Capítulo 78

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-Tem certeza que está bem?-perguntou Clitton girando o volante enquanto fazia uma curva, tínhamos acabado de sair do hospital.

Os paramédicos socorreram os homens que estavam traumatizados e morrendo de medo de mim, eles diziam coisas loucas como eu estar com os olhos pretos e demoníacos enquanto batia neles com uma enorme força e velocidade.

Coisas que ignorei por hora.

Como eu fiquei tonta após aquela lembrança, o médico me levou de volta ao consultório e me examinou, foi lá também que fomos interrogados e eu entreguei as armas que peguei dos homens.

Eles me parabenizaram e me deram um cartão, se algum dia eu ficasse desempregada a polícia do Kansas me aceitaria como estagiária.

Mas eu não pensava nisso naquele momento, eu pensava naquela lembrança.

E se eu fosse... uma assassina? E se essas marcas forem na verdade quando pessoas do bem tentaram me conter?

Isso explicaria o fato de eu não sentir medo e nem ter documentações.

Mas e as mãos de criança? Quem treinaria uma criança para ser uma assassina e como, uma conseguiria ser?

Era tanto sangue...

-Alex?-me virei piscando os olhos para o doutor.-Tem certeza que está bem? No que está pensando?-umedeci os lábios.

Eu precisava falar isso para alguém, mas não conseguiria esperar chegar em casa, seria ruim contar a ele.

-Poderia... guardar um segredo?-ele me olhou estranhando.

-Claro.-concordou.

Eu não devia, não devia contar a ele, mas estava aflita de mais, precisava contar.

-Principalmente de Gabi, ela não pode saber.-ele concordou.-Eu... eu acho que me lembrei de algo.-ele estava de olhos arregalados, vi-o encostar o carro rápido.-Por que parou o carro?!-perguntei alarmada.

-Calma.-pediu.-Me conta isso direito.

Respirei fundo.

-Eu... quando eu vi aqueles dois caras eu não pensei duas vezes antes de atacar eles e eu...-engoli seco.-me senti bem fazendo aquilo e... e quando terminei que olhei para minhas mãos me lembrei de quando era criança, pelo menos acho que era eu, vi mãos de criança cobertas de sangue e ouvi muitos gritos.-respirei fundo tremendo.

-Hey, calma... calma...-pediu ele acariciando meu ombro.-Você se lembra de mais alguma coisa?-balancei a cabeça negativamente, olhava fixamente para as minhas mãos.

-Eu... eu matei pessoas.-confessei me sentindo assustada.

-Não! Você nao matou ninguém.-ele segurou minhas mãos.-Deve ter tido uma visão do dia em que essas marcas foram feitas.-ele traçou as marcas de uma das mãos.-É apenas isso.

-Mas e aquilo? Toda aquela briga lá atrás? E o fato de eu ter gostado e não ter sentido medo?-ele deu de ombros.

-Pode ser seu corpo te protegendo, a adrenalina, você não estava se controlando.-ele deu um tapa no volante.-Não precisa se preocupar com isso, você é um anjo, não uma assassina, não ligue para o que aqueles caras falaram.-pediu ele.

Assenti me sentindo mais confortável.

-Obrigada.-ele sorriu tocando minha mão.

-Não há de quê.-sorriu dando partida no carro novamente.-Fico feliz que tenha me contado.-pisquei me lembrando da torta que tinha comprado pra ele.

Peguei o saco nas minhas mãos e levantei.

-Eu... eu comprei pra você, para agradecer pelo café de mais cedo.-ele abriu a boca ficando surpreso por alguns estantes.

Rejeitada pelo Alpha - Aceita pelo Supremo (COMPLETO)Where stories live. Discover now