Teenage Kicks

By userjiminie95

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Harry era o nerd, Louis era o punk. Os dois juntos eram bagunça. Sim, é a típica fanfic clichê que todo mund... More

Teenage Kicks
Capítulo I - Holmes Chapel, Cheshire
Capítulo III - Professor Nicholas Grimshaw
Capítulo IV - O começo do começo
Capítulo V - British Tea
Capítulo VI - Insegurança
Capítulo VII - Apreensão - Zoa - Fail
Capítulo VIII - Gota Dágua
Capítulo - IX Verdade ou Desafio
Capítulo X - Gemma
Capítulo XI - Preparativos
Capítulo - XII CAOS
Capítulo XIII - Fundo do poço
Capítulo - XIV Ímpeto
Capítulo XV - Merry xmas
Capítulo - XVI Confissão
Capítulo - XVII Na hora certa
Capítulo - XVIII Retorno
Capítulo - XIX 1000 words
Capítulo - XX Preconceito
Capítulo - XXI Babycakes
Capítulo - XXII Artifício
Capítulo - XXIII
Capítulo - XXIV O irlandês
Capítulo - XXV Desabafo
Capítulo - XXVI sex xxx
Capítulo - XXVII Paixão
Capítulo - XXVIII Surprise!
Capítulo - XXIX
Capítulo - XXX Apreensão
Capítulo - XXXI O nerd e o punk

Capítulo II - Pânico

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By userjiminie95

Lexus94: Eae Blz? Vc tá sumido e ontem quando te vi, vc tava afk! :(

Laglord:  Opa, blza e vc? Tava resolvendo uns lances por aí...

Lexus94: Td bem! Mas deu pra upar bem? Dropou alguma coisa boa?

Laglord: Foi meio fail, não dropou nada de bom, foi só xp mesmo --'

 Lexus94: Poxa, drop também anda tosco, ninguém pega mais nada! :(

Laglord : Só se for maçã aqui ou a merreca de gold...

Lexus94: Jeito é pagar p2p ou se dar mal no free '-'

Laglord: Dizem que até lá o drop tá lixo ¬¬

Lexus94: Tenso! Mas então, bora fazer pt e ir rushar em algum mapa?!:D

Laglord:  Demorô! ;]

Era por volta das quatro da madrugada quando Harry deixou o RPG online e foi se deitar. Sabia muito bem que as preciosas horas de sono perdidas iriam ser cobradas com juros e correção monetária na manhã do dia seguinte, mas o que ele podia fazer se a vontade de jogar falava mais alto? Na semana de provas ele maneiraria, talvez, dependendo da matéria, é óbvio!

Dito e feito, Harry mal conseguia manter-se acordado e sentado em sua carteira na manhã seguinte. O nerd mantinha ambos os cotovelos apoiados no tampo da mesa, as mãos sustentavam a cabeça através do queixo - o que estava sendo uma tarefa muito árdua, tendo em vista que a cada piscada a cabeça do garoto escorregava e ele despertava com um pequeno susto. Tentando ser um pouco otimista consigo mesmo, Harry conferiu as horas no celular, constando que a aula começaria em quinze minutos, o que lhe daria tempo para cochilar um pouco, sendo cada minuto precioso naquele momento. Acomodou então os braços, usando-os como apoio para a cabeça deitada na mesa, e entregou-se ao sono sem pensar duas vezes.

Deixou por conta da sorte a hora de despertar “Certamente a professora irá me chamar e eu irei disfarçar e acordar”, pensou, segundos antes de cair no sono.

Ao contrário do planejado, Harry não despertou com a voz amigável de Miss Annabeth chamando-o. O responsável fora um baque forte na cadeira ao lado, que o fez despertar com violência, dando a terrível impressão que seu coração parecia ter se deslocado na caixa toráxica. Assustado, Harry olhava para todos da sala, agitadíssimo. Quando finalmente pousou os olhos no aluno ao lado, descobriu quem fora o responsável pela sua quase morte.

Lá estava Louis, sentado de qualquer jeito, com seus inseparáveis fones grudados em seus ouvidos. A carranca de sempre estampada no rosto, sendo que a novidade era que desta vez o punk usava o uniforme do colégio – de seu próprio modo, obviamente. Havia deixado sua camisa aberta propositalmente, para que pudesse exibir os contornos cadavéricos e o logo do Iron Maiden que estampavam a regata que vestia por baixo. Hoje seus cabelos bicolores estavam escondidos pelo gorro negro que cobria sua cabeça, deixando apenas a franja revoltosa para fora.

Um tanto sem-graça pelo susto, Harry tentava se acomodar em sua cadeira, tomando postura e separando os materiais. Olhou de relance para Louis, um tanto quanto aborrecido pelo forte estrondo que ele havia feito sem necessidade. Óbvio que o fez para assustá-lo! Por que outra razão o faria? Sem dar-se conta, o nerd observava o punk com o cenho franzido, o que lhe passava uma má impressão.

- Que é? – resmungou Louis, encarando-o.

- Hã? – murmurou Harry, retirando os óculos. Coçou de leve os olhos, antes de voltar a recoloca-los.
- Nem você tem saco pra aturar essa merda de aula. – rosnou o punk, revirando os olhos, com os nervos à flor da pele.

- Não é isso, eu só estou com sono. Dormi mal essa noite. – replicou em voz baixa, enquanto retirava mais uma vez os óculos, limpando com a blusa uma das lentes marcada com suas próprias digitais.

- E veio por quê? Pra ficar dormindo enquanto essa praga fica tagarelando?

- Ela não é uma praga. Eu gosto dela e você nem a conhece pra ficar julgando assim...

- Foda-se. Eu julgo quem quero como quero. O problema é meu, não se meta. – devolveu debochado, revirando os olhos azuis-esverdeados.

- Mas que mau-humor! O que eu te fiz pra você falar comigo nesse tom? – questionou o mais novo. Para Harry, o comportamento de Louis era inaceitável. Ninguém pode desgostar de ninguém de graça, não?

- Por que você não vai se foder, viadinho? – sugeriu com cinismo, retirando os fones do ouvido.

- Já basta! Os dois, Harry e Louis! Já que vão ficar conversando no meio da aula, por favor, peço que se retirem agora! Acredito que no pátio terão mais tranquilidade para o bate-papo de vocês! – Miss Robin não parecia muito disposta naquela manhã, e seu anormal mau-humor assustou os alunos e consequentemente o próprio Harry, que sentiu as bochechas queimarem ao ser mirado por toda a classe.

- Des-desculpe senhorita... eu...

- Por favor, Styles e Tomlinson, se retirem da sala de aula agora. – fora a sentença final da professora.

De cabeça baixa e mãos nos bolsos, Harry deixou a sala feito um condenado rumo à forca, sendo seguido por Louis, que ao contrário de si, saíra com um sorriso descarado delineando seus lábios.

“Ela não é uma praga. Eu gosto dela e você nem a conhece pra ficar julgando assim...mimimi” – disse Louis, em uma imitação tosca da voz de Harry – Eae? Vai continuar defendendo ela? – questionou irônico, apreciando cada músculo contraído no rosto do colega.

- Nós fizemos por merecer, eu admito que estava errado. A razão é dela. – decretou o garoto, não menos chateado.

- A razão é dela é o caralho!... ou a falta dele, pra justificar o péssimo humor dessa mulher. No mínimo o pai dela deve ter perdido a chave do cinto de castidade que ela usa, ou ninguém foi corajoso o suficiente pra pegar um dragão como ela o é! – zombou, divertindo-se com cada palavra dita.

- Ora, então você também deve estar dormindo de calça jeans, sentindo falta do[...] – antes que Harry pudesse completar sua sentença, um chute certeiro acertou sua canela, fazendo-o encolher-se de dor.

