Por trás do gelo [Em revisão]

By juleaina

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PLÁGIO É CRIME! Independentemente da sua idade, é um ato totalmente desprezível e ilegal. Dê orgulho a si mes... More

Prólogo
Capítulo 1 - Despedidas nunca são fáceis
Capítulo 2 - Próxima parada: cama!
Capítulo 3 - Novas aventuras nem tão desejadas assim
Capítulo 4 - Iniciação oficial em uma nova cidade
Capítulo 5 - Primeira festa, primeiro erro
Capítulo 6 - Pegadinhas do Universo
Capítulo 7 - Que os jogos comecem
Capítulo 8 - Meninas também sabem trocar pneus
Capítulo 10 - Machistas não passarão
Capítulo 11 - Existe amizade entre cães e gatos
Capítulo 12 - Memórias ruins aparecem a qualquer hora
Capítulo 13 - Partidas de hóquei são ótimas para fazer novas amizades
Capítulo 14 - Nunca dê o primeiro gole
Capítulo 15 - Quando as coisas começam a fluir
Capítulo 16 - Quebre regras pela sua melhor amiga
Capítulo 17 - Barmans nem sempre são confiáveis
Capítulo 18 - Por um bem maior
Capítulo 19 - Espírito competitivo masculino
Capítulo 20 - Sequestros são menos assustadores em filmes
Capítulo 21 - Jogue como uma garota
Capítulo 22 - Passeios noturnos
Capítulo 23 - Madrugadas são ótimas para compartilhar segredos
Capítulo 24 - Mudamos de acordo com nossos hormônios
Capítulo 25 - Caixa de mentiras
Capítulo Extra, por Apolo - Autocontrole
Capítulo 26 - Piranhas na piscina
Capítulo 27 - Dando o sangue
Capítulo 28 - Família
Capítulo 29 - Há oceanos entre nós
Capítulo 30 - Surpresas de aniversário
Capítulo 31 - Nem toda surpresa é agradável
Capítulo 32 - Às vezes nem pizza melhora o dia
Capítulo 33 - Avalanche de azar
Capítulo 34 - Bolas de vôlei atraídas por cabeças avoadas
Capítulo 35 - Quando o dia começa uma merda, mas acaba maravilhoso
Capítulo 36 - Pedidos de desculpas seguidos por novas interações
Capítulo 37 - O grande dia

Capítulo 9 - A advocacia está no DNA

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By juleaina

Acordei no dia seguinte em cima da hora. Mesmo tendo ido dormir cedo na noite anterior, eu estava morta de cansaço. Dormi tão cedo que nem respondi as mensagens de Sally, nem as do meu pai.

Droga, havia me esquecido que iria vê-lo na escola, mais precisamente na sala do diretor Nypon.

Assim que terminei de me arrumar, desci em disparada à cozinha, decidida a não comer nada e ir diretamente para a escola. Todavia, assim que entrei dentro do cômodo, me deparei com Arthur tomando café em sua xícara preferida.

— Art, você chegou! – mal dei tempo para o meu vôdrasto levantar-se direito e eu pulei em seus braços, enchendo-o de beijos. — Senti tanta a sua falta!

— Eu também, meu amor. Não vou mais deixar vocês – Art falou, abraçando-me forte.

— Ainda bem! Você não pode me abandonar com essa criatura desnaturada novamente.

— A sua gratidão me comove – vovô ironizou, mas veio até nós e se enfiou em nosso abraço.

Ficamos assim por um tempinho até eu me lembrar de que eu já estava atrasada aquela altura.

— Eu tenho que ir – me soltei deles. — Amo vocês!

Ainda ouvi Art reclamar que não comi nada, mas não me importei. Oliver já estava me esperando do lado de fora e tratei de me apressar ainda mais.

Chegamos na escola e a primeira pessoa que vi foi Amélia. Ela estava me esperando próxima ao meu armário para irmos juntas à sala do diretor Nypon, achei fofo de sua parte, principalmente porque quase não conversamos depois do ocorrido.

Quase chegando na sala do diretor, senti um enjoo típico de quando eu passava muito tempo sem comer. Sentia minha pressão abaixando e disse para Amélia que precisava ir ao banheiro, ela quis ir junto comigo, mas agradeci e disse que não precisava. Segui até o banheiro feminino e joguei água gelada no rosto e na nuca. Eu precisava comer alguma coisa, mas não tinha nada na bolsa, o que significava que eu teria que aguentar até o almoço para botar alguma coisa no estômago.

