Capítulo 29

1.3K 95 6
                                    

Eduardo

Estar no Rio de Janeiro me trouxe lembranças que queria nunca mais lembrar. O que me conforta é que depois de acertamos tudo, voltarei para São Paulo. Estou hospedado no mesmo hotel que Pedro em um quarto ao lado. Desde que cheguei ontem ele tem agido meio estranho. Não parei para conversar com ele, mas sei que tem mulher no meio. Ele fica de mau humor quando não consegue comer certa mulher e fica obcecado com isso. Confesso que estou na expectativa dessa fusão dar certo. Já tomei banho, e estou me arrumando. Coloco um dos meus ternos caríssimos, e fico satisfeito com a minha aparência. Coloco perfume e vou até o quaro de Pedro, e o avisto já arrumado com uma carranca daquelas.

— O que você tem Pedro?

Pergunto curiosamente.

— Nada.

Responde ainda emburrado.

— Ah Pedro, você não me engana! Te conheço como ninguém, e sei que tem alguma coisa errada. Quem é a mulher dessa vez?

Pergunto arqueando as sobrancelhas, e percebo seu rosto suavizar um pouco. Ele fica em silêncio até que bufa dizendo:

— É a Beatriz Goulart, vice presidente da empresa.

— Porra Pedro! Já disse para não se envolver com mulheres do ambiente profissional! O que deu em  você?

Pergunto realmente chateado.

— Você sabe que sou extremamente profissional. O problema é que essa mulher tirou minha racionalidade. E eu pensei que quando transasse com ela, iria tirar essa obsessão da cabeça.

— Iria?

Digo sorrindo sarcasticamente e ele revira os olhos.

— Quando transamos aqui nesse hotel, bem naquela cama – diz apontando. Achei que ficaria tudo bem, mas quando acordei ela já tinha ido embora e me deixado.

— Í daí?

Pergunto rindo.

— Nenhuma mulher já me deixou.

Diz parecendo afetado.

— Ah, qual é Pedro. Isso afetou seu ego masculino? Queria você ter a abandonado? Qual a diferença se depois você não ia querer mais nada com ela?

Ele fica em silêncio por um tempo, e vejo seu olhar de confusão até que diz:

— Você tem razão. Acho que isso deve ter afetado meu ego! Mas eu ainda a quero novamente.

— Repetir a figurinha? Vai violar a regra?

Digo sarcasticamente, já que ele vivia formulando regras doidas.

— Essa eu vou. Ela não é uma simples figurinha, e sim daquelas especiais que vale a pena comprar ou ter novamente.

— Sei...

Digo achando muito estranha a sua atitude. Decido mudar de assunto e ir logo para a auditoria.

— Vamos, que já está na hora!

— Vamos marica!

Diz o babaca voltando ao seu estado normal. Nós vamos cada um em seu carro, e o trajeto foi tranquilo. O Rio de Janeiro continua lindo, e um sentimento de melancolia me invade. Imediatamente começo a me lembrar da minha infância aqui. Recordo-me da Malu que há muito tempo não vejo, e infelizmente me lembro de Bárbara. Porém, as lembranças voltam com tristeza e amargura.

Quando chegamos ao endereço do prédio, fico admirado com toda a estrutura da Matriz. O escritório ocupa cinco andares seguidos, pois há uma grande quantidade da funcionários. Quando chegamos ao auditório me sento na mesa com o meu nome. Percebo Pedro meio aflito e quando vejo uma mulher morena entrar, imagino que seja a tal Beatriz, pois ele ficou olhando para ele igual a um retardado. Depois que ela me cumprimenta e fala com Pedro, se senta na cadeira seriamente.

Meu para sempre é você - ATUALIZAÇÕES INTERROMPIDAS TEMPORARIAMENTEWhere stories live. Discover now