GOLDWING

By melwhowrites

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"Sabe, se apaixonar por uma pessoa que você não tem intenções de se apaixonar é das formas de 𝘢𝘮𝘰𝘳 mais... More

introduction
dedicatória
chapter 1
chapter 2
chapter 3
chapter 4
chapter 5
chapter 6
chapter 7
chapter 8
chapter 9
chapter 10
chapter 11
chapter 13
chapter 14
chapter 15
chapter 16
chapter 17
chapter 18
chapter 19
chapter 20
chapter 21
chapter 22
chapter 23
chapter 24
chapter 25
chapter 26
chapter 27
chapter 28
chapter 29
chapter 30
FLASHBACK - In The Midnight Hour
chapter 31
chapter 32
chapter 33
chapter 34
chapter 35
FLASHBACK - Let The Angels Commit
chapter 36
chapter 37
chapter 38
chapter 39
chapter 40
chapter 41 - Sometimes a Fantasy
FLASHBACK.- Us.
chapter 42
chapter 43
chapter 44
chapter 45
chapter 46
chapter 47
chapter 48
chapter 49
chapter 50
chapter 51
chapter 52
FLASHBACK - Melodrama
FLASHBACK - iris
chapter 53
chapter 54
FLASHBACK - illicit affairs
FLASHBACK - My Little Love
chapter 55
chapter 55.5
epílogo
nota da autora

chapter 12

321 19 6
By melwhowrites

Eu não estava a acreditar que eu tinha feito merda, de novo. E pensar que ele abandonou a namorada só para não me desapontar e eu estava naquele momento a desvalorizar os sentimentos dele me fazia sentir ainda pior. Digamos que em geral, eu odeio ter algum mal-entendido com alguém, especialmente com o meu melhor amigo. Mas é sempre difícil o Damiano aceitar as minhas desculpas na hora, até porque se há coisa que ele consegue ser é demasiado orgulhoso, por isso eu sabia que tinha de dar um pouco de tempo até ele me desculpar.

Se passaram algumas horas, e já estava noite. Como estávamos todos muito cansados, decidimos ficar no apartamento a descansar e encomendar alguma coisa para comer. O Damiano continuava a não falar comigo, mas continuava a fixar o seu olhar no meu, como se ele tivesse algo para dizer.

- Ele... ele está chateado? - pergunta o Ethan, susurrando na minha orelha.

- Acho que sim, ele não fala comigo desde as 5 da tarde.

- Você já sabe como ele é, certo? Daqui a poucos instantes ele vai entender.

A situação ficou assim até ao fim daquele dia. Eram 2 da manhã, e a minha ansiedade não me deixava dormir de jeito nenhum. Quanto mais pensava naquela situação, mais o meu batimento cardíaco acelerava.

.

Acordei às 5 da manhã, assustada com uma pequena tempestade que estava acontecendo. Desde aí, nunca mais tinha conseguido dormir. Da janela do meu quarto, conseguia ver algum movimento pelas ruas. Paris é uma das únicas cidades que eu sei que fica com trânsito literalmente todo dia, e dessa vez não seria diferente, uma vez que faltavam apenas 2 dias para o Natal.
Depois de 3 chávenas de chá de camomila, a minha vontade de dormir começou a aparecer lentamente, e acabei por dormir no sofá da sala.
Acabei por acordar apenas 3 horas depois, com a luz da rua batendo na minha cara. Com umas olheiras do tamanho do mundo e 4 camadas de roupa, saí do apartamento para fazer uma coisa que ainda não tinha feito, comprar os presentes de Natal.
Apesar do shopping estar cheio de gente, consegui alguns presentes: para o Thomas, um pedal para a guitarra; para o Ethan, um pack de 10 meias de Natal e um dos perfumes favoritos dele; para o Leo, uma caneta da Apple nova, já que a dele estava estragada. Tentei procurar em imensas lojas, mas não tinha encontrado nenhuma coisa para o Damiano. Será que eu deveria oferecer alguma coisa para ele? Pois, essa dúvida estava sempre na minha cabeça.
Depois de andar por umas ruas, encontrei ao fim de um caminho sem saída uma pequena joalheria, que era visivelmente antiga. Entrei, e vi ao fundo no balcão um senhor de meia-idade, sorrindo.

— Bom dia, senhorita, em que posso ajudar?

— Eu, eu... vim comprar um presente.

— Hum... Para que pessoa?

— O meu melhor amigo, quer dizer...

— Quer dizer o quê?

— Bem, é complicado...

Sim, eu acabei por desabafar com um senhor de 70 anos que tinha conhecido há pouco menos de 15 minutos.
Uns momentos depois, ele tirou uma caixa pequena de uma das prateleiras, e sacudiu um pouco do pó que tinha em uma delas.

