POV's Alexandre
Eu não podia identificar que sensação era essa que eu sentia, o próprio inferno queimava dentro de mim em um turbilhão.
Eu me sentia vazio por estar sem ela aqui e culpado, por minha culpa minha companheira foi levada de mim.
Eu não cuidei bem dela.
Apenas dois pontos no momento me impediam de enlouquecer, claro além de Gabriel e Tiago que estavam a todo momento no meu pé, pensar que minha companheira e filha ainda estavam em perigo.
Gabriel tinha sido incubido de tentar rastrear minha companheira e quem a tinha levado.
O feiticeiro trabalhava com os gêmeos, ele disse que estava os treinando para que quando Lia retornasse pudesse fazer o feitiço para curar Lexy, já que ele não era um bruxo.
Tiago estava ocupado caçando velhos conhecidos de Lia e uma velha conhecida minha que estava na mira.
Maria.
Vou achá-la e fazê-la pagar por tudo o que fez.
Ela vai pagar pelo o que fez a Lexy e por ter me traído.
Agora eu sentia a tal sede de sangue que Lia tentou me descrever nos nossos poucos momentos vagos, talvez passamos a compartilhar tal sentimento depois que nos encontramos.
Respirei fundo engolindo outra dose de bebida.
Como se isso fosse me fazer esquecer de alguma coisa.
Captou algo, Max?
"Nada ainda, Alex." Respondeu meu lobo tão desesperado quanto eu.
Queria fazer algo além de estar aqui sentado, mas me parece que eu faço estragos grandes ao pensar na minha companheira em perigo.
Como as duas casas que destruí ontem um tempo depois de ter chegado aqui.
Agora o dia já havia amanhecido e eu continuava nesse escritório sem ter coragem de encarar o quarto que se tornou nosso na sua pequena estádia aqui.
Algumas batidas na porta.
-Entre.-respondi após outro gole.
A amiga de cabelos coloridos, companheira de Gabriel entrou no escritório. Um pouco acuada.
Reconheci ela como a gêmea que via o futuro.
-Viu alguma coisa?!-perguntei alarmado me levantando.
Ela balançou a cabeça negativamente.
-Não, mas acho que posso ajudar.-disse erguendo o olhar para mim.
Voltei a me sentar um tanto cabisbaixo.
-O que tem em mente?-um suspiro cansado.
-Posso ir até a antiga casa dela, lá deve ter o suficiente de sua essência para que eu force uma visão. Talvez eu veja onde ela está.-me levantei rápido.
-Tem certeza?-ela assentiu.
-Mas existe um porém, eu preciso de um descanso depois disso ou vou esgotar minha energia completamente.-assenti, o sangue bombeava forte no meu peito.
É a chance de eu encontrá-la!
-Vamos! Saíremos em dez minutos.-apontei para ela.-Contate seu companheiro, ele vai ficar furioso se eu levá-la sem ele.-ela assentiu concordando.
Essa garota me deu uma ótima ideia! A mãe de minha companheira!
Minha sogra, ela deve saber de alguma coisa, com certeza ela sabe quem levou Lia. Vai ser bom fazer uma visita e algumas perguntas.
Espero que ela saiba de algo ou vou enlouquecer!
Subi as escadas, precisava ver Lexy. Ela deveria estar se sentindo péssima.
Bati na porta de seu quarto e ouvi um pequeno "entre".
Girei a maçaneta e entrei vendo minha pequena deitada na cama em posição fetal.
Me aproximei.
-Lexy...-ela se virou para me olhar.-Não precisa se preocupar, eu viu trazer a Lia de volta.-ela assentiu ainda cabisbaixa
Eu reconhecia que a culpa não tinha sido dela, apenas uma criança criada normalmente, o que poderia fazer?
Ela nem começou seu treinamento ainda.
-Foi por minha culpa, papai.-enxugou uma lágrima que ameaçava cair.
-Não, não foi.-toquei sua perna fazendo carinho.-Você precisa entender que existem coisas que não poderá controlar.-me aproximei beijando sua testa.-Vou na casa da mãe de Lia, se comporte.-me levantei pronto para sair de seu quarto.
-Papai.-me chamou se sentando na cama. Me virei para ela e dei sinal para que continuasse.-Posso ir também?-perguntou com os olhos brilhando.
-Lexy não é melhor você...
-Eu não aguento mais ficar nesse quarto sem ajudar, papai!-me interrompeu explodindo.-Quero ajudar!-olhei pro seu rosto vendo o quanto estava alterada.
"Nossa filhote apenas se sente culpada, deixe-a sentir que está fazendo algo." pediu Max.
Respirei fundo.
-Prepare comida para a viagem, você vai ficar encarregada de ajudar a gêmea.-ela correu e me abraçou forte.
-Obrigada papai! Eu vou ajudar muito!-disse animada.-Eu não vou demorar, prometo que estarei pronta rapidinho.-correu pro closet sem sequer esperar eu falar mais alguma coisa.
Era bom ver ela animada depois do ocorrido de ontem.
Pesquei o telefone do bolso depois de perceber que ele vibrava incansavelmente, meu coração pesou quando lembrei por que coloquei o celular no silencioso.
Lia odeia que celulares atrapalhem a gente, ela quebrou o próprio celular dela jogando-o na parede do meu escritório.
Atendi com um sorriso triste.
-Você vai na casa da mãe dela?-perguntou Gabe ofegante.
-Sim! Foi ideia da sua companheira.-ele respirou fundo.
-Sakura parece maluca, mas ela sabe o que faz.-esse era o nome da doidinha de cabelo colorido, me lembro de quase ter matado-a depois de ter trancado minha companheira naquela sala de cristais só para que sua irmã fosse salva.
Lia podia ter morrido, mas agora eu precisava dela para evitar novamente um desastre.
-Talvez ela seja a única que possa encontrar minha companheira.-falei pensando alto.
-Estarei ai em quinze minutos, não importa o que aconteça, não saíam sem mim.-sem aviso prévio Gabriel desligou.
Ele devia estar com aquela moto barulhenta, consegui ouvir o som no fundo.
Não consigo saber por que ele insiste tanto em se parecer com um humano!
Saí do quarto de Alexa voltando para meu escritório, precisava ligar para pedir a minha sogra que permanecesse em casa. Toda a confusão ocorreu e eu não tive nem a proeza de avisá-la
Por mais que algo me falasse que ela já sentia alguma coisa relacionada a isso.
Fiz uma breve ligação para ela e então fui até meu carro esperar as meninas.
Esperava encontrar Lia logo ou enlouqueceria.
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Assim que cheguei na entrada, minha sogra pegava algumas roupas que tinham acabado de secar no varal. Ela se aproximou sorrindo, mas seu sorriso morreu ao notar que faltava alguém.
-Cadê minha menina?-perguntou com os olhos arregalados e marejados.
Se eu não conhecesse a história das duas, nunca diria que Diana é mãe de Lia, ela parecia ser apenas 15 anos mais velha, ou menos.
-Ela...-Alexa se meteu na minha frente.
-Você é a mãe da Amy?-perguntou ela com a voz doce e animada, apesar dos olhos de Diana estarem em mim um tanto magoados, ela pareceu desviar um pouco da raiva que estava sentindo ao se dirigir a minha pequena com palavras suaves.
-Sou sim, querida.-ela se agachou para falar com Lexy.-E você? Quem é?-Alexa sorriu.
-Sou a Alexa e a Amy é minha madrasta.-disse fazendo sua quase avó me olhar.
-Vamos entrar, vejo que teremos muito o que conversar.-ela indicou a casa para todos que logo a seguiram, eu também a acompanhei, sabia que seriam momentos difíceis.
Assim que cruzei a porta senti o cheiro de minha companheira invadir minhas narinas, tinha o cheiro de sua mãe também, mas seu cheiro predominava.
Caminhei pela casa sem conseguir me controlar, seguindo seu cheiro forte como se fosse possível ela estar ali.
Gabriel tentou me impedir, mas eu o empurrei.
Subi as escadas e segui o corredor ignorando completamente qualquer chamado por meu nome, ouvi passos atrás de mim.
Abri uma porta entrando em um cômodo que tinha tanto o perfume de minha companheira que parecia que ela estava ali.
Como sinto falta dela... será que está bem? Não consigo ficar tranquilo sem ela por perto!
Adentrei mais o cômodo sentindo a presença dela ali, aquele era seu espaço.
-Esse é o quarto de Amélia.-ouvi a voz de minha sogra atrás de mim e me virei encontrando apenas ela.-Vai me dizer o que aconteceu ou terei que descobrir eu mesma?-era incrível como aquela mulher era capaz de enfrentar a mim, seu supremo alpha, por sua filhote adotiva. O amor entre elas era tão grande que me perguntei se algum dia, quando eu trouxesse Lia de volta, ela teria esse amor por Alexa.
Seríamos uma família feliz.
Naquele momento eu encarei aquela mulher sentindo vergonha por não ter cumprido minha promessa.
-Ele a capturou, não foi?-franzi as sobrancelhas.
-Ele?-ela suspirou triste e cansada.
-Vamos descer, vou te explicar tudo.-ela me chamou com a mão e me vi em uma luta interna entre permanecer aqui, no antigo quarto da minha companheira onde seu cheiro me acalmava por alguns estantes ou seguir minha sogra e talvez encontrar uma maneira de trazê-la de volta.
Caminhei hesitante até Diana enquanto meu lobo reagia inquieto tentando me fazer ficar.
Descemos as escadas.
-Papai! Onde você estava?-Lexy se aproximou.
-Fui ver uma coisa, querida.-afirmei.
Gabriel olhou pra mim com os olhos apertados.
O que eu fiz?
"Você empurrou ele!" Acusou Max.
Dei de ombros me desculpando silenciosamente.
-Oi docinho.-Dona Diana se agachou com um sorriso.-Quer um pedaço de bolo? Fiz o preferido de Lia, o de limão.-ela pulou.
