capítulo 7

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Adiantando os capítulos de amanhã.
Bjs❤
Boa leitura.
Espero que gostem 😁
》》💛《《

Juntei toda coragem que eu tinha e mandei o email para o senhor Lamartine, mas não imaginaria que ele iria me responder hoje, nem que ele aceitaria, muito menos que me daria seu número de celular

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Juntei toda coragem que eu tinha e mandei o email para o senhor Lamartine, mas não imaginaria que ele iria me responder hoje, nem que ele aceitaria, muito menos que me daria seu número de celular. Então ganhei mais coragem e mandei mensagem para seu celular. Ele respondeu com uma única palavra "Igualmente".

Pode parecer que sou maluca por querer trabalhar, ou que quero alguma coisa com isso, mas não. Minha mãe foi diagnosticada com Alzheimer quanto eu tinha apenas 16 anos, meu pai nos abandonou meses antes para ficar com sua amante. Então tudo sobrou para mim, sendo que eu era só uma adolescente. Eu tive que amadurecer bem rápido, fiquei entre estudar e cuidar da minha mãe, mas ela me fez prometer que iria fazer faculdade e me dedicar aos estudos, foi quando contratei uma enfermeira para me ajudar com ela, acabei ganhando uma outra mãe, já que Leila é minha salvação até hoje. De uns meses para cá, minha mãe tem piorado, são apenas minutos de lucidez, isso quando ela lembra de mim, porque na maioria das vezes eu sou sua melhor amiga e ela me conta o quanto está apaixonada por meu pai e que quer ficar com ele para sempre. Isso acaba comigo em um nível que ninguém entenderia, a não ser que estivesse passando por isso também. Não é que não gosto de passar meu tempo com ela, só que é difícil passar tanto tempo com ela e ver, que a mulher alegre e sorridente se tornou essa pessoa sem vida, que na maioria das vezes não lembra nem do seu próprio nome.

Meu pai é advogado e sempre quis que eu fizesse direito e ele pagou minha faculdade, sem falar que ele se sente culpado pela doença da minha mãe, então me dá uma enorme quantia em dinheiro por mês, dinheiro esse que eu tento não mexer. Fiz direito penal e um curso de administração. Eu amo o direito, mas me recuso a aceitar que sou igual a ele. Meu pai era meu herói, eu sempre quis ser igual a ele, cresci com o amor que eu via entre meus pais e não estou maluca.
Minha mãe não podia engravidar e o sonho dos dois era ter filhos, então minha mãe fez vários tratamentos para isso, teve uns quatro abortos e decidiu desistir, porque machucava sonhar com algo e ter o sonho arrancado de uma hora para outra. Ela estava com 40 anos quando engravidou de mim, era uma gravidez de completo risco. Quando ela descobriu, nem para meu pai ela contou, depois de tantos abortos, ela não queria falar e deixar ele com esperanças de algo que poderia não acontecer, ela disse que se acontecesse, não teria certeza que seu casamento duraria mais. Então ela esperou completar três meses e contou, até porque precisava do apoio dele. Ela dizia que meu pai ficou muito feliz, mas ao mesmo tempo ficou estranho e sempre que ela me contava isso, eu não entendia, mas hoje eu entendo. Meu pai tinha uma amante mais nova, na mesma época que minha mãe contou da gravidez, a amante estava esperando um filho dele. Sim, eu tenho um meio irmão, ele se chama Diego e nunca quis conhecê-lo. Sei que ele não tem culpa de nada, mas é como se eu tivesse traindo minha mãe, então nunca me aproximei do outro lado da família do meu pai.

Minha mãe tinha um escritório de arquitetura, ela amava seu trabalho. Ela sempre foi ligada nas artes, ela pintava uns quadros, mas parou quando descobriu sua doença. Dois dos quadros que estão em meu quarto, é dela. E toda casa que ela fazia, deixava um de seus quadros como lembrança.

Edmond LamartineWhere stories live. Discover now