— Eu guardo esse colar aqui há imenso tempo nessa prateleira, e nunca ninguém o quis comprar, por misturar 2 tons diferentes: o prata e o dourado. E no seu caso, vocês os dois são muito diferentes, mas acabam se complementando, tal como esse colar.

— Pode explicar isso de novo?

— Eu sei que pode parecer estranho, mas eu sinto que esse colar combina exatamente com a pessoa q você me descreveu. Pode confiar em mim?

— Sim, posso... E uma coisa, você acha que eu e ele vamos nos resolver?

— Se ele não for um autêntico idiota, sim.

Não vou mentir, aquele colar foi um pouco caro, mas era lindo.
Enquanto estava atravessando a estrada, me lembrei de um pequeno pormenor: eu não tinha avisado a ninguém que eu tinha saído do hotel, nem aos nossos seguranças.
Peguei um Uber o mais rápido que eu consegui, e voltei para o hotel.

Cheguei lá, e quando entrei no aparthotel vi o Ethan, o Thomas, o Dam, o Leo sentados no sofá. Logo no primeiro passo que dei lá dentro, senti o Dami a caminhar na minha direção, me dando um abraço forte. Ao que parecia, ele não estava mais chateado.

— Nós não tínhamos notícias de você há 5 horas! Por onde você se meteu? - disse o Damiano, preocupado.

— Calma, eu só fui dar uma volta por aí.- disse eu, tentando esconder as sacolas.

— Meu deus Vic, quantas horas você dormiu essa noite? - disse o Ethan, fixando o seu olhar nos meus olhos.

— As que eu consegui dormir, enfim...

No resto do dia fiquei no meu quarto, a tentar descansar. A única coisa que me mantinha minimamente feliz era pensar que no dia seguinte seria a grande véspera de Natal.

.

Chegou o dia: 24 de dezembro. Nesse dia dormi a noite toda sem acordar nenhuma vez, uma coisa que é um pouco rara.

Depois de um tempo, comecei a tentar embrulhar os presentes com jazz de Natal no volume máximo. Eu não sou muito boa a embrulhar coisas, mas ao menos tento. Aproveitei e coloquei o meu outfit da noite pendurado no meu closet: uma sweater de Natal e uma saia curta. Desde que eu era pequena, a minha família tinha a tradição de usar nas vésperas de Natal uma sweater de Natal, normalmente um feito pela minha mãe, quando ela ainda estava viva. Não posso dizer que não magoa não passar o Natal com ela, mas cada vez mais tenho tentado me acostumar com essa ideia.

Umas horas depois, já estávamos todos, sentados no sofá da sala, incluindo o Leo. Depois fomos para a nossa varanda, levamos algumas bebidas e começamos a falar sobre coisas aleatórias que nos vinham à cabeça.

— Como foi o vosso último Natal? - perguntou o Leo, abrindo uma cerveja.

— Foi incrível! Por uma das primeiras vezes consegui juntar todos os meus irmãos em uma sala. - disse o Ethan.

— Eu passei o meu com o meu irmão e a minha cunhada, em Nápoles. Quase que nos perdíamos pelas ruas. - disse o Damiano.

— O meu, acho que passei ele... com os meus pais. Foi uma coisa bem normal.

Quando chegou à minha vez de responder, eu nem sabia o que iria dizer. O meu último Natal tinha tudo para ser perfeito, mas à última hora o voo foi cancelado por causa de uma tempestade que iria durar quase 1 semana. O meu fim de ano foi passado a chorar sozinha no meu apartamento, porque comecei a me lembrar de todas aquelas 13 passagens de ano que eu passei com a minha família, incluindo a minha mãe. Foi naquela noite que eu descobri uma maneira nova de aliviar toda aquela dor: a automutilação.
Era óbvio que eu não poderia contar o que tinha acontecido, mas também a minha mente estava tão agitada que não tinha imaginação para imaginar um Natal perfeito. Eles mal desconfiavam que uma coisa dessas tinha acontecido no ano passado, até porque eu não contei nada a ninguém. A minha mente só me dizia para sair daquele sítio, e foi isso que eu fiz. Depois de ficar 15 minutos andando de um lado para o outro no meu quarto, decidi sair do hotel. Arrumei dentro de uma mochila 2 pares de calças, 2 sweaters, 1 pijama e 1 casaco quente e algumas coisas de higiene pessoal, e saí discretamente por uma das portas.
Por alguma razão, fugir às vezes é uma das únicas maneiras que eu tenho para aliviar os meus sentimentos.
Caminhei pela zona por meia hora, tentando encontrar um sítio para ficar, até que vi no meio de duas ruas um pequeno edifício, que parecia uma espécie de 'abrigo' para jovens, e decidi entrar. Caminhei por lá, e vi à esquerda uma pequena mesa que tinha escrito 'receção'. Tentei falar inglês com a senhora que estava lá, mas como ela não me estava compreendendo ela chamou outra mulher.

