Por trás do gelo [Em revisão]

By juleaina

91.1K 7.5K 2K

PLÁGIO É CRIME! Independentemente da sua idade, é um ato totalmente desprezível e ilegal. Dê orgulho a si mes... More

Prólogo
Capítulo 1 - Despedidas nunca são fáceis
Capítulo 2 - Próxima parada: cama!
Capítulo 3 - Novas aventuras nem tão desejadas assim
Capítulo 4 - Iniciação oficial em uma nova cidade
Capítulo 5 - Primeira festa, primeiro erro
Capítulo 6 - Pegadinhas do Universo
Capítulo 7 - Que os jogos comecem
Capítulo 8 - Meninas também sabem trocar pneus
Capítulo 9 - A advocacia está no DNA
Capítulo 10 - Machistas não passarão
Capítulo 11 - Existe amizade entre cães e gatos
Capítulo 12 - Memórias ruins aparecem a qualquer hora
Capítulo 13 - Partidas de hóquei são ótimas para fazer novas amizades
Capítulo 14 - Nunca dê o primeiro gole
Capítulo 15 - Quando as coisas começam a fluir
Capítulo 16 - Quebre regras pela sua melhor amiga
Capítulo 18 - Por um bem maior
Capítulo 19 - Espírito competitivo masculino
Capítulo 20 - Sequestros são menos assustadores em filmes
Capítulo 21 - Jogue como uma garota
Capítulo 22 - Passeios noturnos
Capítulo 23 - Madrugadas são ótimas para compartilhar segredos
Capítulo 24 - Mudamos de acordo com nossos hormônios
Capítulo 25 - Caixa de mentiras
Capítulo Extra, por Apolo - Autocontrole
Capítulo 26 - Piranhas na piscina
Capítulo 27 - Dando o sangue
Capítulo 28 - Família
Capítulo 29 - Há oceanos entre nós
Capítulo 30 - Surpresas de aniversário
Capítulo 31 - Nem toda surpresa é agradável
Capítulo 32 - Às vezes nem pizza melhora o dia
Capítulo 33 - Avalanche de azar
Capítulo 34 - Bolas de vôlei atraídas por cabeças avoadas
Capítulo 35 - Quando o dia começa uma merda, mas acaba maravilhoso
Capítulo 36 - Pedidos de desculpas seguidos por novas interações
Capítulo 37 - O grande dia

Capítulo 17 - Barmans nem sempre são confiáveis

2.6K 198 48
By juleaina

Haviam algumas coisas sobre o diretor da West Coast High School que eram intrigantes. De fato, o diretor Nypon era um homem cheio de surpresas. Como agora, quando ele estava usando roupas de bombeiro e percorrendo toda a escola em busca alunos que demonstrassem o mais remoto sinal de culpa.

Todos os professores ficaram responsáveis por controlar e contar os alunos, a fim de saber se estávamos todos ali em segurança.

Eu me sentia culpada, é claro, mas Peter tentou me acalmar dizendo que todo mundo, pelo menos uma vez, tem que fazer alguma coisa memorável no ensino médio, e aquela era a nossa. Infelizmente, segundo ele, não saberiam que nós fomos os autores daquela baderna, mas que definitivamente nosso feito seria lendário.

— Vocês estão bem? – a professora de informática perguntou. Ela era uma mulher legal, mas quase não muito respeitada. A minha turma por exemplo, atrapalhava todas as suas aulas sem darem o mínimo respeito que ela merecia. Além disso, a srta. Johnson era muito bonita.

— Estamos, obrigada – agradeci por sua preocupação.

— Que susto, amor – ela falou dando um selinho rápido em Peter.

Eu tinha certeza de que meus olhos estavam tão arregalados quanto dois faróis. Perguntei o que estava acontecendo ali, mas gaguejei tanto que ninguém entendeu nada.

— Essa é a minha namorada, Bris – Peter revelou sorrindo. — E também a responsável por desligar as câmeras de segurança.

Eu não sabia o que dizer, só agradeci e tentei recuperar a sanidade. Céus! A namorada do meu melhor amigo era a nossa professora!

— Tudo bem, Bris – ela disse. — Nós sabemos como isso pode ser um choque e tanto, mas já estamos juntos há um bom tempo e conseguimos esconder-nos muito bem.

— Mas... mas, mas por que vocês me contaram então? – perguntei ainda em choque.

— Porque você é a minha tampinha, Bris – Peter falou apertando meu nariz. — Você é minha melhor amiga e nós confiamos em você.

— Uau – exclamei. — Estou honrada por vocês terem me contado, e agradecida também, srta. Johnson.

