Belatrix estava sentada no escritório do policial local da cidade. Ela forçava um choro falso, enquanto ele a encarava com a mão estendida para lhe dar lenços. Se sentia brilhante por ter tido essa ideia. Afinal, perdera tudo, completamente tudo para aquelas idiotas, então tinha todo o direito de estar ali, próxima a dar o próximo passo de sua doce vingança. Não que ela precisasse de alguma justificativa para estar ali, afinal, ela admitia sua crueldade publicamente e se orgulhava disso. Seus pais sempre a ensinaram a ser maior que todos, e agora ela seria novamente, quando o sistema nervoso de todo aquele grupo por ela tão odiado fosse afetado, mudando a vida de todos ali.
-Obrigada. – Ela disse antes de suspirar.
-Será que pode me explicar com calma o que foi que houve e qual a sua denúncia, senhorita Belatrix Campbell? – Ele disse seco.
-Eu vim até aqui no conselho de professores pra denunciar uma ação ilegal de um dos meus professores. – Ela disse antes de soltar um sorriso maldoso. Um dos policiais do conselho regional de educação de Seattle atentava a suas palavras para anotar cada detalhe de seu depoimento mentiroso. – Harry Evans. – Ela disse.
-Qual atitude ilegal foi cometida por esse professor? – O outro policial perguntou, agora fazendo sinal para que outros profissionais adentrassem o recinto para escutá-la, dentre eles psicólogos e assistentes sociais.
-O Sr Evans se envolveu com uma aluna. – Bella disse. – Na verdade, ele vivia dando em cima de todas as alunas, inclusive de mim, mas com ela foi mais...grave. – Bella engoliu a seco, buscando usar palavras amedrontadas para dar realidade a seu discurso.
-Que tipo de gravidade e envolvimento está se referindo, senhorita? – Uma moça da assistência social lhe encarou.
-Bom, o Sr Evans é um homem bonito, sabe? – Ela começou a discursar ainda forçando o choro. – Ele é novo, tem vinte e cinco anos se não me engano. – Disse. – Bom, e desde que ele entrou na escola esse ano ele andava atrás de uma das minhas amigas de equipe a Dianna Allen. Eu o vi perseguindo-a várias vezes, agarrando-a, beijando-a a força e isso de forma destemida durante os eventos do colégio. Também a vi gritar várias vezes falando que aquilo ia machucá-la, para ele parar... – Ela disse maldosa. – Nem imagino as coisas horríveis que ele a forçou fazer. – Ela choramingou. – Pobre, Dianna. – Completou.
-Tem provas para a denúncia que está fazendo? – O policial perguntou.
-Pois é, senhorita Campbell, é uma acusação grave, isso pode fazer com que seu professor seja proibido de lecionar, e se realmente houve abuso de menor ele pode ser preso. – Disse a senhora se sentando sobre a mesa.
-Eu e a Dianna sempre fomos muito amigas. – Bella disse. – Ela me contava tudo, o modo como ele ligava, aparecia na casa dela, a perseguia. – Completou. – Mas depois de um tempo ele parou de procurá-la e veio dar em cima de mim, e eu disse que não, mas ele me forçou e acabou que... – Bella chorou angustiada. – Acabou que ele me fez passar a noite com ele. – Disse fazendo todos arregalarem os olhos. – Eu não tenho provas concretas, porque no dia em que aconteceu eu fiquei tão apavorada que eu não tive coragem de ir até uma delegacia, até porque o ano já iria acabar e eu nunca mais o veria, mas depois pensei no quanto a pobre Dianna está traumatizada por conta disso tudo, e que ele poderia fazer isso com outras alunas, então resolvi denunciá-lo. – Disse. – Ele a forçou a se casar com ela, ameaçou-a com coisas horríveis que aconteceram entre eles, e quando eu soube desse casamento forçado eu fiquei desesperada imaginando o quanto a pobre Di está sofrendo nas mãos daquele louco, tendo que fingir que está feliz, sem poder fugir dele. – Bella agora chorava compulsivamente, comovendo a todos no recinto. – Vocês precisam fazer algo, precisam salvá-la dele, ele vai fazer muito mais coisas horríveis com ela, assim como já fez comigo. – Ela disse.
-Nós faremos, senhorita Campbell. – A moça disse num tom irritado. – Obrigada pelo seu depoimento. – Ela disse fazendo Bella sorrir. Belatrix se levantou calmamente da cadeira e saiu do local com um sorriso vitorioso em semblante.
-Acharam que eu não ia me vingar... – Ela sussurrou pra si mesma. – Agora ela encarou em seu celular uma foto da equipe. Apontou o dedo para Dianna. – Vou acabar com o seu casamento, só por pensar que pode levar a minha coroa. – Sorriu. – Vou acabar com a sua família, destruindo a vida do seu irmão. – Ela gargalhou agora apontando para Giovanna. – E quanto a você... – Ela agora encarava o rosto de Santana na foto. – Não vai poder fazer nada pra salvar suas amiguinhas dessa vez, não é? – Ela riu. – E de quebra...vamos ver se o Brandon resiste a uma visitinha minha. – Completou com um sorriso maldoso antes de adentrar seu carro.
*****
O jardim dos Young, assim como o de Harry estava lotado de pessoas e de coisas para a mudança de Dianna e Harry para Stanford. Todos riam e brincavam, carregando alguns pacotes para colocar no caminhão de mudança, e também para arrumar tudo o que ainda estava ali do casamento.
-Como foi a noite ontem? Você está radiante. – Santana perguntou marota enquanto ela e Giovanna ajudavam Dianna a empacotar alguns pratos na cozinha da casa de Harry.
-Foi maravilhosa. – Dianna corou. – Ele foi incrível, foi cuidadoso e fez ser a melhor experiência que já tive. – Ela riu.
-Que nojo. – Giovanna comentou fazendo todas rirem.
-Já fizeram de novo? – Santana perguntou com um sorriso maldoso. – A segunda vez é sempre melhor. – Comentou.
-Já, hoje de manhã. – Dianna soltou um riso sapeca que a fez corar.
-Eu e o Brandon sempre repetimos a dose pelo menos umas duas vezes. – Ela deu uma piscadela.
-Vocês dois têm um pique incrível. – Giovanna gargalhou.
-Não vou perguntar sobre quantas vezes você e meu irmão transam porque eu considero uma informação desnecessária e nojenta. – Santana gargalhou.
-Eu não queria mesmo falar disso. – Giovanna disse fazendo uma careta.
-Meu amor. – Chamou Harry caminhando com uma caixa em mãos. – Não demore, o caminhão já está quase cheio e temos que ir. – Ele piscou antes de abrir um sorriso que Dianna retribuiu.
-Pode deixar. – Ela disse. Nesse momento, elas puderam ouvir uma movimentação diferente do lado de fora da casa. Muitas vozes falavam juntas, o que fez as três caminharam na direção da porta. Dianna arregalou os olhos ao ver Harry sendo algemado.
-O que está acontecendo aqui? – Georgia disse assustada. – Soltem meu filho, ele não é um bandido, tirem isso dele. – Ela gritou irritada.
-O que está acontecendo? Por que estão algemando ele? – Dianna perguntou ao policial.
-É a senhorita Dianna Allen? – Um deles perguntou.
-Sim. – Dianna disse raivosa. – O que tá acontecendo? Soltem ele! – Ela estava assustada.
-Precisamos que venha conosco. – Ele disse sem respondê-la e logo uma assistente social apareceu ao lado de Dianna puxando-a na direção de seu carro.
-Esperem! – O pai de Harry disse irritado ao lado de Willian. Todos encaravam a cena assustados. – Do que o meu filho está sendo acusado? – Perguntou.
-Abuso de menor, cárcere privado, ah, e por se envolver com uma aluna menor de idade, então também está sendo acusado por falta de ética profissional. – O policial disse raivoso.
-Isso é um absurdo. – Harry disse tentando se soltar. - Ela é minha esposa, eu nunca abusei dela. – Disse enquanto o pai de Dianna caminhava até a filha.
-Solte-a. – Disse raivoso encarando a assistente social.
-Desculpe, senhor, mas sua filha precisará depor amanhã pela manhã e eu preciso fazer um acompanhamento psicológico com ela. – Explicou fazendo Dean rir irônico.
-Pai! – Dianna chamou nervosa deixando-o ainda mais inconformado com toda a situação.
-Isso é ridículo. – Ele disse.
-Sinto muito, mas é o procedimento. Todos que fizeram parte de algo ou souberem de algo para depor contra ou a favor do réu estão convidados a comparecer amanhã pela manhã no tribunal de menores de Seattle. – Ela disse e logo colocou Dianna dentro do seu carro. Em seguida Harry também foi colocado dentro da viatura de polícia. Todos encaravam a cena assustados. Georgia chorava abraçada a Caroline que também não conseguia conter suas lágrimas. Giovanna também assustada deixava algumas lágrimas lhe escorrerem pelo rosto sendo amparada apenas por Santana que respirava ofegante, ainda sem acreditar no que havia acontecido.
-Pai. – Duan disse em choque. – O que vamos fazer? – Ele perguntou assustado abraçando Giovanna e Santana a fim de acalmá-las.
-Vou ligar pro meu advogado. – Disse o pai de Harry adentrando a casa irritado. Dean se aproximou rapidamente.
-Temos que achar pessoas que deponham a favor do Harry, senão ele vai ser condenado. – Ele disse nervoso.
-Meninos... – Willian começou a falar. – Vocês precisam correr atrás de todos que sabiam dessa história. – Disse. – Temos que tirar o Harry daquele lugar. – Completou.
*****
Naquele mesmo dia, um pouco mais tarde, Dianna estava sentada na cadeira de veludo macia da psicóloga que parecia solidária a escutá-la. Ela estava completamente arrasada, só queria ver Harry, e sair daquele lugar que lhe causava arrepios apesar de limpo e confortável. De repente a moça, com o crachá pendurado sobre o jaleco, com nome de Rose Butmann, a despertou.
-Senhorita Allen. – Ela disse fazendo Dianna encará-la.
-Senhora Evans. – Dianna a corrigiu fazendo-a engolir a seco.
-Querida, a denúncia foi clara, e sabemos que está sendo forçada a agir desta maneira, mas não precisa ter mais medo, está segura aqui, pode contar o que houve. – Completou fazendo Dianna rir irônica.
-Isso é insano, é um completo absurdo, eu nunca sofri abuso e eu não estou sendo forçada a nada, eu o amo. – Ela disse deixando as lágrimas lhe escaparem. – Acha mesmo que se o homem que me abusava e me mantinha em cárcere privado, num casamento forçado fosse preso eu não estaria feliz? – Ela perguntou fazendo cara de óbvio.
-É normal que após um choque como o que sofreu, que a depressão apareça junto a negação. O paciente lesado é tomado pelo medo, e por isso sua mente diverge para o esquecimento e a negação do que houve, mas na verdade sabe que está mentindo pra si mesma. – Ela sorriu fazendo Dianna ficar furiosa.
-Não estou depressiva, eu não sofri abuso, eu não fui forçada a me casar, eu amo o meu marido, e eu quero sair daqui agora, vocês é quem estão me mantendo em cárcere privado! Eu quero sair, eu quero vê-lo agora! – Dianna disse de pé e extremamente nervosa o que fez a psicóloga suspirar.
-Senhorita, receio que tenha que ser encaminhada para uma clínica de reabilitação de menores que sofreram traumas psicológicos... – A mulher disse deixando Dianna ainda mais irada, porém, agora ela só conseguia chorar. – Eu entendo que esteja assustada, mas precisa entender que tudo isso irá passar. - A moça completou, mas Dianna já não lhe dava mais atenção, preferia não falar para não parecer ainda mais louca para a tal médica. Nesse momento dois guardas abriram a porta a fim de encaminhar Dianna para um quarto, onde ficaria hospedada até o fim do julgamento que seria no dia posterior. Ela se levantou e por um momento sentiu como se pudesse cair, se sentia fraca e zonza com tudo aquilo, mas logo estava caminhando pelos corredores acompanhadas pelos dois homens, um de cada lado, como uma criminosa. Caminhando pelo corredor comprido ela passou ao lado de nada mais, nada menos que uma cela, na verdade era uma sala horrenda e totalmente diferente da sua, as portas eram metade de ferro e metade de grade, e ela pôde ver um homem sentado fazendo anotações num papel, provavelmente era um psicólogo e para a surpresa de Dianna era Harry quem ele avaliava. Dianna não se conteve em gritar seu nome e correr até a porta, mas logo foi segurada pelos dois guardas.
-Harry! – Ela gritava aos prantos tentando de soltar. Harry não hesitou em correr até a porta também e passar o braço pelas barras de ferro que formavam a grade e segurar por uma mínima fração de segundos os dedos delicados e frios de Dianna. Ela chorava muito e era mais fraca que os guardas e era arrastada pra longe dele. Harry também chorava, estava apavorado, tinha medo do que fariam com ela, mas logo dois guardas o seguraram também e o colocaram sentado novamente na cadeira para terminar sua avaliação psicológica.
-Pra onde levaram ela? – Ele perguntou irritado ao psicólogo que era estreitamente calmo.
-Ela estará bem, ficará num quarto em observação pós trauma até amanhã no julgamento. – Ele explicou, mas Harry não conseguia conter sua raiva.
-Por que ela tem que ficar aqui? Pelo amor de Deus, podem me deixar apodrecer na cadeia, mas não a levem daqui, eu imploro, por favor, eu faço qualquer coisa, mas deixem ela ir pra casa! – Ele pediu chorando, fazendo com que o psicólogo respirasse ofegante.
-Eu preciso que colabore comigo, senhor Evans. Se está sendo sincero em suas declarações eu preciso que se abra comigo para que seu relatório seja favorável a sua defesa! – Ele explicou, fazendo Harry bufar.
-Preciso saber quem fez a denúncia. – Harry disse agoniado.
-Não tenho como lhe dizer isso, senhor Evans. – Disse o psicólogo.
-Foi anônima? – Perguntou.
-Na verdade não, mas não podemos revelar quem foi. – Completou o senhor.
-Não podem falar? – Harry riu irônico. – Essa pessoa está acabando com a minha vida, com a minha carreira e com a vida da minha mulher! – Ele se exaltou irritado. – Eu tenho o direito de saber quem foi a pessoa que inventou essa história absurda e entender o porquê, o que ela, ele, sei lá, ganha com isso! – Ele coçou a cabeça antes de dar um chute raivoso na cadeira fazendo-a cair pra trás.
-Peço que se acalme, para que isso não influencie sua ficha avaliatória. Amanhã o denunciante estará presente no julgamento e irá depor. Então saberá quem foi. – Ele disse. Harry respirou fundo antes de levantar a cadeira e se sentar novamente.
-Prossiga. – Pediu.
******
Giovanna chorava incessantemente nos braços de Michael que buscava de todas as maneiras acalmá-la. Geórgia a essa altura já estava dormindo depois de uma longa série de calmantes administradas por Caroline. Annie estava no colo de Santana que junto a Brandon e Rachel tentavam distraí-la para que a mesma não entendesse a ausência negativa de Harry e Dianna ali. Dean se sentia um mínimo aliviado por Annie ainda estar dormindo no momento de toda a confusão, mas sabia que com o clima hostil ali instalado seria difícil enganá-la por muito tempo. Duan caminhava de um lado pro outro à espera de Willian e Remi saírem do escritório onde conversavam com seus advogados, visando a melhor maneira de solucionar aquilo. O telefone a todo momento tocava, inúmeras vezes algum dos fornecedores do casamento, a fim de resolver as entregas atrasadas. Dean nervoso suspirava toda vez que tentava negociar algo com eles. Brandon então se levantou e caminhou até ele.
