Meu para sempre é você - ATUALIZAÇÕES INTERROMPIDAS TEMPORARIAMENTE

Capítulo 4

Capítulo 4

Eduardo

Dizem por aí que sou nervosinho, o que na verdade é um insulto. Nunca concordei com isso, pois tudo é muito relativo! Alguns podem achar isso, mas vendo em outro ângulo, eu acho que só gosto de cuidar das coisas que amo, e uma delas se chama Bárbara. Babi e eu crescemos juntos, sou uma ano mais velho que ela, e também nasci prematuro. Não lembo exatamente do dia em que ela chegou porque era pequeno, mas lembro de como sempre fomos grudados. Talvez isso se deve ao fato de termos algumas coisas em comum. Tanto eu como ela fomos maltratados pela falta de um lar, e mesmo NUNCA admitir isso pra ninguém, acredito que isso faz toda diferença. Nós crescemos aqui e fomos felizes, pois éramos tudo um para o outro... e é claro que tinha a Malu né! Ela era nossa mãe, e em breve teríamos o nosso canto! Babi, eu e Malu!

Algumas crianças novas que vão chegando aqui no orfanato, perguntam por que nunca fomos adotados, e sempre temos que contar a mesma ladainha! O lance, é que tanto eu como Babi tivemos uma gestação e nascimento complicado, ou seja, nós não tínhamos uma boa saúde e não éramos bebês bonitos, devido ao baixo peso e a saúde frágil. Isso fez com que ficássemos pra trás, enquanto outros iam sendo adotados, pois a maioria dos casais preferem crianças pequenas e sadias. É claro que sempre tinha um ou outro que estava disposto a adotar, mas nós éramos pestinhas demais.

Me lembro de um dia em que eu e a Babi  fomos pegos roubando comida de madrugada da geladeira! A Hilda (supervisora má do orfanato) quase morreu do coração quando viu a gente na cozinha. Ela disse que só não matava a gente porque não ia querer passar o resto da vida na prisão! Nós aprontávamos muito e quase sempre espantávamos os interessados em nos adotar. Mas como éramos crianças, nunca conseguimos entender que estávamos sendo avaliados para ter um lar. Simplesmente agíamos como crianças!

Hoje as coisas mudaram um pouco, afinal como diz a psicóloga, somos adolescentes. Eu já me sinto um homem e me comporto como tal. Eu quem cuido da Babi e nunca deixo os outros meninos ficarem em cima dela. Ultimamente eu tenho tido muito ciúme e sempre fico pensando que irei sempre cuidar dela! Mas sinto um ódio tão grande quando esses moleques ficam chamando ela de gostosa, que minha vontade é arrastar a cara deles no asfalto! Onde já se viu falar dela assim? Babi merece respeito, e o que depender de mim, ela sempre terá!

Nunca entendi como mudo de temperamento tão rápido quando o assunto é ela. Os meninos falam que tô xonadinho...só rindo mesmo! Eu apaixonado? Só tenho 15 anos, e Malu é como uma irmã pra mim, sempre cuidaremos um do outro. Sempre a vi como uma irmã e me recuso a aceitar que esses moleques fiquem falando besteiras. Além da Babi tenho uma amigo muito gente fina, se chama Pedro, assim como eu, ele foi deixado no orfanato por pais que se perderam nas drogas. Ou melhor, optaram por viver pela droga do que por um filho! Pedro chegou dois meses depois que Babi, na época não grudamos como fiz com ela, mas com o tempo fui criando amizade com ele. E O pior é que ele cismou que eu estou afim da Bárbara e fica enchendo o meu saco!

- Fala ae jogador! Pensando no seu amor?

Diz Pedro, me tirando do sério.

- Mas lá vem você com essa história de novo cara! Você enche o saco mesmo!

- Dudu, todos os outros nossos amigos estão vendo que você tá caidinho por ela! Só você que não vê isso!

- Sério Pedro, para de insistir nisso se não vou ficar bolado com você.

- Iiii, tá bom cara! Não tá mais aqui quem falou! Mas não tem problema ficar apaixonadinho,afinal a Babi é uma tremenda gata!

Pedro diz fazendo cara de deboche e corre ao mesmo tempo, pois sabe que vou me irritar. Quando ele sai me deixando sozinho uma onda de imagens da Babi invade minha mente. O sorriso, as caras e bocas e aquele olhar. Enquanto penso nisso, acabo me assustando com a cara de babão que fico e com um sorriso de orelha a orelha. Mas que droga é essa? Falo, sacudindo a cabeça, em uma tentativa frustrada de tirar ela da minha mente. Será mesmo que to afim dela? No momento não quero pensar nisso... mas decido ir lá no alojamento feminino pra dar um Oi.