You're my star

By Marcela_Abreu

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•HISTÓRIA CONCLUÍDA• "Eu sei que vou te amar até o fim dos nossos dias. E saiba que se um dia você partir, c... More

Hanna Lewis
A festa
Noite passada
Perdão
O encontro
"Ressaca"
Casa na praia
Minha melhor amiga
Ajude-me!
"Melhores amigos"
Mentiras?
O que eu quero ser
Decisões
A carta
Um último adeus
O jantar
Bem-vinda
Festa de boas-vindas
Ele
O assassinato
Sequestro triplo?
Lembranças
Just make it stop
Psicopata?
Suspeita
Sentimentos
Liberdade
O segundo pior dia da minha vida
O dia
Que dia é hoje?
Você nunca vai saber se não arriscar
Você mudou
As coisas acontecem como devem acontecer
15 dias
A procura de respostas
Apenas viva
O amor
Tenho que ficar chapado o tempo todo para parar de pensar em você
Somos tão crianças
Carta de amor aos mortos
Essa dor vai passar
Dias contados
5 dias
Minha própria mente está me pregando peças
Eu tenho ele
O amanhã
Wake up
Escolhi você
A realidade

Capítulo especial - A formatura

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By Marcela_Abreu

.:.:.:.:.:.:.CAPÍTULO GRANDE!.:.:.:.:.:.
Me desculpem a demora para postar esse capítulo. Eu fiquei a semana toda trabalhando nele. E eu fiquei colocando umas imagens e revisando o capítulo o dia inteirinho!
O capítulo irá falar como foi a formatura. Nunca fui em uma formatura e também não me formei. Escrevi como eu achei que seria/é.
MUITO MUITO MUITO OBRIGADA PELOS 2 MIL VISTOS!! Não consigo acreditar! 😍😍😍

Capítulo especial: Terá imagens mostrando os fatos no decorrer da história.
Boa noite. Tenham uma ótima leitura 🌞🌞🌞🌞🌞
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Leonardo Lins. 19 anos. Futuro cineasta. Namorado de Alicia.
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~Hanna ON~
- Tem certeza de que ela não está morta? - ouvi Marshall dizendo.
- Eu já disse que ela está viva! - August explodiu.
- Calma, ela está acordando. - Elena diz.
Estou deitada na minha cama com vários olhares sobre mim. Sento-me na cama e vejo Elena, Marshall, Chloe, Joe e Alicia. Eu estava com uma leve dor de cabeça. Não estava entendendo porque eles estavam aqui, na minha casa. Todos me encaravam. Tentei pensar porque eles estavam aqui mas não consegui pensar em nada que fizesse sentido. Ficamos em um silêncio extremamente constrangedor.
- Como se sente, querida? - August perguntou.
- Normal? - falei com um tom de dúvida.
Vi Kriss entrando no quarto. Ela se juntou a eles. Mais um olhar curioso sobre mim.
- Alguém pode me explicar o que vocês estão fazendo aqui?! - eu falei.
- Você não se lembra da noite anterior? - Alicia perguntou.
- Não... - eu disse.
Todos trocaram olhares, exceto August e Elena que não tiraram os olhos de mim em nenhum instante.
- O que aconteceu ontem? - eu perguntei com medo da resposta.
Antes que August pudesse responder, Max escancarou a porta do quarto e veio em minha direção, ele estava gritando:
- Hanna! - ele subiu na cama e me abraçou. Sorri comigo mesma e fechei meus olhos, apreciando o momento.

Que saudades do meu irmãozinho.
Fiquei beijando ele o que fez ele rir. Quando ele viu quem estava no quarto, ele foi direto em direção a Kriss. Todos ficaram em silêncio vendo a criancinha dar oi para todo mundo. Quando ele viu a Elena e o August ele gritou:
- Tio Auggie! Tia Elena! - e encobriu eles em um abraço.
- Bom dia! - Zoey diz na porta do quarto. Ela entrou no quarto apenas para dar um abraço em mim e na Kriss.
- Hanna, a folmatura é hoje? - Max perguntou.
- Folmatura? - eu perguntei.
- Formatura. - Elena corrigiu.
- Meu Deus! A formatura é hoje! - eu disse. Minha cabeça começou a latejar um pouco. - Que horas é para estar lá?
- 13:00. - Joe respondeu.
- E que horas são? - eu perguntei desesperada.
- 11:30. - Kriss respondeu após olhar o horário no relógio em seu pulso.
- Meu Deus! Vamos nos arrumar! - saltei da cama e os meninos saíram do quarto junto a Kriss e Zoey.
Elena pegou sua mochila que estava do lado da minha cama. Eles dormiram aqui? Eu não me lembro de nada. Nem me preocupei com o que aconteceu ontem porque eu precisava me arrumar para a formatura. Tomei um banho rápido e logo coloquei uma calça preta junto com uma blusa preta. Em cima eu coloquei minha beca. Ninguém sabe como foi a sensação que eu senti assim que eu coloquei a beca. Anos de escola para chegar ao dia de hoje. A beca é um ótimo símbolo do fim. Coloquei o capelo na cabeça e me olhei no espelho. O resultado de 18 anos estão refletidos no espelho. Quem eu me tornei? Certamente, uma pessoa que eu nunca pensei que seria.
Kriss fez minha maquiagem e de todas as outras garotas. Chloe, Alicia e Elena estavam maravilhosas.
- Vocês fizeram o discurso? - Chloe perguntou, ansiosa.
- Discurso? - eu e Elena dissemos em uníssono.
Rapidamente, pegamos um pedaço de papel para cada e começamos a escrever. Eu não queria falar coisas clichês como todo mundo dizia nas formaturas. Então eu escrevi o que eu realmente estava sentindo. A ansiedade para chegar logo ao palco. A alegria de estar com as minhas amigas. E claro que eu escrevi com uma pequena ajuda de Kriss.
O relógio marca 12:30 e todas estão prontas. Alicia teve que alisar o cabelo porque o capelo dela ficava caindo, já que o seu cabelo é muito enrolado.

A Elena passou um lindo batom vermelho que lhe caiu muito bem.

Chloe estava tão ansiosa que suava. Nunca perguntei isso a ela mas acho que ela sofre muito por conta da ansiedade. Então ela começou a roer as unhas. Aquilo me tirava do sério!

Todas nós ficamos de saltos pretos já que era uma ordem da escola usar tudo preto de baixo da beca.
- Vocês estão prontas? - gritou Joe lá de baixo.
Elena saiu do quarto e eu a segui. Ela desceu os degraus bem devagar. Ela carregava o seu discurso em uma mão e na outra ela apoiava a mão no corrimão de madeira. Ela ficou olhando para o chão, com muito cuidado para não cair. Quando chegou no último degrau, Joe colocou seu dedo no queixo dela e levantou seu lindo rosto. Ela sorriu meio envergonhada.

Ele disse alguma coisa para ela que eu não consegui ouvir. Ele entregou uma rosa para ela. Os olhos de Elena brilharam. Seus rostos se aproximaram e eles se beijaram.

Eles eram lindos juntos.
Chloe foi a próxima. Ela pegou a bolsa dela e colocou em cima de seu ombro. Ela desceu as escadas de cabeça erguida. Ela não olhou muito para os outros garotos, ela focou seu olhar em Marshall. August cochichou alguma coisa para ele o que fez ele sorrir mais. Chloe pulou o último degrau e caiu nos braços de Marshall que a segurou bem firme. Ele a levantou e beijou ela. No fim do beijo eles sorriram e ficaram com as testas encostadas uma na outra. Marshall também lhe entregou uma rosa.

Alicia desceu as escadas meio triste porque seu namorado não estava lá. Quando ela ia descer o último degrau a campainha toca. Todos param. Zoey atende a porta e o inimaginável acontece: o namorado de Alicia chega. Alicia vai correndo em sua direção sem ligar se vai amassar a beca ou se ela pode cair, correndo com aquele salto. Alicia passa seus braços em volta do pescoço de seu namorado e o beija. Faz tempo que eles não se viam. Ele lhe deu uma rosa o que fez ela o beijar ainda mais.

Agora é a minha vez. Vou andando até a escada e olho para eles. Todos os homens estão vestindo terno com a beca em cima, exceto Joe, Max e o namorado da Alicia, cujo não sei o nome. Desço degrau por degrau com medo de cair. Mil coisas vem à minha cabeça. Fico com vontade de chorar com este lindo momento. Todos estavam a minha espera. Meu irmão, minha tia e meus amigos. Os melhores amigos que a vida me deu. Eu amo eles. Estava tão perdida em meus pensamentos que nem percebi quando cheguei no último degrau. August ficou me olhando com um sorriso torto.
- Eu te amo, querida. - ele disse.
- Eu te amo, Auggie. - eu falei.
Ele me entregou uma rosa e eu o beijei.

