Capitulo 7 - Samantha Avelar

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Quando entro no meu apartamento, olho em volta e tem resquícios da noite com Luigi por toda parte. Na sala as almofadas no chão onde nos sentamos para jantar, na cozinha dentro da pia ainda tem os dois pratos, os hashis e as taças de vinho.

Vou para o meu quarto, a cama está revirada, deixando claro que ali aconteceu uma cena de sexo quente e enlouquecido. No chão encontro um envelope de preservativo, apanho-o, rodo nos dedos me lembrando de tudo que fizemos nessa cama na noite anterior.
- A onde você está com a porra da sua cabeça Samantha Avelar? - Essa é a pergunta que eu me faço.
Jogo minha bolsa em cima da poltrona, e lá está a toalha que o Luigi se secou. Seguro-a firme entre os dedos, vou até o banheiro, e a primeira coisa que eu vejo ao entrar, é a marca de uma mão no vidro do box, parece feita com espuma de banho. Coloco minha mão espalmada em cima, e a mão desenhada e bem maior que a minha.

Respiro fundo ao meu lembrar da mão de Luigi passeando no meu corpo, enquanto a outra estava apoiada no vidro.
Começo aos poucos a arrumar tudo aquilo, penduro a toalha no suporte na parede e volto para o quarto, pego o travesseiro que ele dormiu e levo ao rosto, respiro fundo sentindo o seu cheiro delicioso que ainda permanece ali. Com os pensamentos ainda no homem que está me levando a loucura, eu arrumo a minha cama, coloco às almofada no lugar, e olho em volta. Não tem mais jeito, por mais que eu não queira, agora a imagem de Luigi já faz parte desse ambiente.

Vou para cozinha, coloco os pratos, as taças e os hashis na lava louça. Respiro fundo, Aliás o meu apartamento não será mais o mesmo.

Droga. Como pode uma pessoa que eu conheço a poucos dias tomar conta de tudo que me cerca do jeito que ele fez? Que italiano é esse, e que poderes ele tem?

Luigi me pediu para vivermos um momento de cada vez, falou para simplesmente deixar acontecer, mas para quem já sofreu tanto como eu, isso se torna impossível. Como não me preocupar? Onde fica o sentido de autopreservação?
Dou uma olhada em volta, acho que as coisas já estão organizadas por aqui, bom, pelo menos alguma coisa tem que estar.

Me encosto na pia da cozinha e olho em volta. O meu apartamento que sempre foi o meu paraíso particular, hoje está me parecendo que falta alguma coisa. Pego o pano de prato de cima da mesa, o dobro e coloco arrumado em cima do balcão.

Preciso fazer alguma coisa. Ficar pensando no Luigi, não vai me ajudar em nada, aliás só está me desestabilizando ainda mais.

Me lembro que tenho que falar com os meus pais, e pego o telefone para ligar para minha família.

- Alo? - Me surpreendo ao ouvir a voz do meu pai do outro lado da linha. Isso me intriga, o meu pai odeia falar ao telefone.
- Oi pai.
- Olá Samy minha pequena.
Sorrio. A minha família é o meu porto seguro, aqueles que eu sei que sempre vão estar por perto para mim. Cada um deles tem algo que me ajuda, que me sustenta, que me ajuda a não me entregar mesmo nas maiores dificuldades, como foi a que passei a um ano atrás, eles me fortalecem, me dão o impulso que preciso para seguir em frente.
- Há pai, que saudade, como o senhor está?
- Estou bem querida, também estou com muita saudade de você.
- E a mãe, e o Dylan ?
- Eles estão bem, o Dylan está no hospital, me parece que teve uma emergência por lá. E a sua mãe, foi na casa da sua avó Sara, ela fez uma chantagem emocional falando que estava se sentindo sozinha, a gente falou para ela vir para cá, mas sabe como ela é, acabou sua mãe tendo mesmo que ir.
Então está explicado porque meu pai atendeu o telefone mesmo não gostando. Meu pai é ótimo, chega a ser super protetor, tanto que ele não foi muito receptivo quando eu disse que estava vindo morar na Flórida, no começo ele bateu o pé e disse para eu não vir. Mas depois ele acabou aceitando e me deu o apoio que eu tanto estava precisando na época.

Meu Pedaço do Paraíso - Livro 1 (Revisando)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora