Draco, papai e tio Rodolphus haviam chegado na mansão em perfeitas condições, no máximo estavam com os cabelos desgrenhados,mas tirando isso, a missão tinha ocorrido muito bem, o ministério era nosso, e o senhor Thicknesse logo seria nomeado como o novo ministro da magia, já que papai havia matado o antigo.
A notícia não me deixou feliz, na verdade até mesmo Severus expressou sua raiva na hora, já que isso só prejudicaria mais e mais a ficha criminal do mesmo,o que se o levasse a Azkaban novamente, poderia lhe dar uma sentença de prisão perpétua, papai alegou que não tinham outra escolha, era uma vida ou várias, e matar o ministro da magia fez com que vários outros funcionários se rendessem bem mais depressa e com bem menos morte, mas eu também aleguei que ele poderia ter usado um imperius em qualquer outro bruxo para fazer o serviço, o que o deixou calado, mas não menos arrependido.
Quando eles terminaram de nos contar como havia ocorrido tudo, Severus me lançou um olhar significativo e logo outro olhar diretamente para onde estava a carta de veludo vermelho estranha, ao qual eu fiz questão de ignorar e chamar Draco para irmos para nosso quarto, alegando que ele precisava descansar, já que logo o lorde das trevas iria os chamar para dar notas, Severus apenas balançou a cabeça em negação, mas permaneceu Calado,provavelmente não querendo se envolver demais nesse assunto, já que ele presumiu ser apenas ciúmes.
Então aqui estava eu, sentada em minha sala íntima, com Fawkes bem no meu ombro, pensando se eu entregava a carta, lia ela, ou simplesmente a queimava, e isso me fez analisar realmente os meus sentimentos, eu estava com ciúmes do papai ? Sim, eu podia assumir isso aqui na solidão da minha mente, sempre foi só nós dois, e eu não queria dividir a atenção dele com mais ninguém, isso era pela a minha mãe ? Não, eu não a conheci, eu sempre só vi fotos dela, eu não tenho sentimentos concretos por ela, Narcisa é mais minha mãe do qualquer outra pessoa, e tem Tinker nesse papel também, ela sempre cuidou de mim, então tudo se resume a ciúmes e possessividade, ele é meu pai, e não o quero com outra mulher, e também acho que ele não queira alguém assim, afinal ele nunca disse nada com teor romântico direcionado a ninguém antes.
Então porque estou com tanto receio de entregar isso para ele ? Acho que na verdade estou com medo do conteúdo desta carta, meus instintos me dizem que isso não é legal, não para mim, mas para papai, e se tem uma coisa que eu aprendi, foi a confiar nos meus instintos,e eu tenho a tendência de sempre querer proteger as pessoas que eu amo, mas eu também sou curiosa, e eu quero muito saber quem mandou esta carta, e como papai vai reagir a ela, já que a última carta que ele recebeu, o deixou meio nervoso, e até mesmo preocupado,o dando motivos o suficiente para sair escondido da mansão, e ainda me pedir para encobrir ele.
— Você está curioso para saber quem mandou essa carta também Fawkes? — Pergunto para o mesmo, que apenas me encara. — Sim, eu também estou, e temos que aproveitar que Draco saiu,e que Severus ainda não contou para o papai sobre a carta, e irmos entregá-la logo para ele,caso contrário ele pode ficar bravo conosco.
Decidindo por saciar a minha curiosidade mórbida, de ver a reação de papai ao eu lhe entregar a carta, eu saí da sala íntima e fui em direção ao seu quarto, onde eu bato levemente na porta.
— Aconteceu algo ? — Papai pergunta me deixando entrar.
— Não posso querer passar um tempo com o senhor papai ? — Pergunto arqueando uma sobrancelha.
— Eu te conheço muito bem Lynx, onde está Draco ? — Papai pergunta me lançando um sorriso conhecedor, enquanto se senta em uma poltrona.
— Ele foi falar com o Lúcio — Falo o olhando.
— Está sentindo algo ? — Ele pergunta de modo preocupado.
— Eu estou bem papai... Mas devo confessar que hoje eu realmente vim até aqui com um propósito, eu na verdade vim lhe entregar uma carta — Falo o analisando.
