Edmond Lamartine

capítulo 9

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Hoje faz duas semanas que estou com essa bota, isso significa que volto a trabalhar amanhã. Em duas semanas conheci meu chefe que eu não conhecia, digamos que criamos uma certa amizade. Ele voltou a trabalhar alguns dias atrás, disse que estava melhor e foi liberado pelo médico, Jordana descobriu que tem um nódulo no peito direito e vai operar para evitar um câncer de mama. Ela decidiu que já trabalhou demais, que isso a fez perceber que tem que aproveitar os filhos e a família. Ela disse que sairá feliz, porque sabe que Edmond agora tem alguém em quem confiar.

O Dr. Antony acabou de sair aqui de casa, ele disse que estou ótima e para eu tomar mais cuidado da próxima vez. Só que o chão parece ter um imã que atrai o meu corpo.

- Oi.- Olho para trás e vejo minha mãe, atrás dela está Leila, com aquela cara de que nada está bem.

- Oi.

- Você está aqui para olhar a casa? Foi uma das casas que eu mais amei desenhar.- Sorri com os olhos cheios de lágrimas.

- Sim. Ela é realmente muito linda.

- Obrigada. Qual é o seu nome, menina?

- Meu nome é Charlote.

- É o nome da minha vó. Se eu tivesse uma filha, daria esse nome para ela. É um nome muito lindo.

- Foi minha mãe quem escolheu.- Não consegui segurar e caiu uma lágrima atrás da outra.

- Por que está chorando?- Ela se aproximou preocupada e limpou meu rosto com sua mão.- É algum problema com sua mãe? Não me diga que ela...- Não a deixo terminar.

- Nao. Ela está viva, mas está muito doente. É a pessoa que mais amo nesse mundo e não sei o que vai ser de mim quando ela se for.

- Não pense em coisas ruins, quando tiver que acontecer, vai acontecer. Mas saiba que tudo acontece no tempo de Deus.- Eu a abracei apertado.

- Obrigada!

- Infelizmente eu tenho que ir. Meu marido chega do serviço mais cedo hoje, é nosso aniversário de casamento. Vamos sair para jantar fora.- Olhei para Leila e ela sorriu com os olhos marejados.

- Vamos, eu ajuda a senhora com a roupa.- Ela sorriu e acenou para mim antes de seguir para seu quarto.

Fui para meu quarto e mais uma vez não consegui me segurar, sempre acontecia a mesma coisa. Ver ela desse jeito acaba comigo e é impossível eu me acostumar com isso. Meu celular toca e limpo o rosto antes de atender.

- Alô!

- Charlote?

- Oi, Edmund.

- É vídeo chamada.- Tirei da orelha e olhei para tela.