-Senhor Allen, eu posso resolver tudo com os fornecedores se quiser, o senhor não precisa de mais essa preocupação agora. – Disse Brandon num tom solidário que fez Dean sorrir por um breve segundo.
-Eu não quero ser abusivo. – Dean disse.
-Não será. Eu faço questão de ajudar de alguma forma. – Brandon disse sorrindo. Dean apenas assentiu e entregou o telefone nas mãos de Brandon. O mesmo não demorou muito a tocar, fazendo o mesmo sair do recinto para atender e resolver alguma das muitas questões pendentes acerca do casamento. Candy se aproximou de Giovanna entregando-lhe um copo de água com açúcar a fim de acalmá-la.
-Filha... – Caroline disse se abaixando ao lado dela e de Mike. – Precisa se acalmar, senão terei que te dar alguns calmantes também, meu amor. – Ela disse preocupada.
-Como eu vou me acalmar, mãe? – Giovanna perguntou depois de dar uma longa golada na água com açúcar. – E se meu irmão for condenado? – Ela perguntou demonstrando o quanto estava assustada com toda a situação.
-Meu amor, sua mãe tem razão. – Michael disse abraçando-a com força. – Pensa na Annie, se continuar chorando ela vai entender que tem algo errado. – Ele disse baixinho fazendo Giovanna encarar Annie nos braços de Santana perguntando sobre Dianna.
-É verdade. – Caroline falou. – Precisamos ser fortes agora para podermos ajuda-los. – Ela disse carinhosa. Giovanna então respirou fundo e assentiu. Santana e Rachel sorriam para Annie tentando deixar a pequena alheia a tudo ali em volta. Dean então caminhou até as duas.
-Minha princesa... – Ele chamou despertando-a.
-Papai, é verdade que a Dianna e o Harry já foram embora? – Ela perguntou confusa. – Por que eles não me deram tchau? – Perguntou novamente.
-Não, meu amor, na verdade eles dois foram visitar um amigo do Harry que precisou da ajuda deles, mas amanhã mesmo estarão de volta e vão se despedir de você mil vezes antes de ir para Stanford, tudo bem? – Ele disse sorridente fazendo-a rir também antes de esticar os braços para ir para o colo do pai que a abraçou com força. – Que tal você dormir juntinho com a vovó hoje? – Dean perguntou fazendo-a se animar.
-Ouvi dizer que ela fez biscoitos de chocolate! – Santana disse animada também o que fez a doce e pequena Annie sorrir ainda mais.
-Eu quero os biscoitos da vovó. – Annie comemorou fazendo todos sorrirem levemente.
-Então eu vou te levar pra casa agora e você vai comer os biscoitos da vovó e dormir com ela, tudo bem? – Ele disse e Annie apenas assentiu. Dean então sorriu pra todos num cumprimento e caminhou com ela em seu colo até a porta de saída. Nesse momento foi como se todos se permitissem desabar, sem ser mais necessário fingir que tudo estava bem devido a presença de Annie. Santana se sentou novamente passando suas mãos nos olhos.
-Não consigo parar de pensar na Dianna... – Ela disse fazendo Rachel suspirar. – Ela deve estar apavorada. – Completou.
-Precisamos achar um jeito de tirá-los de lá. – Candy disse. – Sei lá, talvez alguém de importância que possa demonstrar que eles não tinham envolvimento até o casamento. – Disse.
-Os únicos que podem dizer isso somos nós. – Santana rebateu. – E sinceramente não acho que levem em consideração, já que somos vistos como crianças ainda. – Ela rolou os olhos.
-Ele não tem algum amigo de faculdade que possa desmentir tudo? – Mike perguntou.
-Ele só contava as coisas pro Duan. – Giovanna disse.
-Temos que achar um modo de deixarmos nossas versões idênticas, sabe, pro caso de um interrogatório individual. – Santana disse.
-Acho meio improvável. – Rachel disse. – Mas ainda assim é bom falarmos a mesma coisa. – Disse.
-Isso não é problema. – Mike disse. – Quer dizer, é só dizermos que nunca vimos nada suspeito e que eles se relacionaram depois da formatura. – Completou.
-Provavelmente vão nos perguntar sobre o comportamento do Harry com outras alunas. – Candy disse e Courtney logo assentiu. – Então é bom que a gente diga que ele sempre foi respeitoso e profissional. – Disse.
-O problema é que eles não vão acreditar que eles se envolveram apenas depois da formatura e resolveram se casar uma semana depois, por mais impulsivos que eles possam ser, isso não é normal. – Peter rebateu fazendo todos suspirarem.
-Tem razão. – Santana bufou e logo Giovanna deixou o desespero lhe tomar novamente, começando a chorar mais uma vez.
-Gente tem que ter alguém que possa ser mais relevante pra defesa dele do que nós, quer dizer, algo aconteceu, não foi? – Paul disse chamando a atenção de todos. – Candy me disse que ele estava determinado a deixa-la ir embora e que ia se casar com aquela namorada dele, então o que o fez mudar de ideia pra ir atrás dela, talvez ele tenha dito algo relevante a alguém. – Ele disse fazendo Duan, que até agora se mantinha ausente de tudo ali, encará-lo com atenção.
-Eu sei. – Duan disse. – É claro, como não pensei nisso antes. – Ele comemorou e correu para pegar seu casaco e as chaves do carro. – Sei de alguém que talvez possa ajudar o Harry. – Completou.
-Espera, eu vou com você. – Peter disse animado já se levantando e seguindo Duan. Os dois saíram em disparada deixando os outros ali para trás. Santana sorriu de leve enquanto afagava os cabelos de Giovanna.
-Vou coloca-la na cama. – Mike disse a respeito de Giovanna fazendo Santana apenas assentir.
-Vou levar as meninas pra casa, mas amanhã cedo a gente vem pra cá e vamos juntos ao tribunal para depor, tudo bem? – Paul perguntou.
-Claro. – Santana respondeu com um sorriso. Logo Rachel, Candy e Courtney se levantaram e também foram embora junto a Paul. Brandon nesse momento retornou para encontrar Santana chorando, algo que de fato o surpreendeu. Ele então se abaixou ao lado dela.
-Meu amor. – Ele a chamou fazendo-a encará-lo com atenção. – Eu to aqui com você, se acalma. – Brandon completou fazendo com que Santana o abraçasse com força.
-Eu estou com medo de não poder ajuda-los. – Santana disse suspirando.
-Você não tem culpa de nada, todos nós faremos o possível e o impossível para ajudar os dois. – Brandon disse.
-Eu sei, mas odeio me sentir de mãos atadas diante disso tudo. – Santana choramingou. – Eu tento fazer minha cabeça funcionar, tento pensar numa saída brilhante, mas eu não consigo, porque eu só penso em como isso tudo é injusto e está inalcançável pra mim. – Ela completou abraçando-o mais uma vez.
-Sants, nem sempre você vai poder resolver tudo pra todos nós, mas sei que dará o seu melhor sempre também e eu tenho muito orgulho de você por isso. – Ele sorriu. – Sei que a Dianna e o Harry sabem que você não vai desistir de tentar. – Brandon agora deixou suas mãos percorrerem o rosto dela a fim de secar suas lágrimas.
-Dorme comigo hoje? – Ela pediu como se tivesse medo de ficar sozinha.
-Claro. – Brandon sorriu antes de depositar um beijo caloroso nos lábios dela. – Vamos subir. – Ele disse e a pegou pela mão para caminhar junto a ela pela escadaria acima.
*****
No dia seguinte o tribunal estava lotado. Harry já estava sentado na cadeira do réu apenas aguardando a entrada do juiz que comandaria o caso. O advogado de sua família estava ao lado dele conversando. Nesse momento uma juíza entrou com uma expressão pouco amigável e se sentou em seu lugar. – O caso 234 será iniciado, peço que todos se sentem e se silenciem. – Ela disse sendo obedecida por todos. Ela começou a encarar os papéis do processo antes de começar a falar. – O caso se baseia na acusação de envolvimento do professor presente Harry Hudson Evans com uma aluna menor de idade, seguida de abuso de menor, o que compromete sua ética profissional, e compromete seu diploma, podendo ser indiciado a prisão. – Ela disse ainda séria enquanto todos a encaravam. – Chamo a defesa do senhor Harry Evans. – Ela falou enquanto o seu advogado se aproximou.
