Pov. Draco Malfoy
Voar de volta para casa com a perspectiva que a minha mulher, a outra metade da minha alma estava em algum lugar do mar atlântico, sozinha ou sei lá, morta,fazia eu querer me matar também,mas sendo impedido por Severus, que com os olhos cheios de lágrimas nos guiou até a frente da mansão, onde eu e Bart nos encontrávamos caídos, chorando e até mesmo gritando ao vento e a chuva.
— Minha filha,eu... Eu preciso — Bart correu, sendo segurado por tio Rodolphus.
— Você mal consegue me nocautear Bart — Tio Rodolphus fala o segurando.
— Eu não preciso — Bart fala colocando a varinha do próprio Rodolphus em sua jugular.
— Para com isso Bart — Severus me solta,correndo até o mesmo.
— Eu quero a minha filha — Ele berra agora, caindo novamente no chão enlameado.
Minha visão embaçada, e os engasgos por ver um homem como Bart Lannister se quebrar bem a minha frente, me impede de ver mamãe chegar correndo até mim e papai, que estava com a mão em meu ombro tentando me confortar, mas também olhando para Bart com um semblante triste e perdido.
— Cissa — Papai fala a abraçando.
— Lúcio — Mamãe fala o beijando e o abraçando.
Mas logo o seu olhar se volta para a frente, vendo Tio Rodolphus e Severus conversarem em um tom mais baixo com Bart, que se debatia no chão, sendo segurado por amarras invisíveis, que o próprio Severus tinha lançado.
— Draco — Mamãe se agacha segurando o meu rosto,e olhando para todos os lados. — Lynx — Ela engasga olhando com desespero para mim e para o papai.
Então agora é a minha vez de abrir as comportas e chorar ainda mais, talvez até gritar, mas eu não conseguia escutar nada além do meu sangue chiando em meus ouvidos e a dormência dos meus membros, sendo segurado por mamãe que agora também chorava.
— O que aconteceu ? — Ela grita.
— Aurores atingiram ela... Não, não conseguimos ir atrás dela Cissa, mais dementadores estavam vindo — Escuto papai falar.
— Não, não, ela não — Mamãe se sacode inteira.
— Não temos certeza — Severus vem até nós com um Bart sendo levitado, que ainda chorava e chamava por Lynx baixinho.
— Lynx é uma garota forte, ela não... — Tio Rodolphus balança a cabeça em negação.
E como se nada pudesse piorar,escutamos a risada da Bellatrix, o que chama a nossa atenção para a mesma, parada bem no batente da porta.
— Alguém morreu ? — Bellatrix pergunta rindo, vindo até nós.
Então em um salto rápido, Mamãe corre até ela, lhe dando um tapa na cara, o que a faz arregalar os olhos.
— É melhor você sumir daqui Bellatrix, ou eu mesmo a mato — Falo a olhando sério.
— Saia — Tio Rodolphus fala totalmente sério.
— Tudo isso por causa de uma garotinha petulante — Bellatrix fala com o semblante totalmente sério agora.
— Não me deixe olhar para a sua cara Bellatrix — Mamãe fala totalmente possessa.
O que faz Bellatrix bufar e sair da nossa frente, nos lançando olhares mortais.
— Me solte — Bart fala baixinho.
— Ainda não — Severus fala o olhando.
— Eu não vou fazer nada, só... Me solte — Ele fala sem olhar para ninguém.
— Eu te conheço muito bem Bart, na primeira oportunidade você irá tentar fugir novamente — Severus repete.
— Você sabe que eu posso me soltar não é mesmo ? — Ele pergunta o olhando com raiva.
— Antes sim, agora não — Severus retruca.
Então Bart começa a se contorcer novamente e a me olhar com os olhos cheios de lágrimas, o que me faz chorar mais um pouco se possível.
— Lynx é forte... Vamos esperar um tempo — Papai fala de forma estranhamente positiva.
A chuva continuava a cair, assim como as minhas lágrimas, e a lembrança horrível de ver Lynx cair praticamente desacordada,por várias e várias vezes, assim como a sensação horrível de falha e impotência, eu não podia acreditar que a mulher que eu amo, que eu cresci junto e que aprendi a amar com toda a minha vida, poderia estar morta ou sozinha em algum lugar do atlântico,supondo que ela tivesse sobrevivido,o que meu cérebro forçava a rebater, que com a velocidade que ela caia,se ela atingisse a água, seria como atingir concreto puro.