— Ah, não me chame assim! – ela sorriu. — Pode me chamar de Lisa.

Ali estava começando uma nova história dentro do turbilhão de histórias que compunham a minha vida. Entretanto, não tivemos muito tempo para conversar, pois o diretor saiu do colégio acompanhado de outros bombeiros. Ele informou que não teríamos aula durante os próximos dois dias, uma vez que seria preciso averiguar o que tinha acontecido, além de terem que arrumar toda aquela bagunça.

Depois disso fomos liberados e eu mal pude esconder o quão animada eu estava. Amélia, Julie e Oliver iriam comigo para casa, enquanto Valentim e Apolo iriam com Gregory.

Eu já estava pegando o jeito de andar pelas ruas californianas e isso era o máximo, já que eu não estava mais suportando a voz enjoada do GPS. Dobrando a esquina que dava para minha casa, avistei o carro de Greg parado bem no meu lugar de estacionar Sirius.

Maldito!

Tentei não ligar muito, afinal a rua era pública e eu não tinha nenhum direito absoluto sobre a vaga, mas custava ele estacionar em frente à casa de Oliver?

Estacionei, então, do outro lado da rua. Desci tão rápido que nem me preocupei em esperar as meninas. Eu tinha que manter a imagem de quem não via a melhor amiga há meses.

Dentro de casa senti o inconfundível cheiro de brownie de Art, mas havia um aroma, bem lá no fundo, que provocou náuseas em mim. Assim que cheguei ao quintal, descobri o porquê. Vovô e Arthur estavam fazendo um churrasco de boas vindas para Sally, tendo companhia os filhos da minha madrasta e meus outros amigos.

— Brise! – ela exclamou assim que me viu e veio correndo em minha direção.

Fiz o mesmo, o que foi um erro, uma vez que devido à força do nosso encontro, nos duas caímos no chão. Ficamos lá deitadas e rindo como se a vida fosse uma grande piada.

— Agora está tudo normal – Arthur disse sorrindo para o vovô.

Aos poucos fui apresentando Sally a todos os presentes ali. Ela já conhecia grande parte através das minhas palavras, mas agora ela estava conhecendo-os por si mesma. Levando em conta a tarde agradável e cheia de risadas que estávamos tendo, eu suspeitava que Sally estava adorando tudo aquilo.

Estávamos todos deitados no chão quando Valentim comentou de uma festa que ocorreria daqui a pouco.

— Vai ser demais! – ele disse, tentando convencer-nos, ou melhor, tentando me convencer.

Veja bem, eu não tinha nada contra festas, até ia em algumas, mas justo naquele dia? Justo no dia que Sally havia chegado de tão longe? Não, obrigada. Passei muito tempo sem ela para poder trocar uma noite de pipoca e filmes por um amontoado de pessoas que eu nem conhecia.

— A gente só vai tomar banho, vai ser rapidinho – Sally disse. Olhei incrédula para ela. — Qual é, resmungona? Vai ser divertido!

Não pude contestar, já que Julie empurrou-me escada acima.

Petite poupée, você está precisando urgentemente de roupas novas – Sally começou a reclamar depois de revirar todo o meu guarda roupas.

Ela achou um vestido azul claro bem lá no fundo das minhas coisas e obrigou-me a usá-lo, mesmo depois dos meus três minutos inteiros listando razões para não irmos.

Algum tempo depois, estávamos todas prontas. As meninas pegaram roupas emprestadas com Sally, porque, aparentemente, meu gosto para a moda não era lá dos melhores.

— Aleluia! – Greg exclamou assim que nos viu.

Depois de seguir o carro de Greg por mais ou menos vinte minutos cheguei às seguintes conclusões: Gregory gostava de fazer cosplay de pilotos de corrida e eu não aguentava passar mais tempo com as minhas três amigas tagarelando o tempo inteiro.

Estacionei Sirius em uma vaga livre de frente para um velho edifício com certo receio do mesmo desmoronar sobre meu carro. Ao trava-lo, pedi às entidades protetoras de automóveis que nada de ruim acontecesse com o meu bebê.

— Então... Nós chegamos? – perguntei meio em dúvida se estavamos no local certo. Digo, nós estávamos parados em frente de um prédio tão velho que desafiava as leis da gravidade. As paredes eram pintadas de um verde musgo estranho e de lá saíam feixes de luzes coloridas, juntamente com grandes caras segurando maços de cigarro na mão. Não era possível que meus amigos me arrastaram para um local tão inseguro assim.

— Sim! Não é o máximo? – Oliver disse entusiasmado. — O último a entrar vai me pagar bebidas até o fim da festa!