Eu estava sentindo milhares de emoções ao mesmo tempo. Esse é o melhor dia da minha vida! Todos se juntaram e ficamos conversando um pouco. Eram conversas do tipo: "Hoje é a formatura! Nem consigo acreditar".
- Gente são 12:50! Vamos! - Zoey disse.
- Não esqueçam de mim! - ouvi alguém dizendo da escada.
Kriss estava com um lindo vestido azul.

Seu cabelo estava preso e a maquiagem em seus olhos brilhavam. Ela desceu a escada que nem uma princesa. Infelizmente ela não tinha um par. Decido ir em sua direção para recepcionar ela mas outra pessoa já está à sua espera. Max. Quando ela chega perto dele, ela agacha e ele lhe entrega uma rosa.
- Você linda, Kriss! - ele disse, dando um abraço nela.
- Você também! - ela disse, retribuindo o abraço.
Ela dá um beijo em sua bochecha e fica de mãos dadas com Max.
- Agora sim, vamos. - Kriss disse.
Me senti um pouco triste por Kriss. Ela perdeu o namorado tão cedo. Perdeu os pais. Acho que aconteceu alguma coisa com Quinn e Adam porque não vi mais eles. Mesmo com tudo isso acontecendo, ela sorria. Essa é a coisa que eu mais gosto nela. Ela nunca desiste. Ela nunca desiste de ser feliz.
- Meu nome é Leonardo mas podem me chamar de Léo. Sou o namorado da Alicia. Eu aluguei uma limusine para irmos para a formatura. Vamos?
Todos ficaram quietos por um instante tentando ver se era uma piada ou era verdade. Zoey abriu a porta de casa e a limusine já estava a nossa espera.

Todos gritaram um "Uhul" de comemoração. Acho que Léo é rico.
Entramos na limusine e era enorme! Eu nunca tinha andado de limusine antes. Lá tinha algumas besteiras para comer e algumas coisas para beber.
Chegamos no colégio em menos de 5 minutos. Quando saímos da limusine uma mulher chamou eu, Elena, Alicia e Chloe.
- Aluguei um vestido para vocês. Assim que a formatura acabar vai ter um baile e os vestidos estão comigo. Antes de vocês irem para o baile, me procurem.
- Obrigada, Abbie. - Alicia disse - Essa é a mãe de Léo.
Ela é linda. Parece ter uns 40 anos, no máximo.
- Muito obrigada! Já te amo. - Chloe disse indo abraçar Abbie.
Todas riram e foram abraçá-la, formando um abraço em grupo.
- Agora vão! Vocês vão se formar! - Abbie disse, rindo.