Saindo do banheiro, esbarrei em alguém e fui ao chão. Se a situação fosse outra e eu estivesse com forças no corpo, eu não teria caído, mas a situação era aquela e eu estava pateticamente com a bunda no chão.

— Whitford, você está bem? – Apolo se abaixou e colocou a mão na minha testa. — Você está sem cor nenhuma e gelada, você comeu alguma coisa hoje?

Afastei sua mão de mim e tentei me levantar sozinha, entretanto tudo ficou preto e eu quase caí novamente.

— Vou tomar isso como um não – suas mãos seguraram-me pela cintura e pelo braço.

— Eu estou bem – menti. 

— Claro que está – Apolo disse sarcástico. Ele tirou uma barrinha de cereal de dentro da mochila e me entregou. — Você tem que aprender a se alimentar, Whitford.

— E você tem que aprender a esvaziar pneus alheios sem deixar provas – ralhei, jogando o anel prata com seu nome gravado que achei trocando o pneu, em sua direção.

Não o escutei quando ele me disse para voltar, porque a) eu já estava atrasada para a "reunião" com o diretor; b) não tinha absolutamente nada com o que Apolo e eu pudéssemos conversar e c) eu era bem orgulhosa.

Cheguei à sala de espera apreensiva. Meu pai estava sentado e utilizava seu telefone móvel calmamente. Assim que me viu, acenou discretamente me chamando para sentar ao lado dele. Amélia e sua mãe estavam à nossa frente, Evelyn e sua mãe estavam do lado de Alexander.

— Oi, pai – falei cautelosa.

— Olá, Brise. Você está atrasada – disse.

Suspirei e me deixei levar pelos ponteiros do relógio que insistiam em andar tão devagar quanto eu nas manhãs de domingo.

— Olha, eu sei o que o senhor deve estar pensando e...

— Você não tem como saber o que estou pensando, Brise – ele olhou para mim com seus olhos castanhos como avelãs. — Vamos acabar logo com isso, certo?

Murmurei que sim e finalmente fomos chamados.

Algumas cadeiras foram postas para que a sala do diretor pudesse acomodar a todos. Ele cumprimentou cada um com falsa simpatia e parecia estar pronto para começar com os abates.

— A West Coast é uma escola nacionalmente renomada e conhecida pela harmonia presente em seu interior – Nypon começou. — Quando essa harmonia é quebrada devido a desentendimentos entre adolescentes como a senhorita Bullet e Whitford, nós temos que intervir por meio da comunicação essencial entre pais e escola – ele folheou algumas folhas que estavam sobre sua mesa e tornou a falar — Assim como foi relatado, a confusão começou quando Evelyn propositalmente fez com que Amélia tropeçasse, como Amélia estava com dejetos em suas, estes voaram e acertaram Evelyn. Estou certo até aqui? – perguntou, porém quando Evelyn fez menção de retrucar, ele continuou. — Depois disso, Brise interveio e começaram então, as agressões. Evelyn a agrediu e Brise retrucou. O que nos traz até aqui.

— Onde é exatamente "aqui", diretor? – a mãe de Evelyn perguntou.

— Como a senhora há de convir, Amélia está isenta de punições, uma vez que na situação toda, foi apenas a vítima – ouvi minha amiga suspirar e sua mãe apertou sua mão sorrindo. — Obrigado por comparecerem, senhoritas. Estão liberadas.

Amélia apertou meu ombro antes de sair e ela e sua mãe saíram, rumo a minha tão sonhada liberdade.

— Já as senhoritas Bullet e Whitford, como foram constados agressões, terão detenção após suas aulas durante dois meses.

— Isso é um absurdo! – a mãe de Evelyn protestou. — O senhor é ciente que Eve é a líder de torcida dessa escola, diretor. Ela cumpre suas responsabilidades com a instituição além das acadêmicas. Como ela terá tempo de treinar se estará presa com meia dúzia de adolescentes problemáticos?

— Primeiramente, Sra. Bullen, essa é a minha escola, eu exijo respeito por parte de todos os meus alunos. E, caso seja desrespeitado, eu aplicarei as punições que julgo serem adequadas – o diretor respondeu firme e duro. — Quanto aos treinos de Evelyn, tenho certeza que ela arrumará tempo aos finais de semana. Ou ela prefere ajudar no refeitório depois do almoço?

— Isso nunca! – Evelyn berrou.

— Vejo que estamos de acordo com a detenção, certo? – tanto Evelyn quanto sua mãe murmuram que sim e o diretor as liberou. — Sr.Fritzgerald, Brise, gostaria de conversar com vocês a sós.

