Por trás do gelo [Em revisão]

De juleaina

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PLÁGIO É CRIME! Independentemente da sua idade, é um ato totalmente desprezível e ilegal. Dê orgulho a si mes... Mai multe

Prólogo
Capítulo 1 - Despedidas nunca são fáceis
Capítulo 2 - Próxima parada: cama!
Capítulo 3 - Novas aventuras nem tão desejadas assim
Capítulo 4 - Iniciação oficial em uma nova cidade
Capítulo 5 - Primeira festa, primeiro erro
Capítulo 6 - Pegadinhas do Universo
Capítulo 7 - Que os jogos comecem
Capítulo 8 - Meninas também sabem trocar pneus
Capítulo 9 - A advocacia está no DNA
Capítulo 10 - Machistas não passarão
Capítulo 11 - Existe amizade entre cães e gatos
Capítulo 12 - Memórias ruins aparecem a qualquer hora
Capítulo 13 - Partidas de hóquei são ótimas para fazer novas amizades
Capítulo 14 - Nunca dê o primeiro gole
Capítulo 15 - Quando as coisas começam a fluir
Capítulo 16 - Quebre regras pela sua melhor amiga
Capítulo 17 - Barmans nem sempre são confiáveis
Capítulo 18 - Por um bem maior
Capítulo 19 - Espírito competitivo masculino
Capítulo 21 - Jogue como uma garota
Capítulo 22 - Passeios noturnos
Capítulo 23 - Madrugadas são ótimas para compartilhar segredos
Capítulo 24 - Mudamos de acordo com nossos hormônios
Capítulo 25 - Caixa de mentiras
Capítulo Extra, por Apolo - Autocontrole
Capítulo 26 - Piranhas na piscina
Capítulo 27 - Dando o sangue
Capítulo 28 - Família
Capítulo 29 - Há oceanos entre nós
Capítulo 30 - Surpresas de aniversário
Capítulo 31 - Nem toda surpresa é agradável
Capítulo 32 - Às vezes nem pizza melhora o dia
Capítulo 33 - Avalanche de azar
Capítulo 34 - Bolas de vôlei atraídas por cabeças avoadas
Capítulo 35 - Quando o dia começa uma merda, mas acaba maravilhoso
Capítulo 36 - Pedidos de desculpas seguidos por novas interações
Capítulo 37 - O grande dia

Capítulo 20 - Sequestros são menos assustadores em filmes

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De juleaina

Vou dizer o que eu descobri nos últimos quatro dias: meninos são muito mais do que competitivos.

Parece que, sob qualquer indício de ter sua honra máscula ferida, eles se tornam verdadeiras máquinas de matar. Digo isso porque, naquele mesmo dia, Apolo tratou de reunir todos os membros do nosso time para treinarmos na quadra de gelo da escola. Foi incrivelmente assustador, e engraçado, ver todos aqueles marmanjos treinarem como se estivessem no exército.

Na segunda feira, fui dispensada de todas as minhas aulas da manhã para que pudéssemos treinar. Isso seria ótimo, caso eu não tivesse duas aulas de química e as minhas notas estivessem bem abaixo do nível do mar.

Depois que sai do vestuário, dolorida até nos ossos da bochecha, perguntei para Apolo o porquê de todo aquele empenho e nervosismo. Quando eu fiz essa pergunta na hora do almoço, simplesmente todos da mesa viraram-se para mim como se eu tivesse acabado de insultar Martin Luther King. Até mesmo Sally.

Mon Dio! – exclamou horrorizada. — Como você é titular e nem conhece a história do seu time?

A pergunta que não queria calar era quando Sally havia desenvolvido todo aquele patriotismo com a West High. Eu já estava há meses estudando ali e não sabia nem que o time de hóquei tinha um rival!

Já se passava das oito da noite e, após o meu treino exaustivo, eu, Sally e Oliver estávamos na varanda da casa de vovô reclamando do calor excessivo e tomando sorvete com cookies de amendoim.

— É oficial – declarei com uma das mãos segurando uma bolsa de gelo no pescoço. — Eu estou mais morta do que viva.

Oliver, que estava deitado no chão de madeira com uma almofada sob seu pescoço, riu e se sentou, apoiando-se em seguida na proteção de madeira da sacada. Maria Antonieta desceu do meu colo e foi deitar-se perto dele.

Traidora.

— Sabe o que eu acho, Brise? – ele não me deu chances de responder. — Acho que você ama estar nesse time, e também acho que você se apegou muito aos membros dele.

Dito isso, ele me lançou um olhar sugestivo que eu ignorei com prazer. Respondi com uma classe e requite invejáveis.

— Claro, se eu fosse masoquista – tanto ele quanto Sas riram.

— Ele não está tão errado assim, cherie – minha amiga respondeu por Olie. — Você pode ter entrado nessa por acaso, mas, em algum momento, você começou a gostar. Digo mais, começou a amar – continuou. — Você tem uma cara assustadora quando está treinando, eu juro que não queria jogar contra vocês.

Oliver concordou com a cabeça, sorrindo.

— Isso me faz ficar imaginando em como será durante o jogo, sabia? – riu. — É a coisa mais engraçada do mundo ver você, uma coisinha pequena dessas, colocando todo aquele time com os rabos entre as pernas!

Revirei os olhos, embora nem ele nem Sally pudessem ver. Eles eram tão irritantes! No entanto, havia algo de verdadeiro em meio as bobagens ditas, e esse algo era que eu realmente gostava de jogar com eles.

Céus! Eu gostava de jogar hóquei com um bando de meninos que, inicialmente, agiam como babacas comigo! Por que minha ficha só caiu naquele momento? Fiquei calada, refletindo, enquanto meu vizinho e minha melhor amiga discutiam sobre o jogo de amanhã e faziam apostas às minhas custas.

Eu estava prestes a reclamar sobre como eu era um ponto fundamental de suas apostas e não via lucro próprio nenhum, quando meu celular tocou sobre a mesinha de palha trançada da varanda.

Oliver o pegou para mim e eu não me dei ao trabalho de olhar quem era. Eu estava no meu momento dramático, afinal.

— Humm? 

— O seu ânimo é invejável, Whitford – Apolo falou do outro lado da linha, sarcástico como era. — O que você está fazendo?

Respirei fundo antes de respondê-lo. Apolo me ligava, debochava de mim e tinha a audácia de perguntar o que eu estava fazendo? Infelizmente bom senso estava em falta quando ele nasceu.

— Dando a louca em Las Vegas, mas isso não é da sua conta

Sally e Oliver observavam intrigados, tentando descobrir com quem eu conversava. Seus olhos cheios de curiosidade queimavam minha pele, eu podia sentir.

— Pare de ser tão defensiva e me escuta, tá bom? – o Maddox disse sem paciência. — Eu não estou ligando para saber como foi seu dia.

Sally esgueirou-se até mim e, agilmente, pôs a ligação no alto falante.

— E o que é que você quer então?

Oliver abriu um sorriso assustador e sussurrou para Sally dizendo que apostava cinco dólares de que era Apolo. Já Sas disse que não apostava nada, porque tinha certeza de que era.

Idiotas.

— Vá dormir, Whitford –  disse com a voz mais rouca do que estava hoje pela manhã depois do treino.

Esperei que ele me dissesse o que queria por alguns segundos, mas ele não disse mais nada e eu comecei a ficar impaciente.

— Por que você não me fala logo o que quer e me deixa voltar ao que eu estava fazendo, hein?

— Eu já disse, Whitford. Vá. Dormir – o Maddox falou pausadamente.

Tirei o telefone do ouvido e encarei o aparelho por alguns segundos.

— O quê? – eu ri. — Quem você pensa que é?

— Não crie caso, eu já liguei para o time inteiro e dei a mesma ordem para todos. Você é a única que está fazendo birra.

Era verdade, eu estava mesmo. Só que eu preferia tomar toda a água do Ganges a dizer isso em voz alta.

— E por que você acha que irei dormir só porque você mandou?

Ao meu lado, Sally apostava dez pratas que eu iria dormir e Oliver concordava em entrar em mais uma aposta.

Apolo suspirou profundamente, como se já soubesse que eu falaria algo do tipo.

— Nós vamos jogar contra um time totalmente masculino amanhã, você não vai querer jogar como uma sonâmbula e ouvir comentários machistas de como hóquei é esporte de homem, vai?

Sally ganhou a aposta.

Droga.

<•>

Eu odiava admitir, mas, quando acordei às quinze para sete da manhã no outro dia, eu estava muito bem disposta. De modo que, quando desci as escadas e fui preparar meu café da manhã, vovô entrou na cozinha com seu robe de seda indiana e me olhou assustado.

— Quem é você e o que fez com a minha neta? – revirei os olhos. Caramba, não se pode mais acordar cedo nessa casa?

— Bom dia, Hermes. Dormi bem, obrigada por perguntar – respondi com sarcasmo.

Ele abriu um sorriso e puxou uma cadeira para se sentar à mesa.

— Esse comentário só podia sair da boca da minha Brise – sorriu ainda mais. — Se você é você, poderia explicar ao seu velho avô o que faz acordada tão cedo?

Eu queria não ter motivos para levá-lo a me fazer essa pergunta, mas a verdade é que eu sempre acordava em cima da hora e engolia meu café da manhã antes de correr como louca até a escola.

— Eu só dormi bem, só isso – sorri de volta para ele. Comecei a comer meu mamão cortado com kiwi, sentindo ser observada. — O que foi?

Ele revirou os olhos.

— Quantas vezes vou ter que dizer para não falar enquanto estiver mastigando? Isso já está ficando chato – foi a minha vez de revirar os olhos. — Você está com uma carinha tão boa para quem foi dormir de madrugada, não está nem com uma olheirazinha.

Era verdade. Não a parte de dormir na madrugada, mas sobre as olheiras. Eu não estava com nenhuma e a minha pele aparentava estar bem melhor do que no dia anterior. Talvez dormir cedo não seja tão ruim assim.

Talvez.

— Eu não fui dormir tarde, fui dormir antes das nove e meia – resmunguei.

— E eu sou o Indiana Jones – ironizou. — Por que?

Cara, eu precisava parar de ser tão previsível ao ponto de ter minhas noites de sono em pauta duvidosa.

— Porque Apolo ligou para ela e a mandou ir dormir – Sally brotou no meio da conversa. — Bom dia, família.

Olhei incrédula para ela.

— De que lado você está? – perguntei alto demais. — Você não conhece a criatura mais conspiratória de todo o universo? Coincidentemente ela está aqui, sentada à nossa frente!

Sally nem se intimidou, enquanto eu já podia enxergar os neurônios de vovô trabalhando a mil por hora para desenvolver fatos que não existiam.

— Apolo é um bom menino – falou como quem não quer nada. — Gosto dele.

Olhei para meu avô quase que lançando lasers.

— Nem comece – alertei. — Você está enxergando coisa onde não tem.

Ele levantou os braços, se rendendo.

— Eu não falei nada – zombou com seu sorriso maroto. — Você quem está supondo coisas aqui, querida.

Eu tinha o pior avô do mundo.

— Estou cortando as suas asas antes que você tente voar e cair em seguida – retruquei, levantando-me da mesa. — Preciso ir, Greg me disse que antes dos jogos o time fazia uma espécie de ritual ou algo assim – olhei para Sas. — Você quer ir comigo ou vai esperar por Oliver?

Ela parou de comer e pareceu pensar um pouco.

— Vou com Oliver, cherié, não se preocupe – dei de ombros e sai da cozinha. — Boa sorte, Bris! – ela gritou para mim.

Algo me dizia que eu iria precisar.

<•>

Eu poderia ter visto os sinais assim que estacionei meu carro ao lado de uma BMW e encostei, de leve, a porta de Sirius na lataria daquele carro de luxo, causando um rombo na tintura do tamanho de um ovo de páscoa. Depois disso, os cosmos tentaram avisar-me mais uma vez que alguma coisa
estava para acontecer quando enfiaram uma pedra invisível no meio do caminho e eu tropecei, vergonhosamente, na frente do time inteiro.

É claro que todos riram. É claro que Apolo revirou os olhos para a cena patética. E é claro que joguei uma cara de desprezo em sua direção e o chamei de idiota.

Foi uma péssima ideia ignorar todos esses sinais, mas mesmo assim eu levei adiante.

Depois do discurso motivador de Hank, e o de Apolo em seguida, nós ficamos matando tempo no vestuário. Greg e Apolo haviam ido, palavras deles, olhar o poder dos inimigos e eu fiquei com o resto do time.

Stuart estava deitada no banco com fones de ouvido, Pierre comia barras de cereais enquanto lia Shakespeare, Bradley e Justin disputavam queda de braço e eu estava no canto trocando mensagens com meu avô.

O sinônimo em pessoa de popularidade.

— Ei, Whitford! – George, nossa defesa esquerda e massagista nas horas vagas, gritou chamando a minha atenção. — Entrega para o Maddox, por favor.

E me jogou o smartphone de Apolo sem nenhum aviso prévio. Lancei dardos imaginários em sua cabeça e resmunguei. Digo, esse treco valia mais que a minha casa, é de se esperar um pouco mais de cuidado com aquilo.

Levantei do chão e olhei as horas. Faltava quase meia hora para o jogo começar, eu também dei uma olhada no plano de fundo do meu quase meio irmão, porque também sou humana. Um Goku alegre e brincalhão aparecia ao lado de uma Maria Antonieta deitada olhando para ele. Fofo.

Decidi ir em busca do dono do celular e me aventurar pelos corredores vazios do colégio. Eu gritava pelo Maddox sem nem me importar em parecer uma maluca sem educação. Uma pessoa dobrou o corredor e começou a andar na minha direção, assim que ele estava próximo o suficiente para eu conseguir enxergar a sua cara sob os graus elevados da minha miopia, percebi que eu nunca o tinha visto na escola. Tudo bem que eu não sou lá muito sociável, mas é de se esperar que eu vá reconhecer os integrantes da mesma instituição de ensino que eu.

Ele estava vindo literalmente na minha direção e só parou quando estava na minha frente. Se ele fosse da outra escola, era possível que eu estivesse me relacionando com o time inimigo. Apolo ia simplesmente amar.

— Oi, eu me chamo Kevin! – e eu não queria saber, pensei. Fiquei encarando sua mão estendida por algum tempo antes de aceitá-la, sabe-se onde aquela mão esteve. — Fiquei sabendo que você é a nova jogadora dos Morsas, né?

Se eu sabia o porquê do mascote da West Coast High School ser uma Morsa? Com toda a certeza do mundo, não. Mas são animais fofos, se parar para pensar, ignorando, é claro, suas tendências violentas.

— É o que me disseram também. Brise – soltei sua mão, já que ele não fez menção nenhuma de soltar a minha.

— Nós estamos ansiosos para jogar contra vocês. Sou o capitão dos Ducks – nossa, que legal. — Assim que ficamos sabendo que você era uma garota, morremos de rir. Só que dai vimos alguns vídeos seus, sabe?

Por Zeus! Isso não é considerado perseguição? Machismo também! Além de perseguidores eram machistas também!

— E nós vimos que você é boa, realmente boa – Kevin abriu o sorriso perfeito do Coringa. — Para ser sincero, Whitford, nós ficamos até um pouco, como posso dizer? Assustados? Preocupados? Isso! Ficamos realmente preocupados que você tivesse o poder de tirar essa coisa que vocês chamam de time da lama.

Por que eu estava suando mesmo? Seria pelo seu tom de voz que denunciava que aquele falatório todo não era em vão? Ou pelo meu sexto sentido que dizia para eu correr o mais rápido possível dali?

— Hum, tudo isso porque consigo ficar em pé sobre um patins no gelo? Acho que não é para tanto – ri enquanto dava passos para trás.

— Não, Brise. Tudo isso porque você é boa – ele sorriu e cruzou os braços, sustentando seu peso só de um lado. — Tão boa que não podemos permitir que você jogue esta manhã.

E daí tudo ficou preto.

~*~

Vocês não tem noção do quanto eu amo o próximo cap haha o que acharam desse? espero que tenham gostado! bj bj

Fale comigo pelo twitter @/mypussydelrey ou pelo instagram @/juleaina

Com amor, Juliana.

27/09/2016; 21:33.
Editado e reescrito 06/09/2018

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