Um lindo Domingo de sol em Milão. Olho para a mulher linda que eu tenho ao meu lado, tranquila ela lê um livro sentada em uma cadeira confortável à beira da piscina em nossa casa..
Seus cabelos presos em um coque no alto da cabeça, ela veste um biquíni branco provocante, como não poderia deixar de ser, sua pele levemente rosada por causa do sol da manhã. Seus olhos protegidos por traz das lentes do óculos escuros. Me lembro da nossa lua de mel.
Como ficamos ainda mais próximos, como a cada momento, e ficava mais fácil entender o porque eu a amava tanto.
O jeito que ela me olhava, o sorriso que ela me lançava, o jeito de menina levada quando ela corria de mim pela praia. Tudo isso só me fez ficar mais ciente do porque eu tê-la escolhido para ser a minha mulher.
Foram quinze dias em Bali que nós nos dedicamos somente um ao outro. Fizemos amor na praia, em uma noite cheia de estrelas no céu. Fascinante? Não, essa palavra ainda é pouca e se torna sem sentido para descrever, tamanha fascinação por tudo que ela significa para mim.
Depois que voltamos de Bali eu fui para a Flórida para acertar as coisas por lá. Deixei a Samantha em casa por dois sofridos dias, mas nos falamos por quase todo o tempo. O Evan assumiu de vez a direção do Resort Stalden Flórida na minha ausência, claro que eu ainda tinha total comando. Mas eu não só confiava nele para dividir tal responsabilidade, como contava que ele fosse estar do meu lado. E, ele assumiu a carga, disse que eu poderia e deveria contar com ele.
Quanto a Palome o cafajeste do Andrey quando me viu sentado na cadeira da presidência, na sala que já foi do seu pai, quase enlouqueceu. Ele andava pela sala feito um louco, passando as mãos pela cabeça. e gritando:
- Como eu pude ser tão idiota? Se eu soubesse que era você eu nunca a teria vendido.
- Você não tinha muita escolha, ou você vendia para mim, ou então a empresa que o teu pai fundou com tanta dedicação estava agora com a falência decretada. E quer saber de mais uma coisa? Eu não fiz isso por você, eu salvei a Palome pelo seu pai, pelo que eu soube era um homem de bem e morreu desgostoso com você. Quanto a você seu merdinha para mim se por acaso fosse parar na sarjeta, ainda seria pouco, por tudo que você fez a Samantha. Pelas dores que ela enfrentou por sua causa, pela sua falta de caráter. Seu pai não está mais aqui, mas a sua mãe deve morrer de vergonha de você.
Ele abaixou a cabeça e não me encarava, aliás ele me enfrentar era tudo que eu queria e esperava, mas nem para isso esse cara presta. Claro que eu já tinha motivos suficiente para enchê-lo de porrada até ver ele caído no chão, mas prometi para Samantha que não ia tocar nele a menos que ele viesse para cima de mim primeiro.
Depois de falar para ele tudo que eu queria, eu pedi para retirá-lo da minha empresa. Eu não era obrigado a olhar mais para essa cara. Algumas coisas teriam que ser mudadas na Palome, como razão social e outras burocracias, mas eu deixei o Ramon responsável por isso e também pela administração da empresa. Observo tudo e continuo no comando, mas eu tenho que delegar ao Ramon a Palome.
Nada me fazia esquecer de Samantha. Então eu voltei o mais rápido que pude para a minha esposa. A falta dela gritava dentro de mim.
Em uma noite minha mamma fez um jantar para nós em sua casa. Chamou a maioria da família. Minha priminha, a que foi nossa dama de honra estava lá, Sam a olhava com tanto carinho que não tinha como não notar. Depois dessa noite Samantha ficou inquieta por uns dias, eu aprendi a ler os seus movimentos, as feições do seu rosto. Em uma noite enquanto estávamos deitados ela puxou o ar, e de uma só vez ela me perguntou se eu achava cedo demais para que ela procurasse um especialista em fertilidade.
Samantha parecia ao mesmo tempo angustiada e empolgada. Depois ela acabou revelando para mim que se sentia angustiada por mim, porque eu poderia pensar que ainda era muito cedo. Que eu ainda queria ficar mais um tempo sem ter um filho. E que ela também não sabia se poderia me dar.
