The Last Year

By yacamacho

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O ensino médio pode trazer mais emoções e experiencias do que todos acreditam, no Seattle High School especia... More

Capítulo 1 - Welcome to High School
Capítulo 2 - Party!
Capítulo 3 - She will be loved
Capítulo 4 - The first dance.
Capítulo 5 - Trick or Treat
Capítulo 6 - Thanksgiving Day
Capítulo 7 - A merry Merry Christmas
Capítulo 8 - It's a new year!
Capítulo 9 - Broke up.
Capítulo 10 - Surprise, I love you!
Capítulo 11 - Listen to what I have to say
AVISO
Capítulo 12 - The end of sovereignty ( O fim da soberania)
AVISO/PERGUNTA
AVISO 2
Capítulo 14 - Like a lilies
Pedido//Aviso
Capítulo 15- Somewhere in paradise - PARTE 1
Capítulo 15 - Somewhere in paradise - PARTE 2
Capítulo 15 - Somewhere in paradise (PARTE 3)
Capítulo 15 - Somewhere in Paradise - PARTE 4
Capítulo 16 - Please, I'm sorry!
Capítulo 17 - SOS - parte 1
Capítulo 17 - SOS - Parte 2
SOS - Parte 3
Capítulo 18 - Is our queen PARTE 1
Capítulo 18 - Is our queen PARTE 2
Capítulo 18 - Is our queen PARTE 3
Capítulo 19 - Nationals! - Parte 1
Capítulo 19 - Nationals! Parte 2
Aviso - LEIAM POR FAVOR
Capítulo 20 - It's time to say goodbye - PARTE 1
Capítulo 20 - It's time to say goodbye - PARTE 2
Capítulo 21 - I think I wanna marry you - PARTE 1
Despedida da Ya
Capítulo 21 - I think I wanna marry you PARTE 2 - FINAL
VOCÊS SABIAM?

Capítulo 13- A love unlike

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By yacamacho

Nota da Ya: Oie, hamigos lindos e leitores mais lindos ainda!!! Então passando apenas pra dizer que me enrolei um pouco essa semana por isso demorei mais a postar, e também pra avisar que vou tentar colocar uns gifs e fotos que eu criei no topo dos capítulos já postados e dos que vou postar a partir de agora, pra vocês terem o gostinho de ver as expressões dos personagens e como eles são também hahaha, então aí em cima pra vocês senhor Duan Young e senhorita Rachel Oliver!!!

Além disso, queria pedir a vocês que por favor curtam a página de The Last Year no facebook:


https://www.facebook.com/The-Last-Year-398592930334945

Na página eu to começando aos poucos a postar umas fotos do elenco, to pensando em colocar uns spoilers também através de diálogos entre os personagens, etc, mas pra isso queria um número maior de pessoas lá pra fazer valer a pena o trabalhinho extra.

Enfim, chega de papo, bom capítulo!!! Não esqueçam de comentar, pessoal, os comentários e os votos impulsionam a história pra que mais pessoas conheçam e é muito importante, então deixem um comentário sobre o que acharam, votem, recomendem aos amigos, etc.

bjos da Ya!!!!!

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Após o dia agitado no colégio, os alunos se puseram a ir para suas casas, hoje o expediente terminara mais cedo devido a uma previsão de grande chuva que se aproximava podendo originar tornados. Assim que saiu da escola, Brandon caminhou até o carro, ainda encarado por olhares discriminantes, que o julgavam. Ele adentrou o mesmo e arrancou com toda sua força. Havia procurado Belatrix a manhã toda sem nenhum sucesso, até que foi avisado por algumas pessoas que ela havia ido embora com uma expressão frustrada em semblante. Brandon então resolveu ir a seu encontro. Ao chegar a enorme casa de Bella, Brandon bateu com força na porta principal. Suas mãos tremiam, elas já estavam avermelhadas devido à força que ele aplicava sobre à maneira grossa pela qual a porta era feita. Quando essa finalmente se abriu era possível ver o brilho nos olhos azuis de Brandon, ele abriu um enorme sorriso ao avistar Belatrix se apoiando na sacada da porta.

-O que você quer? - Ela perguntou seca. O sorriso de Brandon rapidamente se reduziu ao perceber o desencanto de Belatrix com sua presença. - Anda, Brandon! Diz logo o que você quer? - Belatrix deu um tapa na porta.

-Bom, eu, eu vim pra gente ficar junto, agora que todos já sabem podemos voltar. - Brandon a pegou pela cintura, mas Bella rapidamente se desprendeu de suas mãos. Brandon cerrou seus lábios com o desprezo de Bella.

-Você é um idiota mesmo, não é? - Ela riu. -Acha mesmo que vamos ficar juntos? - As mãos de Belatrix acariciaram os cabelos castanhos de Brandon, que se mantinha sério. - Põe uma coisa na sua cabeça Brandon: Eu NUNCA vou voltar com você. - Ela frisou a palavra.

-Por que tá dizendo isso? - Brandon disse entre os dentes. Bella gargalhou e se aproximou delicadamente de Brandon. Depois de dar uma volta completa em torno do mesmo, ela disse baixinho em seu ouvido:

-Você não significa nada pra mim, Brandon, eu perdi o Duan por sua causa. - Ela o encarou com raiva.

-Não foi minha culpa. - Brandon gaguejou.

-Ah foi sim, Brandon, como você pôde? Traiu seu melhor amigo. - Bella levou a seu rosto uma expressão triste. - Como pode ter tido esse sangue frio de olhar nos olhos dele estando com a namorada dele? Você foi cruel, Brandon. - Suas palavras pareciam agredir Brandon, ele mordia os lábios compulsivamente e sua respiração era ofegante. Belatrix estava, nitidamente, conseguindo fazê-lo se sentir culpado.

-Eu não queria que fosse assim, eu só queria te ter, Bella. - Ele choramingou.

-E agora você não vai ter nem a mim e nem ao Duan. - Ela riu. - Porque é isso que gente como você merece: ficar sozinho. -Bocejou forçado. -Sabe, Brandon, você não presta pra nada, nem mesmo pra amante você não prestou. - Bella sorriu angelicalmente.

-Não diz isso, Bella, por favor. - Ele a puxou pra perto.

-Me solta, Brandon, já chega. - Ela fez careta. - Não percebe que eu tenho nojo de você? É um bêbado medíocre que vive correndo atrás de mim. Um péssimo namorado, um péssimo amigo, você Brandon, é péssimo em tudo. - Bella gargalhou. - Vai embora daqui e tire da sua cabeça a possibilidade de ficarmos juntos, porque você nunca vai estar a minha altura, entendeu? - Ela acariciou seu rosto. Belatrix deu as costas a Brandon que não teve palavras pra rebater, e em seguida fechou a porta deixando-o ali parado, estável. Os olhos de Brandon estavam molhados devido às palavras de Belatrix. Realmente a culpa lhe incendiava. Ele correu até o carro, ainda meio desnorteado e deu uma partida violenta fazendo os pneus cantarem.

******

Giovanna estava jogada sobre Duan enquanto o mesmo acariciava seus cabelos castanhos como se os desembaraçasse. Os dois riam levemente enquanto entoavam uma conversa descontraída. Giovanna encarava Duan e só conseguia se sentir feliz, afinal, apesar de tudo e de saber que de fato ele ficou abalado com o que aconteceu, era bom pensar que ele estava finalmente de olhos abertos, finalmente leve, sem ser feito de bobo, sem contar que era gratificante pra ela perceber que estava conseguindo fazê-lo sorrir.

-Eu ainda não acredito que você deu na cara da Belatrix. - Duan riu. - Você não tem nem um terço do tamanho dela, Giovanna! - Disse fazendo Giovanna rir.

-Cala a boca, seu idiota, eu fiz para te defender, e porque ela merecia. - Disse sorrindo para o irmão. - Contei com a ajuda da Santana para me defender. - Fez uma careta.

-É, falei com ela, mas ela não quis admitir que fez isso por mim. - Ele rolou os olhos fazendo Giovanna rir de novo, mas Duan logo fechou o sorriso aos poucos. -Todo mundo sabia e eu me sinto um completo imbecil por não ter notado. - Duan disse para Giovanna com um tom calmo.

-O lance deles era meio suspeito, mas você não tem culpa de não ter notado. - A irmã acariciou levemente seus cabelos castanhos, enquanto Duan se afundava no enorme sofá de seu quarto.

-Várias vezes eu pedi para ele deixá-la em casa, imagina quantas vezes eles não aproveitaram e ficaram juntos, nossa eu fui tão cego, Giovanna! - Duan reclamou enquanto Giovanna o encarava de lábios cerrados. -Acho que não me sinto mal pela Belatrix. - Duan a encarou. - Mas achei que apesar daquele jeito dele, eu e Brandon éramos amigos, achei que podia confiar nele, ele era como um irmão pra mim. - Ele levou as mãos a coçar o rosto.

