Show Girl [COMPLETO]

Capítulo 32

O pé direito de Alex apertava perigosamente o acelerador, atravessando a rodovia, numa tentativa de resolver sozinho a bagunça que havia criado.

Parou o carro de qualquer jeito e desceu afobado em direção a uma casa de porta de madeira escura. Tocou incessantemente a campainha até que a porta fosse aberta por uma mulher com cara de quem tinha acabado de acordar, pronta para dar uma bronca em quem estivesse a importunando aquela hora.

Mas os dois, em seus lugares, abriram levemente a boca, surpresos de se encontrarem ali.

- Ora se não é o guarda-costas da Maria – a mulher disse com deboche.

- Que diabo você tá fazendo aqui, Laura? - Alex perguntou exasperado – Onde o Leon está?

Laura era uma das colegas de Maria, mas não era das mais fáceis.

- Cobrando o que lhe devem. - deu de ombros -Você deveria correr, pois ele foi atrás da sua protegida, pois aqui se faz, aqui se paga, amigo.

Sem dizer uma palavra em resposta a Laura, Alex correu novamente de volta a Lutherville. Tudo o que pensava era a culpa por ter deixado as coisas chegarem aquele estado, com Maria tendo que aguentar as consequências das suas burrices.

Leon já não era alguém em quem confiar e agora sabendo que havia se juntado a Laura, tinha certeza que estavam fazendo tudo aquilo apenas para se divertir, eram sádicos o suficiente para querer ver o sofrimento de outra pessoa.

Acelerou mais forte, aquela era uma bola que ele não poderia ter pisado.

- MARIA, VEM AQUI, É URGENTE! - Holly gritou da porta de casa, fazendo-a correr desesperada pela casa, acreditando ser algo importante.

Os olhos de Maria se encheram de lágrimas quando viu toda a turma ali, até mesmo Jack com seu olhar censurador e distante. E ao mesmo tempo abriu um sorriso de mostrar todos os dentes de felicidade e alívio.

Sem demora todos partiram para um grande abraço em volta dela, demonstrando todo o carinho que havia entre eles. Exceto Jack. Que ficou observando de longe aquela cena, achando patético.

- Obrigada, vocês não tem ideia do quanto são importantes para mim! - Maria agradeceu.

- Eu vou na cozinha preparar alguma coisa para a gente – Holly avisou se retirando.

- Prepara pipoca! - Rian sugeriu animado – Vamos ver um filme, passar a tarde aqui.

Todos acharam uma ótima ideia e foram se acomodando pela sala.

Maria esperou Jack se aproximar para saber o que deveria fazer. Eles se entreolharam. Naqueles breves instantes tiveram uma conversa silenciosa, Jack não queria expressar nada e Maria compreendeu que ele precisava desse espaço, mas mesmo assim o abraçou, querendo sentir-se segura.

Holly estava preparando-se para retornar à sala quando ouviu a porta da frente bater com muita força. Porém ignorou, pensando ser Alex que chegara atrasado e continuou seu trabalho.

Pensou em pedir ajudar, mas precisava mantê-los juntos, sem interrupções. Não queria estragar o momento e fez um pouco mais de esforço para colocar as coisas em seus braços. Com bastante equilíbrio conseguiu.

A medida que seguia para sala sentiu um calafrio e percebeu que algo estava estranho. Não havia vozes altas brincando, nem risadas. Apenas uma voz masculina se fazia ouvir. Uma voz que ela não conseguiu distinguir de quem era.

Sua intuição pediu para que se aproximasse com cuidado e assim o fez, o mais devagar que pode, tentando não ser vista. Foi quando viu um homem apontando uma arma para seus amigos.

Seu coração acelerou ao ver todos encolhidos no mesmo sofá, com medo e sem saber o que estava acontecendo.

- Foi difícil te encontrar, hein, Maria! A casa está cheia. - o cara falava com um tom de raiva em sua voz, o que deixava todos ainda mais apreensivos. - Mas vejo que falta um aqui... Onde está o babaca do Alex?

Todos se entreolharam. Realmente não sabiam a resposta, não haviam o visto desde a escola naquela manhã.

- Eu não sei – Maria tomou a palavra, respondendo com os olhos brilhando de quem segurava algumas lágrimas.

Holly não esperou mais e voltou correndo para sair pela porta dos fundos, colocando tudo cuidadosamente na bancada para não fazer barulho. Não sabia o que faria, mas precisava fazer alguma coisa.