- Tá maluco?! Perdeu a noção do perigo?! Por acaso você tá insinuando que eu sou viado que nem você? Te quebro em dois, moleque! – vociferou o irritado punk, com o punho em riste.

PARA POR FAVOR! – o berro soou desesperado, desorientando Louis e chamando a atenção de um bedel que atravessava o corredor. Ninguém ali esperava por aquela reação da parte do garoto de cabelos cacheados.

Louis não deu o braço a torcer, mas abaixou o punho, relaxando os dedos. Lançou mais um olhar para o menor, que jazia encolhido em sua frente, antes de seguir caminho pelo corredor.

Harry engoliu a seco, mantendo os olhos fechados até que os passos de Louis ecoassem longe. Levou ambas as mãos ao rosto, buscando controlar a respiração pesada. Não era fácil lidar com o próprio descontrole, com o medo, o pavor e principalmente o pânico.

- Você está bem, Harry? – questionou o bedel, preocupado com a reação do garoto. – Aquele marginalzinho te fez algum mal?

- Não senhor. Estávamos apenas conversando e eu me descontrolei. Desculpa, não precisa se preocupar. – disse mais calmo, sorrindo minimamente a fim de descontrair o velho homem preocupado.

Harry tomou rumo até o amplo pátio, enquanto dedilhava a tela do celular. Decidiu por bem ir até a sala de equipamentos da quadra interna, lá o lugar era isolado o bastante. Havia uma necessidade sobre-humana de ficar sozinho, pelo menos por alguns minutos, para que pudesse organizar as ideias. Estava com sono, cansado, estressado e aparentemente em mais uma de suas crises de ansiedade generalizada, vulgarmente conhecida como “síndrome do pânico”. Tudo o que queria era um copo de leite quente e sua cama, mas sabia que não podia voltar para casa antes que as aulas terminarem. Ademais, não queria preocupar a mãe caso solicitasse autorização na diretoria para ir embora, afinal, ligariam para ela.

Quando adentrou a quadra silenciosa, rumo à sala isolada, sentiu uma ligeira sensação de estar sendo observado. Ignorando a própria paranoia, continuou a trilhar seus passos em direção à porta dos fundos, até que uma bolada certeira colidisse contra suas pernas. Ágil, virou-se de forma repentina, deparando-se com cinco rapazes mais velhos.

- O que faz aqui, Styles? – questionou o mais robusto, encarando-o.

- Eu...eu vim buscar uma bola – mentiu, sentindo as pernas bambearem.

- Ahh você quer uma bola? Por que não disse antes? – a voz irônica do mais alto do quinteto soava perigosamente baixa.

Os outros três garotos soltaram risos que mais pareciam guinchos, levando Harry a suar frio.

- Você sabia, Styles, que graças a suas notas, você rebaixou minha irmã no ranking de alunos modelos do colégio? Graças a essa sua mania de querer sempre ser o melhor, ela perdeu a oportunidade de participar das olimpíadas de inglês e matemática. – sussurrou o grandalhão, aproximando-se ainda mais do menor.

Harry sabia aonde aquilo iria chegar. Não era a primeira e nem seria a última vez que toleraria aquele tipo de abuso. Desde o ano passado vinha sofrendo calado por não querer preocupar a mãe e muito menos ser humilhado pela escola inteira caso confessasse o que suportava.

Preferia o silêncio, ele sempre fora seu melhor aliado.

Não havia resposta a ser dada, e mesmo que existisse, ninguém ali a ouviria.

Era inútil.

- Agora eu me pergunto, por que um viadinho arrombado como você tem que ser melhor do que a minha irmã? Do que qualquer um de nós? Por que os prêmios são sempre seus? – vociferava odioso o garoto, enquanto fuzilava os olhos esverdeados do mais novo.

Um soco certeiro acertou o estômago de Harry, dobrando-o ao meio. Em seguida veio o puxão na região dos cabelos, obrigando-o a erguer o rosto contraído de dor. Os lábios, mordidos com força, evitariam supostos gemidos ou até mesmo berros de dor. Era sempre assim que começava.