-Bom dia, meritíssima. – Um senhor lhe sorriu recebendo apenas um acenar com a cabeça. – A defesa do meu cliente se baseia na comprovação de que ele e a senhora Dianna Victoria Evans nunca tiveram um envolvimento físico até o momento em que ela se formou, ou seja, deixou de ser aluna do meu cliente, passando a ser uma pessoa normal que se casou com ele com a autorização de seu pai responsável legal pela menor. – Completou.
-Fique à vontade para comprovar sua defesa. – Ela disse antes de abrir um breve sorriso.
-Primeiramente gostaria de lhe entregar a documentação do senhor Dean Sammy Allen registrado legalmente no cartório da cidade permitindo o casamento de sua filha ainda menor de idade com o meu cliente. – Ele sorriu entregando os papéis a juíza que passou o olho atentamente por cada palavra.
-Prova aceita. Prossiga, senhor advogado. – Ela pediu brevemente.
-Chamo meu cliente, senhor Harry Hudson Evans para depor. – Ele disse fazendo Harry se aproximar. – Senhor Evans, promete dizer a verdade e nada mais que a verdade? – Foi perguntado e Harry apenas assentiu. – Então, senhor Evans será que poderia nos contar sobre como você e a sua esposa chegaram até o altar? – Ele sorriu.
-Bom, eu não posso negar que me apaixonei pela Dianna quando a vi pela primeira vez, mas eu nunca abusei dela, ela sempre foi minha aluna unicamente. – Harry explicou.
-Será que pode comprovar isso? – A juíza o perguntou.
-Claro, meritíssima, nos foi disponibilizada a avaliação psicológica feita ontem por um dos psicólogos da instituição e neles o meu cliente é considerado como sã, como um indivíduo de perfeita sanidade mental e psicológica, sem traços de perfil de abusador ou estuprador. – Ele sorriu pensando em certamente conseguir a vitória naquele momento. Nesse momento a advogada de acusação se levantou.
-Eu protesto, meritíssima. – Ela disse.
-No que se baseia seu protesto, senhora advogada? – A juíza perguntou após avaliar as fichas em suas mãos.
-Meu protesto se baseia em uma outra ficha de avaliação psicológica, que foi aprendida através de um mandado no colégio onde o réu trabalhava, e era acompanhado pelo profissional de psicologia do instituto de educação. – Ela sorriu.
-Eu protesto, a senhora advogada está sendo incoerente, visto que meu cliente já tem uma ficha avaliatória conclusiva para o processo, principalmente por ter sido feita num momento de extrema tensão, por um de seus funcionários, meritíssima. – Ele disse um tanto agoniado.
-Protesto negado. – A juíza foi seca. Harry pendeu a cabeça para trás naquele momento. Estava nervoso, e mesmo quando as coisas pareciam ir bem logo mudavam pro rumo natural de toda aquela história.
-Peço que a advogada de acusação me dê a lista avaliatória aprendida por mandado. – Ela pediu e logo estava com a ficha em mãos. Silenciosamente a juíza lia cada detalhe. – De acordo com a ficha, o réu Harry Hudson Evans estava sendo acompanhado pelo profissional de psicologia por estar tendo um caso com uma aluna, o que era potencialmente prejudicial. – Ela encarou a advogada. – Prova aceita. – Disse e novamente Harry sentiu a cabeça girar. Estava com raiva, e só conseguia pensar em como Dianna estava agora.
*****
Belatrix dirigia seu carro com cuidado. Sabia que não podia demorar, e não demoraria, afinal sabia o quanto seria fácil o jogo que faria em seguida. Tinha apenas que ser cuidadosa, até por que não queria perder sua entrada triunfal quando seu nome fosse chamado a depor contra Harry. Ela sorria. Mais maldosa do que nunca estacionou na frente da casa de Brandon que ficava apenas há alguns minutos do tribunal onde estava acontecendo o julgamento. Ela sabia que ele estaria ali, sabia que alguém precisava ficar para resolver tudo por ali enquanto os outros estavam no tribunal. Ela saiu do carro decidida, e sorriu ao adentrar a casa de porta destrancada, o que tornou muito mais fácil. Ela subiu com cuidado as escadas para ver um Brandon caminhando de um lado a outro do quarto, com o celular em mãos e uma camisa prestes a ser abotoada sobre o corpo. Ela sorriu.
-Escute, eu só preciso que por favor, cancele a entrega dos talheres alugados, os noivos tiveram um pequeno problema e precisam de um adiamento. – Ele disse agora parando em frente ao espelho. – E essa taxa adicional seria de quanto? – Perguntou. – Tudo bem, muito obrigado senhor Rendal. Enviaremos o mais rápido possível, mas provavelmente amanhã será entregue. Obrigado. – Ele disse agora desligando o celular. Quando levantou o rosto para voltar a se encarar viu Bella atrás de si, o que o fez pular de susto e se virar instantaneamente pra ela.
-O que faz aqui? – Ele perguntou confuso.
-Senti saudades, meu amor. – Ela sorriu passando os braços em torno do pescoço dele. – Sei que também sente a minha, até porque estando com aquela mexicana ridícula, deve estar muito na seca mesmo. – Ela riu, mas recebeu uma cara feia de Brandon que logo tirou seus braços dele.
-Vá embora daqui, Bella. Não temos mais nada e não teremos. – Ele disse encarando-a firmemente.
-Não vem com essa, você sabe que me ama, vive rastejando atrás de mim! – Ela sorriu manipuladora, deixando seus olhos extravasarem sua sensualidade característica. – Vem aqui. – Ela disse se jogando sobre a cama dele e abaixando a alça de sua blusa e de seu sutiã, deixando a região do busto parcialmente exposta. – Vamos fazer amor... – Ela sorriu maliciosa. Brandon se aproximou se colocando quase que em cima dela e sorriu se aproximando do rosto dela.
-Nós nunca fizemos amor, Bella. – Ele disse fazendo o sorriso vitorioso dela se fechar. – Eu só faço amor com a Santana. Com você... – Ele riu. – Eu não faço mais nada. – Completou se levantando e caminhando até a porta que abriu. – Vai embora daqui! – Disse ele.
-Não pode fazer isso! Qual o seu problema? – Bella disse irritada.
-O meu problema no momento é você. Será que dá pra sair daqui? Eu preciso sair. – Ele disse raivoso.
-Você não pode me dispensar desse jeito. Você sempre me amou, sempre me quis pra você, por que isso mudaria agora? – Ela disse mais raivosa que o normal.
-Porque eu amo a Santana agora. Ela me mostrou um mundo diferente, ele me mostrou o que é ser feliz, e eu não vou decepcioná-la nunca, porque eu mudei por ela, e porque eu só consigo ter pena de você. – Ele disse com um sorriso em semblante.
-Ela é uma mexicana suja e nojenta, é repugnante, não passa de uma piranha! – Ela disse num tom alto, fazendo Brandon pegá-la peço braço já sem paciência.
-Dobre a sua língua antes de falar dela, porque a única piranha nojenta aqui é você! – Ele disse irado.
-Me solta seu imbecil! – Ela disse se soltando dele e gritando. – Você é deprimente, como todos eles. Não me merece. – Ela riu. – Mas vai pagar junto com todos. – Disse.
-Do que está falando, sua maluca? – Ele perguntou confuso.
-Estou falando que da mesma forma como estou acabando com o Harry e a Dianna eu vou acabar com vocês todos, um a um por terem me feito de idiota, por terem tirado tudo de mim! – Ela gritou. Brandon a encarava firmemente.
-O que fez com Harry e Dianna? – Ele perguntou.
