Edmond Lamartine

capítulo 4

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Adrien acabou de sair daqui, estava todo sorridente, aposto que perturbou o juízo do Conde Drácula. Termino o último relatório que a senhora Jordana deixou em minhas mãos e guardo minhas coisas.

- Meu Deus!- Nem tinha percebido que já era sete horas.

Antes de ir, decido passar no banheiro. Quando vou abrir a porta da cabine, a chave quebra lá dentro.

- Puta merda.

Como saio daqui agora? Só tem eu e o Conde Drácula nesse andar, posso gritar que nem mesmo ele ouvirá. Até tento umas três vezes, mas não adianta de nada. Alguma hora virá a mulher da limpeza, assim espero.
Sento no vaso e espero bastante tempo cantando Beyoncé. Cantei quase todas as músicas e nada, de eu tivesse trago minha bolsa, poderia ligar para alguém. Por que sou tão burra e desastrada? Tá, não sabia que ia acontecer isso, então tecnicamente não tenho culpa disso.
Sento por mais um tempo até ter a brilhante ideia de pular a porta subindo pelo vaso, mas como sou pequena, não deu muito certo e acabo caindo no outro lado, sinto uma dor insuportável no meu tornozelo e acabo apagando na mesma hora.
Acordo sentindo uma dor no tornozelo e lembro o que aconteceu. Não sei quantas horas estou aqui dentro, se já é outro dia, então tento gritar por socorro. Quando acho que ninguém vai aparecer, a porta se abre e alguém de preto passa por ela, não consigo manter os olhos abertos, mas ouço sua voz grossa.

- O que aconteceu aqui?- Foi o que a pessoa disse.

- Doendo. Muito.- Apaguei.

.....

Sinto meu corpo chacoalhando e sei que estou sendo carregada por alguém, não sei quem é, mas tem um cheiro maravilhoso. Acabo apagando outra vez.

.....

Acordo e sinto um cheiro diferente nas cobertas e na cama, um cheiro de perfume masculino. Tento lembrar o que aconteceu ontem e quando lembro sento rapidamente.

- Calma, desse jeito você se machuca novamente.- Escuto uma vez vindo do lado esquerdo e tento enxergar quem é o dono dela.

- Quem é você? Onde estou?- Olho em volta e não enxergo muito, porque o quarto está escuro demais.

- Sou Edmond Lamartine e você está em meu quarto.

- Puta que pariu.

- Você xinga?

- Puta que pariu duas vezes.- Balanço a cabeça várias vezes e nada muda.- Eu sei que isso é um sonho, não é o primeiro. Sempre sonho com o Conde Drácula.

- Tá andando muito com Adrien.

- Isso não é um sonho né?

- Não.- Ele aperta algo e a cortina se abre, revelando o dia maravilhoso que está lá fora.