— Uma carta ? — Ele pergunta em confusão.
— Sim, ela chegou ontem, quando você estava fora, então o senhor terá que me desculpar pela demora da entrega, eu estava com a cabeça cheia, e acabei me esquecendo — Falo como se estivesse realmente arrependida.
Então eu finalmente a puxo do bolso invisível do meu vestido, e lhe estendo ela, fazendo questão de que o selo esteja virado para cima, o que faz papai semicerrar levemente os olhos, e a pegar de forma lenta e contida,provavelmente não querendo demonstrar afobação, mas era visível a sua vontade de agarrar a carta, como se a visão dela o ofendesse a ponto de queimar sua pele.
Então eu me encolhi em mim mesma, como se realmente quisesse desaparecer, somente para poder contemplar com mais facilidade a cara de desgosto de papai, não querendo quebrar esse momento, eu me mantive quieta, acho que até mesmo respirei mais devagar se possível, e eu não fiquei decepcionada.
Papai abriu a carta sem qualquer esmero, bem diferente do seu habitual, o que confesso ter me assustado um pouco, já que a cada palavra que papai parecia ler, vincos e mais vincos surgia em sua testa, e eu quase podia ver seus dentes surgirem em algo parecido com um verdadeiro rosnado.
Em todos os meus dezessete anos de idade, eu nunca vi papai parecer tão irritado e chateado ao mesmo tempo com algo, e apesar da minha curiosidade, eu estava realmente tentada a quebrar todo o clima estranho que estava se formando ao nosso redor, já que papai parecia ter se esquecido que eu estou bem ao seu lado, e deixou sua máscara deslizar o suficiente para que eu pudesse o ler como um livro.
— Quem te mandou essa carta, papai ? — Pergunto o olhando séria.
E papai realmente me olha como se tivesse se esquecido que eu estava ali, então eu o vejo reconstruir suas defesas e colocar sua máscara perfeitamente no lugar novamente, mas assim como eu, ele sabe que eu vi por de trás de tudo, e não tem como ele desviar das minhas perguntas.
— Alguém que deveria saber seu lugar, alguém que não deveria conseguir me mandar nenhuma carta — Papai fala irritado.
— Tecnicamente não foi você que recebeu a carta, fui eu — Falo arqueando uma sobrancelha.
— Então eu terei que dar um jeito nesse inconveniente — Papai afirma sério.
— Eu nunca te vi tão fora de si papai, quem é essa mulher ? — Pergunto cruzando as pernas, tentando passar uma pose de relaxamento.
— Pode ser um homem — Papai retruca.
— Vamos lá papai, você quer mesmo que eu te fale o porque essa carta é de uma mulher e não de um homem ? — Pergunto arqueando uma sobrancelha.
Papai apenas me olha como se estivesse olhando para um predador, imaginando que se ele ficar, ele será comido, e se ele correr, ele será pego, e que ele realmente não tem para onde fugir, mas eu também sei que não devo o encurralar,caso contrário ele se fingira de morto, e eu não receberei nada em troca.
— Severus estava ao meu lado quando recebi a carta, que veio por um corvo... Bastante interessante a forma de entrega alias,e o selo da carta também, tenho certeza que assim como eu, Severus ficou intrigado — O insito a me dar respostas. — O que significa esse símbolo ? Eu não consegui reconhecer, apesar de ter a sensação de ter visto muito — Faço outra pergunta, querendo descobrir se papai vai mentir ou falar a verdade.
— E você não perguntou para Severus ? — Papai pergunta arqueando uma sobrancelha.
— Estou perguntando para você papai — Falo de modo sério.
— É o símbolo das relíquias da morte, eu tenho um broche — Papai fala sério.
— E porque o símbolo de um conto para crianças, virou um selo e um broche para você papai ? — Pergunto arqueando a sobrancelha em dúvida.
— E porque não ? É um emblema rúnico tão interessante quanto a sua história — Papai fala dando de ombros.
— Papai... — Falo exasperada.
— Lynx... Esta carta não é importante — Ele fala a queimando com um manear de mão, e eu me controlo para não tentar pegá-la em meio às chamas. — E o símbolo é o de menos, você não tem que se preocupar com nada, nem com novas cartas — Ele fala soltando um suspiro.