Mas claro, eu dei total apoio a ela. Para mim um filho ou filha só iriam acrescentar mais amor entre nós. Pensei logo em uma menina linda e charmosa andado como a mãe pela casa, ou então um garotão para eu levá-lo ao jogo do Milan.
Depois de deixar mais que claro que eu eu queria esse bebê tanto quanto ela, procuramos indicação do melhor especialista da Itália. E foi ai que achamos o dr. Fernando Albacone. Ele nos orientou com tudo que tínhamos que fazer.
Samantha fez alguns exames, ultrassonografias, Histerossalpingografia e exames de sangues. O médico nos disse que sim ela tinha uma aderência nas trompas e isso dificultava, possivelmente causada pela queda brusca, a infecção e também a perda do bebê que ela esperava. Algumas correções teriam que ser feitas então decidimos começar logo o tratamento.
Foi retirado o implante anticoncepcional que ela usava. E ela começou a fazer o tratamento para a cura das "cicatrizes". Depois disso, doses de hormônios injetáveis foram dadas a ela durante doze dias consecutivos para estimular a produção de óvulos.
Claro que as contras indicações surgiram, ela sentiu fortes dores de cabeça, e náuseas também, mas quando eu perguntava como ela estava ela sempre me respondia que ia ficar tudo bem, percebemos também um pouco de secura vaginal. Conversamos com o médico e ele nos garantiu que era normal, em se tratando dos fortes medicamentos que ela estava tomando.
Enquanto aguardávamos, Sam começou a trabalhar comigo na Stalden, como já era de se esperar, tudo então estava perfeito, além de ter conquistado a minha esposa, eu também consegui a melhor profissional trabalhando comigo.
Um dia em uma ligação com o Evan, ele me pediu para devolver a ajudante dele que eu tinha roubado. Samantha é claro adorou o elogio. Mas a verdade é que ela sempre se propõe a fazer as coisas da melhor forma e ela faz
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Estou na minha sala no vigésimo andar da Stalden e ouço bater a porta.
- Entra. - Melyne coloca a cabeça para dentro.
- Está ocupado grandão?
- Nunca para você pirralha. - Faz tempo que eu não a chamo assim, antes ela não gostava mas hoje ela acabou sorrindo.
- Então grandão, tudo pronto, Gabriel Bonchinni já está me esperando em Florianópolis.
De repente me bate uma insegurança, uma vontade de falar para ela: - Então Mel, deixa isso pra lá, que eu mando outra pessoa. - Mas se eu fizer isso a minha pirralha vai surtar. Ela já fez todas as pesquisas, conversou com o Gabriel durante três meses consecutivos, programou essa viagem nos mínimos detalhes, de jeito nenhum eu tenho o direito de fazer isso com ela.
- Lui? Você me ouviu grandão? - Ela me tira dos meus pensamentos.
- Oi Mel, sim claro, já está tudo pronto, e quando você viaja?
- Depois de amanhã, queria que o Filipo me levasse, tudo bem para você?
- Mas é claro Mel, eu ia mesmo te falar isso. Hoje mesmo eu ligo para ele e peço para que arrume tudo para a viagem.
Ela sorri.
- Obrigada grandão. E... bem, o Bruno falou que vai tirar uns dias de férias e vai me encontrar lá. Ele disse que conhece Jurerê Internacional, já passou uns dias lá.
Sim eu me lembro quando ele foi para o Brasil junto com o Gianni e o Alberto, eu também ia mas depois acabei desistindo. Depois do meu casamento, eu fiquei sabendo que a Mel saiu com o Bruno umas vezes, mas eu não sabia em que pé estavam as coisas.
- Mel, você acha mesmo que é uma boa ideia? Será que você não está tentando acabar com um problema criando outro?
Mel me olha fixamente.
- Há grandão, eu estou bem, eu disse para ele que não quero nada sério, ele me entendeu, disse que só quer me fazer companhia, e tem mais Lui, depois do seu casamento o Evan não falou mais comigo. Talvez um choque de realidade faça ele ver as coisas de modo diferente. Eu tenho que seguir com a minha vida Lui. Não vou mais ficar chorando pelos cantos me fazendo de vítima e esperando que quem sabe um dia o todo poderoso Evan Collins se digne a me lançar um olhar. Não meu querido irmão, eu sou bem melhor que isso.
