Capítulo 33

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Holly transpirava de nervoso e se encostou a parede lateral na vaga tentativa de se acalmar e pensar com clareza. Mas por mais que forçasse seus neurônios, nada vinha a sua cabeça. Estava paralisada.

Ouviu um barulho de passos pela sua entrada e se desesperou. E se fossem seus pais chegando mais cedo em sua casa? Não podia deixá-los entrar, colocando mais pessoas queridas em perigo. Então, respirou fundo, como quem pula numa piscina funda, guardando o ar por alguns segundos e soltando lentamente, em busca de coragem.

Correu para a porta da frente, dando tempo apenas de dar um tapa antes de Alex apertar a campainha. Antes que ele pudesse reclamar, ela tapou sua boca.

- Precisamos buscar ajuda, urgente! - avisou sussurrando, buscando o menor número de palavras possíveis.

Holly puxou Alex para o mais longe que seu fôlego permitiu, conseguia sentir toda a confusão dele, mas precisava encontrar um lugar seguro primeiro.

Se abaixou atrás do carro do vizinho, onde sabia que não podia ser vista de casa. Alex apenas a seguiu, se abaixando, o que permitia que os seus olhos ficassem na mesma direção.

- Tem um cara... armado... na minha casa – explicou entre respirações – e perguntou por você... Eu não sei... O que a gente faz?

Alex deixou seu corpo cair, encostando a cabeça no carro. Levou às mãos ao rosto, sem disfarçar a decepção.

- Temos que ligar para a polícia, Alex! - Holly dizia desesperada.

- Não! - ele contestou – Eu vou resolver isso.

Determinado, pegou o telefone e escreveu uma mensagem.

- Como, me diz? É um cara armado, Alex!

- Eu sei, Holly. - Ele se virou, segurando as mãos dela – Eu fiz muita besteira. Envolvi você, a Maria e agora, todos os meus amigos. Tenho que resolver isso do meu jeito. Por favor, não se preocupa.

Alex olhou mais uma vez o celular e voltou a olhar para Holly.

- Vou entrar. Não vem atrás de mim, fica aqui esperando. - ele pediu e sem esperar, viu Holly se jogar em um abraço apertado. - Vai dar tudo certo, amor.

Levantou-se para ir embora, mas foi impedido por Holly, que segurou em sua mão.

- Me promete que volta? - pediu com o coração acelerado e os olhos enchendo de lágrimas.

Sem mostrar os dentes, Alex sorriu e deu um beijo na testa dela.

Estavam todos acoados num canto da sala, sob a mira incessante da arma.

- Maria, delícia. - o bandido a puxou com força pelo braço, tirando os cabelos do rosto dela com a arma – Nós temos uma maneira muito rápida de acabar com tudo isso.

A garota apertava os olhos, sem disfarçar o seu medo. Queria apenas que aquilo terminasse o mais rápido possível.

- Já que o Alex não está aqui, basta você me entregar o dinheiro que está me devendo. Todo. Quero tudo de uma vez só, sem nenhum centavo faltando, me entendeu?

- Que dinheiro? - ela perguntou – Não tenho nada aqui!

O bandido riu alto.

- Você quer enganar quem? Você roubou o lugar da Laura, vagabunda! Quer que eu acredite nesse papo?!

- Quanto seria essa quantia? - Jack tinha uma ideia em mente, para acabar com tudo de uma vez.

- Seis mil. - o bandido deu um sorrisinho sorrateiro para Maria.

Os neurônios começaram a pipocar, ninguém conseguiria aquela quantia da noite para o dia. Era preciso tempo e, principalmente, sair dali.

- Está aqui, Leon!

Uma voz conhecida ecoou do lado de fora da casa. Era Alex, parado na porta da frente, se recusando a entrar.

- Eu to com seu dinheiro, está tudo aqui, mas preciso que você saia dessa casa. A Maria e meus amigos não tem nada a ver com isso, sou eu quem você quer.

Leon puxou Maria com ele e caminharam até a porta de entrada.

- Qual é, cara, não quer aproveitar um pouco da festinha?

Assim que ele conseguiu visualizar Alex, também se deu conta que estava cercado. Eram os seguranças da boate e, além deles, Cezar, o dono.

- Ce tá louco, Leon? Quer acabar comigo, cara? Larga a Maria agora.

Ele obedeceu sem resistência. E Maria correu para dentro, ficar com seus amigos.

- Soltei, mas sem meu dinheiro eu não saio.

Cezar rolou os olhos e jogou um envelope pardo e gordo nos pés de Leon, que se apressou em pegar, conferindo o conteúdo. O sorriso dele confirmou que ele havia conseguido o que tinha ido buscar.

- Joga essa arma para cá. - o segurança ordenou e Leon, mais uma vez, obedeceu.

- Que é isso, cara – disse indo em direção ao dono da boate, com um sorriso satisfeito – Só vim atrás do que é meu, agora que já tenho, vou deixar essa pirralhada em paz.

Eles iam se abraçar, mas antes que Leon fechasse os braços, em um movimento rápido Cezar chutou o meio das pernas do bandido e o agarrou pela mão, quase quebrando seu pulso.

Pegou o dinheiro e chegou perto do ouvido de Leon que se segurava para não gritar pela sua mãe.

- Isso aqui é por ter ameaçado uma das minhas garotas. Nunca mais ouse chegar perto delas. Pode arranjar outro lugar para fazer seus esquemas, pois se eu te ver novamente perto do meu estabelecimento, vou te fazer sentir uma dor que você jamais vai esquecer, seu otário. - soltou ele – Agora some daqui.

Com cara de dor, todos viram Leon sair correndo sem olhar para trás.

Cezar e os seguranças se certificaram que estavam todos bens e logo foram embora, deixando avalanche de confusão para Alex explicar sozinho.

E ele voltou no início, quando Maria ainda não era a atração principal e ele estava disposto a fazê-la a estrela da casa, mas para isso precisava de dinheiro, pois o horário era o mais caro e precisava pagar a Cezar ou não conseguiria, já que Maria não recebia gorjeta suficiente para cobrir aquele horário. Foi assim que conheceu Leon e ele virou seu agiota, com uma bola de neve enorme que eram os juros dele junto a Laura querendo derrubar Maria, Alex não conseguiu mais pagar. Era muita coisa para administrar.

- Tentei resolver tudo sozinho, mas sou muito babaca. - disse por fim.

Maria deu um beliscão me Alex, seguido de um tapa deixando bem claro que não gostaria que isso se repetisse, mas como tinha esse poder de empatia, logo o abraçou, sendo seguida por Holly e cada um dos amigos.

Parecia que tudo finalmente tinha terminado.

Show Girl [COMPLETO]Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon