capítulo 5

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A baixinha acaba de sair daqui, me levanto, mando uma mensagem para Dr

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A baixinha acaba de sair daqui, me levanto, mando uma mensagem para Dr. Antony, peço para ele passar aqui e ele avisa que vai terminar com um paciente agora, então assim que acabar, ele aparece aqui.
Vou para meu quarto, tiro minha prótese e sinto tudo arder, já estava doendo um pouco, mas agora está demais para aguentar. Passei a noite inteira com ela, sem contar que carreguei peso ontem, então forcei muito minha perna.

Tomo um banho e me deito sem a prótese, meia hora depois a campainha toca e meu motorista que também é segurança manda mensagem para meu celular, então aviso que pode deixar o Doutor subir.

- Boa tarde!- Ele olhou em volta.- Cadê a garota?

- Ela foi para casa, a consulta hoje é para mim.- Tirei a coberta de cima das minhas pernas.

- Edmond, pelo que vejo fez um machucado aí e está inflamado.- Abriu a maleta e pegou uma luva a colocando em seguida.- Vamos dá uma olhada nisso.

Há dez anos atrás, naquele horrível acidente eu não perdi apenas metade da minha perna esquerda como também a minha vida.

Ele lava com alguma coisa, desinfeta e aplica uma pomada, em seguida ele faz um curativo com atadura.
- Presumo que está doendo há dias e você só está me ligando agora.

- Era só uma dorzinha, mas ontem eu carreguei peso e piorou hoje pela manhã.- Omito a parte que passei a noite com a prótese.

- Você sabe que qualquer dor, não é normal e tem que me ligar. Poderia piorar e você sabe que não é bom né?- Dou de ombros, como se não ligasse.- Sua prótese tá apertada, tem que fazer outra, vou aproveitar que estou aqui para tirar as medidas. Você terá que ficar sem elas até segunda ordem.

- Preciso ir trabalhar.

- Use a moleta para isso.

- Você sabe que não saio de casa sem elas. Sem falar que emprestei uma das moletas.

- Pois não posso fazer muito por você agora, isso aí embaixo está feio e precisa de ar. Nada de prótese para você e sugiro que peça seu motorista para comprar outra moleta.

- Merda.

- Tente não deixar molhado e troque o curativo todos os dias.

Me despeço dele e mando pego meu Macbook em cima do criado mudo. Mando um email para Jordana, avisando que ficarei trabalhando de casa por tempo indeterminado.
Ligo para Jonas, peço que ele compre ataduras e uma moleta nova.
Deixo o Mac de lado e deito um pouco. Quando fecho os olhos a imagem de Charlote sorrindo aparece em minha cabeça.

Ela tinha acabado de desligar o celular e ficou perdida em pensamentos, assim que chamei sua atenção, ela olhou para mim e fiquei perdido em seu olhar

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Ela tinha acabado de desligar o celular e ficou perdida em pensamentos, assim que chamei sua atenção, ela olhou para mim e fiquei perdido em seu olhar. Não sei o que ela ouviu, mas a deixou muito feliz.

Balanço a cabeça para tirar a imagem dela e pego o porta retrato do dia mais feliz da minha vida. O dia que minha filha nasceu.

Chego em casa, assim que abro a porta, sinto cheiro de bolo de banana com canela, me lembra a infância e sem pensar duas vezes eu sigo para cozinha

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Chego em casa, assim que abro a porta, sinto cheiro de bolo de banana com canela, me lembra a infância e sem pensar duas vezes eu sigo para cozinha.
E o que vejo, me faz sorrir e chorar. Minha mãe estava cantando uma música que cantava para eu dormir e estava colocando o bolo na Travessa.

- Filha, que bom que chegou. Fiz seu bolo favorito.- Ela me reconheceu e isso faz com que eu chore mais.- O que foi, meu amor? Está sentindo alguma coisa?- Se aproximou e me abraçou.

- Só estava com saudades da senhora. Eu te amo tanto, nunca se esqueça.

- Eu nunca vou esquecer disso, Charlie. Eu também amo você.

- Ai, mãe.- A abracei apertado.

- Você está tão sentimental hoje, meu amor. Senta aqui, come um pedaço de bolo.- Eu dou um passo e ela nota a molheta.- Quebrou a perna outra vez?- Sim, já quebrei as perna umas quatro vezes durante minha vida.

- Não, só foi uma torção no tornozelo, nada demais.

Infelizmente a sanidade da minha mãe não durou por muito tempo, mas foi um milagre, já que a doença está avançada. O Doutor falou que teria hora que ela lembraria, mas não passaria de alguns minutinhos.

O dia passou voando, assisti uns filmes, comecei um livro novo, chamado "Um porto seguro" de Nicholas Sparks, quando estava pensando em subir, ouço a campainha e faço menção de levantar, mas Leila chega na sala na hora.

- Deixa que eu atendo.

- Obrigada, Leilinha.

- Eu adoro vir aqui, só tem mulheres bonitas.- Escuto a voz do Adrien e sorrio. Leila tem uns 40 anos, mas é toda reservada, Adrien sempre deixa ela vermelha com as palhaçadas que diz.

- Menino, se não quiser apanhar é melhor correr.- Adrien entra correndo e se joga do meu lado rindo.

- Soube que minha princesinha caiu e se machucou. Deveria ser proibido você sair na rua.

- Eu fiquei presa no banheiro e fui pular a porta, mas não deu muito certo.

- Meu Deus, Charlie. Só você mesma.- O telefone dele toca.

- Que milagre é esse?- Ele atende sorrindo.
....
- Você não toma jeito né? Não, não vou falar para a mãe, mas se eu puder dormir até ficar melhor.
....
- Não, não é uma negociação.

- Charlie.- Leila me grita da cozinha.

- Estou indo aí, Leila.- Olho para Adrien e ele sorri.- Minha mãe fez aquele bolo que te falei, quando acabar ai, me encontra na cozinha.

- Sem dúvidas.- Ele sorri e volta pro celular. Antes de sair ainda escuto.

- Estou na Charlie, vim ver como ela estava. Não cara...

.....

Adrien ficou aqui até umas nove horas e depois foi embora. Tomei banho, coloquei roupas de moletom e fui dormir.

Edmond LamartineWhere stories live. Discover now