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Juntei as mãos uma na outra debaixo da água corrente gelada que escorria pelos meus dedos, formando uma conhca

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Juntei as mãos uma na outra debaixo da água corrente gelada que escorria pelos meus dedos, formando uma conhca. Abaixei a cabeça e deixei o leve choque térmico aliviar a pele do meu rosto. A água transbordou entre os meus dedos grandes demais e correu pelo meu braço, entrando pelo tecido da minha blusa.

Respirei fundo, pegando a toalha para me secar.

O barulho abafado da música estava mais longe de dentro do banheiro, com a porta fechada. Quando eu sai para o meu quarto, no entanto, o volume ficava mais alto. E quando eu desci as escadas para o primeiro andar, depois de deixar a toalha para trás e trancar o celular dentro da minha gaveta, fico ainda pior.

Fiz uma careta ao tentar passar pelo amontanhado de pessoas que se encontravam ali pelos corredores curtos e salas maiores, empurrando algumas pessoas para chegar a cozinha.

Assim que alcancei o batente da porta, uma figura feminina cruzou o meu caminho e estancou na minha frente, impossibilitando minha passagem para pegar um copo de água.

— Olá, Butler — a voz melodiosa e meio manhosa chamou, uma mão pequena com unhas grandes pintadas de azul claro tocando no meu braço para chamar a minha atenção.

Olhei para baixo, deixando sem querer os músculos de todo o meu corpo rígidos.

A garota tinha cabelos loiros que se estendiam até uma altura que não prestei atenção, olhos que não me esforcei para distinguir a cor e uma estrutura média. Não foquei no resto do corpo também, eu só queria a minha água.

— Boa noite — respondi, mirando os olhos no percurso que eu teria que fazer até a cozinha, muito provavelmente com ela em meu enlaço se eu quisesse ir antes de terminar a conversa.

— Parabéns — disse ela, sorrindo. — Tanto pelo jogo quanto pelo seu aniversário.

Sorri, reparando um pouco mais nela.

Bom, talvez não seria de todo mal ter uma companhia para a noite. E visto que a mulher que eu queria não estava interessada, outra poderia me satisfazer por hoje.

Trinquei o maxilar ao me lembrar do jeito que Perséfone praticamente correu de mim a alguns minutos. Os olhos dela diziam que ela me queria, seu corpo também. Se ela me desse uma brecha um pouco maior, eu teria agarrado ela pela nuca e fodido com ela contra aquela porra de parede mesmo. Porra eu transaria com ela no chão se ela me pedisse.

Confesso que fiquei confuso pra caralho quando ela simplesmente saiu da minha frente e fugiu pelo meu quarto do mesmo jeito que o diabo foge da cruz.

Isso tinha piorado o meu humor em uns dez níveis acima.

— Muito obrigada... — Deixei um espaço no ar, esperando que ela me falasse o seu nome. A loira sorriu meio tímida, soltando o meu braço para colocar uma mecha de seu cabelo atrás da orelha.

Dei um sorriso para o gesto. Ela já estava caindo no meu encanto, fácil, fácil.

— Ketlyn.

Me forcei a reparar em seus olhos e ecoei o nome em minha mente para não esquece-lo. Eram castanhos quando a luz colorida ia para longe, mas quando voltavam eram verdes. Em suas bochechas eu podia ver sardas claras espalhadas até a ponta de seu nariz levemente avermelhado.

RECOVERYWhere stories live. Discover now