Ela tinha razão, o Evam tinha me prometido que ia tomar uma atitude, mas até agora nada. Então talvez realmente fosse bom a Mel seguir com a vida dela.
- Tudo bem Mel, você está certa. Só vou ter uma conversinha com o Bruno antes dele ir para o Brasil, não quero ter que me preocupar em perder um amigo se por acaso ele aprontar com você.
- Lui por favor, para de graça, já sou adulta e sei cuidar de mim.
Olho para ela e sei que é difícil de acreditar mas é verdade, a minha irmãzinha tinha crescido.
- Certo, certo.
- Bom, já vou tenho ainda que resolver algumas coisas.
- Tá, eu vou ligar para o Filipo agora mesmo.
- Ok grandão.
Depois que ela sai, eu ligo e já peço para que seja providenciado o jatinho para levar a Mel ao Brasil.
Samantha Avelar Stalden
Acordo com um mal estar tremendo, meu estômago da voltas. Olho para o lado e o Luigi dorme tranquilo ao meu lado.
Coloque a mão na minha barriga tentando inutilmente aplacar o mal estar que sinto, mas não adianta.
Me levanto devagar para não acorda o meu marido, vou para o banheiro, me sento na borda da banheira, sinto o meu corpo mole, como se a minha pressão estivesse caído.
Meu estômago não para de rodar, então tudo fica pior e eu corro para o vaso sanitário, só tenho tempo de me agachar porque uma náusea tremenda toma conta de mim, outra após a outra.
Santo Deus, parece que meu estômago e o meu fígado estão travando uma batalha dentro de mim.
Me sento no chão tentando me acalmar. Rezo para que o Luigi não tenha me escutado, não quero mais preocupa-lo com os sintomas colaterais dos hormônios. Se bem que nunca foi tão forte assim, da última vez que eu senti a dor de cabeça tinha sido bem forte, mas a náusea, bem fraquinha.
Mas meu desejo não foi atendido, Luigi entra no banheiro, vestido somente com uma cueca boxer branca Armani, mostrando toda a sua ereção matinal, não pude deixar de notá-la mesmo colocando os bofes para fora.
- Sam querida, o que aconteceu? O que você está sentindo? - Ele me pega pelo braço e devagar me tira do chão
- Eu não sei amor, acordei me sentindo mal, uma ânsia de vômito horrível, nunca senti nada parecido.
Luigi coloca as mãos no meu rosto.
- Você está tão fria. Acho melhor te levar ao médico.
- Não querido, não precisa eu já estou melhorando, deve ser ainda os sintomas dos hormônios. - Falo para ele para tentar acalmá-lo
- Mas Samantha já faz um tempo que as injeções acabaram, não acho que ainda sejam elas que estão te fazendo mal.
Talvez ele estivesse certo, mas eu já estava me sentindo melhor e não teria porque ir ao médico por causa de um mal estar.
- Não meu amor, estou me sentindo melhor. Vamos deixar por enquanto, se isso voltar a acontecer eu mesma vou te pedir para me levar ao médico ok?
Ele me olha e embora demonstre claramente que não concorda comigo, ele aceita o que eu digo.
O dia segue seu curso, todos aqui na empresa fazem de tudo para que eu me sinta bem, as vezes percebo uns olhares atravessados, claro que de mulheres, mas quer saber de uma coisa, quando eu tenho a oportunidade acabo dando um beijo gostoso no meu marido na frente delas e então fico feliz da vida.
Hoje especialmente depois do que aconteceu de manhã, meu dia não está lá essas coisas. estou tendo que ficar sempre em estado de atenção: Meu café da manhã leve e meu almoço mais leve ainda, também foram parar no vaso sanitário, e o Luigi nem imagina que isso aconteceu, ele participou de duas reuniões seguidas, ele nem foi para casa almoçar comigo.
Sophie me liga e eu acabo falando para ela que eu não estou passando muito bem.