— Posso ver esse broche ? — Pergunto mudando de assunto.
— Eu vou pegar para você — Papai fala soltando um suspiro e se levantando.
Não é o que eu pretendia, mas ao menos ele parece não está mentindo descaradamente para mim, mas uma omissão ainda continua sendo uma mentira, e só por eu não ser inocente neste quesito, não que eu ligue para isso também, não vou fazer mais perguntas, e nem julgá-lo descaradamente também, preciso agir com inteligência aqui, papai é um animal arisco, e eu preciso de modo muito arraigado em minha mente e constituição, que ele confie em mim, caso contrário tudo parecerá em vão.
— Aqui — Ele se aproxima me entregando uma caixa de jóia totalmente ornamentada.
— E você disse que não tinha importância ? — Pergunto em deboche.
Papai apenas dá de ombros, me dando um pequeno sorriso.
— A varinha de sabugueiro mais poderosa do mundo, a pedra da ressurreição e a capa da invisibilidade, juntando os três, você se torna o senhor da morte — Falo tocando o broche.
— Incrível não é mesmo — Papai fala me olhando.
— Você acredita que eles existam de verdade ? — Pergunto o olhando de volta.
— Sim — Papai fala pensativo. — Eu já vi a varinha das varinhas,e até a toquei — Papai fala pensativo.
— Você está falando sério ? — Pergunto realmente impressionada.
— Eu nunca mentiria tão descaradamente para você querida — Papai fala me olhando.
O que me faz rir e balançar a cabeça em concordância.
— Eu também já vi,e fui tocada por uma das relíquias... A capa da invisibilidade — Confesso.
— O que ? — Papai pergunta engasgando. — Quando ? Onde ? O que sentiu ? — Papai se agacha a minha frente de modo frenético.
— Potter, ele tem a capa da invisibilidade, ele usava aquilo praticamente o tempo inteiro em Hogwarts, mas eu sempre sabia quando ele estava por perto, invisível, mais perto... E quando a toquei, senti algo parecido como uma corrente elétrica, é bastante poderosa, a magia parece crepitar — Falo dando de ombros.
— Céus, é tão óbvio agora... Tinha que ser o garoto — Papai fala pensativo.
— O que tem o Potter ? — Pergunto arqueando uma sobrancelha.
— Nada querida, muitas linhas de pensamento... Tente evitar ficar perto da capa e do Potter, se possível — Papai fala sério.
— Acho que isso não será um problema, ele deve me odiar agora — Falo dando de ombros.
— Acho que nem se ele quisesse muito — Papai murmura.
— Está escondendo coisas papai... A cada dia, de cada mês e ano, o caminho está se estreitando — Falo séria.
— Você só precisa continuar fazendo o que sempre fez — Papai fala me dando um beijo na testa.
— Segredos... Segredos que eu não sei,mas de alguma forma acabo te ajudando a esconder — Falo o olhando.
Papai ao menos tem a descendência de parecer chateado por me esconder coisas, o que não faz diferença alguma no final, já que ele permanece me dando mais pontos de interrogação,do que pontos finais, quase me sinto culpada por lhe esconder que não tem como eu ignorar o Potter, e que até mesmo mexi em livros que ele me proibiu de mexer, e que estou fazendo uma poção de ligação, para que o mesmo não deixe este plano, quando a hora de sua morte chegar, podendo assim talvez sobreviver a outra maldição da morte.
Depois do almoço todos nós fomos para a sala íntima, menos Severus que havia sido chamado pelo lorde das trevas,o que já fez a todos nós ficarmos tensos.
— O que será que o lorde quer com o Severus ? — Pergunto para ninguém em especial.
— Sempre que o lorde chama o padrinho é para lhe passar alguma missão — Draco fala dando de ombros.
— Não desde que ele começou a desconfiar do Severus — Tio Rodolphus fala sério.
— Severus provou sua lealdade ajudando Lynx e Draco, a matar Dumbledore — Papai aponta.
