Capítulo 49

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Eduardo

Acordo assustado com meu celular tocando e vejo na tela que é Bárbara. Atendo imediatamente já preocupado por estar me ligando tão cedo.

— Edu. Te acordei? — Questiona com a voz aflito e meio chorosa.

— Não importa. Aconteceu alguma coisa?

— Sim. Estou ligando para avisar que não irei trabalhar hoje, pois não tenho condições psicológicas.

— Tudo bem. Vou tomar um banho e já chego aí e você me conta o que está acontecendo.

— Está bem, pode subir direto para o meio quarto quando chegar.

— Ok, beijos.

Desligo o telefone e vou para o banho correndo. Ainda é bem cedo, mas estou ansioso para saber o que aconteceu e espero que não seja nada grave. Me arrumo rapidamente e assim que estou pronto, parto para casa de Babi. Assim que chego, vou direto para o seu quarto e bato na porta delicadamente.

— Entre.

Ouço sua voz e percebo certo desânimo. Entro e a vejo sentada na cama com os olhos inchados e fixos na tevê. Está passando um documentário histórico, no qual bem sei que ela não está prestando a menor atenção. Sento-me ao seu lado e a abraço mesmo sem saber o que está acontecendo e na mesma hora ela desaba em meus braços. Seus soluços são fortes e tudo que mais queria era poder arrancar sua dor. Passo as mão em sua cabeça sussurrando palavras de apoio, até que seu choro cessa.

— Desculpe manchar seu terno de seleção. — Sorriso francamente e ela também.

— Não tem problema meu amor. O que houve? — Pergunto a encarando e enxugando suas lágrimas.

— Ah Edu... É minha mãe... — Ela hesita e fica em silêncio.

— O que tem a sua mãe? — A encorajo segurando sua mão direita.

— Ela está com câncer de mama em estágio avançado.

Ela pronuncia as palavras com certa dificuldade e começa a chorar novamente e eu abraço. Queria ter poder de cura nesse momento, mas a única coisa que posso fazer é dar apoio. Babi sempre foi uma pessoa forte, mas sei que Débora é muito importante em sua vida. Eu não me imagino sem a minha mãe, mesmo sabendo que um dia ela irá partir. O desapego para quem viveu em orfanato por algum tempo é mais doloroso, pois o amor e o laço que criamos são muito fortes.

— Ei... Estou aqui. Vai ficar tudo bem... Existem diversos tratamentos.

— Não vai Edu... Minha mãe vem escondendo isso de mim e o câncer já se espalhou e atingiu o pulmão. Ela irá iniciar a quimioterapia para tentar amenizar, mas será questão de tempo.

— Você tem certeza que não há um jeito de retardar isso? Há mulheres que vivem por um bom tempo se realizar o tratamento adequado.

— Eu irei ao, médico com ela amanhã para saber mais sobre isso. Eu estou com tanto medo. Chorei a noite toda assim que cheguei do nosso encontro. Desculpe-me estar passando meus problemas para você...

— Ei... Não precisa se desculpar. Eu sou seu namorado e te amo muito. Você pode e deve me contar todos os seus problemas. Amanhã irei acompanha-la ao médico.

— Obrigada... Eu estava tão feliz... Tudo estava tão bem. Por que isso agora?

— Calma, vamos dar um jeito nisso. Você precisa ser forte pela sua mãe e passar paz a ela. Isso também vai ajudar no tratamento.

— Você tem razão... Eu te amo... Obrigada por estar aqui.

— Também e sempre estarei por perto. — Respondo a abraçando e depositando um beijo casto em seus lábios.

Meu para sempre é você - ATUALIZAÇÕES INTERROMPIDAS TEMPORARIAMENTEМесто, где живут истории. Откройте их для себя