-Ah.. deixa eu pensar... – Ela disse e começou a choramingar. – Ele já abusou de mim, e fez o mesmo com a pobre Dianna, está forçando-a a se casar com ele, assim como forçou-a a se envolver fisicamente com ele. Vocês precisam detê-lo antes que ele faça mal a outra aluna, como fez com nós duas! – Bella repetiu seu discurso da denúncia de Harry fazendo Brandon franzir o cenho.
-Foi você quem o denunciou? – Ele perguntou fazendo-a rir.
-Pois é fui eu. – Ela riu. – Acredita como foi fácil? Eu só tive que marejar os olhos e quando as lágrimas caíram tudo isso fluiu tão naturalmente. – Novamente Bella gargalhou em meio as suas próprias palavras.
-Como pôde fazer isso? – Brandon perguntou assustado. – Como pode ser tão cruel, você está louca! – Ele a acusou.
-Eu não vou deixar mais vocês vencerem. Afrouxei demais as régias e olha só o que houve, eu perdi o controle! Mas isso acabou. – Ela riu. – Vocês estão na minha mão. E quando eu chegar aquele tribunal hoje e dar a cartada final, mostrando o quanto o Harry veio atrás de mim, ele estará atrás das grades. – Ela riu mostrando em seu celular mensagens dele.
-Como arrumou isso? – Ele perguntou confuso.
-Bom, aparentemente o querido professor esqueceu de levar o celular pra cadeia! – Ela riu. – Mas por sorte eu peguei, acredita? E foi fácil enviar as mensagens pra mim mesma fingindo ser ele, e com um bom sistema de hacker mudar as datas e os horários de cada uma delas, formando um diálogo sombrio e abusivo! – Bella sorriu vitoriosa.
-Não pode fazer isso! – Ele disse.
-Desista, Brandon... Porque eu já fiz e eu já venci! – Ela sorriu tacando um abajur sobre a cabeça de Brandon e fazendo-o apagar no chão do quarto. – Uma pena que não tenha querido transar comigo... – Ela fez bico. – Eu até que gostava da sua pegada, babaca! – Ela riu e agora caminhou porta a fora.
*****
O julgamento permanecia até então equilibrado. A apresentação de provas já havia sido praticamente concluída, mas ainda faltavam os depoimentos que seriam de grande apoio ao andamento do caso. Giovanna foi a primeira a ser chamada. - Gostaria chamar a frente a senhorita Giovanna Young a depor. – Disse o advogado de defesa. Giovanna sorriu e caminhou até eles, se sentando na cadeira indicada pelo advogado.
-Jura dizer a verdade e nada além da verdade, senhorita Giovanna Heather Young? – Ele perguntou.
-Eu juro. – Giovanna disse pontualmente.
-Pode nos contar sua versão? – Ele perguntou fazendo Giovanna assentir. Aos poucos todos foram sendo chamados a depor, um a um, alguns para defesa, outros para acusação de Harry:
-Meu irmão e a Dianna se conheceram no início das aulas e se sentiram atraídos um pelo outro. Era inegável que gostavam um do outro, e acho que qualquer um poderia notar isso, pelo menos os que os conheciam bem como era o meu caso, mas ele nunca a forçou a nada, pelo contrário, foi tudo muito mútuo desde o início. Harry e Dianna nunca se envolveram até o dia de ontem, não fisicamente. – Giovanna explicou.
-Como pode ter tanta certeza? – Um advogado de acusação perguntou.
-Harry é um homem íntegro e respeitoso, ele nunca a forçou a absolutamente nada. – Explicou Duan.
-O senhor Evans nunca deu em cima de nenhuma aluna, pelo contrário, sempre foi um profissional excelente. – Santana disse ao ser questionada.
-Ele nunca tentou nada nem comigo e garanto que com ninguém. – Candy explicou.
-O senhor Evans sempre se mostrou nosso amigo, nada além disso. – Courtney disse.
-Eu nunca vi nenhuma atitude suspeita dos dois, na verdade só soube do romance deles no final das aulas. – Explicou Peter.
-Até alguns dias atrás a Dianna namorava o meu melhor amigo, Daniel Scott, podem averiguar, e além disso, o Harry e a Dianna só admitiram que sentiam algo um pelo outro após a formatura, pouco depois dela e o Daniel terminarem. – Paul disse cordialmente.
-Chamo Brandon Clark para depor! – O advogado disse, mas nenhum sinal de Brandon foi dado. – Senhor Brandon Clarck? – Ele chamou novamente e nenhum sinal dele.
-Aonde ele está? – Santana perguntou confusa encarando Duan. – Ele já me mandou mensagem há meia hora avisando que estava vindo, e a casa dele fica há cinco minutos daqui. – Ela perguntou nervosa ligando para o celular dele, mas não conseguiu resposta.
-Juíza, peço para que anule o depoimento, pois o chamado é faltante. – A advogada de acusação disse.
-Aceito. – Disse a juíza. Nesse momento Belatrix adentrou o recinto sendo chamada para depor como acusação. Todos arregalaram os olhos ao vê-la entrar com um semblante choroso.
-Essa piranha ordinária! – Santana bradou em bom tom.
-Eu não acredito nisso... – Duan disse tentando se levantar pra partir pra cima de Bella, mas Peter logo o segurou, com a ajuda de Paul. Bella sorriu levemente com os olhos vendo o desespero de todos ali ao verem sua entrada triunfal.
-Senhorita Campbell. – A advogada de acusação adentrou a saudou enquanto ela se sentava. – É verdade que foi abusada pelo senhor Harry Hudson Evans? – Ele perguntou fazendo todos arregalarem os olhos.
-Sim. – Bella disse seca fazendo Harry se exaltar.
-Está louca! – Ele disse nervoso.
-Senhor Evans, acho melhor que se acalme. – A juíza ralhou, mas Harry a ignorou.
-Eu nunca me aproximei dela, nunca tentei nada. – Ele disse raivoso. – Por que está fazendo isso? – Ele perguntou, mas novamente a juíza o mandou se calar.
-Por que você está fazendo isso? – Bella perguntou choramingando. – Meritíssima, eu o vi várias vezes indo atrás da Dianna, e via o quanto ela tentava fugir dele, mas ele sempre a pegava pelo braço e a beijava a força, até mesmo nos bailes da escola. – Bella explicou fazendo o barulho de comentários avulsos tomar conta de todos que assistiam ao julgamento.
-Silêncio! – A juíza disse. – Se eu ouvir mais um pio a não ser o da entrevistada eu cancelo o caso e o condeno como culpado. – Ela disse raivosa. – Prossiga, senhorita. – Disse.
-Ele me seguiu uma vez, disse que já tinha cansado dela e que viu o quanto eu era atraente, por isso queria ter algo comigo e eu rejeitei, é claro, mas ai ele apareceu na minha casa numa noite e me forçou a tudo. – Belatrix chorava fazendo Harry bufar.
-Comprova isso, senhor Evans? – A advogada perguntou.
-Mas é claro que não, ela era namorada do meu irmão, eu nunca me aproximei dela, nunca fiz nada com ela e nem com a minha esposa. – Ele disse irritado.
-É verdade que forçou a senhorita Dianna Allen a se casar com você por possuir coisas comprometedoras a seu respeito e sua dignidade o que entregaria a família dela se ela não aceitasse se tornar sua esposa? – A advogada perguntou fazendo Harry rir irônico.
-Isso é absurdo. – Disse.
-Chamo agora o senhor Dean Sammy Allen a depor. – Ele disse. Dean se aproximou e se sentou no local indicado. – Senhor Allen. – Disse. – Reparou algum comportamento estranho em sua filha nos últimos meses? – Perguntou.
-Dianna sempre foi uma menina alegre e eu pude ver que ela estava ainda mais feliz no início das aulas. – Disse.
-E depois? – A advogada perguntou.
-Bom, eu confesso que ela ficou um tempo meio tristonha, mas ela me pediu autorização para se casar com o Harry que se mostrou um homem íntegro ao pedir minha permissão junto aos seus pais para se casar com a Dianna e ela me mostrou o quanto o amava. – Explicou.
-Então confessa que ela andou estranha e triste por um tempo. – A advogada enrolou as palavras de Dean o que o fez bufar. – Acha que pode ter sido devido ao abuso? – Perguntou fazendo Dean se irritar.
-Minha filha não foi abusada. – Ele disse raivoso. – Conheço a Dianna, ela o ama e sei que ele a ama também. – Disse.
-Acho que já disse o suficiente, obrigada, senhor Allen. – A advogada sorriu enquanto Dean lhe lançou um olhar irritado. – Por último, eu queria chamar a depor a senhorita Dianna Allen. – Ela disse fazendo com que uma assistente social abrisse uma das portas para dar espaço para Dianna adentrar o local. Dianna parecia triste e assustada. – Senhorita Allen. – Ela a saudou.
-Senhora Evans. – Dianna retificou agora raivosa.
-Como quiser. – Ela riu. – Bom, meu questionamento é simples: O réu abusou de você? – Perguntou. – Lembrando que não precisa mais mentir, nem ter medo, pois ele não poderá lhe fazer nenhum mal. – Disse.
-Harry nunca abusou de mim. – Dianna disse. – Nunca tivemos nada esse ano inteiro, não estivemos juntos em momento algum. – Ela se irritou.
-Não foi o que sua amiga Belatrix Campbell nos relatou. – Ele disse.
-Ela não é minha amiga. – Dianna rolou os olhos para encarar Bella. – Eu devia saber que foi você quem fez isso, seu monstro. – Dianna rosnou pra ela que apenas riu maldosa.
-Senhora Evans... – Ela disse num tom debochado. – Se nunca se envolveu com seu professor como explica um casamento uma semana depois de sua formatura? – Ele perguntou.
-Eu e ele nos encontramos e vimos que nos gostávamos e resolvemos casar, não tem explicação. – Dianna disse nervosa, sem conseguir saber o que responder.
-Bom, temos um vídeo onde a senhora aparece sendo pedida em casamento por seu atual marido, onde ele afirma que perderia o emprego se necessário, quando você mesma o indagou isso, e ele também falou sobre momentos onde estiveram juntos. – Disse fazendo todos baixarem a cabeça num certo desespero, por saber o quão comprometedor e prejudicial para a defesa de Harry era.
-Eu protesto! A entrega das provas já foi feita, e a advogada está sendo abusiva ao oferecer neste momento mais provas que podem ter sido plantadas durante essas horas. – O advogado de Harry disse nervoso.
-Protesto negado. – A juíza disse. – Prossiga, senhora advogada! – Pediu.
Nesse momento uma gritaria foi escutada do lado de fora do tribunal, e em questão de segundos a porta se abriu dando, lugar para Chloe e Edward que caminharam lado a lado.
-Mas o que é isso? – A juíza perguntou irritada.
-Senhorita Chloe Margaret Olsen, ex-namorada e ex-noiva de Harry Hudson Evans. – Ela sorriu fazendo Harry sorrir também.
-Ex noiva? – Ela a encarou.
-Eu chamo a senhorita Chloe para depor. – O advogado de defesa falou enquanto a mesma se direcionou até a cadeira.
-Protesto, o advogado não pode pedir um entrevistado de última hora! – A advogada chiou.
-Negado. – A juíza foi seca.
– Senhorita, pode nos explicar o que acaba de dizer. – O advogado falou sorridente.
-É simples: Eu e Harry nos conhecemos desde a faculdade e nos encontramos em Janeiro onde ele me pediu em namoro e até sete dias atrás eu e ele éramos noivos. – Ela sorriu. – Harry nunca se envolveu com a pirralhinha aí. – Ela riu fazendo Dianna rolar os olhos apesar de se sentir extremamente agradecida a Chloe naquele momento.
-Pode comprovar isso? – Perguntou a outra advogada.
-Claro. – Chloe sorriu. – Fotos, uma mensagem de voz dos meus pais me dando parabéns pelo casamento, convites de casamento com nossos nomes num molde de teste, algumas mensagens de texto e é claro a família do Hazz. – Ela sorriu entregando tudo o que possuía ao policial que encaminhou a juíza que verificou atentamente cada prova.
-Suas provas são aceitas. – A juíza disse fazendo todos sorrirem, exceto Bella que bufou.
-Senhorita Chloe. – A advogada de acusação a chamou fazendo-a se atentar a ela. – Como explica o fim de seu noivado? – Perguntou.
-Também é simples. – Chloe sorriu. – Quando eu e o Harry nos encontramos nós nos envolvemos, noivamos e ficamos juntos até semana passada quando eu o disse que achava que ele não me amava e ele me falou sobre seu encanto com a Dianna, coisa sentimental, nada físico. – Chloe disse entre os dentes. – Eu o mandei ir atrás dela, afinal ele não era mais seu professor e com a autorização de seu pai que foi concedida por ela ser menor de idade ele poderia se casar com ela. – Chloe explicou.
-Como eu disse, senhorita Chloe, suas provas são aceitas, porém irrelevantes, por isso o meu veredito final é declarar o réu Harry Hudson Evans, como culp... – A juíza rapidamente foi interrompida por Brandon que chegou afobado abrindo violentamente a porta da sala do julgamento.
-Meritíssima, meu nome é Brandon Clark e eu vim depor a favor do réu. – Ele disse nervoso.
-Está atrasado, senhor Clark, foi chamado duas vezes e não compareceu, por isso não é aceito o seu depoimento. – Ela disse seca.
-Mesmo se eu disser que tenho provas o suficiente para inocentar o réu? – Perguntou.
-Que tipo de provas poderia ter? – Ela o indagou confusa.
-Tenho uma gravação que foi feita há pouco, onde a senhorita Belatrix Campbell admitiu inventar tudo, pouco antes de me atacar com um abajur, me fazendo desmaiar e não chegar a tempo para o meu depoimento. – Ele disse fazendo todos encararem a juíza e em seguida Belatrix. Brandon mostrou sob debaixo de seus cabelos um corte recém adquirido pela agressão.
-Meritíssima, eu peço que aceite o depoimento do senhor Brandon Clark! – O advogado de defesa pediu.
-Eu protesto! – A advogada se manifestou. – Os depoimentos se encerraram, o veredito já foi dado! – Disse.
-Não, o veredito não foi dado ainda, e eu peço que acalme seus ânimos senhora advogada, eu ignoro seu protesto e aceito o depoimento do jovem. – Completou. – Apresente suas provas. – Pediu. Brandon sorriu e caminhou até a frente da sala, aproximando-se o suficiente da juíza e apertou para reproduzir o áudio. Bella de repente se sentiu agoniada ao ouvir sua voz. Não pensou que poderia ser verdade o que ele disse, ela nem sequer percebeu que ele a gravava, mas agora era tarde, e pela primeira vez ela não sabia como agir.
"-Estou falando que da mesma forma como estou acabando com o Harry e a Dianna eu vou acabar com vocês todos, uma a um por terem me feito de idiota, por terem tirado tudo de mim!
-O que fez com Harry e Dianna?
-Ah.. deixa eu pensar... Ele já abusou de mim, e fez o mesmo com a pobre Dianna, está forçando-a a se casar com ele, assim como forçou-a a se envolver fisicamente com ele. Vocês precisam detê-lo antes que ele faça mal a outra aluna, como fez com nós duas!
-Foi você quem o denunciou?
-Pois é fui eu. Acredita como foi fácil? Eu só tive que marejar os olhos e quando as lágrimas caíram tudo isso fluiu tão naturalmente
-Como pôde fazer isso? Como pode ser tão cruel, você está louca!
-Eu não vou deixar mais vocês vencerem. Afrouxei demais as régias e olha só o que houve, eu perdi o controle! Mas isso acabou. Vocês estão na minha mão. E quando eu chegar naquele tribunal hoje e dar a cartada final, mostrando o quanto o Harry veio atrás de mim, ele estará atrás das grades.