E só essa perspectiva fazia eu engasgar e querer vomitar, porque eu não podia imaginar minha Lynx morta, ou sumindo na imensidão do Atlântico, se perdendo para sempre, e servindo de alimento para animais marinhos.
Mamãe e papai estavam sentados comigo na soleira da porta da mansão, todos em um silêncio sepulcral, enquanto olhavam para Bart, que desde que foi solto das amarras, estava sentado mais à frente na chuva, olhando para o céu sem desviar o olhar por um minuto sequer, mesmo que mamãe tenha ido lá o chamar e tentar convencê-lo de sair da chuva.
Assim como ele, eu também tentei fugir,mas tio Rodolphus estava muito atento, então ele também conseguiu me segurar e estava me mantendo preso com amarras invisíveis, e permanecia desde então em pé parado bem atrás de mim, também olhando para o céu a todo momento, segurando firmemente lágrimas que ele se recusava a deixar cair.
Papai em algum momento parou de se balança com as mãos tampando os ouvidos, já que Oscar tinha trazido um calmante para o mesmo a pedido da mamãe, que também tinha tomado um frasco, e agora derramava lágrimas silenciosas olhando para o além de forma quase lunática.
Severus também estava lá na chuva, andando de um lado para o outro olhando para a escuridão, seus olhos estavam vermelhos,o que mostra que ele também tinha chorado,mas a chuva tinha levado embora qualquer resquício de lágrimas,e o dando uma aparência de sinistra, o que me faz imaginar que se Longbottom o visse nesse exato momento,provavelmente ele mijaria nas calças.
Assim que a as minhas amarras sumiram,e eu pude me movimentar novamente, eu me levantei, o que fez tio Rodolphus arquear uma sobrancelha, e eu abaixar a cabeça e caminhar até Bart, parando bem ao seu lado na chuva, e voltando o meu olhar para o céu,procurando de forma desesperada pelo o amor da minha vida, não querendo acreditar que a mesma estava morta, porque eu acreditava que poderia sentir,e como Severus apontou de forma irritada e com firmeza, eu não estava estrebuchando e vazando sangue por todos os meus orifícios por causa do voto perpétuo, o que por si só, já era um sinal de que Lynx não estava morta.
Então ele apontou aos gritos, que ela tinha sido capturada,ou estava em algum lugar, e que nós infelizmente só tínhamos a opção de esperar aqui ou ir lá e sermos capturados também, já que o desespero só iria nos causar mais problemas,e se Lynx conseguisse escapar,e chegar até nós, ela poderia morrer, já que ninguém iria estar aqui para ela, e isso a tornaria frágil para que alguém pudesse matá-la por motivos de subir na hierarquia dos comensais da morte.
Então em completo silêncio, eu rezei para que Lynx estivesse ao menos segura, e que ela voltasse logo para casa, para mim, e que ela não tivesse sido capturada, caso contrário não saberíamos se eles iriam divulgar essa notícia, e eu também não gostava dessa opção, Lynx poderia estar fraca, então ela não conseguiria se defender adequadamente, e somos procurados,odiados,e eles poderiam matá-la como retaliação.
Eu não vou ir para esse caminho, caso contrário eu poderia surtar ainda mais e cometer uma loucura, Lynx não ia querer que eu fizesse nada estúpido,ela é forte, ela conseguiria voltar, céus, ela tinha que voltar,caso contrário eu não saberia como viver comigo mesmo,e pelo jeito nem Bart, essa família seria totalmente destruida.
— Vamos atrás dela — Bart murmura.
— Vamos esperar mais dez minutos Bart — Severus fala olhando para nós dois.
— Ela pode estar em perigo — Ele fala sério.
— Devemos dar a Lynx algum crédito Bart, ela não é fraca e nem idiota — Severus fala com confiança.
Bart apenas bufa,e volta a olhar para o céu não contente em ficar aguardando, eu podia ver seu semblante se fechando igual a Lynx, quando começava a conjecturar planos e estratégias, então ele se levanta, o que faz Severus apertar sua varinha e o olhar de modo sério, Bart então fica estático, fingindo que só se levantou por estar cansado de ficar ajoelhado no chão, mas eu sabia melhor, ele estava se preparando para atacar e fugir.
Antes que ele pudesse fazer algo, a nossa atenção se volta para os barulhos das barreiras da mansão, e as estáticas que podiam ser ouvidas e um zumbido estranho começar a se formar assim como gritos ao além.