- Boa tarde à todos! Meu nome é Penny e eu sou a diretora do colegial. É com imensa alegria que eu parabenizo a linda data que ora se inicia em suas vidas! Por este motivo, nós educadores e toda a equipe da Colégio de Princeton, desejamos que a partir de hoje vocês possam trilhar um mundo letrado, repleto de grandes desafios. Desafios estes que envolvem a escrita, a leitura, a interpretação, o cálculo. Que ao longo de todo este tempo, aprenderam com muito afinco, responsabilidade, amor e muita dedicação! Nós estamos orgulhosos por poder compartilhar esse momento!! Agradecemos a Deus, a vocês, a família, aos amigos, aos coleguinhas e toda equipe pedagógica; pela paciência, carinho, dedicação nesta etapa de suas vidas: o fim do colegial. Tenham um sonho, acreditem no seu potencial, transformem o sonho em realidade, lutem, persistam, não desanimem. Sejam completamente apaixonados pelo que fizerem. Olhem para frente e para o alto como as águias. A partir de agora, cada um irá seguir o seu caminho, alguns irão com outros colegas para a mesma faculdade, outros não, mas estes anos que passaram nesta escola não serão esquecidos. Lembrem sempre do que aqui aprenderam, sigam em frente e sejam felizes. Muito obrigada.
Finalmente a senhorita Thurmer terminou de falar. Uma mulher disse que deveríamos ficar em ordem por nome. Alicia estava muito distante. Ela vai ser uma das primeiras. Eu estava separada de todos os meus amigos. Eu estava do lado de uma menina que se chamava Iara. Ela parecia legal. Estávamos atrás do palco. Ninguém estava nos vendo. Nos passaram ordens que depois que saíssemos do palco, é para irmos sentar em cadeiras vazias na plateia. Todos estavam uma pilha de nervos. Inclusive eu. O senhor Thurmer pegou o microfone e começou a chamar os nomes. Meu coração estava acelerado.
- Alaska Hayes, venha buscar seu diploma!
Todos começaram a aplaudir. Fiquei pensando quando estiverem na letra Z se a plateia continuará aplaudindo com a mesma intensidade que a letra A.
Estava encostada na parede quando finalmente chamaram August. Não consegui ver ele direito porque ele estava muito longe de mim. Eu só consegui ver seu sorriso confiante. Todos estavam aplaudindo ele. Inclusive eu. Então o vice-diretor, o senhor Thurmer, perguntou:
- Então, August, qual foi a melhor parte nos seus três últimos anos de colégio?
- Acho que a melhor parte nisso tudo, foi poder ver o sorriso no rosto de cada um, e ver que tudo deu certo. É triste ver que terminou mas ao menos, terminou da melhor forma possível. - a plateia aplaude novamente.
Thurmer continua chamando os nomes. Decido pegar meu celular e mandar uma mensagem para August.
"Eu: Você foi fantástico.
Auggie <3: Obrigado."
Passa-se um tempo. É a vez de Elena. Ela sobe no palco com os olhos no chão mas logo ergue a cabeça e sorri.
- Então, Elena Sanders, tem algo a dizer? - o senhor Thurmer diz.
- Tenho. - passa-se alguns segundos. Ela deve estar pegando o microfone - Eu esperei tantos anos por esse momento. Eu acordava todos os dias, nesses três últimos anos, me perguntando: "eu realmente preciso de um diploma?!" - todos riram - mas agora é diferente. Sei , caiu a ficha que acabou. É estranho, eu sei, mas eu não quero mais que isso acabe. Eu já sinto um vazio dentro de mim. Lembranças que eu levarei para sempre comigo: choros, conquistas, risadas, amizades. Eu passei alguns anos com algumas pessoas, mas tem outras que estão do meu lado a mais de 15 anos! - sua voz parece chorosa - Eu quero agradecer a meus amigos, Hanna, August, Joe. Eu também quero agradecer a minha família. Principalmente aos meus pais, que estão do meu lado em todos os momentos. Mãe e pai, obrigada por nunca desistirem de mim. E por me ensinarem a amarrar o cadarço. - todos riram. Eu estava prestes a chorar.

Você vai borrar sua maquiagem.

Eu sei, subconsciente.

Então se controle!

Vários nomes foram chamados. Até que finalmente o meu chegou. Quando o senhor Thurmer disse "Hanna Lewis" eu fiquei sem respirar durante um segundo. Todos olharam para mim e começaram a aplaudir. Cheguei no palco e peguei o meu diploma. Era muita gente na plateia.
- Boa tarde. - eu disse. Minha voz saiu trêmula.

Ouvi vários "boa tarde" vindos da plateia. Peguei o discurso que estava no meu bolso. Eu estava tremendo.
- "Sem desandar, sem humilhar ninguém, é assim que eu quero ser, sim, uma pessoa melhor. Não melhor do que ninguém, mas o melhor que eu puder ser". Essa frase é do Charlie Brown Jr. Esses três últimos anos foram baseados em mudanças. Todos nós mudamos. Eu mudei. Eu me tornei uma pessoa que nunca pensei que seria. Fiz coisas que jamais pensei que faria. Mas hoje eu estou aqui. Feliz. Eu estou me formando! Quem diria. - risos - Uma data que vai ficar marcada na minha história. E eu vou me lembrar de cada momento. A ansiedade de chegar logo no palco. A alegria que eu estou sentindo de estar aqui, me formando. E eu só quero dizer que eu amo você, August, Elena, meus amigos, Kriss e a minha família presente aqui hoje. Eu nunca vou deixar de amar vocês. E saibam que eu não poderia estar mais feliz. - respirei fundo para não chorar. Entreguei o microfone para o senhor Thurmer e todos aplaudiram. Eu fui correndo sentar com August e Elena que estavam a minha espera.
~August ON~
A formatura já estava no fim. Até que Will pegou o microfone para falar. Era sua vez. Hanna olhou para ele com um olhar de desdém. Dei um sorriso cômico. Não entendia porque ela perdia tempo ficando nervosa com ele. A vida é curta, algum dia ela vai ter que aprender a perdoa-lo totalmente.
- Obrigado. Muitíssimo obrigado. Muito obrigado para você que esteve ao meu lado e me apoiou até hoje. Muito obrigado para você que mesmo não perdoando, tenta. Muito obrigado a você que me respeita, mesmo estando na cara que não gosta de mim. - eu senti essa indireta... - Eu só tenho a agradecer porque não posso cobrar por coisas ou promessas que nem eu, ao menos cumpri. Então saibam que eu amo cada um de vocês. Mesmo que eu não fale na cara ou que eu não demonstre. Obrigado.
Olhei para Hanna e para Elena que me olharam boquiabertas. Eu já tinha perdoado Will a um bom tempo. Já é uma escolha delas perdoa-lo também.
A formatura acaba e todos os formandos se juntam. Fiquei ao lado de todos os meus amigos. Não poderia estar mais feliz. O senhor Thurmer disse mais algumas baboseiras e todos começaram a jogar seus capelos para o alto. Fiz o mesmo.