-Não acho que o Brandon tenha feito algo intencional, Duan, quer dizer, ele sabia sim o que estava fazendo, mas acho que estava sendo pau mandado da Bella. - Giovanna rolou os olhos. - Convenhamos que a capacidade de persuasão dela é admirável, afinal você por várias vezes, até a Rachel aparecer, fez tudo conforme as ordens dela. Mas de qualquer maneira o melhor é ficar longe dele também, ele não merece sua amizade e nem a compaixão de ninguém agora, depois de tudo o que fez, você não acha? - Giovanna riu de leve. Nesse momento Duan ficou pensativo, olhava fixamente para a parede, como se lembrasse de algo importante. - O que foi, Duan? - Giovanna arqueou a sobrancelha fina.

-Eu preciso ir. - Duan se levantou rapidamente e pegou sua jaqueta com o nome e o símbolo da escola bordados em cima do número vinte. Vestiu-a e se pôs a caminhar para a porta. Giovanna o encarava confusa, sem entender o que havia acontecido.

-Duan, aonde você vai? - Perguntou novamente. Duan riu e se voltou para a irmã depositando um beijo em sua testa.

-Obrigada, Gio, você é a melhor irmã do mundo. Estou de olhos abertos de verdade e preciso ir atrás de quem os abriu. - Ele riu e correu para a porta, batendo-a atrás de si.

-De nada? - Ela disse num tom de dúvida antes de rir.

******

Brandon dirigia sem muitos cuidados, a velocidade era alta, e não havia sinais vermelhos que o fizessem reduzi-la. Ao avistar um bar de esquina Brandon parou o carro de qualquer maneira sobre a rua e adentrou com pressa ao local. Depois de algumas longas horas a sobriedade já não lhe era mais característica. Brandon cambaleava tentado se levantar de um banco velho do bar. Sua mão estendida no ar pedia mais uma dose de bebida, antes mesmo que a anterior terminasse. Ele estava completamente bêbado, e não conseguia se controlar. Santana estava passando pela frente do local, com um belo casaco jogado sem compromisso nos ombros, e os cabelos soltos voando, avistou Brandon pelo lado de fora de uma vitrine de vidro, que lhe dava visão para dentro do bar. Ao perceber sua embriagues Santana rapidamente adentrou o recinto, chamando a atenção de vários homens que a encaravam e alguns mexiam por conta de sua beleza.

-Mas que gostosa, por que não vem aqui eu te pago uma bebida. - Um dos caras mexeu com Santana fazendo-a encará-lo com raiva.

-A gostosa aqui vem de um bairro ruim da região e acho que se não quiser conhecer alguns amigos meus é melhor calar a boca, ou eu mesma acabo com você. E se quiser pagar algo pra alguém pague um banho pra si mesmo, você cheira a rato morto. - Ela falou pontual fazendo todos se calarem. - E só pra constar eu ando armada. - Ela acrescentou. Quando Brandon a avistou bufou demonstrando desagrado.

-O que você quer, garota? - Ele disse pegando seu copo e dando uma golada.

-Eu tava passando e te vi aqui nesse estado deprimente, vamos logo, Brandon, vou te levar pra casa. - Ela segurou em seu braço, mas ele se soltou.

-Quem é você pra vir me dizer o que eu tenho que fazer? - Ele a segurou pelo braço.

-Cuidado parceiro ela anda armada. - Avisou um dos caras no bar já bêbado também fazendo Santana rolar os olhos.

-Quero te ajudar. - Ela o encarou.

-Não quero sua ajuda, aliás, eu não quero nada de você e nem de ninguém, porque eu sou um merda que ninguém quer ter por perto. - Ele levou as mãos à cabeça.

-Você tá bêbado, Brandon, por favor, me deixa te ajudar. - Ela segurou mais uma vez seu braço percebendo que ele estava tonto. Brandon não hesitou. A claridade lhe incomodava não só os olhos, mas a cabeça. Santana o conduziu com cuidado até o carro. Ele se apoiava em Santana, que andava com dificuldade devido ao tamanho e o peso de Brandon. Ao chegarem ao carro Santana pegou a chave em seu bolso e sem hesitar Brandon se sentou no carona. Santana começou a dirigir, Brandon permanecia com as mãos sobre os olhos.

-Sua cabeça dói muito? - Ela perguntou preocupada.

-Acho que vai explodir. - Ele disse choramingando.

-Por que você faz essas coisas? - Santana se virou pra ele enquanto o sinal estava fechado.

-Faço o que? - Ele soluçou.

-Bebe desse jeito, não é a primeira vez que te vejo assim. - Santana tentou pegar em sua mão, mas ele rapidamente a tirou. Ela mordeu os lábios. - Na verdade você está sempre assim. - Ela abaixou a cabeça sem graça.

-O que eu faço ou deixo de fazer não te interessa, Santana. - Brandon riu de leve.

-Tem razão. - Ela acelerou o carro.

******

https://www.youtube.com/watch?v=5MFRZR_iGaQ - Escute Impossible, Shontelle.

Duan desceu do carro, correu para a porta simplória da casa de Rachel. Estava finalmente entendido de tudo o que sentia. Rachel abriu seus olhos desde o início para a mentira que ele vivia ao lado de Belatrix e ele a amava de verdade. Quando Harry o explicou o amor, ele só conseguia pensar que era exatamente o que sentia por Rachel e agora com tudo claro e resolvido, sem obstáculos ou medos, ele podia finalmente mostrar isso a ela, mostrar que estava decidido e que era ela quem ele amava. Bateu a porta com um sorriso enorme, mas não foi ela e sim sua avó, vestida num belo vestido florido, até as canelas que abrira a mesma. Ela sorriu. - Boa noite, meu querido, em que posso ajudá-lo? - Disse.

-Boa noite, Sra. Oliver. - Duan retribuiu o sorriso. - Será que a Rachel está em casa? -Perguntou.

-Está sim, meu querido... - Ela disse encarando-o.

-Duan. - Disse. - Duan Young. - Se apresentou.

-Duan é um belo nome. - Ela sorriu. - Eu vou chamá-la! - Deu uma piscadela fazendo Duan corar. A porta se fechou por um momento. Duan sentia seu corpo vibrar de ansiedade enquanto esperava. Não demorou muito até que Rachel abrisse a porta. Estava linda, esse foi o primeiro pensamento de Duan ao avistá-la.

-Duan? - Rachel franziu o cenho demonstrando sua surpresa ao vê-lo ali.

-Olá. - Disse corado. -Você está linda. - Ele deixou o nervosismo escapar em uma voz meio trêmula.

-Obrigada. - Rachel corou e abaixou a cabeça em disfarce. - Como você está? - Perguntou. - Soube o que aconteceu com você e Belatrix hoje e sinto muito. - Cerrou os lábios.

-Sente mesmo? - Duan sorriu fazendo Rachel arquear a sobrancelha em dúvida. - Uma vez você me disse que não poderíamos nos envolver porque eu tinha namorada e não sabia quem eu queria. - Ele gaguejou - Mas agora eu estou aqui, posso ficar com você, eu quero ficar com você. - Ele sorriu e pegou sua mão. Rachel sorriu torto, como se estivesse um pouco incomodada, enquanto ele dizia cada uma de suas palavras insanas, ela o encarou.

-Quer mesmo, Duan? - Ela cruzou os braços.

-Como assim? - Ele perguntou confuso, preocupado com sua reação.

-Quer dizer que ai você descobre que sua namorada te traía com seu melhor amigo, vocês terminam forçados devido ao ocorrido e você finalmente descobre que quer ficar comigo. - Ela riu. - Acha que eu sou o que, Duan? - Seu sorriso logo se desfez. Duan corou.

-Rachel, eu quero ficar com você, eu sempre quis, você sabe. - Ele tentou segurá-la, mas ela se esquivou.

-Duan, eu quero ficar com você, mas quero que fique comigo de verdade, não que corra pra mim depois de levar um pé na bunda e sim porque você gosta de mim, porque você a deixou pelo que sentia por mim. - Ela abraçou o próprio corpo com os braços.

-Eu sei que eu parecia indeciso, e eu realmente estava. - Duan engoliu a seco com a expressão vazia de Rachel. - Eu estou aqui agora, Rach, você sabe o que eu sinto por você, eu só não tinha coragem para terminar com a Bella, mas eu não estou mais preso a ela, posso e quero estar aqui com você. - Ele pegou em sua mão fazendo-a sorrir de leve. - Vamos ficar juntos. - Ele pediu. Rachel soltou sua mão, sorriu novamente.

-Não, Duan. - Disse. - Assim não. - sorriu tristonha. - Me desculpe, mas eu preciso ir, não quero ser seu prêmio de consolação. Tchau, Duan. - Ela fechou a porta interrompendo a próxima fala que Duan executaria, não lhe dando chance de explicar-se ou dizer-lhe qualquer coisa. Duan bufou e deu um soco na batente da porta.

-Que droga. - Soou. Não demorou muito para que a porta se abrisse de novo fazendo-o sorrir, mas novamente a avó de Rachel lhe sorriu parecendo um tanto preocupada, provavelmente viu que Rachel não estava bem e queria checar o que houve. - Senhora Oliver, por favor, precisa fazer ela me escutar. - Duan disse quase numa súplica.

