Meia-Noite (ROMANCE GAY)

By VinnyWalker0

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Will Clark começa mais um ano na mesma escola, o mesmo lugar, os mesmos professores, as mesmas pessoas e os m... More

Prólogo
1. Trocado novamente
2. Papai
3. Visita para Will
4. Waterfront
5. Meia-Noite
6. Apenas um sentimento
7. Reconexão
8. Momentos
9. Amigo de Ali
10. I Miss you
11. O efeito das palavras
12. Aquele olhar
13. Será?!
14. A Festa
15. Coração partido
16. Segunda-Feira
17. Furtivamente
18. Sal na Ferida
19. Quarto de Hospital
20. O Professor
21. Eles não vão parar
22. Amizade Verdadeira
23. Vai pela sombra
24. Momentos Inimagináveis
25. Estrada de Sentimentos
26. Novo lar, Nova irmã
27. Dia sem Will
28. Querida Irmã
29. Noite Passada
30. Provocações
31. Fast-Food
32. Frente a Frente
33. Novo Vizinho
34. Ciúme
35. Amiguinho
36. Acredite em mim
37. Presente de Boas-Vindas
38. Finalmente
39. Mãos dadas
40. Um Aviso
41. A Máscara caiu
42. Teorias
43. A Sogra
44. Diga que me ama
45. Fotos
46. Batidas de um coração
AGRADECIMENTOS
???

47. Epílogo

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By VinnyWalker0

(OBS: A MÚSICA ACIMA COMEÇA A SER TOCADA QUANDO CHRISTIAN PEGA O MICROFONE)

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Christian continua me olhando sem tirar os olhos de mim, surpreso por ter mexido a mão, até meus olhos se abrirem lentamente. Não enxergava muita coisa, apenas Christian em minha visão embaçada. Confuso e sem lembrar de nada que havia acontecido, apenas com minha boca seca pedindo por uma gota de água.

Christian se surpreende com aquilo e rapidamente corre em direção a porta. Já no corredor, ele vai em direção a uma enfermeira para falar sobre mim, até que se esbarra com minha mãe. Ela para, olha para ele e diz:

- O que aconteceu Christian? - Ela pergunta desconfiando.

- Ah - Christian olha para ela - O Will! O Will acordou! - Christian diz não conseguindo conter a felicidade.

- O Will? Meu filho? - Ela pergunta sem acreditar.

Ela corre para o quarto enquanto Christian vai a procura de uma enfermeira.

Minha mãe entra no quarto, enquanto estou com os olhos abertos, tentando advinhar onde estava, com o corpo intacto apenas olhando para os lados mexendo os olhos. Mamãe caminha em minha direção, e quando vê meus olhos abertos, ela coloca as mãos sobre a boca, e surpresa uma lágrima cai de seus olhos.

O médico Lance e a enfermeira entra no quarto rapidamente, passando por mamãe e vindo em minha direção. Christian chega em seguida, olha para minha mãe chorando em me ver acordado e a abraça de lado, colocando seus braços no ombro dela e logo após diz:

- O Will acordou! O Will está bem! - Ele diz me olhando.

- Eu não consigo acreditar! - Ela chora.

Ela está chorando de emoção, emoção por depois de ver seu filho inconsiente por um mês, vê-lo acordado novamente.

Christian não tira os olhos de mim, ele continua me olhando mesmo com o médico me examinando, até nossos olhares se encontrarem em meio aquilo tudo.

Poucos dias depois, estava arrumando minha mala ao lado de minha mãe, para sair do hospital. Já havia recebido alta, porém ainda sentia fracas tonturas de vez em quando e minha cabeça ainda doía, nada que não podia se resolver com medicamentos. Christian entra no quarto, se aproxima de mim e diz:

- Pronto para ir para casa? - Ele diz sorrindo.

- Sim! - Sorrio de volta.

Christian pega em minha mão e diz:

- Desesperadamente eu esperei por esse momento! Não sabe o quanto pedi e esperei por este momento!