Quando a formatura acabou, as garotas foram pegar seus vestidos, menos a Kriss, e todos os garotos foram para o baile - Kriss foi a única que não foi para o baile porque ela disse que não estava se sentindo bem. Eu tirei minha beca e entreguei para minha mãe, que foi para casa em seguida. Fiquei de terno. Chegando no baile, todos se separaram. Sento em uma cadeira. Eu conhecia algumas músicas pop por causa da Elena mas eu conhecia mais os clássicos por conta da Hanna. De qualquer modo, eu não conhecia a música que estava tocando. Então fui pegar uma bebida para iniciar a noite. Como em toda festa de colégio, eles batizaram a bebida. Peguei um copo e quando eu estava voltando para o meu lugar, vejo Hanna entrando no baile. Dessa vez estamos em uma festa de verdade. Como ela conseguia se arrumar e ficar tão bonita em tão pouco tempo? Seu vestido todo enrolado ia se arrastando no salão. A cor do vestido fazia parecer que ela ia se casar. Seu cabelo, agora pintado de cinza, estava preso em um coque.

Suas bochechas vermelhas me fizeram rir. Ela passa os olhos pelo salão à procura de alguém. Eu permaneço imóvel. Quando nossos olhos se encontram ela vem em minha direção, toda sorridente. Seu sorriso é lindo. Ela fica cara à cara comigo. Ofereço a bebida que estava em minha mão mas ela não aceita. Deixo o copo em uma mesa que tinha por perto.
- Querida? - ofereço meu braço como um pedido de dança.
Começa a tocar uma música lenta. Vamos para o centro do salão. Minha mão desliza em sua cintura magra. Sua mão esquerda para em cima do meu ombro e a outra mão se entrelaça com a minha. Vários casais vão para a pista de dança. Estranhei um pouco porque normalmente a valsa é no meio da festa, não no começo. Mas não liguei muito. Foquei minha atenção em Hanna. Mesmo com seus olhos castanhos eu podia jurar que os olhos dela estavam brilhando. Ela dançava muito bem.
- Te amo. - ela disse.
- Eu te amo mais, querida. Nunca se esqueça disso. Eu te amo e sempre te amei. - eu disse. Ela vai ter que se lembrar dessas palavras daqui a alguns dias.
A música termina depois de um tempo e vários casais se beijam. Hanna passa suas mãos em minha nuca e automaticamente nos beijamos. Nossos lábios se separam e sua respiração fica ofegante. Peguei sua cintura e a segurei bem firme. Deitei ela, deixando ela a centímetros do chão.