-O que houve? - Ela perguntou.

-Errei com sua neta. - Duan disse pontualmente. - Demorei pra perceber isso, mas agora eu estou aqui e eu sei que eu a amo como nunca amei ninguém nessa vida e estou disposto a continuar tentando até ela acreditar que eu só posso ser de uma pessoa e essa pessoa é ela e mais nenhuma outra. - Completou. A avó de Rachel sorriu com aquelas palavras.

-Você ama mesmo a minha neta? - Ela perguntou.

-Muito, senhora Oliver, mas ela não acredita em mim. - Duan suspirou. - Por favor, me ajude, eu não sei o que vou fazer da minha vida se ela não fizer parte dela. - Concluiu.

-Você me lembra meu falecido marido. - Ela sorriu. - Tem o mesmo olhar a mesma emoção quando fala de amor. - Suspirou. - Eu vou ajuda-lo contanto que me prometa que não fará minha Rachel sofrer. - Disse.

-Eu prometo que não farei. - Duan riu frouxo. - Ela é a pessoa mais especial do mundo e eu só quero fazê-la feliz. - Completou.

-Então estamos juntos nessa, Duan! - A agradável senhora lhe sorriu de novo fazendo Duan rir frouxo. -Mas agora ela está magoada e precisa de um tempo então eu lhe aconselho que volte depois com mais calma e ela o ouvirá. - Disse.

-Tudo bem. - Duan respondeu rapidamente, ainda com o semblante tristonho, mas o sorriso que a avó de Rachel lhe lançara agora o fez ter mais esperança do que pensou que poderia depois daquelas palavras e atitude rudes de Rachel. Ele então assentiu e logo caminhou calmamente para seu carro que não demorou muito para dar a partida.

******

Depois de um longo tempo de silencio dentro do carro que cheirava a orvalho, coisa que Brandon constatou pouco depois de entrar no mesmo, o que era basicamente um elogio já que em seguida ele disse que amava esse cheiro e que só o sentia quando estava perto de Santana, ele começou a chorar. - Tá chorando? - Santana arregalou os olhos.

-Eu sou um imbecil. - Ele a encarou. - Faço tudo errado, sou um péssimo namorado, um péssimo amigo, sou péssimo em tudo. - Brandon levou as mãos aos olhos.

-Isso não é verdade, você errou, mas a culpa não foi só sua, foi da Belatrix também. - Santana tentou arranjar palavras para consolar Brandon, mas ele soluçava com o choro.

-Não foi culpa dela, foi minha culpa. - Brandon encarou Santana.

-Brandon, você tá bêbado, suas ideias não estão no lugar. - Ela acariciou seu rosto, que ele não afastou de suas pequenas mãos.

-Por que tá me ajudando? - Brandon disse entre os dentes - Eu só te esnobo e te trato mal e mesmo assim você tá me levando pra casa, por que não me deixou lá pra beber mais e quem sabe morrer no caminho? - Ele riu irônico.

-Conversar com bêbado é deprimente, principalmente quando começa a fase de ódio de si mesmo. - Santana revirou os olhos.

-Sabe, Santana, eu bebo porque é o único jeito de esquecer tudo de ruim que acontece comigo. - Brandon disse ainda atordoado. - Não tenho nada, não tenho a Bella, perdi meu melhor amigo, porque o Duan nunca vai me perdoar, não sou mais capitão do time, meus pais nunca estão em casa, eu nunca tive e nunca vou ter nada, e o pouco que eu tinha eu perdi. - Brandon gargalhou.

-Sinto muito por isso. - Santana disse quase sussurrando.

-Sente mesmo, Santana? - Ele a encarou. - Tudo o que você queria era me ver sem a Bella, sem a minha Bella, e agora eu to aqui sozinho. - Ele disse. - Finalmente estou aqui com você, e vai me dizer que não está feliz? - Riu.

-Não sou esse tipo de pessoa. E acho que deixei bem claro na festa que não estou mais disposta a ter algo com você. - Santana respondeu seca. Dobrando a rua em seguida, a casa de Brandon se fez a mostra. Era uma enorme casa num tom azul turquesa, que dava aparência agradável aos olhos. Santana então saiu e começou a tirá-lo com cuidado do carro. Sem dizer uma só palavra abriu a porta da casa de Brandon e o carregou até seu quarto. Ao deitá-lo na cama, ela tirou sua camisa suja, e levemente vomitada e o cobriu. Santana caminhou até a porta, mas Brandon se ergueu um pouco sobre a cama e a chamou.

-Santana! - Soou fazendo-a voltar-se para ele. Ao chegar de Santana, Brandon se sentou sobre a cama e acariciou seu rosto. -Nunca tinha repardo como você é linda, sabia? - Brandon mordeu os lábios.

-Curioso você reparar nisso agora. - Ela disse ironicamente fazendo-o sorrir, mas as mãos dele acariciando seu rosto, fazendo aquele toque macio lhe arrepiar os pelos a deixava atordoada demais para continuar uma série de provocações, coisa que normalmente não seria problema pra ela. -Tenho que ir embora, Brandon. - Santana gaguejou. Era possível sentir o bafo de bebida de Brandon o que fez Santana sentir certa ânsia.

-Fica aqui comigo, Santana... Tem espaço pra nós dois na minha cama. - Ele a puxou pela cintura, fazendo-a cair de leve sobre seu colo para logo receber um beijo atordoado em seus lábios.

-Acho melhor não, eu tenho que ir. - Ela se soltou de seus braços, mas ele logo a segurou com força pelo punho.

-Que droga é essa, garota? - Ele franziu a testa. - Sempre quis ficar comigo, sempre deu em cima de mim e agora que eu to aqui te implorando pra ficar você não quer? - Brandon a puxou pra perto de seu corpo. Santana engoliu a seco.

-Eu sempre fiz tudo isso sim, Brandon, mas não para o resultado ser dessa maneira. - Santana o encarou com tristeza nos olhos.

-Qual é, Santana, vai me dizer que você valoriza o sexo? - Brandon gargalhou soltando o braço de Santana e se deitando. - Você já deu pra todo mundo, garota, menos pra mim, mas é o que você tem querido já faz um bom tempo, então por que não aproveita? - Brandon deitou em cima dos braços, demonstrando seus músculos definidos que estavam totalmente à mostra, assim como seu peitoral.

-Sei que você pensa que eu não dou valor pra isso, e quer saber por muito tempo eu não dei mesmo... - Santana respirou fundo antes de continuar. - Até que eu conheci você, e tudo o que eu mais queria era ter você comigo. Eu quero sim ficar com você, Brandon, mas quando for pra isso acontecer quero que você se lembre no dia seguinte. - Santana encarou os pés. Brandon se manteve em silencio o que chamou a atenção de Santana que rapidamente levou seus olhos a ele. Como um anjo, Brandon havia apagado, seus olhos pareciam pesados de tanto cansaço. Santana se aproximou de Brandon sorrindo e com cuidado o cobriu novamente. Antes de sair ela acariciou seu rosto e deu um beijo em sua testa. Para não acordá-lo saiu do quarto na ponta dos pés e fechou a porta com cuidado para não batê-la. Ao fechar a porta atrás de si e sair deu de cara com a mãe de Brandon que a encarou.

-Quem é você? - A mãe de Brandon levou as mãos à cintura.

-Prazer, senhora Clarck, meu nome é Santana Martinez. - Santana estendeu a mão, mas Annabelle não a apertou.

-O que estava fazendo no quarto do meu filho? - Ela arregalou os olhos.

-Eu o encontrei em condições ruins, senhora, e o trouxe pra casa em segurança. - Santana mordeu os lábios.

-Acha que eu sou idiota? - Annabelle a encarou com raiva. - Estavam transando, não é? - Ela riu. - Já disse pro Brandon que não quero garotas do seu tipo na minha casa. - As palavras de Annabelle fizeram Santana respirar fundo.

-Espera um pouco, que tipo de garota acha que eu sou? - Santana riu. - Olha só, eu trouxe o seu filho pra casa porque ele estava bêbado jogado num bar sujo, e provavelmente não chegaria vivo em casa dirigindo aquele carro, e quer saber mais? Seu filho é um alcoólatra e a culpa é sua, não é de mim que ele precisa é de você e do seu marido, porque ele me disse que vocês nunca estão em casa. - Santana franziu a testa. - Eu não transei com o seu filho, mas se tivesse essa não deveria ser sua maior preocupação, deveria se preocupar em ajudar seu filho a superar essa doença, antes que não tenha "garotas do meu tipo" pra ajudá-lo a chegar vivo em casa. - Santana a empurrou de leve com o ombro e caminhou em direção a porta de saída que bateu com força. Annabelle não proferiu uma palavra, tampouco tomou alguma atitude, apenas assentiu. Encarou o vazio por alguns segundos, pensando nas palavras rudes e frias, porém verdadeiras que Santana proferiu. Ela sabia da veracidade daquilo. Foi encostando de leve a cabeça na porta de Brandon antes de abrir e vê-lo dormindo como uma criança. Ela adentrou o quarto e se sentou ao lado do filho, acariciando-lhe os cabelos castanhos.

*******

Duan adentrou seu quarto e bateu a porta com força. Giovanna ao perceber sua presença de volta a casa correu para o quarto do irmão, ainda curiosa com sua saída inexplicavelmente animada e sem avisos. - Ei, onde você estava? - Giovanna deu um sorriso, mas logo o desfez ao perceber a cara feia que Duan lhe lançara. - O que houve? - Ela adentrou rapidamente.

-Dá um tempo, Giovanna. - Duan disse com raiva.

-Qual é, Duan? - Ela devolveu o tom raivoso. - Estava apenas querendo te ajudar. - Giovanna disse dando meia volta para sair do quarto.

-Espera! - Duan chamou-a fazendo ela se voltar para ele. - Me perdoe, tudo bem? - Pediu.

-Tudo bem. - Ela respondeu se sentando ao lado dele. - Pode me dizer onde estava e por que voltou com tanta raiva? - Ela segurou a mão do irmão que se jogou sobre a cama.

-Fui a casa da Rachel. - Disse entre os dentes. Giovanna arqueou a sobrancelha e se deitou ao lado dele.

-Na casa da Rach? - Questionou curiosa. - O que foi fazer lá, Duan? - Giovanna indagou.

-Fui pedir para ficarmos juntos. - Ele respondeu antes de bufar.

-Ficar juntos? Duan você é maluco? - Giovanna riu de leve fazendo-o encará-la grosseiramente. - Acabou de terminar com a Bella e foi atrás da garota? Ela deve ter ficado no mínimo furiosa. - Rolou os olhos demonstrando a infantilidade do irmão.

-Dois pés na bunda no mesmo dia, é um novo recorde? - Duan riu.

-Você já tomou mais do que isso, mas nunca foi tão merecido. - Ela riu também. - Sério, Duan, parece que você foi atrás dela porque acabou de levar um fora, está carente e quer um passa tempo, um prêmio de consolação! - Ela balanceou a cabeça como se dissesse o óbvio.

-A Rachel nunca seria um passa tempo, você sabe que eu gosto dela. - Ele se sentou. - Eu apenas não conseguia terminar com a Bella, tinha medo do que isso desencadearia, mas não a amava, eu queria a Rach. - Disse em sua autodefesa. - Eu realmente pensava que se eu e a Belatrix terminássemos um dia eu ia cair numa depressão enorme, que eu choraria igual uma criança, mas Giovanna eu não to triste, eu nem sequer to com raiva da Bella, eu to até feliz de me ver livre dela. Eu amo a Rachel da forma como nunca amei a Belatrix. - Ele suspirou.

-Não foi o que pareceu. - Giovanna o beliscou de brincadeira.

-Qual é, Gio, você sabe disso, fale com ela por mim! - Pediu.

-Ah, Dudu, me deixa fora dessa, ok? - Giovanna riu agarrando as costas do irmão. - Eu não gosto de me meter em relacionamentos alheios, nem sei fazer isso, mas relaxe vocês vão se entender, acho que você só precisa achar um meio de mostrar a ela que você realmente gosta dela. - Giovanna sorriu fazendo Duan olhar para ela com uma expressão feliz.

-É claro. - Ele disse rindo. - Mostrar a ela, provar para ela que eu gosto dela! Giovanna, você é um gênio! - Ele puxou a irmã abraçando-a.

-Ai, Duan! - Ela gritou devido a força que ele aplicava sobre seu corpo pequeno e magro. - Eu sei que sou, mas me solta antes que a minha genialidade se esvaia junto com o meu ar! - Pediu fazendo-o rir. - Nossa. - reclamou. - Uma coisa eu te digo, se ela não quiser você, tente abraçá-la dessa forma, porque ela terá apenas duas escolhas: Ficar com você ou morrer. E acho que ficar com você deve ser menos pior que a morte. - Giovanna fez careta fazendo Duan rir. Ele a agarrou e começou a fazer cócegas. Os dois caíram em suas gargalhadas. Nesse momento, Harry deu duas batidas de leve na porta já aberta do quarto e saudou aos dois com um sorriso breve.

-Olha só quem está aí... - Disse Duan sorrindo.

-Pois é, o destruidor de corações e o coração partido, melhor eu me retirar. - Giovanna disse seca.

-Quando sua raiva vai passar, Gio? - Harry perguntou antes de suspirar.

-Já passou, mas ainda te acho um traíra, boa noite, maninho, amo vocês! - Ela disse antes de dar uma piscadela e sair caminhando em direção ao seu quarto. Duan riu vendo a expressão que se formou no rosto de Harry devido as palavras de Giovanna. Harry sem dizer uma só palavra se sentou ao lado de Duan e logo os dois suspiraram como se estivesse combinado aquilo. Não demorou muito para que Duan quebrasse o silêncio.

-O que você tem? - Perguntou.

-Não é hora de falar de mim. - Harry o encarou. - Como você está? - Perguntou.

-Péssimo, mas não pela Belatrix e sim pela Rachel, eu fui atrás dela e ela me deu um fora. - Rolou os olhos.

-Eu devia ter vindo aqui mais cedo então e ter te dito que isso aconteceria. - Harry sorriu.

-Como assim? - Duan arqueou a sobrancelha.

-Falei com a Rachel hoje mais cedo e ela deixou bem claro que não acreditava nos seus sentimentos por ela. - Falou. - Eu defendi seus sentimentos, disse que você a amava, mas ela está irredutível e ainda me deu um leve sermão, como se eu já não tivesse levado muitos de você, da Giovanna e até da Santana. - Harry bufou.

-Obrigado por tentar me ajudar, como sempre. - Duan sorriu pro irmão que logo sorriu de volta.

-Sabe que não há nada que eu não faria por você, irmão. - Harry disse antes de suspirar longamente. - Quando nossas vidas vão se arrumar? - Perguntou.

-A sua eu não sei, mas eu vou atrás da Rachel até ela acreditar no que eu sinto por ela, mesmo que pra isso eu tenha que gritar pra toda Seattle ouvir. - Ele riu.

-Você está certo. - Harry riu frouxo. - Tem sorte por poder fazer isso e sei que ela vai te escutar. - Disse. - Mas enquanto ela não escuta, será que podemos fazer algo pra curar a fossa que se estabeleceu na vida dos homens dessa família? - Ele perguntou antes de gargalhar junto a Duan.

-Vai passar: Ela é demais, na TV hoje e tem chocolate lá embaixo. - Duan falou antes de rir.

-Vai passar algo que não tenha as palavras ela e demais na mesma frase? - Perguntou Harry fazendo careta. - Não preciso de ajuda pra me lembrar disso, já que eu só penso nisso. - Riu.

-Quer saber eu quero comer um hambúrguer enorme agora, é isso o que eu quero e depois eu quero ver o jogo de futebol, e eu quero batatas fritas e milk-shake e uma lasanha de quatro queijos pra fechar bem à noite e comemorar a liberdade do meu estômago! - Ele vibrou fazendo Harry gargalhar.

-Então vamos comemorar! - Ele disse ainda rindo junto ao irmão.

******

Um novo dia se pôs no céu, era um belo sábado chuvoso, e as previsões do tempo ainda alertavam a população de Seattle para possíveis tempestades tropicais e tornados, mas nada disso impediu que Brandon ainda atordoado pela ressaca da noite anterior pegasse seu carro e dirigisse até o bar mais próximo que encontrou. Apesar da dor de cabeça que lhe causava ânsias de vômito a sobriedade lhe parecia um castigo ainda maior, sentia firmemente que a bebida era uma solução plausível para o caos que sua vida, já nada bela, havia se transformado. Ele levantou a mão, fazendo sinal para o dono do bar lhe trazer a primeira dose. A segunda, a terceira e assim se seguiram as incontáveis doses de diversas bebidas: cerveja, uísque, drinques, vinhos, tudo o que lhe parecia pior para lhe causar porres ainda mais graves, até que lhe desacordassem de vez para um sono tranquilo. Depois de horas ali, resolveu finalmente voltar para o carro. Parecia estar bêbado o suficiente para chegar e se jogar na cama para mais um dia e noite inteiros de sono. O dono do bar já o havia expulsado, era hora de ir. Brandon pegou seu carro, e saiu em disparada até a casa.

Ao chegar lá, saiu de seu carro mal estacionado e caminhou cambaleando pelo jardim de sua casa, mais uma vez, como de costume, principalmente nos últimos tempos. Antes de virar a maçaneta ele deu alguns passos pra trás, como se perdesse por alguns segundos todo o equilíbrio de seu corpo, mas rapidamente voltou a si e finalmente adentrou a enorme porta de madeira escura que separava um jardim florido de uma bela e enorme casa. Ao avistá-lo Annabelle, sua mãe, correu em sua direção um tanto que afobada, mas ainda assim o mais silenciosa que podia, já Brandon fez questão de soltar um berro estendendo os braços para a mãe que o calou de repente com um quase silencioso "shhh".

-Seu pai está em casa hoje, Brandon, se ele te ver assim mata a nós dois, vai direto pro banheiro, toma um banho gelado e tente ficar sóbrio para descer e cumprimentá-lo antes do jantar. - Annabelle ralhou, porém Brandon deu de ombros. - Agora, Brandon, não me faça carregá-lo lá pra cima. - Seus olhos o encararam raivosos o que fez Brandon gargalhar num tom alto o suficiente para anunciar que chegara a casa. Mais uma vez Annabelle tentou mandá-lo ficar quieto, mas era tarde demais, pois o senhor Clark com sua feição pouco amigável já havia aberto a porta principal de seu escritório que dava direto na bela sala aonde ocupavam Brandon e Annabelle. Seus olhos fitaram Brandon irritado, e sem proferir qualquer discurso ele apenas se aproximou com os braços cruzados na frente do peito. Annabelle rapidamente abaixou a cabeça, como sempre amedrontada pela presença quase rara de seu marido. O pai de Brandon nunca fora muito presente, e com isso todos, principalmente Brandon, já eram acostumados, o real problema era de que quando ele estava em casa queria encontrar tudo em seu devido lugar, mesmo que sabendo que quando estava ausente não era exatamente dessa forma, e sim, ele realmente sabia, mas ignorava enquanto longe.

-Posso saber por que ouvi seus gritos da minha sala, Junior? - Seu pai, também Brandon, disse grosseiramente. Brandon gargalhou mais uma vez antes de encarar diretamente seu pai que já demonstrava total impaciência ao deboche do filho.

-Eu só estava rindo, senhor Clark, nada que você saiba já que vive trancado no seu escritório. - Brandon cambaleou tentando se aproximar do pai que revirou os olhos e rapidamente encarou Annabelle que ainda se mantinha calada.

-Está bêbado? - Sr Clark fez a pergunta apenas para ver o que lhe seria respondido, pois era nítido o cheiro de bebida que vinha do hálito de Brandon, sem contar que sua presença quase alta e debochada denunciava que não estava sóbrio.

-Pois é eu bebi. - Brandon riu. - Mas foi só um pouco, pai, não liga, afinal foi você quem me ensinou: Beba e fuja das responsabilidades de pai, marido e ser humano, não é isso? - Brandon se aproximou e deu um tapinha no ombro do pai.

-Quer dizer que você tem tempo o suficiente pra estourar três cartões de crédito em compras em um só mês, mas não tem tempo pra dar um pouco de educação pro seu filho? - Brandon fitou a esposa com um tom de voz cada vez mais alto o que a fez se encolher assustada.

-Espera! - Brandon chamou a atenção para si. - Espera aí, eu sou seu filho também, não é? - Ele riu. - Quer dizer que você tem tempo pra fechar transições, negócios, comprar firmas, vender ações e não tem tempo pra me educar? - O sarcasmo na voz de Brandon fez com que sua mãe arregalasse os olhos.

-Brandon, respeite o seu pai e vá agora tomar um banho e tirar esse cheiro de bebida. - Annabelle o encarou colocando as mãos na cintura fina.

-Calada! - Disse seu marido. - Quero ouvir o que o Junior tem pra me dizer, afinal é sempre bom ouvir o que um filho tem pra dizer. - Brandon encarou o filho atenciosamente, já este riu sem dar muita moral para qualquer palavra do pai.

-Quer saber? - Deu uma leve soluçada. - Eu to cansado, vou dormir. - Brandon caminhou até a escada.

-Brandon Clark Junior, não ouse dar as costas pra mim e pro seu pai. - Annabelle ordenou com o tom de voz elevado antes de ser encarada pelo marido com um olhar de repreensão.

-Dá pra vocês me deixarem em paz? Mas que inferno eu só quero dormir droga! Quando eu quero conversar com vocês e ter um pouco de atenção, você - Ele apontou pra mãe. - está sempre ocupada fazendo compras, gastando dinheiro com suas futilidades e você - Ele agora encarava o pai com um olhar quase choroso. - Você nunca tá aqui, nunca esteve, tudo que eu aprendi sobre ser homem foi na rua, porque as poucas vezes que esteve em casa foi pra se trancar naquela merda de escritório ou então estava bêbado para não precisar encarar as brigas com a mamãe. - Brandon deu as costas e voltou a caminhar na direção da escadaria.

-Volte aqui agora, Junior. - Seu pai disse com uma voz fria. Brandon então parou e voltou a fitá-lo com desprezo. -Acha que isso é ser homem? - Seu pai se inflou parecendo ainda maior para Brandon. - Você é um moleque mimado, mimado por essa incompetente que você chama de mãe e eu, infelizmente, de esposa. - O senhor Clark fitou Annabelle que sem dizer uma só palavra encarava os pés, segurando firmemente as mãos cruzadas uma na outra na frente do corpo.

-Não fala assim dela, pelo menos ela esteve mais tempo aqui do que você. - Brandon levantou o tom de voz.

-ABAIXE AGORA O SEU TOM COMIGO, BRANDON. - Ele mais uma vez se impôs, porém agora sem sucesso, pois a coragem já havia lotado o peito de Brandon.

-BAIXE O TOM VOCÊ! - Brandon berrou encarando-o. - NUNCA ME ABRAÇOU, NUNCA BRINCOU COMIGO, EU APRENDI A JOGAR FUTEBOL SOZINHO, APRENDI A BEBER SOZINHO, APRENDI A CONSEGUIR MULHER SOZINHO! - Brandon gritava cada vez mais alto o que fez Annabelle chorar encarando a tristeza no olhar do filho. - VOCÊ NUNCA ME AMOU, NUNCA CUIDOU DE MIM QUANDO EU ESTIVE DOENTE, ALIÁS NENHUM DE VOCÊS, FORAM AS INÚMERAS BABÁS QUE FAZIAM EU ACREDITAR QUE EU ERA IMPORTANTE, MAS NÃO EU NUNCA FUI. EU SOU UMA DROGA DE CRIANÇA ARRANJADA PRA SEGURAR UM MARIDO RICO. - As últimas palavras de Brandon fizeram o pai dar um tapa em seu rosto, marcando-o completamente com uma vermelhidão, e a força que o senhor Clark depositara para atingir a face do filho fora tão grande que Brandon tombou e caiu no chão. Annabelle deu um gemido agoniado ao ver o filho sendo atingido pela mão pesada do marido, aliás, ela conhecia essa dor.

-É UMA VERGONHA PRA MIM TE TER COMO FILHO. - Sr Clark pôs o dedo indicador quase no rosto de Brandon. - VOCÊ É UMA VERGONHA COMPLETA, NÃO PRESTA PRA NADA, E SE EU SOUBESSE QUE VOCÊ SERIA ESSA DESGRAÇA EU NUNCA TERIA DEIXADO VOCÊ LEVAR O MEU NOME, PORQUE ESSE NOME É PRA HOMENS E NÃO PRA MOLEQUES E É ISSO QUE VOCÊ É, BRANDON, UM MOLEQUE INSOLENTE QUE EU PREFERIA QUE NUNCA TIVESSE NASCIDO. - As palavras duras de seu pai fizeram Brandon chorar ainda caído no chão, agora com uma das mãos apoiando o resto do corpo e a outra massageando o rosto que agora já estava quase que em relevo e latejava dolorosamente. Suas lágrimas saíam com dor. - E quanto a você, Annabelle, eu sabia que era um fracasso como esposa, mas como mãe eu realmente estou surpreso e nem deveria estar. - Ele lançou um olhar duro pra esposa que chorava já de soluçar. - Amanhã mesmo eu estou voltando pra Londres, tenho negócios a fazer e sinceramente não quero ver nenhum de vocês dois até terem uma postura descente. Annabelle, vá cuidar do seu filho pelo menos uma vez, ele está fedendo a bebida e não quero que ele vomite no meu carpete. - Ele fitou Brandon mais uma vez antes de caminhar até o escritório e bater a porta com força depositando nela toda a sua raiva e desgosto. Brandon chorava compulsivamente no chão, tentando se levantar sem sucesso. Sua mãe ao ver a porta se fechar por completo correu até o encontro do filho e acariciou seu rosto que pode constatar que estava num tom arroxeado perto de seu olho direito. Ela não conseguia conter as suas lágrimas, mas secava cada uma que escorria dos olhos azuis de Brandon.

-Vem, meu amor, vamos cuidar de você. - Annabelle o ajudou a levantar calmamente. Seus pequenos braços se perdiam no meio dos músculos de Brandon, que a essa altura não conseguia mais se reerguer sozinho. Estava completamente bêbado e o tapa do pai apenas lhe tirou as poucas forças que ainda tinha. Apoiado na mãe, ele caminhou escadaria à cima, cambaleando um pouco, principalmente pelos saltos enormes que Annabelle usava nos pés, o que apenas dificultava o equilíbrio de ambos. Depois de alguns minutos de intensa dificuldade, os dois finalmente chegaram ao segundo andar da casa e caminharam até o banheiro do quarto de Brandon aonde ela o ajudou a se banhar. Brandon reclamava durante o banho por causa da água gelada, porém ela realmente não parecia se importar, apenas enfiava os cabelos dele debaixo do enorme jato lançado pelo chuveiro. Em seguida ela o ajudou a se vestir com um pijama e deitou-o na cama enquanto foi buscar um café forte que se arriscara em preparar. Brandon deu uma golada no café e sua careta foi nítida, o que fez Annabelle rir.