Observei todos os membros do nosso grupo adentrarem o lugar e esperei com muita paciência, diga-se de passagem, o momento pelo qual todos iriam sair rindo e dizendo que era apenas uma brincadeira antes de irmos tomar sorvete em algum quiosque na praia. Embora os olhares desconfiados de alguns meninos estivessem começando a me incomodar, eu permaneci imóvel, apenas esperando meus amigos.

Depois do que me pareceu uma década, Apolo saiu de lá de dentro com uma garrafa d'água e, surpreendentemente, veio em minha direção.

— Oliver fala sério quando diz coisas assim – encarei-o em dúvida. — Você vai mesmo ter que pagar o porre dele hoje.

Aguardei pelo momento que ele iria soltar o brincadeira, mas este não veio.

— Você está me dizendo que nós vamos mesmo ficar aqui? – grunhi frustada. — Deuses! Olha para esse lugar! Cadê a vigilância sanitária quando se precisa dela?

Apolo riu e deu de ombros antes de responder, mostrando sua covinha única.

— Valentim entrou em um grupo de caminhoneiros na internet sem querer – respondeu, dessa vez sério. — Foi assim que descobrimos o Bad Morrissey.

— Céus! Olha onde vocês me meteram!

Sem pensar muito, segurei o pulso esquerdo de Apolo e o puxei Morrissey adentro. Nós já estávamos ali, então era preciso enfrentar o problema.

Devo dizer que se tem um ditado que eu levo muito a sério é aquele que diz que as aparências enganam, todavia, a aparência interior refletia a aparência exterior do lugar e vice-versa.

Logo na entrada, tanto a direita quanto à esquerda, encontravam-se mesas escuras com sofás vinhos e velhos ao redor. Já no centro, uma bancada no formato de um quadrado abrigava todas as bebidas que o estabelecimento fornecia, e era onde dois rapazes as preparavam e serviam. Mais ao fundo, um palco moribundo e improvisado servia de Tomorrowland para dezenas de indivíduos meio alcoolizados e sem senso crítico de segurança.

Isso incluía meus amigos.

Ainda tentei procurar Valentim para reunir a galera e darmos no pé, mas não o encontrei.
Dei meia volta e fui para onde as meninas estavam dançando como loucas.

— Vocês não acham que já está na hora de irmos? – indaguei diretamente para Sally. — Eu me comprometo a fazer o que vocês quiserem, mas vamos embora.

Sally parou de mexer no ritmo do DJ e olhou para mim meio choramingando.

— Eu acabei de chegar, petite poupée! –choramingou e contra a sua carinha de cachorro abandonado ninguém conseguia concluir a linha de raciocínio. — Vamos ficar, por favor.

Soltei um que seja ignorante e caminhei a passos duros até o bar, onde um cara com os bíceps a mostra preparava bebidas. Sentei no banco giratório e pedi uma água, a qual rapidamente me foi servida com direito a um canudinho de guarda chuva.

— Por que uma menina tão linda está tão frustada assim? – o mesmo cara que me serviu perguntou. Todo o meu corpo brilhou em alerta e eu quis corta-lo grosseiramente, mas o cara estava sendo tão atencioso que eu não vi mal algum em respondê-lo.

— Não queria estar aqui – falei arrependendo-me logo em seguida. Quero dizer, ali era o local de trabalho dele e eu estava ofendendo-o.

Ele riu enquanto organizava algumas coisas sobre o balcão.

— Tudo bem – o barmen virou-se e despejou um líquido verde dentro de um copo e me entregou. — Para animá-la, por conta da casa.

Ele piscou para mim, sorri em agradecimento e saí de lá com o intuito de jogar aquela bebida fora.

Eu não era idiota, e além do mais, vovô sempre me educou para não aceitar nada de estranhos, sobretudo alguma bebida que poderia muito bem estar batizada. Entretanto, antes que eu pudesse chegar ao banheiro, um rapaz esbarrou em mim, derrubando todo o conteúdo do copo no meu vestido. Ele olhou para mim sem graça e pediu inúmeras desculpas, oferecendo, ainda, para pagar-me outra. Oferta a qual recusei, saindo de lá rumo ao banheiro para secar-me.

Depois de muito procurar saber, descobri que os sanitários eram do lado de fora, o que era, além de nojento, perigoso. Ignorei isso e fui mesmo assim, enjoada por estar tão pegajosa. Após limpar todo aquele grude, saí do cubículo sem olhar para onde estava indo e esbarrei em alguém.

O mesmo alguém que me deu a bebida que estragou a meu vestido.

— Oi! Você não vai acreditar... – falei, começando a suar frio pelo modo que ele olhava-me. — Um cara esbarrou em mim e derrubou todo o meu drink. Inacreditável, né?

Ele assentiu, diminuindo o pequeno espaço que havia entre nós, além de bloquear a minha passagem.

— Você pode me dar licença? – pedi sabendo que era inútil. — Meus amigos estão me esperando – tentei demonstrar confiança.

— Eu tentei te ajudar, linda. Tentei mesmo –falou com um tom de voz que fez meu estômago embrulhar. — Mas eu não tenho culpa do seu drink especial ter sido derramado por aí, tenho?

Ele não esperou que eu desse um pontapé em seus países baixos e foi logo me imprensando na parede suja e descascada do banheiro. Fechei os olhos e apertei com força, reprimindo as lágrimas que queriam descer.

Eu estava com nojo. Nojo daquele corpo imundo sobre o meu. Nojo do hálito quente daquele homem no meu pescoço. E, principalmente, nojo de mim mesma por ter não conseguir esboçar reação alguma.

Após tantos anos lutando com o trauma de ter sido abusada por tanto tempo, eu estava novamente na posição de vítima indefesa. Tanto tempo de aulas de defesa pessoal e o máximo que eu conseguia exercer eram pedidos miseráveis de misericórdia.

Aconteceria de novo, era impossível qualquer pessoa ouvir ou dar por minha ausência e chegar a tempo. Aconteceria de novo e dessa vez eu não era mais uma criança indefesa, dessa vez seria pior.

O barman estava prestes a enfiar uma das mãos sob a minha roupa, quando algo o arremessou para longe, fazendo com que seu corpo batesse bruscamente em algumas latas de lixo.

— Brise, ele te machucou? – foi ao ouvir a voz de Apolo que finalmente soltei o ar que eu nem ao menos sabia que estava prendendo. — Saia daqui, está bem? Vá para o seu carro e não saia de lá, eu já vou com você, eu prometo.

Balancei a cabeça negativamente, eu não sairia dali naquele estado. E se outra pessoa se aproveitasse disso? Eu não tinha forças para sair dali sozinha. Apolo olhou de soslaio para o barman que já se recuperava da pancada repentina e foi em sua direção.

Como um agente superdotado de habilidades ninjas, Apolo proferiu alguns murros e chutes no homem. O Maddox parou somente quando deu-se conta de que o cara estava inconsciente.

— Vamos sair daqui – falou, abraçando-me carinhosamente de lado. — Onde estão suas chaves?

Abaixei e tirei-as de dentro do meu tênis com as mãos trêmulas.

Ao entramos no carro, Apolo sacou o celular do bolso após respirar fundo e começou a discar o número de alguém. Coloquei minhas mãos trêmulas sobre o seu telefone.

— Por favor, não diga a eles o que houve – pedi baixinho. — Só... Só me leve daqui, está bem?

Apolo olhou profunda e intensamente dentro dos meus olhos, fazendo subir calafrios na minha espinha. Ele respirou fundo mais uma vez e voltou seu tronco para o painel do carro, ligando-o em seguida.

Andamos em silêncio por algum tempo até ele estacionar em frente à um prédio alto.

— Esse é o meu apartamento – Apolo disse, olhando para cima, depois olhou para mim. — Você se importa de ficar aqui?

Neguei com a cabeça e o segui até o elevador, observando o jeito como ele cumprimentava o porteiro tão educadamente.

— Não há outro lugar que eu gostaria de estar agora senão este – murmurei para mim mesma.

~*~

Nunca, em hipótese alguma, aceitem NADA de estranhos, principalmente bebidas!

Deixem comentários, críticas, elogios etc amo e leio todos <3

vocês podem me encontrar aqui:
instagram: juleaina
twitter: mypussydelrey

Continue Reading

You'll Also Like

948K 46.4K 61
Os opostos se atraem! Lívia Werneck é uma adolescente apaixonada por literatura e por matemática. Vive em seu próprio mundo tendo como sua única com...
508K 39.2K 83
Elizabeth Marie Swan, irmã gêmea mais nova de Bella, é a garota que teve o azar de estudar em um dos melhores colégios de Nova Orleans e acabar sendo...
33.2M 2M 84
De férias da faculdade, Hannah decide passar o final do ano no apartamento do seu irmão mais velho que mora no Brasil. Hannah não vê Bryan a mais de...
18.8M 1.1M 158
Foi no morro aonde tudo começou, aonde eu descobrir o amor e a dor, que eu descobrir que as pessoas que amamos podem nos dar o mundo, pra depois dest...