Ela riu com o meu movimento rápido e repentino. Eu, o príncipe e Hanna, a princesa. Ela ficou me olhando, sorridente. Então nós nos beijamos novamente.
Começo a sentir uma forte tontura. Tudo ao meu redor gira. Não é por causa da bebida. Eu nem bebi!
- August? - Hanna pergunta.
Ela fica de pé e coloca sua mão em meu rosto. Eu estava suando. Estava tudo embaçado.
- August! - Hanna diz, chacoalhando meu rosto.
Fecho e abro meus olhos várias vezes, tentando enxergar tudo normal de novo.
- Eu estou bem. - tiro a mão de Hanna do meu rosto e vou para o banheiro.
- August! - escuto ela gritar lá de trás.
Abro a porta do banheiro com tudo, quase caindo no chão. Sento no chão e apoio minha cabeça na parede. Respiro fundo e conto até dez.
- Você está bem? - alguém pergunta para mim.
Olho para cima com muito esforço e vejo um garoto que eu vi se formar hoje. O nome dele começa com a letra A, tenho certeza.
- É August, não é? - ele pergunta, se sentando do meu lado.
Eu só consigo balançar a cabeça. Se concentre, August. Respire fundo e conte até dez. Eu não posso desmaiar. Não aqui.
- É sério, se você não estiver bem, eu posso chamar a ambulância. - ele fala.
- Não precisa. - eu digo ofegante.
Repito o processo: respiro fundo e conto até dez. Fico fazendo isso durante um bom tempo. O garoto cujo esqueci o nome, fica comigo até eu conseguir me recuperar totalmente. Me levanto do chão com sua ajuda.
- Muito obrigado. - eu digo. Me senti muito mal por eu não ter conseguido me lembrar de seu nome.
- De nada. Você deve ter me visto na formatura, sou o Alex. - ele diz, estendendo a mão.
- É um prazer, Alex. - eu digo, sorrindo.
Saio do banheiro e esbarro com alguém.
- Foi mal. - ele diz.
Me afasto para ver quem é. Will.
- Tudo bem. - eu disse.
Ele fica me olhando por uns 2 segundos e eu dou espaço para ele passar. Ele entra no banheiro e eu saio. Vou andando e vejo Hanna sentada em uma cadeira. Ela parecia preocupada. Quando ela me vê, ela vem correndo até mim.
- Você está bem? Está passando mal? Quer ir para o hospital? - ela faz mil perguntas ao mesmo tempo.
- Eu estou bem. Não precisa se preocupar.
- Certeza? Quer que eu te leve para casa?
- Seria bom.
Eu gostaria de ficar no baile, com a minha namorada e amigos. Mas eu quase desmaiei e não quero passar por isso de novo. Hanna me leva até seu carro. Como o carro dela estava lá se tínhamos vindo para a formatura de limusine? Não perguntei a ela. Não estava com cabeça para isso. Guardei a curiosidade para mim. Entrei no carro e apoiei minha cabeça no vidro. Ficamos em um silêncio mortal. Não liguei muito. Só queria chegar em casa e relaxar um pouco. A noite estava fria e não tinha estrelas no céu. As ruas estavam estranhamente vazias. Chegamos em minha casa em menos de quinze minutos.
- Você quer que eu entre com você? Eu posso ficar com você, se quiser.
- Pode voltar para a festa. Eu estou bem, Hanna. É o baile de formatura! Vá curtir... - eu não consegui terminar a frase direito porque Hanna me beija. Fico assustado com sua agilidade mas vou no embalo. - Eu te amo - eu cochicho quando nossos lábios se separam. Ela sorri e me dá um selinho antes de eu sair do carro. Fico parado em frente à porta de casa vendo o carro de Hanna sumir no meio da noite. Entro em casa e vou direto para a gaveta de remédios. Tomo o meu remédio que eu deveria ter tomado de tarde mas eu esqueci. Por isso que passei mal. Engoli o remédio.
Olho ao meu redor e não vejo minha mãe em lugar nenhum. Vou até seu quarto e vejo a luz acesa. Ela está dormindo. Chego mais perto. Ela está dormindo em cima das minhas coisas que eu tinha quando eu era criança. Em cima da cama tinha fotos, brinquedos e roupas. Do lado da cama, na escrivaninha, estava o papel que ela tanto temia. O papel que todos temem. A cada dia que passa eu me sinto pior. Vou para meu quarto, não suportando ficar mais um só segundo naquele lugar. Deito na minha cama e fico em baixo das cobertas. Por que isso está acontecendo comigo? Fico na minha cama tentando dormir mas não consigo. Então eu ouço alguém entrar no quarto. Fico de baixo das cobertas esperando que, seja quem for, fale o que quer ou vá logo embora. À luz do quarto se acende. A pessoa que está aqui não fala nada. Tiro um pouco a coberta do rosto e vejo alguém colocar um prato de pizza e um copo de refrigerante na minha escrivaninha.
- Eu sei que você ama isso mais do que tudo. Então, eu vim com o pacote completo.
Tiro a coberta de cima de mim e vejo Hanna segurando uma caixa de pizza, agora com 7 pedaços, em uma mão e na outra segurando a garrafa de refrigerante. Ela não estava mais com seu vestido. Ela estava com seu cabelo amarrado em um coque, estava com uma calça legue preta e uma camiseta cinza. Hanna tinha acertado. A coisa que eu mais amo é pizza. E a pessoa que eu mais amo é ela. Ela trocou o baile de formatura dela, para passar uma noite comigo. Fico sentado na cama e ela se senta do meu lado. Nos beijamos. Como eu amo essa mulher! Ela ficou me dando pizza na boca como se eu fosse um bebê.