-Está muito ruim? - Annabelle fez uma careta, erguendo uma das sobrancelhas.

-Sem querer ofender, mas tá péssimo, mãe! - Brandon gargalhou vendo o desanimo fingido no rosto da mãe.

-Seu pai tem razão, eu não faço nada bom, não é? - Ela sorriu de canto.

-Não fala assim, mãe. - Brandon a puxou para um abraço de lado. Ela rapidamente pôs sua cabeça entre o ombro e o pescoço de Brandon, aonde se pôs a chorar. - Me desculpa pelas coisas que eu falei? - Brandon disse acariciando seus cabelos.

-Você não disse nada que não fosse verdade, meu filho. - Ela segurou com uma das mãos em volta do pescoço de Brandon para trazê-lo pra mais perto.

-Claro que não, mãe, eu sou um imbecil, sempre critiquei os modos do meu pai e to me tornando a cópia fiel dele. - Brandon mordeu a parte inferior do lábio antes de encarar o vazio.

-Você nunca vai ser como ele, Brandon, você é doce, é lindo, cheio de vida, só precisa que alguém que te coloque no caminho certo. - Annabelle se desencostou do corpo de Brandon para encará-lo. Brandon riu com ironia pelo "caminho certo" que a mãe citou.

-Não sei não e não me preocupo com isso agora, mas e você, esse é o seu caminho certo?- Brandon a fitou franzindo o cenho.

-Ah, Brandon, minha idade já passou, eu já me meti em caminhos demais na vida e não quero me meter em mais nenhum. - Annabelle gargalhou como se por um momento pudesse rever os caminhos por onde ela diz que passou um dia.

-Mãe, você é linda, é jovem, aliás, os meninos lá da escola te acham linda. - Brandon revirou os olhos ao terminar de dizer. - Não que isso me agrade muito, mas sei que eles têm razão. - Ele deu uma piscadela carinhosa pra mãe que rapidamente abriu um sorriso amarelo.

-Sabe, quando eu conheci o seu pai eu tinha apenas dezoito anos, e ele já estava com trinta e dois. - Suas palavras eram doces e baixas, quase silenciosas, o que fazia Brandon se aproximar para acompanhar os lábios dela. - Seu pai era lindo, na verdade ele ainda é apesar da idade, e eu me apaixonei à primeira vista, mas sabia que não era recíproco, e eu ignorei porque queria tê-lo a qualquer custo, Brandon. - Ela umedeceu os lábios antes de prosseguir. Brandon a escutava com atenção. - Quando tive a oportunidade de passarmos a noite juntos, eu não me cuidei propositalmente, eu queria uma forma de tê-lo e sabia que um filho seria o ideal pra estar ao lado dele pra sempre porque ele nunca negaria um filho, era o que ele mais queria um herdeiro pra seguir seus passos, ser sua imagem. - Annabelle parou por alguns segundos para prender o choro que lhe teimava em aparecer. - Mas eu me enganei, tive você com dezenove anos, nós nos casamos, mas isso não fez ele me amar além da luxúria. Eu me arrependo muito de ter sido dessa maneira, mas nunca me arrependi de ter você, porque foi a melhor coisa que já fiz na minha vida. - Ela acariciou o rosto de Brandon já molhado pelas lágrimas. - Me desculpe por ter sido assim meu filho, eu era uma criança ainda estava deslumbrada com tudo o que o dinheiro do seu pai me proporcionava, eu pensava que era uma forma dele demonstrar o amor que ele tinha por mim, mas na verdade nunca foi isso, sempre foi uma maneira de me manter distraída para não incomodá-lo. Eu estou pagando meu preço por ter sido uma irresponsável e uma péssima mãe, mas agora eu quero me redimir com você, meu amor. - Ela não pode conter as inúmeras lágrimas que guardara há tanto tempo. Brandon não era diferente. Ambos estavam encharcados em lágrimas de remorso. Há anos aquela conversa fora adiada, há anos aqueles sentimentos, aquela cumplicidade de mãe e filho estava longe. Brandon pela primeira vez desde que nascera sentiu o amor de sua mãe e isso lhe fazia vibrar por dentro e chorar, primeiro de dor, mas logo de amor, de felicidade por finalmente tê-la ali como ele sempre sonhou.

-Você merece muito mais que isso, mãe. Ainda tem tempo, tem apenas trinta e sete anos, é nova ainda e está super linda ainda, se separa e vive feliz nem que seja sozinha. - Brandon soluçou de leve. - Não aguento mais ver ele te humilhar daquele jeito. - Brandon limpou as lágrimas num ato bruto.

-Eu preciso pensar nisso, Brandon. - Ela sorriu. - Agora quero me concentrar em ser sua mãe, de verdade e cuidar de você. - Suas palavras doces deixaram Brandon mais leve, e ele logo se recostou sobre o travesseiro macio. Annabelle começou a cantarolar uma cantiga de ninar que fez Brandon rir por um momento, como se voltasse a ter os quatro anos de idade. Ela carinhosamente lhe observava e acariciava seus cabelos castanhos que já estavam secos àquela altura. A voz de Annabelle era doce, isso fez com que em questão de segundos, vencido principalmente pelo cansaço, Brandon adormecesse. Antes de sair de seu quarto ela depositou um leve beijo na testa do filho, deixando escapar uma última lágrima, e logo fechou a porta cuidadosamente para ir para o seu próprio quarto.

******

Uma longa temporada de tornados passou. As aulas foram suspensas em todo o estado. As aparições das tempestades haviam sido a cada dia mais incertas, mas com o passar de duas longas semanas tudo voltou a se estabilizar. As aulas eram previstas para voltar na segunda, já em cima do calendário de provas, os eventos das extracurriculares, como a semana de arte, por exemplo, haviam sido adiadas. Havia três dias que nenhum tornado atordoava os cidadãos. Daria apenas mais dois dias como margem de segurança para que todas as atividades pudessem voltar ao normal em Seattle. Bella usou estes dias para fazer ensaios, visto que as Regionais eram em alguns dias e devido aos últimos acontecimentos estavam sem treinamento algum. Devido ao calendário de provas agora extremamente apertado, os alunos estudaram durante esses dias. A primeira prova seria de história, o que assustava Santana devido a sua enorme dificuldade na mesma. Durante aqueles três dias dormiu na casa de Giovanna para estudarem juntas após os - arriscados- ensaios. No domingo a noite era hora de ir embora. Santana caminhava sozinha, a pé pela noite adentro. Já estava no caminho de casa, mas algumas quadras ainda lhe cansariam os pés. Sua casa era num bairro parcialmente bom, algumas vezes, algumas épocas era considerado um lugar perigoso, mas ela sempre se considerou forte e durona o bastante pra desobedecer aos pais e ir sozinha até sua casa. Santana carregava consigo, uma bolsa aonde guardava alguns livros e cadernos. Ainda estava de uniforme das cheers, o que lhe fazia tremer com o frio que chegava aos poucos. Ao chegar a poucas ruas antes de sua vizinhança foi abordada por um sorriso malicioso, aliás, não somente um, e não somente sorrisos. Olhares a cercaram de repente, com certa tara que lhe assustou. Eram dois homens, um trajava uma roupa não muito arrumada, um casaco marrom cobria a roupa por baixo, já o outro usava uma touca suja, uma camiseta branca rasgada, e um jeans um tanto surrado. Eles a cercaram, um pondo-se de surpresa atrás de Santana e o outro na frente para impedir sua passagem. Os olhos negros de Santana se arregalaram, e foi inevitável engolir a seco numa demonstração grátis de medo e desespero.

-O que uma menina tão doce faz andando sozinha a essa hora? - Um dos homens a acariciou de leve os cabelos fazendo-a esquivar automaticamente.

-Calma, princesinha, só queremos ajudar. - O outro rapidamente disse soltando uma risada um tanto assustadora que deixou Santana ainda mais apreensiva.

-Por favor, me deixem ir embora, o que vocês querem? Só tenho um celular e alguns trocados, minha bolsa está cheia de livros. - Santana soltou num tom agudo que entregou totalmente a agonia que lhe envolvia. Suas palavras fizeram com que ambos gargalhassem, se tornando ainda mais assustadores para ela.

-Pra que vamos querer seu celular ou seus livros? - Seu tom de voz era maldoso. - Estamos pensando em algo que vale muito mais, e que com certeza é mais gostoso. - Suas mãos ásperas tocaram a pele fina do rosto de Santana que fechou os olhos assustados.

-Por favor, me deixem ir embora. - Ela sussurrou quase tão baixo como se não tivesse dito nada.

-Você vai embora, princesa, fique calma, não somos monstros. - Um deles sorriu maldoso para o comparsa.

-É claro que não. - Ele fortificou. - Mas antes vamos brincar um pouquinho. - Ele puxou a bolsa dos braços de Santana que já estava aos prantos. A bolsa caiu no chão se revirando, jogando livros, maquiagens, dentre outras coisas no meio da rua. Santana soltou um gemido de dor, quando foi pega pelos braços por ambos os homens.