- Samy, você já foi ao médico? Com todos esses hormônios que você andou tomando talvez seja melhor, imagina só a bagunça que deve estar.
- É talvez você esteja certa, acho que quando eu sair daqui eu vou procurar o Dr. Fernando.
- Nada de acho sra. Stalden, você vai me prometer que vai ao médico, se não eu ligo para o Luigi e falo para ele. - Depois do nosso casamento, Luigi falou para ela só chama-lo assim, afinal eles eram amigos.
- Tudo bem Sophie, eu vou, mas não quero que ele saiba por enquanto, o coitado já está se preocupando tanto comigo desde que comecei a tomar esses benditos hormônios que eu sinto até dó dele.
- Tudo bem Samy, mas amanhã eu te ligo para saber como foi no médico.
Tenho que concordar, e mais ainda eu vou ter que ir, se não a maluca conta mesmo para ele e do jeito dela, fazendo todo o estardalhaço que lhe é tão peculiar.
Me despedi dela, e depois que desliguei o telefone, olhei em cima da minha mesa, tudo estava bem adiantado, poderia sair mais cedo. Luigi estava em uma vídeo conferência com a Stalden Grécia, então peguei as minhas coisas e sai, ao passar pela secretária avisei a ela que estava indo embora, falei para ela avisar ao Luigi quando saísse da reunião que eu tinha ido fazer umas compras para casa. Com certeza ele não ia acreditar, mas depois eu conversaria com ele e lhe explicaria tudo.
Luigi Stalden
A videoconferência com a Stalden Grécia terminou e tudo estava bem por lá. Heitor me falou que tudo estava correndo como tínhamos estabelecido. Todos os funcionários transferidos, embora não fossem muitos, tinham se adaptados muito bem. E ainda bem, porque esse era um dos meus medos. Da adaptação, se ela não acontecesse então teríamos que realoca-los de novo. Esse poderia ser um transtorno tanto para nós como para eles. Mais ainda bem isso não foi preciso.
Olhei no meu relógio de pulso e estranhei, já era hora de irmos embora e até esse momento Samantha ainda não tinha vindo até a minha sala.
Comecei a juntar as minhas coisas e pelo telefone interno eu chamei Adriana.
- Adriana, por favor poderia falar para a Samantha que já podemos ir para casa.
- Dr Luigi a sra. Stalden já saiu, ela disse que precisava fazer umas compras para casa.
Isso era no mínimo estranho, quem cuidava dessas coisas em casa era a Flora, uma mulher que contratamos depois que chegamos de lua de mel.
- Tudo bem Adriana, obrigado.
Pego o meu celular e ligo para ela, toca até cair na caixa postal.
" Madre di Dio", tento mais uma vez e dessa vez ela atende.
- Mio Dio, Samantha, onde você está?
Ouço um sorriso abafado.
- Amor, estou chegando em casa, estou bem, só fui buscar umas coisas para a gente.
- Coisas? Que coisas Sam? - Pergunto para ela, sei que está me escondendo alguma coisa.
- Amore mio, não é nada demais, você já está indo para casa?
- Estou sim, tinha que passar na minha mãe, mas agora a ansiedade de te ver é tanta que eu vou ligar para ela e falar que passo lá amanhã. Ela vai entender.
- Eu também quero muito te ver meu amor, hoje nós nem almoçamos juntos. - Parece que eu posso ver o biquinho charmoso que ela está fazendo agora. Ouço ela estacionando o carro, desligando o motor, um clique e logo depois a porta do carro sendo aberta e depois fechada.
- Eu sei querida, também estou senti falta de você. - Peguei as minhas coisas em cima da mesa e sai.
- Só um momento meu amor. - Me virei para a Adriana.
- Adriana, já estou indo. Boa noite.
- Boa noite dr. Luigi.
- Sam?
- Oi querido, só um momento. - Ouço ela falar:
- Olá Flora como está?
- Bem sra. Samantha obrigada por perguntar. - Ouço as duas e já me sinto mais tranquilo em saber que Samantha já está em casa.
- Tudo bem querida, daqui a pouco estou por ai então e vou querer saber direitinho essa história de compras.
Samanta ri alto.