- Sua mãe devia ter te abortado! Ninguém aqui gosta de você! Por que você não se mata de uma vez, bichinha? – sugeria um garoto de madeixas arruivadas. Era ele quem agora encarava o rosto agoniado de Harry, enquanto lhe aconselhava o suicídio. Depois veio o riso de deboche, mais uma vez, e um tabefe certeiro em seu rosto, o qual fez seus óculos voarem longe.

Antes de sumirem, fizeram questão de derrubá-lo, chutando-o na região dolorida pelo soco inicial. O deixaram ali, encolhido no chão, esforçando-se para engolir o choro que insistia em vir.

Sentado em uma das arquibancadas ao longe, Louis observava todo o ocorrido em silêncio.

-x-

Entregue ao abuso físico e mental que sofrera, Harry permanecia no chão, mesmo que cerca de vinte minutos depois do ocorrido. Não queria mover-se, sequer pensar em algo. Permaneceria ali, de olhos fechados, até que achasse vantagens em se levantar. As palavras dos agressores ecoavam por sua mente, causando-lhe arrepios.

 Será que ele era tão ruim como os outros o julgavam?

A ponto de dormir no chão da quadra, Harry se encolhera ainda mais. Foi quando sentiu um leve cutucão na região da cintura. De forma repentina, levou ambas as mãos até a cabeça, protegendo-a caso fosse levar um chute no crânio.

- Hey! – a voz familiar soara, levando Harry a arregalar os olhos antes fechados. Sentou-se rapidamente, erguendo o rosto avermelhado pelo choro, agora constante. Mal acreditou quando vislumbrou a figura de Louis Tomlinson com seus óculos em mãos.

- Ah, é você Louis... – murmurou rouco, levando as mãos ao rosto, esfregando-as devagar a fim de recolher quaisquer vestígios de lágrimas, falhando miseravelmente.

- Sim, sou eu. – respondeu o punk, sem tirar os olhos do menor ao chão. – Vai ficar no chão mesmo? – inquiriu, em seu tom habitual.

- Não, eu não vou. – replicou com a voz cansada. Estava nitidamente abatido e também envergonhado. Perguntava a si mesmo se Louis havia visto o que os garotos haviam feito consigo. Tudo o que menos precisava era de outro valentão para agredi-lo.

- Seus óculos. – disse o mais velho, após alguns instantes em silêncio, apenas observando a reação do menor no chão. Esticou a mão em direção a ele, entregando o objeto.

- Obrigado. – agradeceu, estendendo a mão a fim de recolher o objeto. O guardou no bolso da jaqueta, voltando o rosto ao chão.

Após mais alguns instantes de silêncio, Louis deu-lhe as costas, caminhando em direção à saída, deixando Harry entregue à solidão.

DICIONÁRIO:

afk = away from keyboard, quer dizer que você está longe do pc, normalmente no jogo quer dizer que você largou jogando sozinho e foi fazer outra coisa ou só largou lá logado
drop = os itens diversos que os monstros do jogo derrubam ao serem mortos
upar = ganhar nível (level), basicamente ir jogar pra ganhar experiência
xp = experiência. Normalmente usa pra dizer quanto ganhou de experiência ao matar um monstro ou pra calcular quanto falta pra subir de nível
maçã = uma maçã mesmo! HUEHUHEH Na verdade, é o item mais basicão de recuperar vida que dropa dos monstros mais fracos
gold = "gold" mesmo, dinheiro
p2p = "pay to play", pagar pra ter privilégios no jogo, ou vip
free = quem joga sem gastar com vip
pt = "party", um grupo de jogadores pra jogarem juntos durante alguma ocasião qualquer
rush = rush, ou rushar, o mesmo que avançar, invadir, às vezes a gente usava no sentido literal de rush, às vezes era quase como um "bora lá limpar um dungeon (cenário específico em alguns casos, mas no geral, são as várias fases diferentes do jogo)"

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