-Vamos começar tirando um pouco essas roupas, está quente pra se cobrir tanto. - Um deles ironizou.

-Me deixa em paz, por favor! - Santana soltou um berro agoniado que os levou ao riso.

-Isso não está certo, como nossa convidada pode estar tão assustada? - Ele torceu os lábios. - Vamos acalmá-la um pouco. - Ele a puxou pra perto de si depositando seu nariz gelado em seu pescoço para sentir o aroma de seu perfume. Santana gritou naquele momento, mas rapidamente seus lábios grossos e ressecados pelo frio foram calados pelo outro homem que estava a sua frente. Quando os lábios do outro tocaram seu pescoço ela sentiu uma freada de um carro que fez ambos soltarem seus braços, fazendo-a cair no chão. Seu medo era tanto que ela não conseguia abrir os olhos direito, tomados pelas lágrimas. Seus ouvidos, porém, estavam atentos a todos os sons que vinham dali. Ela pôde ouvir com perfeição os ruídos que pareciam de uma briga, e realmente era. Pôde ouvir um deles gemendo de dor, provavelmente acabara de ganhar um soco, e ela resolveu então finalmente abrir seus olhos para saber quem era seu defensor, e para sua surpresa ela conhecia aquele "príncipe encantado" que acabara de salvar sua vida. Era Brandon. Ele batia com força em um dos caras que já estava caído no chão. O outro, porém a essa altura já não estava mais ali. Quando ele finalmente apagou o outro, ainda depositou mais alguns socos por garantia e logo se virou pra Santana, ainda caída no chão, que encarava tudo com atenção total.

-Você está bem? - Brandon se ajoelhou ao seu lado. Santana não respondeu apenas se pôs a chorar antes de abraçá-lo com toda a força que tinha. -Calma! Tá tudo bem agora. - Brandon levou as mãos aos cabelos negros de Santana. Suas pernas tremiam de modo tão acelerado que foi possível pra Brandon perceber que dificilmente ela conseguiria se colocar de pé, então ele logo se apressou em pegar a bolsa de Santana, depositando nela as coisas que haviam se espalhado pelo chão. Em seguida, ele a pegou no colo e a carregou até o carro. Rapidamente ele abriu a porta do carona, e com todo o cuidado que tinha colocou Santana sentada no estofamento. Ela não falava nada, apenas deixava uma quantidade absurda de lágrimas enfeitarem seu rosto. Brandon adentrou o carro e logo deu a partida, a fim de sair logo daquele lugar horrível. Depois de alguns minutos dirigindo, Brandon resolveu quebrar o silêncio para tranquilizar Santana que ainda choramingava um pouco.

-Quer ir pra casa? - Brandon a fitou.

-Acho melhor não, meus pais vão ficar loucos se eu chegar a casa nesse estado. - Santana respirou fundo como se prendesse o choro. - Me leva pra casa da Gio ou da Di que eu ligo pra eles e peço pra me buscarem pra eu explicar tudo. - Ela sorriu.

-Bom e que tal isso: Vamos pra algum lugar seguro e comemos uma pizza, é o tempo de você se acalmar. E depois eu te levo pra casa pra você contar o que houve pros seus pais. - Brandon sorriu simpático.

-Alguma coisa está aberta? Achei que essa temporada de tornados havia assustado a todos. - Ela disse ainda assustada.

-Na verdade, algumas coisas já abriram então o que me diz? - Perguntou. Santana assentiu.

-Obrigada, Brandon. - O encarou sorridente.

-Estamos quites, você me levou pra casa naquele dia quando eu estava super bêbado e agora eu te salvei de dois monstros. - Brandon gargalhou.

-Parece que você era a pessoa certa na hora certa, não é? - Santana o encarou sem graça.

-Bom, considerando que você era a pessoa errada, no lugar errado, na hora errada, com a roupa errada, alguém deveria estar certo, não é? - Brandon riu.

-Por que minha roupa é errada? Estou de uniforme. - Santana protestou.

-Bom, sem querer ofender, mas esse uniforme de líder de torcida é provocante, Santana mas relaxe, eu estou apenas brincando, nada justifica o que aqueles monstros tentaram fazer com você. - Brandon a encarou com os lábios cerrando um sorriso, o que a fez corar. - Aliás, por que está de uniforme? - Brandon riu.

-A idiota da Belatrix, está com raiva e dor de cotovelo então resolveu usar a margem de segurança para os treinos. - Disse com raiva, fazendo Brandon ficar sem graça e abaixar a cabeça. Santana notou. - Me perdoe, imagino que não queira falar dela. - Disse sem graça.

-Tudo bem, já estou em fase de superação. - Ele brincou.

-Bom, então obrigada por me salvar. - Ela deu uma piscada que fez Brandon sorrir.

-Não há de que, madame. - Ele brincou. Os dois riram. - Fico feliz que esteja mais calma, eu realmente achei que teria que te levar direto pra um médico. - Brandon encarava a estrada, estacionando calmamente em uma pizzaria muito bem iluminada, na parte mais tranquila e bela de Seattle.

-Brandon, eu não trouxe muito dinheiro. - Santana protestou sem graça.

-Eu vou pagar, Santana, relaxa. - Ele piscou.

-Eu é quem deveria estar pagando, estou te devendo, afinal foi você quem me salvou. - Santana cruzou os braços antes de descer do carro enquanto Brandon dava a volta pra abrir a porta para ela.

-Já disse que estamos quites, e eu realmente quero pagar, ainda não é o suficiente pelo que você fez por mim naquele dia. - Brandon a encarou sorrindo belamente já encostado a porta aberta do carro. Ele estendeu a mão pra ajudá-la a descer e ela não hesitou em segurá-la para apoio. Os dois adentraram o restaurante, e foram dirigidos até o melhor lugar da casa como fora pedido por Brandon, que já era conhecido pelo sobrenome.

-Por aqui, senhor Clark. - Disse o garçom caminhando educadamente até uma mesa na parte aberta do segundo andar do restaurante, aonde a vista para as estrelas era grátis e privilegiada.

-Muito obrigado. - Brandon acenou para o garçom enquanto o mesmo puxava a cadeira pra Santana se sentar. Logo ele se retirou. Santana olhou ao redor por um minuto antes de levar seus olhos para os de Brandon novamente.

-Me sinto ridícula. - Ela riu. - Todo mundo aqui arrumado e eu com roupa de líder de torcida, pareço uma louca. - Santana levou uma das mãos a cobrir os olhos.

-Acredito que não te acharam louca, mas sim bem atraente, eu já disse que essa roupa é uma provocação até mesmo para os homens casados. - Brandon brincou. Santana sorriu sem graça, abaixando a cabeça numa tentativa de disfarçar, que foi, todavia, em vão. - O que foi? - Perguntou Brandon com um sorriso charmoso no rosto. Santana levantou os olhos para ele.

-Nunca te vi tão simpático comigo. - Santana mordeu o lábio inferior.

-Eu sei. - Brandon engoliu a seco. - Eu estou mudando. Cheguei bêbado em casa esses dias de novo, e meu pai me viu, me deu um tapa na cara que ainda tá dolorido, mas em compensação eu e minha mãe conversamos e estamos melhores do que nunca. - Brandon sorriu radiante contagiando Santana.

-Que ótimo. - Ela mostrou os dentes. - Então agora você e sua mãe tem uma relação saudável, isso é ótimo, mas... e o seu pai? - Santana o encarou, séria.

-Bom, ele foi embora no dia seguinte, sem se despedir, depois de ter dito que eu era uma vergonha total. - Brandon cerrou os lábios. - Não temos jeito mesmo. - Brandon sorriu torto.

-Não fala assim, vai! - Santana pediu levando as próprias mãos aos braços que a essa altura estavam gelados. Brandon encarou o gesto e logo começou a tirar sua jaqueta.

-Toma a minha jaqueta, pode usar. - Ele a estendeu pra Santana que hesitou um momento.

-Não precisa, você vai ficar com frio. - Santana sorriu agradecida.

-Claro que precisa você está quase batendo o queixo aí, pode usar, eu não to com frio. - Brandon dessa vez se levantou e pôs ele mesmo seu agasalho sobre os ombros de Santana que sorriu com as bochechas coradas.

-Obrigada mais uma vez, Brandon. - Santana respondeu encarando-o voltar pro seu lugar.

-Que isso. - Ele riu frouxo. - Vamos pedir? - Brandon estendeu o cardápio para Santana. - Você tem cara de que ama uma pizza portuguesa. - Ele a encarou maroto, na espera de ter acertado, mas logo riu.

-Na verdade eu odeio pizza portuguesa, mas não resisto a uma de quatro queijos. - Santana encarou o vazio antes de gargalhar.

-Errei feio, né? - Brandon riu também. Santana não conseguiu responder, suas bochechas coradas e seus olhos, que toda vez que encontravam com os de Brandon brilhavam, não lhe permitiram por alguns segundos.

-Muito feio. - Ela respondeu quase como num sussurro.

