LIVRO I | TRILOGIA EPIPHANY
"Eu só tinha um trabalho, e era não sucumbir ao desejo de cair na tentação que era Jasper. Eu ia muito bem enquanto meu único sentimento direcionado a ele era ódio. E era recíproco, ele também não me suportava. Porém quan...
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Pela vigésima vez em menos de uma hora, Alex me colocou no chão após o mesmo passo que estávamos tentando fazer, dar errado.
Ele bufou, apertando os dedos nas suas pálpebras. Olho pra Michele do outro lado do palco, onde ela pausou a música e veio até nós com passos fortes e nada alegres.
Seu corpo baixo e rechonchudo parou a centímetros de distância e negou com a cabeça repetidas vezes, provavelmente bolando um sermão em sua mente mirabolante de velha irritantemente chata.
— Isso não está bom. Perséfone, você não está confiando em Alex o suficiente, e Alex, você não está deixando suas mãos na posição certa.
Alex fez uma cara de o que você está falando.
— Você quem está vendo defeito onde não tem. Eu e Perséfone fizemos esse mesmo movimento desde o início da semana, estamos arrasando com ele.
Isso era verdade. Mesmo que eu sentisse um pequeno medo toda vez que Alex me segurava e fazia um giro ou qualquer coisa do gênero, estavamos nos saindo bem, e eu tinha certeza de que estava mais do que perfeito. Além do mais, Alex não me deixaria cair nunca.
Michele pareceu não gostar do tom do meu parceiro, pois seu rosto se contorceu em uma carranca, e ela se virou para sair.
— Por hoje é só, amanhã continuamos.
Respirando fundo, fui até minha garrafa de água ao lado da minha mochila, e me sentei no chão.
Alex veio até mim, com a cara tão pouco agradável quanto a minha.
— Não sei qual o problema dela, estamos indo bem.
— Acho que nem ela mesma está satisfeita com essa coreografia que ela criou.
O garoto de cabelos castanhos e olhos da mesma cor virou a cabeça para mim com um sorrisinho.
O grande corpo dele estava todo curvado para frente, mostrando o cansaço que obviamente sentia.
— Eu tenho uma ideia.
— Tenho até medo de saber do que se trata — soltei uma risadinha, esfregando as mãos na minha panturrilha dolorida.
Se levantando, Alex estendeu a mão para mim e me ajudou a ficar de pé.
— O que acha de irmos almoçar? — Franzi as sobrancelhas, não sabendo onde ele queria chegar.
— Eu ia me encontrar com Hailey agora.
— Tudo bem, ela pode se juntar a nós.
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