Capítulo 52

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Bárbara


Pânico.Palavra perfeita para definir meu estado nesse exato momento. O médico disse que o câncer afetou o cérebro da minha mãe. Pode imaginar a gravidade disso? A minha mãe vai vegetar e eu acabarei a perdendo para o maldito câncer. Minha garganta está queimando e parece que meu tempo parou quando ele forneceu essa informação que representou a sentença de toda a situação. Minhas lágrimas parecem estar presas em algum lugar dentro de mim que sente muito medo. Dói imaginar que um dia ela irá me deixar aqui. O medo deperdê-la sufocou qualquer reação de desespero dando lugar ao pânico. Malu chora desesperadamente, pois saio do meu estado conforme seu desespero aumenta e seus gritos tornam-se estridentes.Eduardo a consola e eu ainda não sei como agir.

— Vamos embora? — Pergunto me levantando ignorando tudo a minha volta. Só quero deitar na minha cama e dormir.

— Vamos Malu, precisamos ir. — Sussurra Eduardo em seu ouvido a ajudando se levantar.

— Doutor,quando ela poderá ir para casa? — Questiona a mesma se levantando.

— Amanhã ela poderá ir pela manhã.

— Voltaremos então.


Respondo engolindo o choro e indo em direção a porta. Nem mencionei que quero vê-la, pois sei que não aguentarei ao vê-la deitada e tão frágil. Mesmo que sejam feitos tratamentos paliativos, sei que no final ela vai partir. Saio a passos firmes em direção ao carro de Eduardo e ele vem apoiando Malu que está mais calma. Seu olhar preocupado sobre mim é nítido, pois até agora não consegui derramar uma lágrima se quer. Assim que chegamos ao carro, me sento ao lado de Edu, enquanto Malu senta atrás. Ela parou de chorar, masa tristeza e angustia em seu olhar é perceptível.

— Irei deixá-las em casa e irei rapidamente resolver algumas coisas na empresa, mas irei demorar. — Afirma Edu segurando minha mão que repousava em cima da minha perna esquerda.

— Não precisa ficar comigo se tiver coisas para resolver. — Respondo comum sorriso amarelo e ele arqueia a sobrancelha.

— Mas é claro que ficarei com você sem sobra de dúvidas.

— Está bem, obrigada por tudo que tem feito por mim.

— Já disse que não precisa agradecer.


Eu confirmo com um sorriso fraco e ele me olha com compaixão. Seguimos a viagem em silêncio e eu me perdi nos pensamentos. Foi inevitável pensar como será minha vida se minha mãe realmente morrer. Confesso que teria que mudar muitas coisas e tentar me adaptar. Vivi muito tempo achando que nunca iria conseguir me casar e construir uma família devido aos traumas que sofri. E para ser sincera, sei que se não for com Eduardo não será com mais ninguém. Confesso que até gostaria de ter tudo isso e ele é o único em que confio para isso. A questão é : Será que ele quer o mesmo um dia? Talvez. Sorrio mentalmente ao perceber como avida é engraçada. Aconteceram tantas coisas esse ano e eu nunca imaginaria que estaria nessa situação.


Avida nos surpreende de formas tão inusitadas. Mesmo diante de todas as dificuldades, tenho Malu e Edu para me apoiar. Talvez não aumentaria senão os tivesse. O trânsito estava tranquilo e chegamos rapidamente em casa. Malu foi para o seu quarto e Edu me acompanhou até o meu.

— Você vai ficar bem? —Me questiona com um abraço e o cheiro do seu perfume me acalma instantaneamente.

— Vou sim, não se preocupe.

— Não irei demorar. Só passarem na empresa e depois pegarei algumas roupas pra mim.

— Está bem, estarei a sua espera.

Meu para sempre é você - ATUALIZAÇÕES INTERROMPIDAS TEMPORARIAMENTEKde žijí příběhy. Začni objevovat