- Christian... - Eu o chamo em tom baixo - Eu não fiz aquilo! Eu não te trai! Minhas últimas lembranças são de nós dois discutindo sobre isso.

- Eu sei! Eu sei o que aconteceu de verdade, você não quis beijar o Anderson! - Ele abaixa a cabeça - Me desculpa Will! Por não querer te ouvir...

Logo após, ele levanta a cabeça devagar, sem tirar seus lindos olhos de mim. Seu olhar demonstrava a sinceridade e o arrependimento.

- Eu estava fora de mim, deixei você sozinho na rua antes de acontecer aquilo. Me desculpa Will... - Ele suspira - Eu fui um covarde!

- Tudo bem Christian! - Digo com um pequeno sorriso.

Christian fica surpreso por eu não ter retrucado. Pego a bolsa que mamãe trouxe de roupas para mim, coloco entre meu ombro, olho para os dois e digo:

- Vamos? - Digo parecendo animado.

Saímos do hospital, um do lado do outro. Da para ver em seu rosto a alegria em estar do meu lado novamente, isso me satisfazia, ter ele do meu lado e por aquela história ter sido resolvida. Lá fora, ao lado de seu carro, encontro Andrew e Carla, que pareciam ter acabado de chegar.

Andrew fecha a porta do carro e após se virar, ele me avista, surpreso vem em minha direção e me surpreende com um abraço forte. Ele chora em meus braços e diz:

- Eu pedi, eu supliquei para que você acordasse e você acordou! Você está bem filho! Eu não podia te perder de novo! Me perdoa filho! Por ter pisado na bola várias vezes com você! Me perdoa por tudo! Por ter deixado você e sua mãe de lado para encher a cara, por não ter te tratado bem quando criança... - Ele olha para mim - Me perdoa?

Olho fixamente para Andrew. Eu consegui ver em seu olhar o quanto ele me amava de verdade. Ele me aceitou como sou, sempre quis meu perdão e eu rejeitei, me afastando e querendo estar sempre longe ao lado do meu rancor e do meu orgulho que sentia por ele. Porém, depois de todo esse tempo, tudo que passei e depois de receber mais uma chance de viver, eu cai na real que todos merecem pelo menos uma segunda chance, uma outra chance para viver, para ser feliz e para amar. Eu recebi essa segunda chance, a chance de viver enquanto estava entre a vida e a morte, e meu pai deve ter essa chance! Ele teve a chance de mudar, de ser outra pessoa e aproveitou isso, agora é minha vez de dar a ele uma chance para ser quem nunca foi, largar o orgulho e o rancor e deixar ele ser quem é agora. Ainda olhando para ele eu digo:

- Eu te perdôo pai! - Sorrio de lado - Eu tive uma segunda chance de viver e você também merece uma chance! Todos merecem uma segunda chance pai!

A palavra pai soava como algo que Andrew sempre quis ouvir, algo que nunca mais disse e que agora eu estou dizendo para ele, para meu pai. Andrew me abraça novamente e diz:

- Obrigado filho! Meu filho! - Ele me abraça fortemente.

Abraço meu pai fortemente, de verdade. Enfim chamei aquele homem de pai novamente, depois de anos agora chamei de verdade, de coração.

Após isso, Carla se aproxima de mim, começa a me olhar e percebo isso. Olho para ela sem reação e sem saber o que dizer. Percebo que as mexas rosa, haviam desaparecido de seu cabelo, ela deveria ter pintado. Christian olha para mim e faz um sinal, um sinal no qual dizia que era para mim falar com ela. Não sabia o que havia acontecido nesse um mês que estava desacordado e sem consiencia.

Carla para em minha frente e diz:

- Eu queria te dizer, primeiramente que eu via o papai chorar todos os dias sozinho na sala, todos os dias nesse tempo, todos os dias mesmo! E eu? Eu sentava ao lado dele e fazia o mesmo! Por que? Porque eu me arrependi de tudo que fiz para você! Achava que você não era meu irmão apenas por não ter crescido comigo, mas não, você é sim! Dói em mim lembrar de todos os momentos em que era rude com você e você tentava reverter a situação, querendo me agradar e ter um bom relacionamento comigo... Um relacionamento de irmão e irmã que eu não queria ter, pois pensava que você queria roubar meu lugar naquela casa, e o pior, eu não ligava para o que você tinha passado antes de ir para nossa casa! Me desculpa, eu fui uma garota imatura, mimada e... O que eu fiz não tem nome! Mas saiba que estou arrependida do que fiz! Se não quiser me perdoar tudo bem, eu entendo! Mas saiba que depois que cai na real eu te considero um irmão, o irmão que eu não tive.

Olho para papai, mamãe e para Christian que observa aquilo. Então olho para ela. Sentia que Carla falava a verdade, mesmo lembrando do que ela fez eu não queria ser orgulhoso de não perdoar ela. Seus olhos olhavam para os meus até eu dizer:

- Não pense isso! Realmente eu ainda penso como seria se tivéssemos nos dado bem desde o momento em que cheguei em sua casa, como seria bom, as coisas que poderíamos ter feito juntos, os segredos que poderíamos dividir, mas não foi assim! As coisas acontecem na vida para aprendermos e não fazermos o mesmo, não cometermos os mesmos erros! Eu não guardo mágoas de você Carla! Como disse para o papai, todos merecem uma segunda chance! - Digo colocando a mão em seu ombro.

Carla se aproxima devagar, estendendo o braço para um abraço até abraça-la. Por um tempo ficamos ali, abraçados. Nunca pensei que isso aconteceria, que Carla pediria perdão para mim e muito menos que iríamos nos abraçar, um abraço verdadeiro te estávamos tendo.

Carla, com a voz abafada que se chocava com minha camisa diz:

- Obrigado! - Ela diz emocionada.

Após pararmos de nos abraçar e nos afastar, percebo que ela está emocionada. Carla vai em direção a Christian e fica ao seu lado. Mamãe, papai e eu, vamos em direção ao carro de papai.

Christian olha para Carla e diz:

- Obrigado por ter falado para eu não desistir do Will! É claro que não iria! Mas você ter falado naquela hora só aumentou minha vontade de o ver acordado! E isso aconteceu!

- Não foi nada Christian! Meu cunhado! - Ela sorri - Obrigado por ter ficado ao lado dele sempre, não podia pois estava longe, mas sempre torcia por ele!

- Vamos gente?! - Digo olhando para eles já em frente a porta traseira.

Carla olha para Christian sorrindo e diz:

- Melhor irmos! Meu irmão e seu amor está chamando! - Ela diz indo em direção ao carro.

- Vamos lá! - Christian diz.

Christian vai em direção ao carro junto de Carla.

O carro estava cheio, todos os lugares estavam ocupados. Chegando em frente a casa, vejo umas meninas de longe, e chegando perto reconheço todas. Alissa, Amy, Cindy e Julie. Ali estava em pé, junto de Cindy e Amy e Julie estão sentadas no degrau antes de casa. O carro é estacionado e elas se levantam, olhando para o mesmo. Rapidamente saio do carro deixando a porta aberta, Ali corre em minha direção surpresa em me ver, e após sair do carro, faço o mesmo, corro em sua direção até nos encontrar com um abraço forte. Alissa chora em meus braços e diz:

- Will! Amigo! Eu pensei que nunca te veria de novo! - Ela diz chorando em meu ombro.

- Ali...

Também choro em seus braços, nos braços de minha amiga que já chorou, sorrio e passou por várias coisas comigo, a amiga que nunca me deixou só nos momentos que mais precisei em toda a vida. Em nossas vidas, passam diversas pessoas, porém poucas permanecem de verdade, poucas são aquelas aquelas pessoas raras em que temos somente uma vez na vida, ela é uma dessas pessoas.

Enquanto estamos no abraço, as garotas junto de Julie, caminham lentamente em nossa direção. Papai, mamãe, Christian e Carla sai do carro e observam aquilo atentamente, observam eu abraçando minhas amigas, matando a saudade das mesmas e abraçando mais forte ainda minha irmã, a pessoa que conviveu comigo, que ajudei a criar e vi crescer. Mamãe vai em minha direção e de Julie e nos abraça juntamente. Minha mãe e Julie são as pessoas no qual meu amor é inexplicável, as duas mulheres da minha vida que mais amo.

Papai observa aquilo e vem em nossa direção se juntando ao abraço, colocando seu braço entre mamãe, Julie e eu.

Alissa vai até Christian, encosta ao lado do carro e diz:

- É tão bom ter ele novamente em nossas vidas não é?

- Realmente Ali! - Christian não tira os olhos de mim - O Will foi a melhor coisa que me aconteceu em todos esses anos!

Alissa ouve aquilo, sorrindo e olhando para mim que estou limpando as lágrimas e tentando disfarçar com um sorriso.

Em meio a todas as lágrimas e sorrisos, abraços e emoções que estava exalando ali, olho para Christian que já me olhava por muito tempo, olho para aquele homem, sim, um homem de verdade que não desistiu de mim, insistiu, insistiu ainda mais pelo meu amor. Lutou pelo amor que sente e correu atrás de nossa felicidade até os últimos segundos, e mesmo não sabendo o que aconteceu neste tempo todo em que estava desacordado, de uma coisa eu sabia, ele estava do meu lado e não me deixou.

Mamãe olha para Christian, Alissa, Amy e Cindy que estavam por perto e diz:

- Vamos entrar gente! Vou preparar um grande almoço para nós! - Ela diz sorrindo e com os olhos ainda vermelhos.

- Eba!! - Amy diz.

- Vamos! - Mamãe diz olhando para Julie.

As duas vão na frente, em direção a porta de entrada da casa, logo após Carla e papai vão, Alissa, Cindy e Amy vão atrás. Enquanto todos entravam, Christian e eu nos encontramos, nos aproximamos e olhamos um nos olhos do outro, profundamente até eu dizer;

- Obrigado por tudo meu amor!

- Eu que te agradeço meu anjo! - Ele pega em minha mão - Você me fez ver o mundo de outra forma! Mais colorido, com mais amor! Nunca senti o que senti por você por ninguém!

Sorrio para ele e o surpreendo com um beijo curto. Após isso nos olhamos e digo:

- Vamos entrar? - Digo sorrindo.

- Claro! - Ele retribui o sorriso.

Christian caminha comigo, de mãos dadas até a porta de casa.

MESES DEPOIS...

Alguns alunos e eu estamos nos preparando para o musical da professora de Arte, Lana, o musical que ela havia falado no começo do ano. Já estava na época de natal, em dezembro, em consequência das neves já caíram, todos estão agasalhados. Ensaio as falas em minha mente, até Alissa se aproximar, já pronta ela diz:

- E aí Will, esta pronto?

- Eu não sei Ali! Esse tempo que fiquei fora, não sei se vou conseguir! - Digo me sentando em uma cadeira.

Ali se senta no estofado ao lado do sofá, coloca seu braço em meu ombro, me olha e diz:

- Calma! Você vai conseguir Will! Todos estão aqui para nos ver e ver seu talento! Você tem esse talento de atuação e sua voz para cantar é maravilhosa!

- Eu realmente não sei! Eu sei todas as falas, porém não sei se vou conseguir fazer tudo que está no roteiro.

- Você vai conseguir! Acredite! Você acreditou muitas vezes, acredite agora também! - Ela me olha e depois sorri rapidamente.

- Obrigado Ali! Eu vou tentar!

- Você vai conseguir! Nós iremos conseguir! - Ela se levanta - Confie em mim!

- Eu confio!

Após alguns minutos, a grande cortina vermelha se abre. Lá está eu e Alissa, sentados frente a frente em nosso meio tem uma mesa. Eu de cabeça baixa e ela já me olhando.

A peça começa...

- Querido, vamos embora! Essa vida não é para você! - Alissa diz incorporando sua personagem.

- Eu não quero ir embora! Eu não vou ir embora! Minha vida é uma merda! - Digo já em meu personagem que está bêbado.

- Querido! Você tem eu e seus filhos! Você não pode beber mais assim!

- O que tem isso? Eu não vou embora por vocês! - Me levanto com raiva.

- Querido não diga isso! - A personagem de Ali continua sentada.

- Me deixe em paz! Eu não quero mais ouvir sua voz! - Bato na mesa.

- Eu apenas estou querendo te levar para o caminho certo.

- Não preciso deste caminho certo! Vá apenas você para ele.

Após isso, começa a tocar uma música de suspense, enquanto as luzes se apagam e apenas uma fraca continua iluminando a mesa no qual volto a me sentar na cadeira. A personagem de Ali se levanta e some do palco, parecendo estar triste, enquanto a música continua tocando. Após isso, luzes se ascendem nos lados direito e esquerdo do palco. Os outros alunos que estavam participando do teatro interpretavam família felizes, onde país brincavam com seu devido filho e estavam felizes e sorrindo, diferente de meu personagem. Após toda aquela cena, no qual meu personagem observava tudo parecendo estar triste, até a personagem de Alissa aparecer no palco andando, acompanhada e sendo iluminada por uma luz. Ela chega perto de mim vagorosamente, se senta em minha frente, me olha e diz:

- Eu não desisti de você!

Após ela dizer isso, o toque da música Flashlight começa a tocar, me levanto de vagar e as luzes focam em mim. Olho para Ali antes de cantar e chegando no momento certo começo a cantar. Quando chega no refrão " I got all I need when I got you and I "

A professora combinou entre nós que Christian entraria cantando nesta parte por causa do seu vocal que com o meu e de todos juntos, e é isso que acontece. Não paro de cantar, Christian se aproxima cantando e todos que estavam participando da peça começam a cantar, menos Ali que está observando tudo, até chegar novamente no refrão " I got all I need when I got you and I " Então ela começa a cantar e terminamos a música. Todos batem palma, principalmente Lana que está ao lado do palco batendo suas palmas loucamente feliz. Mamãe, Ashley Carla, papai e Julie estão lá, na platéia sorrindo e felizes, batendo palmas e pela primeira vez, sinto como se tivesse dando orgulho para meu pai.

A professora Lana sobe no palco com o microfone e emocionada ela olha para nós sorrindo e baixo diz:

- Foi espetacular!

Após quase sussurra para nós, ela se vira para a platéia e no microfone Lana diz:

- Obrigado a todos! Obrigado! Quero dizer que não foi fácil ensaiar esse musical maravilhoso que nossos alunos de Lincoln apresentou, porém conseguimos apresentar está linda peça, onde se fala de segunda chance, de amor e superação! Onde duas pessoas que se amam fazem te tudo um pelo outro...

Neste momento, Christian me olha parecendo se identificar com o que a professora estava dizendo.

- Essa peça foi maravilhosa! Queria agradecer todos meus alunos que participaram, apenas isso! Estou emocionada!

Todos batem palma novamente. Após isso Lana volta a dizer:

- Obrigado novamente! - Ela se vira para nós - Alguém gostaria de dizer algo?

Todos ficam quietos e o que eu não imaginava acontece. Christian diz:

- Eu quero! - Ele diz se aproximando de Lana e do microfone.

- Vamos lá! O Christian quer falar! - Ela diz e se distancia do microfone.

Christian respira fundo olhando para o microfone, logo levanta a cabeça e olha para a platéia. Depois de alguns segundos ele começa a dizer:

- Tenho uma coisa para contar... Antigamente minha vida era entediante, sempre a mesma coisa, a mesma rotina... - Ele olha para mim - Até que me mudei para o Lincoln e tudo mudou! Conheci uma pessoa que fez meu coração bater em uma frequência maior, mais rápido como nunca. No começo eu pensei que não seria nada de mais, porém os dias foram se passando e essa pessoa foi mostrando o quanto é maravilhoso e aos poucos fui me apaixonando. Passamos por cada coisa, realmente não foi fácil! Todas as provações que passamos, mesmo com tudo que acontecia, meu amor por essa pessoa não acabava, não diminuía! Com essa pessoa eu enxerguei um mundo melhor, um mundo com esperanças e mais amor, onde meu mundo antes era preto e branco, essa pessoa chegou e começou a colorir pelas bordas até deixar ele totalmente com cor, que é o que acontece hoje... Meu mundo está completamente colorido por te ter aqui!

Christian se vira e olha para mim, seu olhar como sempre intimidador quando falava algo sério, mas ao mesmo tempo dócil, amável e apaixonado. Não sabia o que dizer, apenas ouvia como todos.

- Posso dizer a todos que sou um novo Christian só por amar você William! Obrigado por ser quem é! Se não fosse por você eu não estaria aqui, cantando e apresentando essa peça!

Christian passa o microfone para Lana que está emocionada e ele começa a me olhar, até que ando em sua direção e o abraço fortemente. Ficamos por um tempo abraçados e enquanto todos começam a bater palmas. Desta vez às palmas são mais fortes, dava para sentir.

Logo depois, Lana da o microfone em minha mão e eu começo a dizer:

- Queria agradecer a todos por estarem aqui! A minha amiga Alissa que sempre me incentivou a fazer as coisas! A Ashley, Amy, Cindy... - Olho para Ali e as garotas sorrindo e depois para Ashley que está na platéia - Ao Christian que é a pessoa que não entrou em minha vida por acaso! - Olho para ele.

Nesse momento estou sentindo uma enorme felicidade dentro de  mim. Estando feliz e ansioso estando falando aquilo para todos ouvirem. Ainda olhando para Christian, volto a dizer:

- A pessoa que mostrou para mim que todos merecem uma segunda chance, é claro, meu pai também foi uma pessoa que me mostrou isso! - Olho para meu pai que está na platéia - Obrigado pai por não desistir de mim! - Digo com os olhos úmidos - Obrigado mãe, por ser essa pessoa maravilhosa que mais amo na vida! Obrigado minha irmã mais nova Julie por tudo! E a Carla, minha irmã que também mostrou que uma pessoa merece pelo menos uma segunda chance. Amo vocês!! - Digo sorrindo e olhando para eles.

Volto a olhar para Christian e digo:

- E obrigado a você! A pessoa maravilhosa que você é e se tornou! Sem você eu não teria conseguido! E não estaria aqui agora! Sou muito grato por não ter desistido de mim.

Dou o microfone para Lana e ela encerra a apresentação.

Horas depois, a noite, estamos em Waterfront. A noite estava fria, a neve estava esparramada no chão e a cerca de ferro esta coberta de gelo. Christian e eu estamos abraçados um ao lado a lado, segurando a cintura um do outro, vendo o outro lado da cidade de Portland que fica depois da grande ponte.

Christian quieto, respira fundo o ar gelado, olha para mim e diz:

- Obrigado por ter aparecido em minha vida!

- Obrigado por ter aparecido na minha e ter permanecido, mesmo depois de tudo que aconteceu entre nós! - Depois de dizer olho para ele.

- Quero passar todos os meus dias com você! Você foi um anjo que apareceu em minha vida sabia?

- Sabia sim! Sabe por que? Porque você também é um anjo na minha vida!

Christian olha para relógio de pulso e percebe que falta cinco segundos para meia-noite. Ele olha para mim por cinco segundos e dando meia-noite em ponto ele diz:

- Eu te amo Will! - Ele diz serenamente.

- Eu também te amo Chris! - Digo olhando para ele.

Após isso, aproximo meu corpo do dele e começo a beijar sua boca devagar, sentindo cada movimento de nossas bocas juntas. A neve começa a cair vagorosamente no chão e entre nós.

Depois de nos beijar, ficamos abraçados intensamente, dando calor um para o outro.

Depois de tudo que passou, tudo que vivemos, ainda me lembro de quando nos conectamos por um beijo nesse mesmo lugar, nesta mesma hora e segundo, em frente ao rio. E isso acontece novamente, depois de tudo que ocorreu e nosso amor permanceu.

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