LIVRO I | TRILOGIA EPIPHANY
"Eu só tinha um trabalho, e era não sucumbir ao desejo de cair na tentação que era Jasper. Eu ia muito bem enquanto meu único sentimento direcionado a ele era ódio. E era recíproco, ele também não me suportava. Porém quan...
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— Por isso que não quis vir aqui? — Enzo ainda estava rindo da situação após Perséfone se virar e ir para longe.
Levantei minhas sobrancelhas, mostrando que era exatamente isso que eu tinha na minha mente.
Eu não sabia se ela estaria trabalhando naquele horário, mas preferi não arriscar me encontrar com ela. Entretanto, Enzo nunca tinha vindo aqui e disse que precisava ver alguém com os próprios olhos. Até agora, essa pessoa não apareceu, e eu estava começando a achar que ele estava falando exatamente de Perséfone.
Decidi tirar essa dúvida em voz alta. Já estava na merda, não tinha problema piorar.
E além disso, eu tinha percebido o modo como ele olhou para ela, lançando sorrisinhos e tudo mais.
Do fundo do meu coração, fiquei com dó pelo meu amigo.
— Era ela quem você queria tanto ver? — Ele tinha os olhos longe, perdido entre as mesas do bar.
Quando terminei de falar, um sorriso cruzou os lábios dele, malicioso. Sua cabeça virou para mim antes dos olhos. Os braços cruzados se afastaram da mesa conforme ele colocava todo o peso no encosto da cabeça.
— Não sabia que vocês se odiavam — Enzo estava claramente querendo me provocar, e infelizmente, quando se tratava de Perséfone, eu não conseguia controlar a pequena raiva que subia pela minha espinha.
— Ela só é uma garota insuportável.
— Insuportável de linda — ele sussurrou, passando a mão sobre a boca para abafar o som.
Fechei o rosto, como se estivesse dizendo "isso é sério?". Ele começou a rir, sua mão esquerda empurrou meu braço para trás e fez com que eu colocasse as costas na cadeira.
— Tó brincando Jasper — soltei uma risada nasalada, balançando a cabeça para os lados. Ele não estava brincando. — Na verdade não estou realmente brincando, porque bonita ela é. Bonita pra caralho. Só que...
— Já entendi, Enzo. Ela é bonita e tudo mais. Agora, se não se importa, vamos ao que interessa — terminei o assunto antes que ele pudesse ir longe demais, e optei por focar no que eu queria conversar com ele. Talvez assim ele parasse de falar bobagens e não me fizesse pensar muito em como achei Perséfone a mulher mais bonita do mundo quando vi ela pela primeira vez, até que abrisse a boca.
— Certo, pode falar.
Depois da minha conversa com Malcom, eu tinha pensado em muitos jeitos de conseguir ajudar ele. Pensei em fazer uma transferência anônima para a conta dele. Pensei em pedir para as minhas mães ligarem para algum contato delas para por Malcom dentro de uma das melhores clínicas do mundo, que era onde um dos amigos mais próximos de Regina era dono, e pensei em simplesmente dar o dinheiro na mão dele.
Mas então, depois de considerar todas as possibilidades, me lembrei que era de Malcom que estamos falando.