— Boa tarde, eu vim à procura de um sítio para ficar.

— Boa tarde! Felizmente, ainda estamos com uns quartos livres, por isso acho que você pode ficar. Nem me apresentei, sou a Anne, a presidente da associação.

— E quanto eu tenho de pagar, por noite?

— Isso aqui é uma associação que dá um abrigo a adolescentes e jovens adultos temporariamente. Você pode ficar aqui quanto tempo você quiser, porque não é preciso pagar nada! Somos uma organização sem fins lucrativos.

— Uau! Isso parece ser mesmo um lugar bom.

— E é, foi remodelado há relativamente pouco tempo. Tome o seu cartão, quando você chegar ao quarto é só passar ele no leitor. E se quiser vir, nós vamos fazer um pequeno jantar de Natal daqui a pouco.

— Muito obrigada pela atenção, eu nem sei como agradecer!

Depois de subir 2 andares de escadas, cheguei ao segundo andar, ao meu quarto, o 23. O quarto não era dos mais luxuosos, mas era bem acolhedor e tinha tudo o que eu precisava, apesar de ser um pouco pequeno. Decidi também pegar no meu celular, uma coisa que não fazia há 3 horas.

📞 4 chamadas perdidas de Ethan

📞 3 chamadas perdidas de Thomas

📞 5 chamadas perdidas de Leo

📞 14 chamadas perdidas de Damiano

📲 mais de 9 mensagens novas de Damiano

Depois de ver aquelas notificações todas, fiquei sem reação. Entretanto, já eram quase 11 da noite, e já estava chegando à meia-noite do dia 25 de dezembro. Seria o meu segundo Natal passado completamente sozinha. Durante um tempo, senti o meu celular vibrar inúmeras vezes, mas depois de um tempo as vibrações pararam. Quando chegou à meia-noite, consegui ouvir do lado de fora várias pessoas festejando, e também alguns barulhos de música de dentro da associação. Com a minha dor no máximo e estando completamente sozinha, eu não conseguia encontrar outra forma de aliviar a dor. Durante aqueles 15 minutos que olhei para o meu canivete, pensei diversos tipos de coisa diferentes. Quando estava quase a passar a lâmina na minha perna, me lembrei de uma coisa: eu iria deitar basicamente tudo a perder. Todos aqueles meses de luta, as semanas de recuperação. Tudo. Além disso, não fiz isso pelo Damiano. Já perdi a conta de quantas vezes ele já me salvou, maior parte das pessoas nem imagina que eu só continuei viva por eu prometi a ele que iria viver. E como ele tinha feito um grande esforço para não me dececionar, eu deveria fazer o mesmo.

Vesti o meu pijama, me deitei na cama do quarto e fiz um face time com a minha família, tentando fingir que estava tudo bem. Tentei dormir, mas quando fui ver, já eram 3 da manhã e eu não tinha conseguido fechar os olhos nem uma única vez. Enquanto estava bebendo um pouco de água, senti o meu celular vibrar em baixo da minha perna, e quando fui ver, era o Ethan, me ligando. Por um momento, pensei em não atender, mas depois acabei por atender.

" Oi Victoria, você está bem? "

" Sim, bem, dentro dos possíveis. "

" Você nem imagina o quanto nós ficamos preocupados!"

" Eu sei, mas... Eu estava precisando de fazer isso, desculpa. Ninguém está ouvindo a nossa conversa, pois não?"

" Não, eles já estão todos a dormir. Eu só liguei para agradecer pelos presentes, eu amei!"

"Obrigada! O que os outros acharam dos presentes?"

"Eu só sei que o Thomas surtou como pedal para a guitarra e que o Leo ficou muito feliz pelo novo ApplePencil. "

" E .... o Damiano? Ele abriu o meu presente? "

" Não, ele ainda não abriu..."

" Wow, ok..."

" Onde você está? "
" Em um abrigo temporário. Não se preocupe, eu estou bem. "

" Promete? "

" Prometo. "

Depois disso, fiquei pensando no facto do Damiano não ter aberto o meu presente. Já se tinham passado quase 2 dias, e ele ainda estava chateado comigo. Uns minutos depois, comecei a sentir os meus olhos a piscar muito rapidamente, e um tempo depois acabei por adormecer.

.
oiiii
uau, 2000 palavras! espero que tenham gostado do capítulo <3

se tiver alguma sugestão, é só comentar♡

tks for reading :)
mel.

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