Ela respeitou meu espaço e não me perguntou o que estava acontecendo. Ela sabe exatamente a hora que deve fazer perguntas ou não. Quando terminamos de comer a caixa inteira de pizza, nos deitamos na cama. Dei um beijo na sua testa e fechei meus olhos para dormir. Não consegui dormir de imediato porque eu fiquei pensando em uma coisa que aconteceu ontem. Abracei Hanna mais forte ao repassar cada momento em minha cabeça.
~Flash back~
~August ON~
Hanna coloca a mão no pescoço depois que eu a chacoalho. Ela me olha com os olhos arregalados e sai da festa. Ela não parava de rir! Só parou de rir quando eu chacoalhei ela. Por que eu fui deixar ela beber? Fico parado na escada pensando se devo ir ou não atrás dela. Então começa a chover. Me levanto rapidamente e saio da casa. Todas as pessoas que estavam no quintal entram na casa menos eu. Vou mais para o fundo do quintal e vejo alguém deitado na grama. Hanna. Vou correndo até ela. Pego ela no colo e levo-a até meu carro. Deito ela no banco de trás.
- Merda. - resmungo.
Vou correndo de volta para festa para procurar Elena. Fiquei esbarrando com várias pessoas. Algumas nem ligavam, já outras ficavam me xingando. Localizei Elena pelo seu grande cabelo ruivo.
- Elena! - eu grito. Ela estava dançando com Chloe e Alicia.
- August! - ela disse, feliz. - Vem dançar com a gente.
Não sabia dizer se ela estava bêbada. Ela percebeu minha expressão de sério e parou de sorrir. Então perguntou:
- Está tudo bem?
- Não, é a Hanna! - eu digo.
Ela engole em seco. Sua cara se fecha totalmente. Ela pega as mãos de Chloe e Alicia, e nós quatro saímos da festa. Fomos correndo até meu carro porque estava chovendo muito. Elena sentou do meu lado, Alicia e Chloe sentaram-se atrás. Elas sentaram a Hanna no banco.
- O que aconteceu? - Elena perguntou.
- Ela desmaiou.
- Ela bebeu muito? - Chloe perguntou.
- Sim. - eu afirmei.
Elena liga para Joe e Marshall, e pede para eles irem até a casa de Hanna. Ninguém disse nada durante todo o caminho.
Chegamos na casa dela e Marshall já estava lá. Ninguém ligou que estava chovendo, todos ajudaram. Eu e Marshall carregamos Hanna para dentro da casa. Chloe abre a porta da casa e Alicia fecha as portas do carro.
- Coloquem ela no sofá! - Elena diz.
- O que está acontecendo aqui? - alguém pergunta da escada.
Coloco Hanna no sofá e vejo Kriss descendo as escadas. Kriss vai correndo em sua direção, senta-se do lado dela e da batidas de leve em seu rosto.
- Hanna? - ela fica chamando.
Nada.
- O que vamos fazer? - Marshall pergunta.
- Vocês não podem desligar as máquinas! - Hanna grita.
Todos ficaram assustados. Até eu.
- Que merda foi essa?! - Alicia disse.
Todos parecem estar confusos. Menos uma pessoa. Elena sabe exatamente o que está acontecendo com ela. Sabe até mais. Ela percebe que eu estou encarando ela.
- Posso falar com você, August? - ela diz.
- Eu ia propor a mesma coisa. - eu disse, ironizando.
Ela vai até o canto da sala e eu a sigo.
- O que está acontecendo com ela? - eu pergunto indo direto ao ponto, e apontando pra Hanna que grita outra coisa:
- 11 dias!
Kriss vai até a cozinha pegar alguma coisa; Chloe fica dando carinho na testa suada de Hanna; Alicia fica de pé, olhando aquela situação e Marshall fica pensativo.
- Os devaneios dela voltaram. - Elena finalmente responde.
- Disso eu sei. - eu disse, grosso.
- Vão desligar daqui 11 dias! - Hanna grita.
- O que está acontecendo com ela? - eu repito a pergunta, sem paciência.
- Ela anda tendo uns sonhos estranhos.
- Que tipo de sonhos? - eu a pressiono.
- Não me deixem morrer! - Hanna grita, novamente.
Elena se cala. Ela olha fixamente para o chão. Ela sempre fazia isso quando estava escondendo algo.
- Elena! - eu berro.
- Em morte! Ela estava sonhando e tendo devaneios com a morte! - meu coração para por um instante. Eu olho para Elena com um olhar mortal - Olha só aqui - ela diz apontando o dedo na minha cara - não fique me acusando nem gritando alto comigo como se a culpa disso fosse minha. A culpa não é minha se sua própria namorada não lhe disse nada sobre os sonhos e devaneios dela. Eu explico tudo para você depois mas ajuda ela antes! - Elena grita.