-Sim!-a mais velha nos chamou até a cozinha acoplada com a sala de jantar e nos convidou a sentar.
-Oie, dona Diana não é? Amy me falou muito sobre você, sou Sakura, a amiga dela.-explicou se aproximando.
-Oie querida! É um prazer!-respondeu apertando a mão dela.
-Eu sei que pode parecer estranho, mas posso ir até o quarto dela? É questão de vida ou morte.-Diana olhou pra mim e eu assenti.
-Ela tem um dom que pode nos ajudar nesse momento.-expliquei rapidamente.
-Perfeito! É o primeiro quarto subindo as escadas.
-Posso ir também?-Lexy perguntou.
-Alexa...-a repreendi.
-Claro! Ela não vai me atrapalhar e quando terminamos voltamos pra comer o bolo, está bem?-Alexa assentiu. Seria bom eles saírem e assim eu poderia conversar melhor com minha sogra.
Gabriel seguia Sakura de perto, o que me encheu com mais culpa.
Se eu tivesse seguido Lia naquele momento...
Assim que eles saíram, Diana me chamou pra sentar perto da mesa, ela colocou duas xícaras com um chá cheiroso em cima da mesa.
-Ela foi capturada, não foi?-assenti.
-Não consegui impedir, ela foi levar Alexa para usar o banheiro quando estávamos voltando para casa e então desapareceu.-Diana suspirou cansada.
-Amy te contou como nos conhecemos?-ela tinha me contado, mas preferia não mostrar que sabia, por isso balancei a cabeça negativamente.
-Não a fundo.-ela assentiu sorrindo.
-Eu tinha 37 anos quando encontrei ela, era uma noite chuvosa, ela estava suja de sangue e carregava um olhar sombrio. Naquele noite, Otávio meu companheiro, tinha bebida muito, ele me culpava por nunca conseguir engravidar.-desviou o olhar.
-Se ficar desconfortável...
-Não, tudo bem.-me interrompeu.-Ele me maltratou naquela noite, me bateu e abusou de mim até que ela ouviu, não sei como, mas ouviu. Ela me jogou em outro cômodo da casa e torturou ele por vários minutos que pareceram horas. Eu tapava meus ouvidos, mas os gritos dele eram altos.-ela engoliu seco.-Não consegui ficar triste com toda aquela tortura ou quando ela o matou, me senti livre.-pelo visto, esta mulher já tinha sua alma quebrada antes mesmo de Lia chegar.
Seu companheiro tinha feito isso.
-De início fiquei com medo dela, ela era assustadora e as órbitas de seus olhos estavam pretas, mas ao todo ela parecia vulnerável e sozinha. Eu também não tinha nada a perder, por isso quando ela foi embora, eu ajudei ela a colocar fogo na casa e fugimos, vagando por anos por lugares diferentes. Mudei meu nome de Lilian para Diana e ela de Susane para Amélia e a partir daí começamos a viver como mãe e filha.-sorriu ela.
-Então ela realmente matou seu companheiro.-assentiu.
-Mas eu agradeço ela até hoje.-afirmou sorrindo.-Eu só comecei a viver a partir daquele momento.-ela ergueu o olhar e respirou fundo.-Ela deve ter te contado sobre como era a vida dela antes de se tornar Amélia.-assenti concordando.
-Então você deve saber quem a levou.
Franzi as sobrancelhas.
-Não sei quem a levou, quem poderia?
-André, o filho do homem que transformou minha Amy em lobo.
Um dos homens que mais machucou minha Amy?! Não... não é possível!
Bati com força na mesa com o punho fechado a fazendo rachar.
Como fui tão burro?!
"Parece que você demora de mais pra descobrir as coisas." Comentou Max.
Mas eu o ignorei por hora.
-E como eu posso encontrar ele?
Assim que eu o encontrar, vou matá-lo com minhas próprias mãos! Não vou descansar até destruí-lo.
"Vou adorar estraçalha-lo com meus dentes!" Rosnou Max.
-Papai!-Lexy surgiu na porta com um tom desesperado interrompendo a conversa.
Me virei preocupado e alarmado.
-Ela teve uma visão.
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Hiiii! A sumida voltou! Me desculpem gente, de verdade, foram tempos difíceis pra mim e eu ainda estou tentando me (re)equilibrar, mas estou de volta!
Como estão? Sentiram saudades?
Nesse cap vimos Lex se movimentar bastante pra achar Lia, até Sakura forçou uma visão e que visão será essa?
Como prometido, vou começar o bônus de mais de 200K de visu no livro e mais de 1K de seguidores no meu perfil (palmas pra vocês 👏👏🥰), mas antes vou escolher o bônus e aceito sugestões lá no nosso grupo do whats (link no meu perfil)
Obrigada a todos por tudo! E principalmente por não desistirem e pelas palavras de ânimo, tem me ajudado muito! ❤❤❤
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Os comentários caíram muito e eu fiquei um pouco triste, mas agradeço a quem ainda comenta.
Beijosss! 😘😘😘