Capítulo 32

4.7K 320 19
                                    

Emilly Salvatore

Desperto-me, sem saber onde me encontro, abro um olho para tentar enxergar alguma coisa mas sem sucesso, minhas retinas ardiam por causa da claridade do sol. Finalmente tomo coragem e abro os olhos completamente, observando um local estranho e percebo que estou em uma cama muito luxuosa, com cheiro masculino. O cheiro dele! Seu perfume amadeirado masculino era impossível de não distinguir, o aroma impregnava o lençol de cetim.

Foco a minha visão e vejo que estou em seu quarto,seu cheiro já o entregava totalmente. Tento me recordar de alguma coisa e apenas consigo lembrar de fragmentos, pouca coisa que não estavam muito claras.

Recordo-me, que estava no trabalho e já estava no horário de retirar-me,pois
já tinha terminado o período e já estava tarde. Às 22:00 era o horário para ir embora. Eu sei que é muito tarde, mas infelizmente foi o que consegui. Valentina cuidava da minha filha e eu trabalhava e tentava nos sustentar.

Lembro- me,de estar conversando com as meninas sobre os garotos que a cada minuto apareciam pra dar em cima de mim, eles nem ao menos disfarçavam, soltavam cantadas baratas e davam sorrisinhos.
Porém, nem dava atenção pra eles, fechei-me para sentimentos, a única pessoa que permiti-me sentir algo, machucou-me profundamente, e não sei se algum dia vou esquecer o passado.

De tanto negar os meninos e nem dar atenção as suas cantadas, acabaram desistindo, menos um amigo do trabalho que conheci. Gabriel não desistia por nada, sempre soltando cantadas, olhando-me com desejo. Ele era bonito, não posso negar, seus cabelos loiros e olhos azuis chamam muita atenção dos olhares femininos, porém tudo o que desejava dele era a sua amizade. Ele é muito bobo, fazia-me rir a todo momento. Só espero que algum dia ele aceite que os meus sentimentos são apenas de amizade e nada mais. Na verdade nem sei se vou conseguir abrir o meu coração para sentimentos novamente.

Estávamos conversando tranquilamente, até chegar a hora de ir embora e cada um foi por um caminho. Odiava essa roupa de garçonete, os homens comiam-me com os olhares, sentia-me completamente despida e envergonhada.

Comecei a caminhar para ir embora, infelizmente o caminho era um pouco longe, não longe ao ponto de pegar um táxi. Mas longe para quem caminha sozinha e ainda em um horário tarde da noite.

Assim que começo a andar, ouço passos atrás de mim e rapidamente minhas pernas se movimentam mais rápido. Meu coração palpitava fortemente no meu peito, e o desespero começou a bater ao pensar o que eles podem fazer comigo. Não quero nem pensar!

O desespero acabou me atrapalhando, pois acabei me perdendo, sem ter noção aonde eu me encontrava. Entrei em uma rua sem saída, que tinha uma placa dizendo pare e naquele momento era impossível obedecer. Minhas pernas tremiam de desespero, minha boca estava seca e minhas mãos suavam.

- E aí gatinha! - Um dos homens bêbados se aproxima de mim, acariciando o meu rosto. Porém afasto o meu rosto bruscamente das suas mãos.

- Olha Gustavo! Essa gatinha é arisca, vamos ter que doma-lá

- Me deixem em paz! - Berro apavorada

- Ela não é linda Gustavo? - O homem pergunta, apertando os meus seios pela blusa me fazendo sentir ânsia e medo.

- Difícil dizer, com tantas roupas.

- Verdade, o que acha de tirarmos essas peças gatinha?

Na mesma hora, arregalo os olhos assustada, e minhas pernas travam de pavor. O medo me paralisou, não conseguia falar, suplicar e muito menos gritar.

Quando pensei que eles iam rasgar a minha roupa, vejo uma sombra preta, na verdade o local era completamente escuro e apenas se contemplava um poste de luz que refletia uma claridade fraca naquele lugar. Foi nessa mesma claridade que contemplei essa sombra negra e ouvi passos firmes e pesados. Como se a pessoa estivesse furiosa e descontasse no chão enquanto andava.

Vingança Fatal (Concluído)Où les histoires vivent. Découvrez maintenant