-Então vai ser metade quatro queijos e metade frango com catupiry porque é o meu ponto fraco. - Brandon riu admitindo, e logo em seguida chamou o garçom. O jantar foi longo, cheio de risadas, brincadeiras, bochechas coradas (da parte de Santana), e uma pequena pausa para uma ligação pros pais de ambos avisando que estava tudo bem e logo estariam em casa.

-Eu não acredito que você realmente assiste futebol. - Brandon riu. - Achei que as líderes de torcida só fingiam torcer pelo futebol, mas na verdade estavam querendo aparecer na Tv. - Ele se permitiu gargalhar agora.

-Eu amo futebol e se quer saber meu pai me levou a muitos jogos quando era pequena eu até sei jogar. - Ela rolou os olhos como se estivesse se gabando.

-Eu duvido. - Brandon disse pontualmente.

-Então vamos jogar um dia, Clark e eu juro que passo pela sua defesa sem grandes dificuldades, afinal, você é fraco na esquerda. - Ela falou esperta fazendo Brandon franzir o cenho.

-Eu não sou fraco na esquerda. - Ele riu.

-Claro que é, e é justamente por isso que o Logan da Northwell quase te quebrou outro dia e furou sua defesa pro Neitan fazer o ponto. - Ela completou fazendo Brandon encará-la de forma confusa como se pensasse sobre isso.

-Então basicamente você está tentando me ensinar a jogar. - Ele falou maroto.

-Só estou te dizendo que pode se sair melhor se escutar a líder de torcida aqui. - Ela piscou fazendo Brandon rir novamente. - Afinal, sou eu quem fica de fora gritando seu nome e vendo todos os seus passos. - Completou.

-Vamos fazer o seguinte, eu vou treinar a esquerda nos próximos treinos e se você estiver certa e eu melhorar eu te levo num jogo clássico entre os Bears e os Lackers, o que me diz, Martinez? --Ele perguntou fazendo as bochechas de Santana logo corarem. Ela se sentia confusa e particularmente odiava o que estava sentindo, prontamente se negava a dizer aquela palavra, afinal nunca a usou na vida e não seria hoje que a palavra amor seria usada, preferia nem mencionar por medo das consequências que seu uso poderia trazer para sua saúde mental. Mas Brandon ali com aquele sorriso encantador e os olhos fixados nela enquanto falava descontraído da forma que nunca antes havia feito, da forma que ela antes tanto sonhou era como estar sonhando acordada e era difícil não sentir coisas estranhas. Preferia pensar que era apenas seu ego extremamente satisfeito por se sentir alimentado.

-Fechado. - Ela respondeu antes de sorrir.

-Está se sentindo melhor agora? - Perguntou Brandon.

-Sim. - Santana respondeu um tanto seca devido ao nervosismo que o olhar intenso dele lhe causou agora. Coisa que certamente não estava acostumada. Quando finalmente resolveram ir embora, Brandon puxou do bolso a carteira e passou o cartão e logo os dois estavam dentro do carro, a caminho da casa de Santana. Ao chegarem na porta da casa dela, Brandon se inclinou para poder encará-la.

-Está entregue, como prometido. - Brandon deu uma piscadinha.

-E mais uma vez obrigada, Brandon. - Ela sorriu.

-Não foi nada, eu não deixaria aqueles imbecis te maltratarem, antes arrebentaria a cara de cada um deles. - Brandon revirou os olhos com nojo.

-Não fala assim. - Santana pediu entre os dentes.

-Por quê? - Brandon franziu o cenho.

-Você sabe o motivo, quer dizer foi ótimo o que você fez por mim, eu estou realmente agradecida, mas já estou tentando organizar a minha cabeça pra aceitar que tudo isso: o jantar, o fato de você me dar sua jaqueta pra eu me aquecer, e me trazer em casa, enfim que tudo isso não é um encontro, é apenas um amigo ajudando a outro. - Santana mordeu os lábios.

-Somos amigos agora, Sants, você sabe disso. - Brandon protestou. - Eu só quis ser gentil, não quis te confundir. - Ele mordeu os lábios.

-Eu sei e não é sua culpa, é minha culpa por insistir em tudo isso. - Santana riu colocando uma mexa do cabelo pra trás da orelha. - Obrigada, Brandon e me desculpa. - Santana se inclinou e deu um beijo no canto da boca de Brandon que o deixou paralisado.

-Boa noite, Santana. - Ele disse com as bochechas coradas. Santana saiu do carro afobada, mas logo estava dentro de casa. Brandon a encarou entrar, não disse nada, apenas a observava, e quando ele sentiu que não estava mais podendo ser visto, jogou a cabeça pra trás e bufou. Brandon riu, do atrevimento de Santana e de sua persistência principalmente, mas isso não mudava o fato de ser louco por Bella e por isso ele tratou rapidamente de tirar aquele sorriso bobo do rosto. Não teria nada com Santana, nunca. Ele se prometeu isso e em seguida deu a partida do carro para poder ir pra casa. Seria apenas gentil, amigável, afinal ela merecia isso depois de tudo o que ele fez pra ela e tudo que ela fez por ele ainda assim.

*****

Santana rapidamente pegou seu telefone e discou o número de Dianna. Não queria enfrentar seus pais agora, até porque os dois estavam distraídos demais vendo um filme romântico, algo que só a deixou mais tensa. Quando Dianna atendeu ao telefone ela prontamente contou tudo o que havia acontecido, deixando Dianna assustada.

-Mas você está bem? - Dianna perguntou preocupada.

-Estou sim, graças a Deus que enviou o Brandon pra me salvar. - Santana suspirou.

-Mas por que está com essa voz então? - Dianna perguntou confusa. - Ele foi legal com você, mostrou que está disposto a mudar, está melhor com a família, e te pagou pizza. - Dianna falou antes de rir frouxo.

-Eu to com medo. - Santana disse entre os dentes.

-Medo do que? - Perguntou Dianna sem entender aonde a amiga queria chegar.

-Você sabe, aquela palavra maldita de quatro letras. - Santana bufou.

-Que palavra? - Disse Dianna confusa.

-Eu não posso dizer, se eu disser posso acabar acreditando e isso seria o fim da minha vida, eu não posso estar apaixonada. - Ela soltou sem querer, mas logo reclamou pra si mesma. - Droga, eu falei! - Completou.

-Espera aí, está falando de amor? - Dianna indagou pra receber um longo suspiro como resposta. - Santana, amar é ótimo. - Respondeu.

-Amar é uma droga, olha como você e a Candy estão graças ao amor, sem contar a Rachel, eu não to pronta pra ser mais uma. - Santana rolou os olhos. - E eu não estou apaixonada, eu nunca vou amar, porque eu nem sequer entendo essa droga de sentimento maluco e irracional. - Santana falou decidida.

-Tudo bem, mas então por que ficou tão confusa e tão encantada com os atos dele? E por que não aguentou ouvir como ele te defenderia se fosse preciso? - Dianna perguntou fazendo Santana ofegar ainda mais agora.

-Talvez eu esteja carente. - Disse. - Claro, com certeza é isso, eu preciso de sexo. - Santana completou.

-Santana! - Dianna ralhou.

-É verdade, Dianna, eu preciso disso pra suprir minha carência e voltar a ser eu, a menina sem sentimentos. - Santana falou. - Tem algum primo ou amigo pra me apresentar? Não precisa ser bonito, eu coloco uma venda. - Disse fazendo Dianna rir frouxo.

-Para com isso! - Dianna falou pontualmente.

-Você não entende, eu não posso sentir isso. - Santana respirou fundo. - Até porque ele nunca vai sentir de volta, e eu não quero isso pra minha vida. - Disse.

-Então respira fundo, se acalma, dorme e o evite. - Dianna falou. Nesse momento o celular de Santana apitou indicando a chegada de uma mensagem e para sua surpresa era de Brandon lhe mandando uma foto no snap com os dizeres "Depois da pizza..." enfeitando a imagem de um chá que os jogadores tinham que tomar para manter a forma antes dos jogos. Ela riu frouxo, principalmente vendo que ao contrário dele, ela tomava um sorvete agora. Ela então o fotografou e mandou com as mesmas palavras.

-Eu to muito ferrada. - Santana reclamou. - Vou dizer que não estou apaixonada várias vezes até acreditar em mim mesma. - Completou.

-Espero que funcione. - Dianna riu. - Agora tenho que desligar, preciso pôr a Annie pra dormir, mas qualquer coisa me manda uma mensagem. - Concluiu carinhosa.

-Tudo bem, tchau... - Santana falou antes de desligar. E mais uma vez seu celular apitou, era uma mensagem de novo de Brandon que ria frouxo do apetite dela.

"Se você come tanto assim, como consegue se manter magra desse jeito? " Ele perguntou fazendo-a rir frouxo. - Eu to mesmo muito ferrada. - Ela falou pra si mesma e logo se jogou sobre a cama para responder aquela mensagem com um sorriso bobo.

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NOTAS DO CAPÍTULO:

Gostaram? Quero comentárioooos, façam sua autora feliiiiiiz!!!!

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