- Com certeza meu amor, eu te mostro tudo que eu comprei.
- Tá bom amor, até daqui a pouco.
- O trânsito está um terror, ainda era começo de dezembro mas as pessoas já começam a fazer suas comprar de Natal. Aliás isso me fez lembrar que esse era o primeiro Natal que eu e a Samantha passaríamos juntos. Uma felicidade enorme me bateu.
Demorei mais de quarenta minutos para percorrer um caminho que eu não demoraria mais que vinte para fazer.
Cheguei em casa, Flora foi me encontrar na porta.
- Boa noite sr. Luigi.
- Boa noite Flora, como está? - Pergunto mas meus olhos não estão nela e sim percorrendo a sala em busca da Samantha.
- Ela está lá em cima.
- Obrigada Flora. - Subo as escada quase correndo. Abro a porta do quarto e a Samantha está acabando de sair do banheiro.
- Oi meu amor. - Ela fala ao me ver e quando chega perto de mim, me da um abraço e um beijo gostoso.
- Oi querida, que susto você me deu, perguntei por você e a Adriana disse que tinha ido fazer compras para casa, não entendi nada.
Samantha beija meu queixo.
- Foram só umas compras querido, depois eu te mostro tudo, agora porque você não vai tomar um banho, vou pedir para a Flora servir o jantar dentro de quinze minutos tudo bem para você?
- Ficaria melhor ainda se me acompanha-se no banho o que você acha?
- Hum, acho melhor não, talvez quem sabe antes de dormir eu não deixe você me dar um daqueles banhos relaxantes que só você sabe. - Ela me olha de maneira sensual.
- Há mas eu vou adorar.
- Então nos vemos daqui a pouco. Vou lá embaixo ver com a Flora se está tudo certo.
- Tudo bem. - Sam desceu, eu retirei o paletó e a gravata coloquei no closet e fui para o banheiro.
Achei estranho quando fui pegar o shampoo e do lado tinha uns produtos de bebê, como Shampoo e condicionador, sorri sozinho no box cheio de vapor, com certeza deveria ser mais um daqueles tratamentos para o cabelo da Samantha.
Depois que eu terminei o banho, ainda sem sair do box, eu coloquei a mão para fora e puxei a minha toalha. Mas no lugar da minha enorme toalha felpuda veio uma pequena. Olhei para a toalha em minhas mãos, ela era azul com umas nuvenzinhas desenhadas em branco. Coloquei ela no lugar e peguei a minha que estava do lado. Mas sem deixar de olhar para a toalha que eu tinha devolvido no lugar.
Que coisa mais estranha. Fui para o closet, coloquei a minha cueca, uma calça de agasalho preta e quando fui pegar a camiseta que estava por cima de todas, veio junto duas fotos, uma minha quando eu era bebê e outra da Sam também bebê, sorri ao ver a foto dela que eu ainda não conhecia. Ela já era linda, e seus olhos azuis eram tão evidentes.
Coloquei as fotos no lugar e vesti a camiseta.
Quando desci as escadas encontrei uma manta cor de rosa de tricô apoiada no corrimão,
Olhei para ela e a peguei nas minhas mãos. Que estranho era aquilo, primeiro os shampoos e condicionadores para bebê, depois a toalha com nuvenzinhas, as fotos tudo bem, Sam poderia estar vendo e deixo-as ali para serem guardadas depois, mas agora e essa manta?
Passei pela sala segurando aquela manta cor de rosa. Coloquei ela em cima do aparador na sala de jantar. E para minha surpresa em cima dele tinha um ursinho branco, ele tem na boca uma chupeta.
Não isso já era demais, tinha muitas coisas ali que eu não estava entendendo, meus pensamentos iam em diversas direções mas nada de concreto se formava na minha cabeça. Sempre fui muito observador, e é claro que todas essas coisas nunca ia passar despercebidas por mim. Samantha veio da cozinha em minha direção.
- Hum que delícia esse seu cheiro. - Ela chegou perto e deu uma fungada gostosa no meu pescoço que me fez arrepiar.
- Aliás deu uma vontade enorme de dar uma mordida em seu pescoço sr. Stalden.