— Ele não confia em nenhum de nós, Severus ficou muito tempo do outro lado do véu — Lúcio diz dando de ombros. — Nada do que Severus fizer, vai fazer o lorde abaixar a guarda minimamente ao redor dele... Sempre um pária, essas são as consequências de quem é um espião.
— Nada de novo então — Narcisa fala.
Assim que ela termina de falar, Severus volta para a sala íntima, ele está sério enquanto se senta, nos fazendo olhar cada mínimo movimento dele.
— Eu sou o novo diretor de Hogwarts — Severus fala depois de um tempo.
— Parabéns — Falo cínica.
— E você será a coordenadora de Hogwarts — Severus fala me olhando.
— O que isso significa ? Eu não sou uma empregada sou ? — Pergunto fazendo uma careta.
— A área da educação vai sofrer em suas mãos — Tio Rodolphus fala rindo.
— Vai ganhar um salário querida, parabéns — Draco fala rindo também.
O que me faz lhe dar um beliscão na coxa,o fazendo rir ainda mais.
— Você tecnicamente irá vigiar o serviço dos outros professores — Severus fala balançando a mão.
— Ótimo, estou substituindo a Umbridge — Falo revirando os olhos.
— Amico e Aleto Carrow serão professores, se isso te conforta — Severus fala.
— Ho — Falo sorrindo. — É sempre bom manter um ambiente agradável no trabalho — Falo alegre.
— Podemos imaginar o ambiente agradável que você irá proporcionar — Draco fala sorrindo.
— E eu ? — Tio Rodolphus pergunta.
— Você o que Rodolphus ? — Severus pergunta arqueando uma sobrancelha.
— Também quero um cargo na educação — Tio Rodolphus fala como se fosse óbvio.
— Você ao menos sabe ler ? — Papai pergunta de modo sério.
Tio Rodolphus apenas faz uma careta para papai, o que nos faz rir.
— Você não terá cargo algum Rodolphus, é uma escola e eu não tenho tempo para cuidar de você — Severus fala sério.
Eu paro de prestar atenção assim que imagino que deve ter um quadro do Dumbledore na sala do diretor, e que eu tenho algumas perguntas para o mesmo, perguntas que ele deve saber responder, e que papai não deve saber que eu sei as respostas.
— Mcgonagall será a vice-diretora ainda ? — Pergunto com uma careta, voltando ao assunto.
— Não, o lorde disse para colocar um dos Carrow — Severus fala sério.
— Só por cima do meu cadáver — Falo apontando o dedo para Severus. — Eu vou ser a vice-diretora, de o cargo de coordenadora para a insuportável da Aleto — Falo séria.
— Como quiser — Severus fala com um pequeno sorriso.
O que me faz revirar os olhos, já que eu caí em uma manipulação muito barata, mas que serviu ao seu propósito, me deixando focada no meu próximo serviço.
— Lynx, eu vou ser o novo guarda caça — Rodolphus afirma.
— Você está desesperado ? O que tanto quer fazer em Hogwarts ? — Lúcio pergunta.
— Hogwarts será mais divertido do que aqui — Tio Rodolphus fala.
— Tio Rodolphus está preocupado porque da última vez ele teve como campainha só a mamãe, e quando voltamos de Hogwarts eu e Lynx ficamos atolados de documentos, e o padrinho foi fazer poções para o nosso estoque,o deixando ainda mais entediado — Draco fala sorrindo.
— Azkaban realmente te deixou carente — Papai fala rindo.
— Tudo bem, eu não preciso trabalhar lá, mas vou visitá-los — Tio Rodolphus aponta.
— Eu não posso ficar em Hogwarts igual o Severus, eu vou ficar voltando para a mansão praticamente todos os dias — Falo o olhando.
Então assim se iniciou mais uma discussão entre papai, Severus e Rodolphus, com Lúcio revirando os olhos e falando que Rodolphus estava fazendo muito alarde por nada, fazendo eu, Draco e Narcisa rirmos.
Apesar de não gostar de voltar para Hogwarts, parece ser uma dinâmica interessante, vai ser realmente delicioso ver as reações dos alunos, principalmente da Grifinória, e poder saber de antemão, se Potter vai ser burro o suficiente para voltar para a escola,e céus, eu espero que não.