Meu corpo gelou em alerta. O que ele queria à sos comigo e meu pai? Eu estava de acordo com a detenção, sério. Até poderia adiantar as matérias e estudar para as provas durante a detenção!

— Irei ser direto, Brise – o diretor disse. — O nosso time de hóquei no gelo está indo de mal a pior, nossa classificação nunca esteve tão baixa e é aí que a senhorita entra. Chegou até a mim e ao treinador do time, que a senhorita não só patina no gelo, como também é a campeã do seu estado. Além de praticar hóquei esporadicamente em sua cidade natal.

Assenti lentamente, tentando acompanhar sua linha de raciocínio.

— Aonde está querendo chegar, diretor? – meu pai perguntou impaciente.

— Queremos Brise em nosso time – ele soltou.

Bem, não era algo tão surreal assim. E eu já estava mesmo querendo saber sobre o time e como poderia entrar, sendo assim, relaxei na cadeira.

— Quando eu posso conhecer as meninas?

— Perdão? – o diretor me olhou confuso.

— As do time, ué. É um time feminino, certo?

— Presumo que a senhorita não saiba que não temos time feminino de hóquei – falou. — O treinador Hank e eu conversamos e queremos que a senhorita se junte ao time masculino.

— O quê? – foi a vez de meu pai protestar.

— É o que? – perguntei retoricamente. — Olha, diretor, se fosse um time feminino seria diferente, mas estamos falando de um composto por garotos com o dobro da minha altura e o triplo do meu peso. Esse é um ano importante para a minha carreira artística, eu não posso arriscar pôr em risco a minha integridade física de jeito nenhum.

— Isso é totalmente compreensível, senhorita Whitford – o diretor disse, exasperado. — Nosso time será alertado sobre isso, nunca a colocaríamos com os garotos se não tivéssemos certeza de que a senhorita ficaria bem.

Rá. Eu tinha lá minhas dúvidas sobre isso, mas queria ver até o diretor iria.

— Diretor Nypon, Brise não só tem de se preocupar com os treinos de sua carreira, como também com os estudos – meu pai interveio. — Faço a mesma pergunta que a mãe de Evelyn fez. Como minha filha terá tempo de conciliar estudos, carreira e, hipoteticamente, os treinos de hóquei se ela passará dois meses em detenção?

Cara, agora eu sabia o porquê do meu pai ser considerado um dos melhores advogados da cidade. E claro, eu estava mais do que radiante pela expressão de surpresa do diretor.

— Tenho certeza que podemos chegar a um acordo – o diretor falou por fim.

— Claro que sim – ajeitei a postura na cadeira e sorri. — Sabe, diretor, esse é um ano particularmente importante para mim, e pelo que vejo, é para o senhor também – sorri ainda mais. — Caso eu aceite entrar no time, quero passe livre para usar a quadra de gelo para meus treinamentos. Além de ser dispensada da detenção.

Touché! Se a escola ganharia às minhas custas, era um direito meu ganhar alguma coisa em troca. Nada mais justo. Entretanto, quando o diretor começou a gaguejar, acreditei que as nossas cabeças trabalhavam de formas diferentes.

— Convenhamos que é um preço muito alto e...

— Diretor – Alexander o interrompeu. — Brise não terá como ir aos treinos se estiver na detenção. Da mesma forma que não terá tempo de dedicar-se a carreira se precisar atravessar a cidade para seus treinos diários.

Era possível escutar o coração do diretor Nypon batendo forte contra o peito. Nós tínhamos um ponto, meu pai e eu. Ambos concordavam que se a escola poderia sair ganhando, eu também podia.

— Está certo – falou firme. — A quadra estará ao seu dispôr, senhorita Whitford. E a detenção está cancelada.

— Foi ótimo fazer negócios com o senhor – sorri me levantando. — Tenha um bom dia.

Meu pai e eu saímos da sala em silêncio. Isso me assustava um pouco, já que até o momento, meu pai não havia dito nada sobre o murro que dei em Evelyn. Digo, ele era todo certinho. Na certa estava fazendo uma dissertação sobre quão errada e infantil foi minha atitude.

— Eu só não vou te pôr em castigo, – começou. — porque o seu método de contra-ataque foi genial.

Alexander passou o braço sobre meus ombros e me abraçou de lado. Por mais inusitada que tenha sido sua reação, eu estava feliz.

Agora era só esperar para ver onde eu havia me enfiado.

~*~

Comentem, por favor <3
Com amor, Juliana.

24/09/2015; 15:53.

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