerd com olhos maldosos.

Harry engoliu a seco, completamente trêmulo. Seu rosto voltou a se tingir de rubro, deixando nítido seu desespero diante daquela pergunta. Podia dizer que não, mas e se o irritasse com isso? E se dissesse que sim? Estaria mentindo, sim ou não?

- Eu...

- Louis, Harry, venham tomar chá! – convidou Jay, em sua habitual animação. Havia aberto a porta do quarto repentinamente, assustando os garotos e, consequentemente, estragando o clima do jogo.

Harry agradeceu aos deuses olimpianos por sua sorte, e zarpou do quarto assim que fora convidado para o chá, sem ao menos esperar por Louis. Jamais imaginou o quão aquele jogo poderia ser perigoso, e agora que sabia, nunca mais participaria dele.

Antes que conseguisse alcançar as escadas, sentiu a mão de Louis puxar-lhe pelo braço, trazendo-o para perto de si.

- Você escapou de uma boa, mas não se esqueça que você ainda me deve uma prenda, portanto, prepare-se! – sussurrou perigosamente, piscando em seguida. 

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