- Esteja à vontade para sentir o meu cheiro, enquanto isso quero que me conte, que bebê esteve aqui em casa? Shampoo e condicionador no banheiro, toalhas com nuvenzinhas, manta cor de rosa na escada e agora esse ursinho aqui em cima do aparador, acho que alguma coisa estranha está acontecendo aqui, você não acha? - Samantha olha para o ursinho em minhas mãos e da de ombros.
- Acho que não querido, mas venha vamos jantar se não vai acabar esfriando.
Coloco o tal brinquedo junto com a manta no aparador e sigo Samantha até a mesa, puxo a cadeira para ela se sentar e então vou para o meu lugar.
Flora entra na sala de jantar, então ainda muito confuso, pergunto para ela.
- Flora, alguma criança esteve aqui hoje? - Ela me olha e parece não entender o que eu falei, então depois de pensar um pouco fala:
- Não sr. Luigi, ninguém esteve aqui. - Olhei para a Samantha e ela só sorriu para mim. Ainda olhando para ela eu peguei o guardanapo que estava em cima do meu prato e o coloquei no meu colo, e foi quando um papel me chamou atenção em cima do prato. Ele era branco mas em letras das cores do arco-íris, estava desenhado um carrinho de bebê e escrito:
Papai estou chegando!!!
Li de novo aquele bilhete nas minhas mãos, talvez eu tivesse entendido errado. Mas não, estava mesmo escrito ali: Papai estou chegando, com a letra bem desenhada da Samantha.
Minha nossa. meu coração pulou uma batida, minhas mãos tremiam segurando aquele papel. Olhei para a Samantha e ela tinha nos lábios um sorriso lindo, nos seus olhos escorriam lágrimas e na mão um sapatinho de linha branco presos nos seus dedos.
Eu me levantei e a puxei para os meus braços. Eu a apertei tanto que até fiquei com medo depois que eu a tivesse machucado.
- Te machuquei meu amor, te apertei muito?
- Não meu amor, eu estou ótima. - Sua voz falhou mas ela conseguiu falar depois de algum esforço.
Coloquei ela sentada de novo e me ajoelhei ao seu lado.
- Mas quando você descobriu? Você foi ao médico? Então aquelas náuseas era porque você está grávida? Mas e agora você está bem? Quer alguma coisa?
Ela me olhava e sorria, só então me dei conta do bombardeio de perguntas.
- Desculpa mia dea, te enchi de perguntas.
- Eu estou ótima meu amor, não preciso de nada a não ser de você do meu lado, sim eu fui ao médico hoje, e sim aquelas náuseas eram por causa da gravidez, mas já estou bem melhor, o dr. Fernando falou que é bem normal esses enjoos fortes já que estou grávida, aliás eu tenho que te avisar que se eu puxar a minha mãe na minha gravidez, vou vomitar até na hora de ir para o hospital para ganhar o bebê.
Seguro seu rosto em minha mãos, estou tão feliz.
- Porque você não avisou para mim que estava indo ao médico? Você passou mal de novo?
- Passei sim, acabei colocando para fora tanto o meu café da manhã, tanto o meu almoço, mas agora que eu já sei o porque né? - Ela passa a mão pela barriga ainda lisinha, mas que já guarda o nosso maior presente. - Quanto a não te avisar que eu ia ao médico, eu achei melhor assim, porque poderia não ser nada, poderia ainda ser resquícios das injeções.
- Mas não era e que felicidade estou sentindo meu amor. Mas foi tão rápido, somente dois meses de tratamento, quer dizer nem isso.
Ela sorri
- Eu fiz essa mesma pergunta para o Dr. Fernando, ele me disse que o tratamento que eu fiz para a retirada das aderências deixou livre e limpo o caminho e também os hormônios fizeram o seu trabalho direitinho. Mas não se preocupe tenho uma consulta marcada para a próxima semana ai sim poderemos tirar todas as nossas dúvidas.
Me sento e puxo ela para o meu colo, ficar junto dela e do meu filho é tudo que eu quero agora.
Samantha Avelar Stalden
Luigi parece que até essa criança nascer vai me levar a loucura, os seus cuidados comigo estão me deixando deliciada e louca ao mesmo tempo.
