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Dois grandes olhos castanhos me encaravam assustados

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Dois grandes olhos castanhos me encaravam assustados. A boca dela estava um pouquinho aberta e as mãos paralisadas no ar. Eu supus que Perséfone fosse abrir a porta à sua frente, mas tive a impressão de que ela não pretendia mais fazer isso.

— O que você está fazendo aqui? — Eu perguntei, olhando seu traje por completo.

Ela usava um collant apertado demais para o meu gosto. Um shorts preto curto e apertado demais também e meias calças sem meias.

Sua garganta fez um barulho estranho, atraindo meus olhos de volta para o seu rosto.

— O que você faz aqui. — Enquanto me perguntava isso, seus olhos faziam o mesmo trajeto que fiz com ela pelo meu corpo, desde o calção preto até meu peito descoberto.

Como eu não esperava nenhuma aparição indesejada e não planejada, não me preocupei em por uma blusa para ir andando até meu carro.

— O que te faz pensar que sua pergunta merece ser respondida antes que a minha? — Ergui as sobrancelhas com uma indignação exarada, colocando drama onde não tinha.

Percebendo isso, Perséfone ajeitou uma das mochilas em suas costas e abriu a maçaneta do banheiro para deficientes.

— Tem um banheiro bem amplo, acessível para você atrás de mim, Perséfone.

Me ignorando, ela jogou a outra mochila em sua mão lá dentro e enfiou o celular entre o shorts e a cintura.

— Tem também alguém vindo na nossa direção, Jasper. Se você quiser ficar aí e sofrer as consequências, problema seu, vou me esconder aqui enquanto escuto o chute que você vai tomar na bunda — ela entrou e se preparou para fechar a porta. Fui mais rápido em segurar a madeira.

— Quem está vindo?

— Fique aí e descubra.

A porta bateu contra a minha cara.

Perséfone estava lá dentro, de fato livre de possíveis consequências, e eu estava ali fora, pronto para essas possíveis consequências.

Eu não tinha uma bolsa, então não tinha risco de perder nada na universidade. Talvez eu sofresse alguma advertência ou algo do tipo, não me parecia nada muito drástico.

Eu poderia até ser excessivamente gentil com quem aparecesse e me livrar dessa.

Mas então uma outra ideia me surgiu na mente.

Sem pensar muito, abri um sorriso no rosto e girei a maçaneta, me enfiando no cubículo abafado e um pouco apertado junto com Perséfone.

Ela parou de digitar algo no celular para me olhar com olhos tediosos. As duas bolsas estavam sobre seus pés, e tinha um espaço de um passo entre nós dois.

Ela na parede ao lado do vaso sanitário, e eu encostado na porta.

— O que está fazendo? — Perguntou, claramente não esperando que eu fosse fazer isso.

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