-Como arrumou isso?
-Bom, aparentemente o querido professor esqueceu de levar o celular pra cadeia! Mas por sorte eu peguei, acredita? E foi fácil enviar as mensagens pra mim mesma fingindo ser ele, e com um bom sistema de hacker mudar as datas e os horários de cada uma delas, formando um diálogo sombrio e abusivo!
-Não pode fazer isso!
-Desista, Brandon... Porque eu já fiz e eu já venci!" – Nesse momento um barulho foi ouvido por todos, o que realmente parecia ser uma pancada e a voz de Brandon soltando um gemido de dor, e mais uma vez a risada de Bella, demonstrando sua obra. Ela estava acabada, ofegante e assustada. Todos a encaravam boquiabertos.
-Obrigada, senhor Clark. – A juíza disse. – Com base nas provas apresentas e dos depoimentos recolhidos, assim como as avaliações psicológicas de ambos os envolvidos no caso, eu declaro o réu Harry Hudson Evans, como inocente de todas as acusações. – Ela disse com um sorriso breve e logo em seguida bateu seu martelo em sua mesa dando o caso por encerrado. Nesse momento, todos se puseram de pé e começaram a comemorar. Harry teve as mãos soltas por dois guardas e correu até Dianna e a abraçou antes de depositar um enorme beijo nela.
-Eu fiquei com tanto medo. – Dianna disse agarrada a ele.
-Eu to aqui, meu amor, to aqui. – Ele disse depositando um beijo na testa dela. Chloe se aproximou fazendo os dois a encararem, - Chloe... – Disse Harry. – Como soube? – Perguntou.
-Seu amigo Edward me procurou e me contou e eu vim correndo pra te livrar dessa. – Chloe deu um sorriso sincero.
-Edward, obrigado. – Harry apertou sua mão.
-Não me agradeça, quem me procurou e me avisou tudo foi o jovem Duan. – Edward sorriu. Harry sorriu de longe vendo Duan ainda caminhando até eles.
– E Chloe, eu não sei como agradecer. - Harry a abraçou.
-Tudo bem. – Chloe disse antes de encarar Dianna. – Vocês merecem. – Completou estendendo a mão para Dianna que apertou com um sorriso agradecido pra ela. Dianna encarou Brandon e correu até ele para abraça-lo.
-Obrigada, muito, muito, muito obrigada! – Ela disse emocionada ainda em seus braços.
-Não precisa me agradecer. – Ele sorriu.
-Você é um grande amigo, Brandon! – Harry o abraçou.
-Ele é sim. – Duan sorriu se aproximando. – O melhor. – Completou também abraçando-o. Santana se aproximou emocionada e apenas depositou um beijo em seus lábios grossos.
-Juíza, esse áudio é uma mentira, uma montagem! – Bella se levantou nervosa e começou a gritar aquelas palavras. – Ele me forçou a dizer tudo isso porque é muito amigo do senhor Evans, ele foi até a minha casa e tentou ficar comigo, mas eu neguei e ai ele me amarrou e me forçou a dizer tudo isso. – Ela disse chorando.
-Então está dizendo que amarrada conseguiu chegar aqui antes dele? – A juíza a questionou fazendo com que ela engolisse a seco, como se falhasse demais em seus próprios argumentos, coisa que não estava acostumada.
-Eu fugi antes dele voltar quando o ataquei com o abajur. – Ela disse.
-Meritíssima, eu tenho o resto do áudio, ele pode negar o que ela diz. – Brandon disse.
-Mostre-o, por favor. – Ela disse. De repente a gravação logo após o barulho da pancada mostrou a voz de Bella: "Uma pena que não tenha querido transar comigo... Eu até que gostava da sua pegada, babacal!". Nesse momento a juíza levou seus olhos a Bella que parecia completamente agoniada, principalmente quando o áudio demonstrou o barulho da porta sendo fechada por ela e um longo silêncio em seguida.
-Meritíssima, eu posso explicar! – Bella disse nervosa.
-Já chega, senhorita Campbell, está sendo acusada por calúnia e difamação, e pelo que posso ver no seu histórico esses não são os únicos processos que terá de enfrentar. Então chega dessa perda de tempo, o réu é inocente e o caso está encerrado. – Ela completou agora se levantando e caminhando até a porta que dava acesso a seu escritório. Bella então engoliu a seco enquanto via Dianna se aproximar dela com um olhar raivoso.
-Vai fundo, pode me bater. – Belatrix disse com um sorriso maldoso enquanto seus olhos se enchiam d'água. – Já não tenho mais nada, pode me tirar o pouco que me resta. – Completou.
-Não. – Dianna respondeu. – Você não merece nem isso, Belatrix, e eu vou te poupar dessa vergonha. Vai embora daqui. – Dianna disse grosseira fazendo Belatrix franzir o cenho com sua atitude. Ela então encarou a todos que lançavam olhares incomodados pra ela e logo correu em direção a saída do local. Santana sorriu pra Brandon.
-Eu te amo. – Ela disse antes de abraça-lo.
-Eu te amo mais. – Ele sorriu. Duan então se aproximou dos dois com um sorriso sincero em semblante.
-Será que posso falar com você a sós por um minuto? – Perguntou diretamente a Brandon que assentiu.
-Eu vou ali falar com a Dianna. – Santana sorriu para os dois. Duan suspirou antes de dizer qualquer coisa.
-Você se lembra quando do que disse no dia em que me pediu perdão? – Duan perguntou colocando as mãos nos bolsos.
-Eu disse muita coisa naquele dia. – Brandon riu de leve.
-Você disse que sabia que eu nunca mais confiaria em você de novo. – Duan explicou e Brandon apenas assentiu. – É engraçado como são as coisas, porque hoje eu vi um homem íntegro, que se negou a trair a namorada com uma garota atraente e convincente, e fez a coisa certa, denunciando a pessoa de quem por tanto tempo ele foi cúmplice. – Duan falou fazendo Brandon franziu o cenho.
-O que tem de engraçado nisso? – Perguntou confuso.
-O engraçado é que hoje eu posso dizer que confio mais em você do que quando éramos melhores amigos e eu não sabia de nada sobre você e a Bella. – Ele sorriu. – Seu pai teria orgulho do homem que você se tornou, Brandon. Você errou muito, mas hoje veio e mostrou que mudou, você se redimiu. Obrigado. – Duan falou fazendo Brandon sorrir.
-Não imagina como é importante pra mim ouvir isso. – Brandon disse antes de abraça-lo.
*****
Belatrix saiu totalmente atordoada do tribunal. Sua mente estava completamente confusa e sua raiva parecia ser maior do que qualquer uma que já havia tido em sua vida. Havia perdido tudo, completamente tudo e nenhum de seus planos para reaver o que tinha quando sua vida era perfeita tinha funcionado. O que faria agora? Precisava pensar e muito. Ela entrou numa cafeteria e se sentou na primeira mesa onde avistou, ainda com a respiração ofegante enquanto tentava pensar em algo que a ajudasse a ter tudo o que queria de volta. De repente uma voz conhecida e um tanto contida soou perto dela fazendo-a atentar a mesma. Era Melanie, vestida com um avental do local e com o cabelo preso e um semblante envergonhado. Belatrix sorriu por um segundo.
-Melanie White. – Disse Bella.
-Não começa a me humilhar, tá legal, só fala o que você vai querer e eu pego. – Melanie disse grosseira.
-Por que está trabalhando aqui? – Perguntou Belatrix franzindo o cenho.
-Isso não é da sua conta. – Melanie falou prontamente fazendo Belatrix rir frouxo.
-Talvez seja, já que você destruiu toda a minha vida, me fez perder tudo o que eu tinha. – Bella se colocou de pé. – Por sua culpa eu perdi o Duan, eu perdi o Brandon, a minha capitania, a minha coroa, a minha popularidade. – Belatrix tinha os olhos um tanto marejados agora, transbordando ódio, mas agora foi Melanie que riu enquanto se aproximou do rosto de Bella para encará-la bem de frente.