Samantha já tomou as vitaminas? Samantha já almoçou? Samantha quer um suco? Samantha não vá se esforçar demais.
Como posso me esforçar demais se para ir trabalhar eu vou de carro e na empresa eu trabalho sentada.
Preciso procurar um personal para mim, fazer uns exercícios não vai me fazer mal, muito pelo contrário.
Liguei para os meus pais e avisei da minha gravidez, eles ficaram super felizes, tive que prometer uma visita para logo.
Fomos jantar na casa da Karen e o Luigi deu a notícia, ela também ficou muito feliz, falamos com a Mel pelo Skype e ela ficou eufórica.
Na semana seguinte fomos a consulta com o dr. Fernando, tudo estava bem tranquilo, a não ser o Luigi que derrubou em cima do pobre homem um caminhão de perguntas, que ele respondeu com calma.
Ele até perguntou a respeito de sexo. Se poderia ser normal ou se teríamos que ter algum tipo de cuidado.
Ele disse que tudo poderia acontecer normalmente. Eu estava bem e sadia.
Os enjoos claro que não cederam, eu vomitava todos os dias. Mas em compensação fiquei ainda mais viciada no perfume do Luigi, mas não era no líquido no vidro, esse não tinha graça, eu queria mesmo era sentir ele no próprio Luigi, misturado com o seu cheiro natural.
E claro que o Luigi fazia todas as minhas vontades, toda noite ele ia passava o perfume e eu me aconchegava nele, não foram poucas as vezes que o coitado foi trabalhar todo travado porque tinha dormido todo torto porque eu estava grudada no pescoço dele.
Com dois meses e meio fizemos um ultrassom, ele queria saber como estava se desenvolvendo o bebê.
Foi então que descobrimos que eu estava grávida de gêmeos.
- Gêmeos? - Essa palavra tinha uma dimensão surreal para mim, até pouco tempo atrás eu achava que nem poderia ter filhos agora, eu levava dentro de mim duas criaturinhas. Fiz uma oração em silêncio agradecendo essa dádiva que nós tínhamos recebido.
Com um pouco mais de três meses e mais uma ultra, descobrimos que eu estava grávida de um casal. Luigi só faltou sair dando pulos pelos corredores e salas da clínicas. Seu sorriso era tão grande que eu não sei como não doía o seu rosto por segurá-lo lá por tanto tempo.
Seus cuidados comigo eram extremados, na hora do sexo então nem se fala, mas devido aos hormônios em erupção eu queimava de tanto tesão. Um dia eu falei para ele, que eu queria fundo e forte, o coitado ficou até branco com medo de fazer algum mal para o bebê. Mas posso garantir que ele fez direitinho e do jeito que eu queria
Desejos? Nossa tenho todos e mais alguns, que o Luigi fazia questão de realizá-los, um dia a Mel me mandou uma foto de um creme, que na hora eu pensei que fosse sorvete, mas depois ela me falou que não, era açaí, uma fruta tipicamente brasileira.da região da amazônia. Mas é claro que a minha boca se encheu de água, na hora eu fiz o Luigi dar um jeito de achar. Depois comi tanto, mais tanto e do mesmo jeito que estava na foto com bananas, granolas e morangos grandes e bem vermelhos.
Em um telefonema perguntei a Melyne quando ela voltaria ela me disse que em quinze dias, então eu também fiquei sabendo que o Evan estava lá. Eu não conseguia definir se isso era bom ou ruim.
Quando ela voltou começamos a preparar os quartinhos dos bebês, fiz questão que fosse assim, porque eu queria que cada um tivesse a sua individualidade.
Os meses foram passando e eu estava cada vez mais feliz.
Luigi Stalden
Os meses passaram tão rápidos, Samantha com sete meses estava cada vez mais linda, embora ela achasse o contrário. Seus seios por causa da lactação ficaram mais volumosos, com certeza eles me davam água na boca. Sua pele estava linda, mas as vezes ela olhava no espelho e falava que achava uma mancha, para falar a verdade eu nunca vi nenhuma. Enfim ela está linda.
Nosso sexo continuou intenso, mas eu tinha muito medo de machucá-la ou aos bebês.
