15. Alex e Daniel

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Analiso sua proposta, já agi com impulsividade o suficiente hoje, mas não duvido que, se eu entrar, eu roube um beijo daqueles lábios que ele possui, para completar as cagadas e os arrependimentos do dia.

- Vamos sentar ali. — aponto para o banco de sua varanda.

Ficamos sentados lado a lado no banco, com uma distância de 3 cm mais ou menos. Do outro lado vejo minha casa, é uma das menores casas da rua, porém com o estilo parecido.

- Então, não vai me dizer por que não me disse antes? — me pergunta. — e não adianta dizer que não sabe o que estou falando, porque até mesmo o Dave e a Lisa perceberam que você estava mentindo.

- É complicado, Dan.

- Eu imagino que seja... Mas, nós somos amigos. — ele diz e sinto uma pontada em meu peito, no sentido figurado da expressão. — Somos como unha e carne desde sei lá, desde que eu aprendi que os bebês não vêem da cegonha, pensei que confiasse em mim, você sabe que não tenho qualquer tipo de preconceito.

- Eu confio em ti, mas isso tudo ainda é recente, e como disse antes: é complicado. — respiro fundo, essa seria uma boa hora para me declarar? — Estou experimentando sentimentos que nunca experimentei antes, quer dizer... Que nunca me dei ao luxo de experimentar.

- Quando você descobriu?

- Mais precisamente, ontem. — rio colocando a mão na testa. — é desesperador, sabe.

- Ah, e mais alguém sabe além da gente?

- A Kayla, quando eu disse hoje que tinha saído com ela ontem, foi por causa disso. — respondo. — Sabe como é, ela é lésbica e me entenderia mais que ninguém.

Passamos os próximos minutos conversando sobre minha saída do armário não planejada e Daniel falando que eu poderia contar com ele para tudo. Isso eu já sabia há muito tempo.

Clary é uma sortuda por esse cara ao meu lado ter sido apaixonado por ela, confesso que sinto um pouco de inveja. Ok, talvez muita.

O carro do Senhor Torres surge na frente da casa e de lá sai um casal sorridente. Eu os cumprimento, me despeço deles e de Dan e vou para casa.

Quando abro a porta com a minha chave vejo um corpo grande enrolado num cobertor em cima do sofá. É o pai, mas o que ele tá fazendo dormindo no sofá? Será que a briga dele com a mãe foi séria afinal?

Vou até à cozinha, bebo um copo d'água e depois ando em direção ao meu quarto. Josh está lá em sua cama mexendo no celular.

- Até que enfim uma noite sem estudar, mano. — Digo tirando minha camisa.

- Tava maratonando série, tô de folga hoje.

- Tá certo, você já é inteligente o suficiente, não precisa se matar estudando.

- Ora ora, é isso que eu ouvi? Um elogio? — ele arqueia a sobracelha, me fazendo soltar um riso nasalado, não estou no clima para risadas.

Tiro o resto das roupas ficando apenas de cueca, pego uma toalha, uma outra cueca na minha gaveta do guarda-roupas e entro no banheiro do quarto.

Me olho no espelho da pia me analisando. Será que mudou alguma coisa agora que mais gente sabe sobre mim? Parece tão mais real esse lance de ser bissexual. Reparo em meu rosto e meu corpo e está tudo igual no final das contas.

Saio do banheiro apenas de cueca e depois deito em minha própria cama. eu queria ler um pouco o livro, quero saber quando o Sr. Bingley e a Jane vão ficar juntos e quando o Sr. Darcy se declarará para a outra Senhorita Bennet. Falando assim eu pareço uma garotinha romântica.

Alex & Daniel [Em andamento]Where stories live. Discover now