Capítulo 15 - Somewhere in Paradise - PARTE 4

118 22 8
                                    


 https://www.youtube.com/watch?v=mVq-MU7ojVY – Escute Stop crying your heart, Oasis.

Santana estava acordada no meio da longa e quase clara madrugada. Com as costas encostadas nas paredes brancas, ela encarava o teto sem muita firmeza nos olhos, que piscavam deixando lágrimas escaparem. Ela esperava qualquer oportunidade de Giovanna sair do quarto e escutá-la, mas sua espera era longa, tão quanto a raiva de sua amiga. Duan ao sair de seu quarto bem em frente deu um pulo ao vê-la. Ela o encarou.

-Tá fugindo pra roubar comida na cozinha? Cuidado, não se esqueça de que aqui tem que pagar. –Santana disse com a voz rouca sem encará-lo. Duan percebeu algo diferente no modo que Santana o abordou.

-Está tudo bem com você? – Ele se pôs ao seu lado. As lágrimas começaram a rolar pelo rosto de Santana ao término da frase de Duan. Ele rapidamente a envolveu num abraço e caminhou com ela até a varanda principal do hotel, aonde provavelmente não teria ninguém além de alguns funcionários. Ao chegarem ao local, Duan com cuidado colocou Santana sentada em um grande sofá branco, aonde se sentou ao seu lado e a abraçou novamente. – O que houve, Sants? – Ele levantou seu rosto.

-Sou a pior pessoa do mundo, Duan. – Santana se aconchegou em seus braços. Ele sem dizer nada apenas acariciou seus cabelos negros, esperando que ela se acalmasse para lhe contar tudo. Depois de alguns longos minutos de pranto, Santana secou com cuidado as lágrimas com a ajuda de Duan e o encarou.

-Eu estou aqui pra te ajudar, pode confiar em mim e me contar o que houve. – Duan deu um sorriso de canto pra Santana que retribuiu.

-A Giovanna me odeia agora. – Santana torceu os lábios.

-Tá louca? – Duan riu. – Ela ama você, deve ter sido mais uma briguinha boba como todas as outras, logo passa não precisa chorar assim. – Duan segurou em seu queixo.

-Não, Duan, dessa vez é diferente, ela não vai me perdoar. – Santana respirou fundo enquanto encarava o teto. Duan franziu a testa.

-O que você fez? – Ele disse seco. Santana encarou-o por alguns segundos sem proferir nada específico além de alguns gaguejos.

-Sabe, Duan, desde que nós nos conhecemos eu guardo um segredo, um segredo que eu não pensei que fosse necessário revelar porque ele estava guardado bem longe de todos vocês. – Santana disse cada palavra pausadamente com o tom cada vez mais baixo.

-Está me assustando. – Duan torceu os lábios.

-Duan, eu tenho um irmão. – Santana o encarou sério.

-E isso é ruim? – Duan disse confuso e em seguida deu uma risada de leve.

-Não seria em outras circunstancias. – Santana deixou escapar uma lágrima. – Meu irmão é o Mike. – Ela mordeu os lábios.

-O Mike é seu irmão? – Duan arregalou os olhos. – Mas como assim? –Ele a encarou.

-Ele nasceu quando eu tinha um ano, eu sempre morri de ciúmes dele porque ele tomou toda a atenção que deveria ser minha, porque eu também era um bebê. – Ela riu de canto. – Mas o ciúme só foi aumentando cada vez mais, eu não conseguia vê-lo como um irmão querido e mais novo que eu cuidaria. – Ela se explicou. Duan apenas balançava a cabeça em sinal de que entendia suas palavras, mas não soltava uma só fala. – Quando eu repeti o primeiro ano, foi no mesmo ano em que o Mike conseguiu uma bolsa pra estudar num colégio em Monterrey. Ele entraria direto no Ensino Médio de lá, moraria com a minha avó, e ele foi. – Santana fez uma pausa para segurar o choro. – E eu pensei que meu problema tinha acabado, meus pais finalmente me dariam atenção, mas eles só sabiam dizer: "você não é como o Michael, ele passou pra uma ótima escola, e você repetiu. ", e eu guardei tanta raiva no meu coração que me tornei essa pessoa que vocês conhecem hoje: Durona, briguenta, de língua afiada. – Ela deu um risinho.

The Last YearWhere stories live. Discover now