Eu sempre brincava e conversava com os nossos filhos, passava a mão de um lado para o outro na barriga da Sam e as crianças se mexiam acompanhando a minha mão, parece loucura? Mas eu garanto que não é.
Uma noite Sam não conseguia dormir, as crianças se mexiam demais dentro dela, então sem forçar eu encostei minha cabeça na barriga dela e comecei a contar histórias para eles. Acho que funcionou e eles pararam, porque quando eu olhei para cima a Sam dormia como um anjo.
Olhar para ela me fazia um bem enorme, era como se ela fosse para mim um paraíso que eu descobri. Ela sempre fala que eu a fiz ser uma mulher de verdade, que eu tive a paciência de aos poucos quebrar as barreiras dela, que eu sempre me preocupei com ela. Sim tudo isso era verdade. Mas quer saber de uma coisa, foi ela que me fez quem eu sou, ela me ensinou a amar e valorizar uma mulher, ela me mostrou que eu poderia dar amor a ela. Sim ela hoje é a minha vida e junto com os bebês que ela carrega me dão a certeza que eu tenho um lar para onde voltar todo dia. Ela se mostrou para mim, ela me deu motivos para querer estar com ela em todos os momentos da minha vida.
Se forem me perguntar qual a definição que eu dou a Samantha, bem ela é leve como uma pluma, é transparente, não consegue fingir alguma coisa que não senti. Ela transmite serenidade, ela é o meu bálsamo. Embora ela se transforme em uma fera quando se sente desrespeitada ou mesmo quando mexem com um dos seus. Não quero nem ver como será com as crianças. Com certeza uma verdadeira leoa.
Ela é linda, me fascinou e me deixou de quatro.
Olhei para ela que descansava tranquilamente nos meus braços deitada na rede no terraço de casa. Passei mão pela barriga dela. O médico disse que a partir dos sete meses, os bebês poderiam querer nascer a qualquer momento, e nós só queríamos que eles ficassem lá por mais um tempo, assim eles poderiam estar mais fortes quando eles colocassem as carinhas deles no mundo.
A vida me deu a Samantha e agora ela me dava dois anjinhos, com certeza eu era o homem mais realizado do mundo.
Olhei para as folhas das árvores que balançavam com a brisa leve do fim de tarde. Eu estava completo, eu estava feliz, Nada na vida me daria maior paz do que essa que eu estou sentindo agora.
Abaixei um pouco a cabeça e respirei o perfume de seus cabelos. Se existia melhor perfume eu não tinha conhecimento. Felicidade agora para mim tinha três significados bem específicos. Samanta, Enrico e Giovanna. Essas três pessoas eram o meu mundo por quem eu viveria e morreria.
Mais uma vez eu fechei os meus olhos e agradeci a Deus. Abracei Sam, mais junto ao peito.
E que venha o futuro, que ele venha cheio de luz, que ele seja abençoado. Estamos prontos para ele, estamos prontos para continuar nos amando e que esse nosso amor é tão forte que ele se multiplicou e deu frutos lindos, que logo logo estariam correndo pela casa. O futuro está começando agora e ele está nas nossas mãos.
Aiai, é com um misto de dor no coração e uma incrível sensação de dever cumprido que eu estou finalizando essa obra. Com o Luigi e a Samantha eu criei coragem de mostrar para vocês o que eu mais gosto de fazer, que é contar lindas e românticas histórias, claro que uma pitada generosa de pimenta por que sem ela fica sem graça. Hahahaha ;)
Quero agradecer a todas vocês querida meninas que mesmo sem me conhecer me deram o prazer da companhia de vocês em Meu Pedaço do Paraíso. Sem vocês nada disso teria acontecido. Se não fosse pelo carinho que recebi de todas vocês eu teria desistido.
Obrigada é pouco eu sei. Bom minhas lindas agora vem ai o livro da Mel e do Evam, eu tinha colocado o nome de Desejo Insano, mas fazendo uma pesquisa rápida aqui no watt eu vi que já tinha. Então eu vou mudar o nome do meu mais novo bebê será... Desejo Insano Por Você! Espero contar com o prestigio de todas vocês. Beijos queridas