Capítulo 39

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Emilly Salvatore

No momento em que observo a minha filha com o Nicolas, meu coração se aquece de amor e me faz esquecer de todas as coisas por alguns minutos. A emoção que eu estava sentindo era enorme, ver o amor dele pela filha, a forma desajeitada que segurava a Nicole, como se ela fosse uma boneca de porcelana que poderia quebrar com um simples toque. Seu gesto me fez sorrir e uma lágrima solitária cai lentamente do meu rosto. Quanto tempo eu esperei por isso... Sei que cometi o erro de ter ido embora, mas foi o melhor que pude fazer pra ajudar minha filha, por ela eu sou capaz de qualquer coisa.

Tudo estava perfeito demais pra ser realidade, como sempre tinha que acontecer alguma coisa pra acabar com aquela paz e harmonia que estávamos tendo naquele momento. No momento em que pedi pra ele não abandonar a minha filha, isso eu tinha certeza que ele cumpriria, mas a segunda opção...eu me encontrava receosa e não tinha idéia de como seria a sua reação.

Nicolas sem dúvidas, é um homem orgulhoso, sempre foi e se ele quiser ficar comigo e com a minha filha, terá que abandonar o seu orgulho. Eu sabia que por dentro ele estava sofrendo em ficar distante de nós, mas foi ele que procurou por isso. Eu também estava sofrendo em não saber qual seria a sua decisão, sempre quando eu tocava no assunto da Valentina, ele sempre se desviava tentando mudar de assunto.

Pra ser sincera, eu não queria acreditar que ele seria capaz de matar a minha melhor amiga, isso é surreal pra mim. Passamos por tanta coisa,quase morri e fui abusada e eu nunca vou me esquecer de quem foi que me ajudou. Sou completamente grata a Valentina, se não fosse por ela eu estaria morta, pelo meu próprio pai.

Pai. É estranho você se referir ao seu próprio pai como uma pessoa que não tem valor e muito menos algum tipo de afeto. Mas não consigo sentir nada por ele. Nem saudades, dor. Era como se ele fosse uma pessoa desconhecida por mim, que passou na minha vida e deixou um enorme estrago, me fazendo sentir repulsa pelo ser que ele era. Eu estava muito melhor sem ele, e infelizmente aquele homem era a única pessoa que eu podia chamar de família. Pois nunca tive o prazer de conhecer a minha mãe, sei que ela era linda e que teria muito orgulho de mim.

Tantas coisas que eu queria contar pra ela, dividir meus sentimentos e pedir os seus conselhos. Ela poderia me ajudar na gravidez e com certeza amaria a sua netinha. Mas onde quer que ela esteja, sei que ainda me ama e espera o melhor de mim.

Seco umas lágrimas que caíram sem eu perceber e olho pra minha filha que estava no seu bercinho. Nicolas saiu atordoado daqui, parecia completamente perdido e tinha medo que ele fizesse alguma besteira.
Eu não devia ter comentado sobre a Valentina, mas não posso evitar, todo dia tenho pesadelos sobre a minha amiga morta e não posso viver assim.
A minha filha vai ter um pai assassino? Com que cara eu vou falar pra minha filha que o seu pai matou a minha melhor amiga? Isso não pode acontecer, eu me nego a acreditar que essa maldita traição chegaria nessa proporção.

Pego a minha filha do colo e começo a brincar com ela, que gargalha loucamente. A sua risada é tão gostosa que eu poderia ouvir esse som todos os dias.

- Meu amor vamos pegar um pouco de ar lá fora, o que acha?

Já havia anoitecido, no entanto estava muito abafado, o ar estava quente e dava pra sentir os efeitos do calor na pele. Sem esperar mais, pego a minha filha e coloco-a no carrinho levando até a parte de fora do apartamento.

Aqui o ar estava muito melhor, batia uma rajada de vento frio que refrescava o ambiente, fazendo as árvores se moverem ritmamente. Porém, começo a escutar um toque alto de telefone e me afasto bastante para não ser ouvida.

- Alô?

- Emilly?

- Quem é? - Pergunto confusa, ouvindo uma voz masculina.

Vingança Fatal (Concluído)Where stories live. Discover now