37. Alex

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- Você quer ser passivo? — Dan questiona mais como se não tivesse certeza do que ouviu.

- Não é isso, é só que... — apresso-me em dizer. — É que você estava... e... Ah, esqueça o que eu disse! Eu viro meu corpo na cama, ficando de costas para o colchão e com o cobertor sobre mim.

Eu me arrependo na hora da proposta que fiz. Não sei o que me deu tanta ousadia, talvez tenham sido as lembranças bem frescas de seus gemidos, sua voz e seu corpo pedindo por mais. É complicado, eu não tinha me imaginado... como posso dizer? Mais flexível no que diz respeito ao meu "papel" na cama. Na realidade, eu estava bem convicto que ia ser o ativo nessa relação.

Dan estuda meu rosto por alguns segundos e eu fico um pouco acanhado. Odeio me sentir perdido assim. É como se eu estivesse a anos-luz de distância da situação, sem saber o que fazer e o que pensar.

- Vamos tentar isso outro dia, estou quebrado agora. — ele diz por fim e uma onda de preocupação me atinge. Tento esquecer a primeira parte, por enquanto pelo menos.

- Eu te machuquei? Ai, meu Deus, desculpa Dan! Eu devo ter exagerado.

- Não é isso, bobo. Minha... você sabe, só está um pouco dolorida e bem, eu não ia conseguir me movimentar direito. — ele cora e eu acho que eu coro também, e agradeço mentalmente pelo tom marrom intenso da minha pele.

- Ah. Beleza. Show. Entendi. - digo roboticamente indo vestir uma cueca.

- Tá com medo?

- Por quê? - faço-me de idiota.

- Sei lá, né? Do nada você diz para eu te foder e depois fica todo estranho. – ele fala impaciente. É, foi exatamente essa cena patética que acabou de acontecer. Eu fico em silêncio sem saber o que responder, então Dan continua: - Traz a calça do meu pijama pra mim, por favor.

Eu vou até seu lado do armário, onde tudo está tão organizado, o completo oposto da parte onde está minhas roupas. Eu poderia dizer que tem relação com a bagunça que sou por dentro, mas na realidade eu só acho inútil ter as coisas organizadas quando eu posso muito bem achar o que eu quero na bagunça e ainda sem ter o trabalho de arrumar. Isso sim se chama inteligência.

- Aqui. – eu entrego a ele a peça de roupa.

- Olha para o outro lado.

- Pra que? Eu já vi tudo o que tinha pra ver, sem dizer que temos as mesmas coisas.

- Vira logo!

- Tá certo, tá certo. — eu viro meu rosto para o outro lado, mas consigo espiar de canto de olho Daniel vestindo a calça. Ele tira o cobertor de si, coloca os pés na calça, ergue o quadril para terminar de vestir e só nesse movimento, consigo ver com clareza seu membro não-estimulado e ouvir seu grunhido de desconforto.

- Agora me conta o que te aflige, pelo amor de Deus. — Dan diz com uma firmeza que não é costumeira dele. Pensei que já tinha esquecido dessa história, mas pelo jeito me enganei. Ainda assim, decido respondê-lo, eu já pisei na bola com ele mais cedo e não quero que fique com um clima estranho pela minha falta de comunicação. E eu sempre fui bom em me comunicar, que porra!

- Eu não sei! — desabafo. — Eu acabei de ter uma foda incrível com o cara que estou apaixonado. Eu tô falando sério, tipo, até um tempo atrás eu pensei que você nunca mais olharia na minha cara se soubesse o que eu sentia... quero dizer, o que eu sinto. Aí percebo que eu quero ser fodido por ti também, mas eu me sinto estranho por querer isso, o que é muito idiota porque você acabou de me dar sua bunda. Vai ver eu só tenho a porra de uma masculinidade frágil, o que também é muito idiota, já que agora mesmo eu chuparia o seu pau. — termino de falar e porra, eu não medi nada minhas palavras, nem sei se fazem sentido.

Alex & Daniel [Em andamento]Where stories live. Discover now