-Eu não destruí nada. – Disse. – Foi você quem se afundou sozinha nas suas mentiras. – Melanie sorriu enquanto Bella bufava. – Mas não se sinta mal. Passei tanto tempo da minha vida tentando derrubar você, achando que você precisava de ajuda pra ser desmascarada e humilhada, que acabei me afundando junto com sua podridão. – Ela engoliu a seco. – Fui rejeitada na faculdade dos meus sonhos porque eles queriam um jornalismo sério, e aparentemente o meu estava mais pra revista de fofoca, e sem a bolsa pelo jornal eu só posso me contentar em trabalhar aqui e juntar dinheiro até conseguir pagar a faculdade local de jornalismo. – Melanie disse entre os dentes enquanto via um sorriso se formar no rosto de Bella.
-Isso é música pros meus ouvidos. – Belatrix disse desafiadoramente.
-Por que está aqui, Belatrix? – Melanie perguntou. – Ganhou uma bolsa pra fazer moda, pode ir pra Paris finalmente, então esquece tudo isso, toda essa bobeira de coroa e popularidade, o colégio já acabou e se quer saber, sou a prova viva de que vingança envenena a alma e te deixa sem nada. – Completou.
-Querida, eu vou pra Paris e eu vou fazer moda, mas não pense nem por um minuto que isso é o fim, porque eu vou voltar e eu vou ter tudo de volta e eu vou destruir cada um deles. – Bella sorriu maliciosa fazendo Melanie ofegar devido a seu olhar um tanto desequilibrado. Belatrix agora se levantou ainda sorrindo e caminhou até a porta do local onde parou para encarar Melanie mais uma vez. – Outra coisinha sobre a vingança.... Ela se come fria. – Bella sorriu. – Até breve. – Completou e saiu dali finalmente.
******
No dia seguinte todos estavam reunidos na frente da casa dos Young. Era um dia feliz, principalmente depois tudo o que acontecera no dia anterior, toda a angústia e todo o sofrimento. O caminhão de mudança já estava em frente e totalmente carregado, pronto para sair, apenas a espera de Dianna e Harry que terminavam de colocar seus objetos pessoais no carro de Harry. Dianna caminhou até os amigos.
-Eu odeio me despedir, e já tivemos que fazer isso três vezes... – Ela riu encarando a todos.
-Não é uma despedida. – Giovanna sorriu agora encarando Harry também.
-Não é mesmo porque estaremos sempre na sua casa, todos os finais de semana, afinal, não são todos os nossos amigos que moram na Califórnia. – Santana riu contagiando a todos.
-Nós só queremos que saibam o quanto somos agradecidos a vocês. – Harry começou a falar. – Vocês participaram de cada momento, desde os piores até os melhores, e sinceramente é isso que nos torna uma família. – Ele sorriu agora dando um tapa amigável no ombro de Duan.
-Eu quero que prometam que vão me ligar e falar comigo todos os dias. – Dianna disse deixando uma lágrima lhe escapar no rosto, principalmente quando Annie se aproximou a eles junto de Dean e os pais de Harry.
-Nós prometemos. – Santana disse e Giovanna apenas assentiu antes das duas. Junto a Candy, Courtney e Rachel lhe sufocarem num abraço grupal.
-Obrigado por tudo. – Harry puxou Duan pra um abraço. – Eu sempre te vi como um irmão, Duan, mas esse ano eu vi que você é independente de sangue, o meu irmão e o meu melhor amigo. Obrigado por cada vez que me escutou, me apoiou, me aconselhou e até mesmo me deu uma dura. Você me ajudou a ter a melhor coisa da minha vida. – Ele disse agora com os olhos vidrados em Dianna que sorriu antes de correr para os braços de Duan.
-Obrigada! – Ela disse sentindo-o apertá-la como de costume.
-Alguém diga a ele que ela não é um pedaço de rosbife, ele está sufocando ela. - Santana disse já iniciando uma nova implicância com Duan.
-Satã, o que foi? – Duan perguntou.
-Já disse pra não me chamar de satã, peitinhos gordos, se continuar com essa palhaçada juro que corto seus mamilos e uso como bola de gude! – Santana disse fazendo todos rirem.
-Eu vou sentir falta disso. – Dianna riu encarando a todos. – Foi um ano bom, apesar de tudo. – Completou.
-Foi o melhor ano. – Candy corrigiu abraçando Paul.
-Vocês já vão? – Annie perguntou choramingando fazendo Dianna e Harry abaixarem para ficar na altura dela.
-Nós viremos te buscar sempre que quiser ficar com a gente. – Harry sorriu segurando a pequena mão de Annie.
-E vou te ligar todos os dias, mandar presentes, e juro que sempre que quiser eu venho correndo pra cá. – Ela deixou as lágrimas lhe escorrerem pelo rosto, principalmente quando Annie pulou em seu colo para um abraço caloroso que emocionou a todos.
-Eu te amo! – Annie disse carinhosa.
-Eu te amo ainda mais, meu amor. – Dianna sorriu acariciando seu rosto.
– E eu também amo você, Harry! – Annie disse sorrindo antes de também abraça-lo.
-E eu amo você, minha princesinha linda. – Harry riu. – Me prometa que vai cuidar bem de todos aqui, tudo bem? – Ele perguntou e ela apenas assentiu. Harry então a pegou no colo e cumprimentou Dean e seus pais, assim como Dianna. Ele deu um beijo delicado sobre a testa de Annie e a entregou ao pai.
-Seja muito feliz. – Dean disse com um sorriso emocionado.
-Você também. – Dianna riu encarando Brandon antes de dar uma piscadela. – Eu amo você. – Dianna o abraçou o mais forte que podia.
-Eu amo você, minha princesa. – Dean disse carinhosamente.
Segurando firmemente a mão de Dianna, Harry caminhou até o carro e antes de entrarem eles encararam a todos e sorriram num aceno. Os dois entraram no carro e logo deram partida, sumindo na primeira curva.
-Lá se vai nosso primeiro casal. – Giovanna riu. – Em breve nós estaremos nos despedindo um dos outros. – Disse.
-Temos muito tempo até lá. – Peter comentou fazendo todos rirem.
-O tempo passa tão rápido. – Courtney comentou se abraçando a ele.
-Então vamos aproveitar. – Mike riu contagiando a todos.
-Eu topo um filme. – Candy anunciou. – Vai passar guerra nas estrelas, o que acham de vermos, vai começar daqui a pouco! – Disse.
-Fala sério, tem algo menor nerd pra assistirmos? – Santana perguntou.
-Ah, não fala assim com a minha nerdzinha. – Paul riu enquanto todos iam caminhando para dentro da casa dos Young.
-Podíamos ver um romance! – Rachel comentou.
-Eu topo! – Giovanna vibrou.
-Novidade! – Brandon e Mike soaram juntos.
-Acho que deveríamos ver ficção científica! – Duan disse.
-Fala sério, gaguinho, eu odeio essa porcaria, o único projeto científico que deu errado que eu tolero ver porque sou obrigada é você. – Santana disse rolando os olhos.
-Por que você tem sempre que fazer um comentário maldoso? – Duan perguntou irritado.
-Porque você é zoado, olha pra você, não precisa nem fazer nada, as palavras saltam da minha boca com mais rapidez que um bung jump. – Explicou-se.
-Vai começar de novo. – Brandon riu.
-Eles sempre começam de novo. – Giovanna riu fechando a porta de sua casa atrás de si.
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FIM DA HISTÓRIA . Isso é tudo pessoal! Deixem seus comentários, falem sobre o que acharam, opinem, me chamem, palpitem, conversem, reclamem, mas não deixem de expressar algo sobre esse fim, pois é muito importante pra mim. Meus sinceros agradecimentos e até breve, povo. Beijos da Ya <3
obs: vejam o vídeo lá em cima!!!!