Olho fixamente para Elena. Por mais que ela tenha gritado comigo, eu não estou muito nervoso com ela. Se ela não me contou, ela deve ter tido um bom motivo.
- Por favor! Não me matem! - Hanna grita. Vou correndo até ela. Ela está chorando. Ela não está acordada. Parece que ela está sonhando. "Sonhando alto", como uma sonâmbula.
- A gente tem que acordar ela. - Kriss fala.
- Nem pensar! - eu protesto.
- Então o que você quer fazer? - Chloe pergunta.
Penso bastante antes de falar.
- Kriss, pega uma toalha úmida. Elena, pega alguns travesseiros. Marshall, pega uma revista ali na mesa - eu aponto para a mesinha de centro - e abana para ela. Alicia, me ajuda a deixar ela sentada.
Todos me obedecem em um passe de mágica. Eu faço minha parte: levanto a Hanna e deixo ela sentada no sofá. Ela estava chorando. Em poucos segundos Elena apareceu com alguns travesseiros que eu coloquei atrás do pescoço de Hanna. Marshall ficou abanando a revista no rosto de Hanna e Kriss chegou com uma toalha úmida que eu coloquei na testa dela.
- Mais tempo! - Hanna disse. Dessa vez ela não gritou.
- Hanna? - eu a chamei.
Nada.
- Hanna! - tentei de novo.
- Não quero morrer. - ela cochichou.
- Você não vai morrer. Presta atenção na minha voz, okay?
- Na sua voz. - ela cochichou novamente.
- Ótimo. Agora: o que você está sentindo?
- Dor. - ela diz.
- Dor. A onde?
- Aqui. - ela levanta o dedo indicador bem devagar e aponta para seu rosto.
- Dor de cabeça? - eu pergunto.
- Aqui. - ela diz novamente, só que agora ela aponta os dois dedos indicadores na sua cabeça.
- Ela está com dor de cabeça. Kriss, pode pegar um remédio?
Kriss vai até a cozinha e volta com o remédio e com um copo de água.
- Você quer parar com a dor? - eu cochicho para Hanna.
- Para a dor! - ela fala em um tom mais alto.
Abro sua boca, delicadamente, e coloco o remédio goela abaixo. Coloco um pouco de água só para o remédio descer totalmente.
- Dor. - ela aponta o dedo indicador para o rosto.
Olho para Elena. Ela parecia estar associando os fatos.
- O que isso quer dizer?
- O rosto dela está machucado por conta da batida de carro. - ela fala baixo.
- Batida? Que batida?
- No sonho dela.
- Ela está confundindo um sonho com a vida real? - eu pergunto.
- Acho que sim.
Tem mais alguma coisa. Falta algo que ela não me contou ainda e está com medo de falar. A campainha toca e Kriss atende. Joe chega na casa e Elena explica porque ele está aqui. Hanna não fala mais nada a noite toda e não faz nenhum "movimento suspeito". Eu levo Hanna para seu quarto com a ajuda de Joe.
Todos ficam reunidos na sala.
- Vocês acham que ela está ficando louca? - Kriss pergunta.
- Ela está confusa. - eu digo.
- Não, não está. Vocês sabem muito bem do que se trata. - ela diz, acusando todo mundo - Principalmente vocês dois. - Kriss diz, apontando para mim e para Elena. - Eu só não quero perder mais ninguém. - ela diz, com uma voz um tanto chorosa. Em seguida, ela subiu as escadas e foi para seu quarto.
Todos ficaram em silêncio, meio indecisos do que deveriam fazer.
- Vamos dormir aqui? - Joe pergunta.
- Acho melhor. - Elena responde.
- Tem um quarto vazio no fim do corredor - eu digo - tem vários colchões no quarto. Vocês podem dormir lá.
- Amanhã é a formatura... - Alicia fala.
- Eu pego as roupas de vocês. Podem deixar. Vão dormir.
Todos vão andando até o quarto e eu fico sozinho com Elena na sala. Ela ia começar a explicar o que aconteceu com Hanna mas eu a interrompi.
- Me explica depois da formatura. Quero aproveitar o dia de amanhã sem estar preocupado com outro problema na minha vida.
- Eu entendo. - ela diz.
Ficamos silêncio.
- Será que ela vai ficar bem? - ela pergunta.
- Ela sempre fica. - eu digo, otimista.

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